sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO XI

CAP. XI - RM - 1-36 e reflexão sobre os versículos 11 Deus não rejeitou Israel
1Pergunto então: Será que Deus rejeitou o seu povo? De modo nenhum! Eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2Deus não rejeitou o seu povo, que Ele conheceu desde o princípio. Ou não sabeis o que a Escritura diz na passagem em que Elias acusa Israel diante de Deus? 3«Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares; fiquei apenas eu, e ainda procuram tirar-me a vida». 4O que é que a voz divina lhe respondeu? «Reservei para Mim sete mil homens que não dobraram o joelho diante de Baal». 5É o que continua a acontecer hoje: sobrou um resto, conforme a livre escolha da graça. 6E isso acontece pela graça, e não pelas obras; de contrário, a graça já não seria graça. 7Que dizer então? Israel não conseguiu aquilo que procurava, mas os escolhidos conseguiram. Os demais ficaram endurecidos, 8como diz a Escritura: «Deus deu-lhes um espírito de torpor, olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje». 9E David diz: «Que a mesa deles se transforme em cilada, em armadilha, em motivo de tropeço e justo castigo. 10Que os seus olhos fiquem escuros para não verem, e faz com que as suas costas fiquem sempre encurvadas».
Israel e a salvação dos pagãos 11Agora pergunto: Será que tropeçaram para ficarem caídos? De modo nenhum! Mas assim aconteceu para que a queda de Israel tornasse possível a salvação para os pagãos, e para que Israel ficasse com ciúme. 12Ora, se a queda de Israel se tornou riqueza para o mundo e se a sua decadência se tornou riqueza para os pagãos, o que não será a total participação de Israel na salvação! 13Portanto, digo-vos a vós, pagãos: como Apóstolo dos pagãos, honro o meu ministério, 14para ver se provoco o ciúme dos que pertencem à minha raça e se consigo salvar alguns deles. 15Pois se o facto de serem rejeitados trouxe a reconciliação do mundo, o efeito da sua reintegração será a ressurreição dos mortos.
A raiz sustenta a árvore 16Se os primeiros frutos são santos, toda a massa também será santa; se a raiz é santa, os ramos também serão santos. 17Se alguns ramos foram cortados, e tu, oliveira bravia, foste enxertada no lugar deles e agora recebes a seiva das raízes, 18não te envaideças nem desprezes os ramos. Se te orgulhas, deves saber que não és tu que sustentas a raiz, mas é a raiz que te sustenta. 19Poderás dizer: «Os ramos foram cortados para eu ser enxertada». 20Certamente! Mas eles foram cortados por causa da sua falta de fé, enquanto tu permaneces firme pela fé. Não fiques cheia de soberba, mas de temor, 21porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará a ti. 22Considera, portanto, a bondade e severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade de Deus para contigo, com a condição, porém, de que sejas fiel a essa bondade. De outro modo, também serás cortada. 23Quanto a eles, se não permanecerem na falta de fé, serão enxertados, pois Deus é capaz de os enxertar de novo. 24Pois, se tu foste cortada de uma oliveira bravia e contra a natureza foste enxertada numa oliveira boa, tanto mais eles poderão ser enxertados na própria oliveira boa à qual pertencem.Deus não volta atrás 25Irmãos, não quero que ignoreis este mistério, para que não vos torneis convencidos: o endurecimento de uma parte de Israel vai durar até que chegue a plenitude das nações. 26Então, todo o Israel será salvo, como diz a Escritura: «De Sião sairá o Libertador, Ele vai tirar as impiedades de Jacob; 27essa será a minha aliança com eles, quando Eu perdoar os seus pecados». 28Quanto ao Evangelho, eles são inimigos, para vossa vantagem; mas, quanto à eleição, eles são amados, por causa dos patriarcas, 29porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis. 30Vós fostes desobedientes a Deus, e agora, pela desobediência deles, conseguistes misericórdia. 31Do mesmo modo, também eles agora desobedeceram, a fim de que, pela misericórdia feita a vós, eles também obtenham misericórdia para eles. 32Deus encerrou todos na desobediência, para ser misericordioso com todos.As decisões de Deus são insondáveis 33Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis as suas decisões, e como são impenetráveis os seus caminhos! 34Quem poderá compreender o pensamento do Senhor? Quem foi o seu conselheiro? 35Quem Lhe emprestou alguma coisa, para que Ele tenha algo a devolver? 36Porque todas as coisas vêm d’Ele, por meio d’Ele e vão para Ele. A Ele pertence a glória para sempre. Ámen.
---------------------------------------------reflexão------------------------------------------ 11,1-10: Ao contrário do que se poderia crer, Deus não rejeitou Israel. Assim como um «resto» permaneceu fiel no tempo de Elias, agora também há israelitas que acreditam no Evangelho, garantindo deste modo a continuidade do projecto de Deus na História. 11-15: Mal acolhido por grande parte de Israel, o Evangelho pode ser anunciado aos pagãos, e assim a Igreja liberta-se do regime judaico. Este facto deveria provocar o ciúme de Israel e chamar a sua atenção para Cristo. Paulo espera e entrevê a conversão de Israel como uma ressurreição. 16-24: Os pagãos convertidos seriam tentados a desprezar os judeus. Paulo, então, lembra que o cristianismo nasceu do povo judaico e que os pagãos convertidos são como que um enxerto no povo de Deus. E ainda mostra, pela mesma comparação, que os judeus podem aderir ao Evangelho e produzir frutos com maior facilidade, pois pertencem à raiz original. Por outro lado, também os pagãos convertidos correm o perigo de perder a fé e ser cortados do tronco em que foram enxertados. 25-32: O povo de Israel não foi rejeitado para sempre, porque Deus não volta atrás na sua escolha. O futuro da salvação permanece aberto ao povo da promessa. Através de uma História misteriosa, o Senhor continua a guiá-lo, para mostrar a todos que Ele salva porque ama, pois a sua misericórdia é dirigida a todos. 33-36: Contemplando o final da História, quando a Humanidade toda se reúne, salva por Deus, Paulo tem exclamações de admiração e de adoração. 12,1-2: A vida cristã é resposta à misericórdia de Deus e abrange toda a existência concreta do homem, representada pelo corpo como centro de vida e acção e de relação com Deus, com os homens e com o mundo. Cada cristão oferece-se a si mesmo, sendo ele próprio o sacerdote e o sacrifício vivo. Tal sacerdócio é exercido de modo prático através do não-conformismo, que critica as estruturas corrompidas pela injustiça, e através de um discernimento novo que sabe distinguir a vontade de Deus que leva à justiça e à vida.

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO X

CAP. X - RM - 1-21 e reflexão sobre os versículos 10 Um zelo pouco esclarecido
1Irmãos, o desejo do meu coração e a súplica que faço a Deus, em favor deles, é que se salvem. 2Pois eu dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, mas um zelo poucoesclarecido. 3Desconhecem a justiça de Deus e procuram afirmar a própria justiça e, assim, não se submetem à justiça de Deus. 4Pois o fim da Lei é Cristo, para que todo aquele que acredita se torne justo. O Evangelho é acessível a todos 5Moisés assim descreve a justiça que vem da Lei: «Quem praticar os preceitos da Lei, viverá por meio deles». 6Mas a justiça que vem da fé diz o seguinte: «Não perguntes a ti mesmo: “Quem subirá ao Céu?’’ Isto é: para fazer Cristo descer. 7Ou: “Quem descerá ao abismo?’’ Isto é: para fazer Cristo subir dos mortos». 8Mas, afinal, o que diz a Escritura? «A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração». Isto é: a palavra da fé que nós pregamos. 9Pois seconfessas com a boca que Jesus é o Senhor, e acreditas com o coração que Deus O ressuscitou dos mortos, serás salvo. 10É acreditando de coração que se obtém a justiça, e é confessando com a boca que se chega à salvação. 11De facto, a Escritura diz: «Todo aquele que acredita n’Ele não será confundido». 12Não há distinção entre judeu e grego, pois Ele é o Senhor de todos, rico para com todos aqueles que O invocam. 13Porque todo aquele que invoca o Nome do Senhor será salvo. Israel não acolheu o Evangelho 14Ora, como poderão invocar Aquele em quem não acreditaram? Como poderão acreditar, se não ouviram falar d’Ele? E como poderão ouvir, se não houver quem O anuncie? 15Como poderão anunciar se ninguém for enviado? Como diz a Escritura: «Como são belos os pés daqueles que anunciam boas notícias!» 16Mas nem todos obedeceram ao Evangelho. Isaías diz: «Senhor, quem acreditou na nossa pregação?» 17A fé depende, portanto, da pregação, e a pregação é o anúncio da palavra de Cristo. 18Agora, pergunto: Será que eles não ouviram? Ao contrário: pela Terra inteira correu a voz deles e as suas palavras foram até aos confins do mundo. 19Pergunto ainda: Será que Israel não entendeu? Moisés já dizia: «Farei com que tenhais ciúmes de um povo que não é povo; provocarei a vossa ira contra um povo insensato». 20Isaías até ousa dizer: «Fui encontrado por aqueles que não Me procuravam; manifestei-Me àqueles que não perguntavam por Mim». 21Enquanto que, sobre Israel, Isaías diz: «Todos os dias estendi as minhas mãos a um povo desobediente e rebelde».
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10,5-13: Não é preciso fazer grandes esforços (subir ao Céu ou descer aos abismos) para conhecer a vontade de Deus, porque Deus veio ao nosso encontro em Jesus Cristo. O Evangelho da salvação é acessível a todos sem distinção, e está pronto para ser acolhido, a fim de libertar o homem e o conduzir a uma vida nova. O seu conteúdo fundamental é este: Jesus é o Senhor da vida, porque Deus O ressuscitou dos mortos. E esse anúncio supõe apenas que o homem acredite em Jesus, Lhe dê a sua adesão e O testemunhe na vida prática.
14-21: Deus preparou tudo para conduzir Israel à salvação. Faltou apenas o último elo da corrente, precisamente aquele que dependia da disposição de Israel: a fé. Este povo, preparado para o encontro com Deus, não compreendeu a sua palavra. Deus, então, foi encontrado por aqueles que não O procuravam, os pagãos
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CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO IX

CAP. IX - 1-31 e reflexão sobre os versículos FIDELIDADE DE DEUS E INCREDULIDADE DE ISRAEL 9 Os privilégios de Israel
1Digo a verdade em Cristo, não minto, e disso me dá testemunho a minha consciência pelo Espírito Santo: 2tenho uma grande dor e um contínuo sofrimento no coração. 3Sim, eu gostaria de ser amaldiçoado e separado de Cristo em favor dos meus irmãos de raça e sangue. 4Eles são israelitas e possuem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; 5deles são os patriarcas e deles nasceu Cristo segundo a condição humana, o qual está acima de tudo. Deus seja bendito para sempre. Ámen.
O verdadeiro Israel 6A palavra de Deus, porém, não falhou, pois nem todos os nascidos de Israel são Israel, 7e nem todos os descendentes de Abraão são filhos de Abraão. Não: «É de Isaac que sairá a descendência de Abraão». 8Isto é, não é a geração natural que torna filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendentes. 9De facto, as palavras da promessa são estas: «Por essa época voltarei, e Sara terá um filho». 10E isto não é tudo. Também Rebeca concebeu de um só homem, de Isaac, nosso pai. 11Quando os filhos dela ainda não haviam nascido e nada tinham feito de bem ou de mal — isto para que ficasse confirmada a liberdade da escolha de Deus, 12dependendo não das obras, mas d’Aquele que chama — então foi dito a Rebeca: «O mais velho será servo do mais novo», 13como diz a Escritura: «Amei mais a Jacob do que a Esaú». A soberana liberdade de Deus — 14Que diremos então? Que Deus é injusto? De modo nenhum! 15Ele mesmo disse a Moisés: «Farei misericórdia a quem entendo usar de misericórdia, e terei piedade de quem entendo ter piedade». 16Portanto, a escolha não depende da vontade ou do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus. 17Por isso a Escritura diz ao Faraó: «Eu fiz-te nascer precisamente para em ti mostrar o meu poder e para que o meu Nome seja celebrado em toda a Terra». 18Portanto, Deus usa de misericórdia com quem quer e endurece a quem quer.19Dir-me-ás então: «Porque é que Deus ainda Se queixa? Quem pode resistir à sua vontade?» 20Mas, quem és tu, homem, para discutires com Deus? Porventura o vaso de barro diz ao oleiro:«Porque me fizeste assim?» 21Acaso o oleiro não é dono da argila, para fazer com a mesma massa dois vasos, um para uso nobre e outro para uso comum? 22Ora, Deus quis manifestar a sua ira e mostrar o seu poder, suportando com muita paciência os vasos da ira, já prontos para a perdição. 23Deus assim fez para mostrar a riqueza da sua glória para com os vasos de misericórdia, que Ele havia preparado para a glória, 24isto é, para connosco, a quem Deus chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os pagãos... 25Como Ele diz em Oseias: «Chamarei Meu-Povo àquele que não é meu povo, e Amada àquela que não é amada. 26E acontecerá que, no mesmo lugar onde lhes foi dito: “Vós não sois o meu povo’’, aí mesmo serão chamados filhos do Deus vivo». 27E quanto a Israel, Isaías proclama: «Mesmo que o número dos israelitas seja como a areia do mar, o resto é que será salvo; 28porque Deus cumprirá a sua palavra sobre a Terra com plenitude e rapidez». 29E ainda como Isaías havia predito: «Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado uma descendência, ficaríamos como Sodoma e tornar-nos-íamos como Gomorra».
O erro de Israel 30O que diremos então? Os pagãos, que não procuravam a justiça, alcançaram a justiça, mas a justiça que vem da fé; 31ao passo que Israel procurava uma lei que lhe trouxesse a justiça, mas não conseguiu essa lei. 32Porquê? Porque não a procurou através da fé, mas através das obras. Esbarraram na pedra de tropeço, 33conforme diz a Escritura: «Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, uma pedra de escândalo; mas quem acreditar nela não será confundido».
-------------------------------------------reflexão-------------------------------------------- 9,1-5: Nos capítulos 9-11, Paulo analisa a situação do povo de Israel, procurando responder à difícil questão: «Não é uma contradição o facto de o próprio povo escolhido, portador da História da salvação, ter rejeitado Jesus e se ter excluído da salvação?» Este problema escandalizava judeus e pagãos e comprometia o êxito do Evangelho. 6-13: Os privilégios ou promessas de Deus a Israel não falharam. O verdadeiro Israel, herdeiro das promessas, não são os filhos carnais de Abraão, mas aqueles que têm fé, como ele teve. Além disso, Deus escolhe quem Ele quer para o colocar ao seu serviço, a fim de assegurar a realização do seu projecto na História.
14-29: Neste texto não devemos procurar uma doutrina fatalista sobre a predestinação. Paulo apenas salienta os imprevisíveis chamamentos de Deus, que age soberanamente, escolhendo homens e povos como instrumentos do seu projecto. Ao escolher, Deus é soberanamente livre; não é obrigado nem a ter misericórdia nem a punir. Isto não quer dizer que Deus seja injusto. Um vaso reclama contra o oleiro? Pode o homem pedir contas a Deus? Os profetas anunciaram tanto a salvação dos pagãos como a eleição de Israel. 9,30-10,4: Ao procurar a salvação numa Lei, os judeus entraram num beco sem saída: não foram capazes de observar nem de compreender que a finalidade e realização dessa Lei era Jesus Cristo. Os pagãos, sem o instrumento da Lei, passaram directamente para a fé em Jesus Cristo; Ele é a finalidade e realização da Lei: Ele é o único apoio seguro para se alcançar a salvação.
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António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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