sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO IX

CAP. IX - 1-31 e reflexão sobre os versículos FIDELIDADE DE DEUS E INCREDULIDADE DE ISRAEL 9 Os privilégios de Israel
1Digo a verdade em Cristo, não minto, e disso me dá testemunho a minha consciência pelo Espírito Santo: 2tenho uma grande dor e um contínuo sofrimento no coração. 3Sim, eu gostaria de ser amaldiçoado e separado de Cristo em favor dos meus irmãos de raça e sangue. 4Eles são israelitas e possuem a adopção filial, a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas; 5deles são os patriarcas e deles nasceu Cristo segundo a condição humana, o qual está acima de tudo. Deus seja bendito para sempre. Ámen.
O verdadeiro Israel 6A palavra de Deus, porém, não falhou, pois nem todos os nascidos de Israel são Israel, 7e nem todos os descendentes de Abraão são filhos de Abraão. Não: «É de Isaac que sairá a descendência de Abraão». 8Isto é, não é a geração natural que torna filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendentes. 9De facto, as palavras da promessa são estas: «Por essa época voltarei, e Sara terá um filho». 10E isto não é tudo. Também Rebeca concebeu de um só homem, de Isaac, nosso pai. 11Quando os filhos dela ainda não haviam nascido e nada tinham feito de bem ou de mal — isto para que ficasse confirmada a liberdade da escolha de Deus, 12dependendo não das obras, mas d’Aquele que chama — então foi dito a Rebeca: «O mais velho será servo do mais novo», 13como diz a Escritura: «Amei mais a Jacob do que a Esaú». A soberana liberdade de Deus — 14Que diremos então? Que Deus é injusto? De modo nenhum! 15Ele mesmo disse a Moisés: «Farei misericórdia a quem entendo usar de misericórdia, e terei piedade de quem entendo ter piedade». 16Portanto, a escolha não depende da vontade ou do esforço do homem, mas da misericórdia de Deus. 17Por isso a Escritura diz ao Faraó: «Eu fiz-te nascer precisamente para em ti mostrar o meu poder e para que o meu Nome seja celebrado em toda a Terra». 18Portanto, Deus usa de misericórdia com quem quer e endurece a quem quer.19Dir-me-ás então: «Porque é que Deus ainda Se queixa? Quem pode resistir à sua vontade?» 20Mas, quem és tu, homem, para discutires com Deus? Porventura o vaso de barro diz ao oleiro:«Porque me fizeste assim?» 21Acaso o oleiro não é dono da argila, para fazer com a mesma massa dois vasos, um para uso nobre e outro para uso comum? 22Ora, Deus quis manifestar a sua ira e mostrar o seu poder, suportando com muita paciência os vasos da ira, já prontos para a perdição. 23Deus assim fez para mostrar a riqueza da sua glória para com os vasos de misericórdia, que Ele havia preparado para a glória, 24isto é, para connosco, a quem Deus chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os pagãos... 25Como Ele diz em Oseias: «Chamarei Meu-Povo àquele que não é meu povo, e Amada àquela que não é amada. 26E acontecerá que, no mesmo lugar onde lhes foi dito: “Vós não sois o meu povo’’, aí mesmo serão chamados filhos do Deus vivo». 27E quanto a Israel, Isaías proclama: «Mesmo que o número dos israelitas seja como a areia do mar, o resto é que será salvo; 28porque Deus cumprirá a sua palavra sobre a Terra com plenitude e rapidez». 29E ainda como Isaías havia predito: «Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado uma descendência, ficaríamos como Sodoma e tornar-nos-íamos como Gomorra».
O erro de Israel 30O que diremos então? Os pagãos, que não procuravam a justiça, alcançaram a justiça, mas a justiça que vem da fé; 31ao passo que Israel procurava uma lei que lhe trouxesse a justiça, mas não conseguiu essa lei. 32Porquê? Porque não a procurou através da fé, mas através das obras. Esbarraram na pedra de tropeço, 33conforme diz a Escritura: «Eis que eu ponho em Sião uma pedra de tropeço, uma pedra de escândalo; mas quem acreditar nela não será confundido».
-------------------------------------------reflexão-------------------------------------------- 9,1-5: Nos capítulos 9-11, Paulo analisa a situação do povo de Israel, procurando responder à difícil questão: «Não é uma contradição o facto de o próprio povo escolhido, portador da História da salvação, ter rejeitado Jesus e se ter excluído da salvação?» Este problema escandalizava judeus e pagãos e comprometia o êxito do Evangelho. 6-13: Os privilégios ou promessas de Deus a Israel não falharam. O verdadeiro Israel, herdeiro das promessas, não são os filhos carnais de Abraão, mas aqueles que têm fé, como ele teve. Além disso, Deus escolhe quem Ele quer para o colocar ao seu serviço, a fim de assegurar a realização do seu projecto na História.
14-29: Neste texto não devemos procurar uma doutrina fatalista sobre a predestinação. Paulo apenas salienta os imprevisíveis chamamentos de Deus, que age soberanamente, escolhendo homens e povos como instrumentos do seu projecto. Ao escolher, Deus é soberanamente livre; não é obrigado nem a ter misericórdia nem a punir. Isto não quer dizer que Deus seja injusto. Um vaso reclama contra o oleiro? Pode o homem pedir contas a Deus? Os profetas anunciaram tanto a salvação dos pagãos como a eleição de Israel. 9,30-10,4: Ao procurar a salvação numa Lei, os judeus entraram num beco sem saída: não foram capazes de observar nem de compreender que a finalidade e realização dessa Lei era Jesus Cristo. Os pagãos, sem o instrumento da Lei, passaram directamente para a fé em Jesus Cristo; Ele é a finalidade e realização da Lei: Ele é o único apoio seguro para se alcançar a salvação.
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António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO VIII

CAP. VIII - RM - 1-39 e reflexão sobre os versículos 8 A vida no Espírito
1Agora, porém, já não existe nenhuma condenação para aqueles que estão em Jesus Cristo. 2A lei do Espírito, que dá a vida em Jesus Cristo, libertou-nos da lei do pecado e da morte. 3Deus tornou possível aquilo que para a Lei era impossível, porque os instintos egoístas tornaram-na impotente. Ele enviou o seu próprio Filho numa condição semelhante à do pecado, em vista do pecado, e assim condenou o pecado na sua carne mortal. 4Deus fez isto para que a justiça exigida pela Lei se realizasse em nós, que vivemos segundo o Espírito e não sob o domínio dos instintos egoístas. 5Os que vivem segundo os instintos egoístas inclinam-se para os instintos egoístas; mas os que vivem segundo o Espírito inclinam-se para aquilo que é próprio do Espírito. 6Os desejos dos instintos egoístas levam à morte; enquanto os desejos do Espírito levam à vida e à paz. 7De facto, os desejos dos instintos egoístas estão em revolta contra Deus, porque não se submetem à Lei de Deus; e nem podem, 8porque os que vivem segundo os instintos egoístas não podem agradar a Deus. 9Uma vez que o Espírito de Deus habita em vós, já não estais sob o domínio dos instintos egoístas, mas sob o Espírito, pois quem não tem o Espírito de Cristo não Lhe pertence. 10Se Cristo está em vós, o corpo está morto por causa do pecado, e o Espírito é vida por causa da justiça. 11Se o Espírito d’Aquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vós, Aquele que ressuscitou Cristo dos mortos também dará a vida aos vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito que habita em vós. 12Portanto, irmãos, nós somos devedores, mas não dos instintos egoístas para vivermos de acordo comeles. 13Se viveis segundo os instintos egoístas, morrereis; mas se com a ajuda do Espírito fazeis morrer as obras do corpo, vivereis.
Filhos e herdeiros 14Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15Vós não recebestes um Espírito de escravos para recair no medo, mas recebestes um Espírito de filhos adoptivos, por meio do qual clamamos: Abbá! Pai! 16O próprio Espírito assegura ao nosso espírito que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros com Cristo, uma vez que, tendo participado nos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória. Esperando um mundo novo — 18Penso que os sofrimentos do momento presente não se comparam com a glória futura que deverá ser revelada em nós. 19A própria Criação espera com impaciência a manifestação dos filhos de Deus. 20Entregue ao poder do nada — não por sua própria vontade, mas por vontade d’Aquele que a submeteu — a Criação abriga a esperança, 21pois ela também será liberta da escravidão da corrupção, para participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Sabemos que toda a Criação tem gemido e sofrido dores de parto até agora. 23E não somente ela, mas também nós, que possuímos os primeiros frutos do Espírito, gememos no íntimo, esperando a adopção, a libertação do nosso corpo. 24Na esperança, já fomos salvos. Ver o que se espera, já não é esperar: como se pode esperar o que já se vê? 25Mas, se esperamos o que não vemos, é na perseverança que o aguardamos. 26Do mesmo modo, também o Espírito vem em auxílio da nossa fraqueza, pois nem sabemos o que nos convém pedir; mas o próprio Espírito intercede por nós com gemidos inefáveis. 27E Aquele que sonda os corações sabe quais são os desejos do Espírito, pois o Espírito intercede pelos cristãos de acordo com a vontade de Deus.
O projecto de Deus 28Sabemos que todas as coisas concorrem para o bem dos que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu projecto. 29Aqueles que Deus antecipadamente conheceu, também os predestinou a serem conformes à imagem do seu Filho, para que Este fosse o primogénito entre muitos irmãos. 30E aqueles que Deus predestinou, também os chamou. E aos que chamou, também os tornou justos. E aos que tornou justos, também os glorificou.
Ninguém pode impedir o projecto de Deus 31O que nos resta dizer? Se Deus está a nosso favor, quem estará contra nós? 32Ele não poupou o seu próprio Filho, mas entregou-O por todos nós. Como não havia de nos dar também todas as coisas com o seu Filho? 33Quem acusará os escolhidos de Deus? É Deus quem torna justo! 34Quem condenará? Jesus Cristo? Ele que morreu, ou melhor, que ressuscitou, que está à direita de Deus e intercede por nós? 35Quem nos poderá separar do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição, a fome, a nudez, o perigo, a espada? 36Como diz a Escritura: «Por tua causa somos entregues à morte o dia inteiro, somos considerados como ovelhas destinadas ao matadouro». 37Mas, em todas estas coisas somos mais do que vencedores por meio d’Aquele que nos amou. 38Estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o presente nem o futuro, nem os poderes 39nem as forças das alturas ou das profundidades, nem qualquer outra criatura, nada nos poderá separar do amor de Deus, manifestado em Jesus Cristo, nosso Senhor. -----------------------------------------------reflexão----------------------------------------8,1-13: A libertação do homem foi realizada por Cristo não como acto vindo de fora, mas como obra que se realiza a partir de dentro. Cristo encarnou, trazendo o Espírito de Deus para dentro da própria condição humana, que é dominada pelo egoísmo. Deste modo, o homem pode seguir a Cristo que passou da morte para a ressurreição, passando do egoísmo para a doação de si aos outros. A entrada do Espírito de Deus no homem, através de Cristo, determina uma renovação, pela qual o homem sente, pensa e age conforme a vontade de Deus. Em lugar da lei dos instintos egoístas, surge a «lei do Espírito que dá a vida». Trata-se de um novo dinamismo interior que, com a própria força de Deus, liberta o homem da tirânica «lei do pecado e da morte». Em lugar do pecado ou egoísmo, que determina o ser e o agir do homem, existe agora o Espírito ou Amor; em lugar da morte, existe a vida. A unidade entre querer o bem e realizá-lo é recomposta. A situação desesperadora do homem é superada. Com isso, as relações sociais podem ser refeitas e a estrutura social injusta e opressora pode ser vencida. 14-17: Contrapondo-se ao egoísmo, a acção do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Pai a Deus, pois somos seus filhos. E isto é a base para as relações sociais recompostas: o clima de família alastra-se, porque todos são irmãos. A herança prometida por Deus aos «que são guiados pelo Espírito» consiste em participar no Reino. Mas isto implica a seriedade de um testemunho, como o de Jesus Cristo. 18-27: A luta contra o egoísmo é possível para aqueles que entraram no âmbito do Espírito. Esta luta não terminou, mas está em contínuo processo: vivemos na esperança de conseguir a vitória final. Este anseio é universal e expressa-se nos clamores da Natureza e do homem. A Natureza espera ser libertada do uso egoísta, para ser partilhada e colocada ao serviço de todos. Os homens esperam ser libertos de toda a exploração e opressão que escravizam os seus corpos, a fim de sempre mais se colocarem gratuitamente ao serviço dos irmãos. Entretanto, a salvação plena é uma realidade futura e inimaginável. Cegos pelo sistema egoísta, muitas vezes não conseguimos ver o caminho. É o clamor do Espírito que nos dirige então, orientando-nos conforme a vontade de Deus. 28-30: O projecto eterno de Deus é predestinar, chamar, tornar justo e glorificar a cada um e a todos os homens, fazendo com que todos se tornem imagem de seu Filho e se reúnam como a grande família de Deus. O projecto não exclui ninguém. Mas o homem é livre: pode aceitar ou recusar tal projecto, pode escolher a vida ou a morte, salvar-se ou condenar-se. 31-39: Como o amor de Deus, manifestado em seu Filho, nada mais temos a temer: nem dificuldades, nem perseguições, nem martírio, nem qualquer forma de dominação. Nada poderá desfazer oque Deus já realizou. Nada poderá impedir o testemunho dos cristãos. E nada poderá opor-se à plena realização do projecto de Deus.
segue-se Capítulo IX António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO VII

CAP. VII - RM - 1-25 e reflexão sobre os versículos 7 O cristão liberto da Lei
1Ou não sabeis, irmãos, — falo a pessoas competentes em matéria de lei — que a lei tem domínio sobre alguém só enquanto ele vive? 2Por exemplo: a mulher casada está ligada por lei ao marido enquanto este vive; mas, se ele morre, ela fica livre da lei conjugal. 3Por isso, enquanto o marido está vivo, se ela se tornar mulher de outro homem, será chamada adúltera. Mas, se o marido morre, está livre em relação à lei, de modo que não será adúltera se casar com outro homem. 4Meus irmãos, o mesmo acontece convosco: pelo corpo de Cristo, morrestes para a Lei, a fim de pertencerdes a outro, que ressuscitou dos mortos, e assim produzirdes frutos para Deus. 5De facto, quando vivíamos submetidos a instintos egoístas, as paixões pecaminosas serviam-se da Lei para agir em nossos membros, a fim de que produzíssemos frutos para a morte. 6Mas agora, morrendo para aquilo que nos aprisionava, fomos libertos da Lei, a fim de servirmos sob oregime novo do Espírito, e não sob o velho regime da letra.A lei e o pecado 7Que diremos então? Que a Lei é pecado? De modo nenhum! Mas eu não teria conhecido o pecado se não existisse a Lei, nem teria conhecido a cobiça se a Lei não tivesse dito: «Não cobiçarás». 8Mas o pecado aproveitou a ocasião desse mandamento e despertou em mim toda a espécie de cobiça, porque, sem a Lei, o pecado está morto. 9Antes eu vivia sem a Lei; mas, quando veio o mandamento, o pecado reviveu, 10e eu morri. O mandamento que devia dar a vida tornou-se para mim motivo de morte. 11Porque o pecado aproveitou a ocasião do mandamento, seduziu-me e, através dele, matou-me. 12A Lei é santa e o mandamento é santo, justo e bom. 13Então uma coisa boa transformou-se em morte para mim? De modo nenhum! Foi o pecado que fez isso. Pois o pecado, através do que é bom, produziu em mim a morte, a fim de que o pecado, por meio do mandamento, aparecesse em toda a sua gravidade.
A força do pecado
14Sabemos que a Lei é espiritual, mas eu sou humano e fraco, vendido como escravo ao pecado. 15Não consigo entender nem mesmo o que faço; pois não faço aquilo que quero, mas aquilo que mais detesto. 16Ora, se faço o que não quero, reconheço que a Lei é boa; 17portanto, não sou eu que faço, mas é o pecado que mora em mim. 18Sei que o bem não mora em mim, isto é, nos meus instintos egoístas. O querer o bem está em mim, mas não sou capaz de fazê-lo. 19Não faço o bem que quero, mas o mal que não quero. 20Ora, se faço aquilo que não quero, não sou eu que o faço, mas é o pecado que mora em mim. 21Assim, encontro em mim esta lei: quando quero fazer o bem, acabo por encontrar o mal. 22No meu íntimo, eu amo a Lei de Deus; 23mas vejo nos meus membros outra lei que luta contra a lei da minha razão e que me torna escravo da lei do pecado que está nos meus membros. 24Infeliz de mim! Quem me libertará deste corpo de morte? 25Sejam dadas graças a Deus, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor. Assim, pela razão sirvo a Lei de Deus, mas pelos instintos egoístas sirvo a lei do pecado.
---------------------------reflexão------------------------------------------------------------1-6: Paulo repete o seu pensamento, usando agora uma comparação. Quando morre o marido, a mulher fica livre da lei que a unia a ele. Com o cristão sucede a mesma coisa: pelo baptismo fica livre da Lei, pois morreu com Cristo para o pecado e ressuscitou para uma vida nova. Os «instintos egoístas» (literalmente «carne») são os desejos e projectos do homem fechado no seu egoísmo, fonte de todos os pecados: é a vida do homem voltado para si mesmo, colocando tudo ao serviço dos próprios caprichos e interesses. Daí nasce a corrupção das relações humanas e a promoção de um sistema social que institucionaliza as relações injustas, nas quais um homem explora e oprime o outro. O regime novo do Espírito é precisamente o contrário: a exemplo de Jesus Cristo, o homem não vive já para si, mas para Deus e para o bem do outro. O projecto de Deus, que é justiça e fraternidade entre os homens, torna-se o projecto de uma nova ordem social, e esta supera o sistema injusto. 7-13: A Lei de Moisés é santa, justa e boa, porque a sua finalidade é corrigir os erros de uma sociedade injusta e, assim, construir uma sociedade nova. Como lei, porém, ela só pode prescrever isto e proibir aquilo, sem eliminar o egoísmo, o pecado que é a raiz da estrutura social injusta. Pelo contrário, ordenando e proibindo, a Lei dá a consciência dos erros e provoca ainda mais o egoísmo, fazendo com que o homem desobedeça conscientemente à Lei a que deveria obedecer. 14-25: Usando o artifício de falar em primeira pessoa, Paulo convida cada um de nós a olhar para si mesmo e para a sociedade, a fim de descobrir o drama que se desenrola dentro da condição humana. O homem está dividido entre o egoísmo e o amor, entre servir a si mesmo e servir os outros. Mas o egoísmo predomina e, através da presença e da acção de cada um, acaba por alastrar e perverter as relações sociais. A sociedade torna-se então desumana, injusta e perversa. Quem poderá libertar-nos deste «corpo de morte»?
segue-se Capítulo VIII António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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