sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

2ª CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP IV - S. PAULO

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O Apóstolo é testemunha de Cristo
1É este o nosso ministério que nos foi concedido pela misericórdia de Deus; por isso, não perdemos a coragem. 2Dissemos «não» aos procedimentos secretos e vergonhosos, não agimos com astúcia, nem falsificámos a Palavra de Deus. Ao contrário, manifestando a verdade, recomendamo-nos diante de Deus à consciência de cada homem. 3Portanto, se o nosso Evangelho continua obscuro, está obscuro para aqueles que se perdem, 4para os incrédulos, cuja inteligência o deus deste mundo obscureceu a fim de que não vejam brilhar a luz do Evangelho da glória de Cristo, de Cristo que é a imagem de Deus. 5Não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, Senhor. Quanto a nós mesmos é como vos-sos servos que nos apresentamos, por causa de Jesus. 6Pois o Deus que disse: «Do meio das trevas brilhe a luz!», foi Ele mesmo que reluziu em nossos corações para fazer brilhar o conhecimento da glória de Deus, que resplandece na face de Cristo.
Fraqueza do Apóstolo e força de Deus
7Todavia, esse tesouro trazemo-lo em vasos de barro, para que todos reconheçam que esse incomparável poder pertence a Deus e não é propriedade nossa. 8Somos atribulados por todos os lados, mas não desanimamos; somos postos em extrema dificuldade, mas não somos vencidos por nenhum obstáculo; 9somos perseguidos, mas não abandonados; prostrados por terra, mas não aniquilados. 10Sem cessar e por toda a parte levamos no nosso corpo a morte de Jesus, a fim de que também a vida de Jesus se manifeste no nosso corpo. 11De facto, embora estejamos vivos, somos a toda a hora entregues à morte por causa de Jesus, a fim de que também a vida de Jesus se manifeste na nossa carne mortal. 12Deste modo, em nós opera a morte; e, em vós, a vida.
13Animados pelo mesmo espírito de fé, sobre o qual está escrito: «Acreditei, por isso falei», também nós acreditamos e por isso falamos. 14Pois sabemos que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus também nos ressuscitará com Jesus e nos colocará ao lado d’Ele juntamente convosco. 15E tudo isto se realiza em vosso favor, para que a graça, multiplicando-se entre muitos, faça transbordar a acção de graças para a glória de Deus.
A morte é passagem para a vida definitiva
16É por isso que nós não perdemos a coragem. Pelo contrário: embora o nosso físico se vá desfazendo, o nosso homem interior vai-se renovando a cada dia. 17Pois a nossa tribulação momentânea é leve, em relação ao peso extraordinário da glória eterna que ela nos prepara. 18Não procuramos as coisas visíveis, mas as invisíveis; porque as coisas visíveis duram apenas um momento, enquanto as invisíveis duram para sempre.
»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»reflexão««««««««««««««««««««««««««««««««
4,1-6: Escolhido para o ministério da nova aliança, o Apóstolo não pode falsificar o Evangelho em busca de uma glória pessoal. Iluminado por Cristo, ele torna-se, pelo testemunho, luz para iluminar toda a consciência que não se deixa seduzir pelos deuses deste mundo, isto é, pelas forças que pervertem a vida humana.
7-15: A vida de Paulo parece frustração e fracasso diante do êxitoque os novos mestres de doutrina conseguem. O prestígio fácil, porém, não é sinal de Evangelho autêntico. Este provoca sempre conflitos e perseguições, fazendo que a testemunha participe do caminho de Jesus em direcção à morte e à ressurreição. E um primeiro aspecto dessa ressurreição já se manifesta no testemunho vivo da comunidade, que foi gerada pelo testemunho do Apóstolo, cuja fraqueza humana se torna instrumento da força de Deus.
4,16-5,10: Para quem não tem fé, a morte é o fim de tudo. Mas, para quem está comprometido na fé e segue a Jesus, a morte é uma passagem para a dimensão definitiva da vida. O nosso corpo mortal desgasta-se e desfaz-se na vida terrestre; mas, através da ressurreição, Deus leva o nosso ser à vida plena. Paulo emprega uma imagem muito familiar no Oriente: quando retomam a caminhada, os nómadas do deserto desmontam a tenda do acampamento porque o deserto não é a sua moradia estável. O mesmo acontece connosco: este mundo é o lugar onde vivemos e construímos a nossa história, cujo fim é a comunhão e participação na própria vida divina.
A seguir Capítulo V - 2ª carta
António Fonseca

2ª CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP III - S. PAULO

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A comunidade testemunha a autenticidade do Apóstolo
1Vamos começar de novo a fazer recomendação de nós mesmos? Ou precisamos de vos apresentar cartas de recomendação, como fazem alguns? Ou, então, pedir-vos essa carta? 2A nossa carta de recomendação sois vós mesmos, carta escrita em nossos corações, conhecida e lida por todos os homens. 3De facto, é evidente que sois vós uma carta de Cristo, da qual nós fomos o instrumento; carta escrita, não com tinta, mas nas tábuas de carne do vosso coração.
4Esta é a convicção que temos diante de Deus, graças a Cristo. 5Não nos atreveríamos a pensar que esta obra é devida a algum mérito nosso; pelo contrário, é de Deus que vem a nossa capacidade. 6Foi Ele que nos tornou capazes de sermos ministros de uma aliança nova, não aliança da letra, mas do Espírito; pois a letra mata e o Espírito é que dá a vida.
A nova aliança liberta e transfigura
7O ministério da morte, gravado com letras sobre a pedra, ficou tão marcado pela glória, que os israelitas não podiam fixar os olhos no rosto de Moisés, por causa do fulgor que nele havia — fulgor, aliás, passageiro. 8Quanto mais glorioso não será o ministério do Espírito! 9Na verdade, se o ministério da condenação foi glorioso, muito mais glorioso será o ministério da justiça. 10Mesmo a glória que aí se verificou já não pode ser considerada glória, em comparação com a glória actual, que lhe é muito superior. 11De facto, se foi marcado pela glória o que é passageiro, com maior razão há-de ser glorioso o que é permanente.
12Fortalecidos por tal esperança, estamos plenamente confiantes: 13nós não fazemos como Moisés que colocava um véu sobre a face para que os filhos de Israel não percebessem o fim daquilo que era passageiro... 14No entanto, o seu entendimento ficou obscurecido. Sim, até hoje, quando eles lêem o Antigo Testamento, esse mesmo véu permanece; não é retirado, porque é em Cristo que ele desaparece.
15Sim, até hoje, todas as vezes que lêem Moisés, há um véu sobre o seu coração. 16Somente pela conversão ao Senhor é que o véu cai, 17pois o Senhor é o Espírito; e onde se acha o Espírito do Senhor, aí existe a liberdade. 18E nós que, com a face descoberta, reflectimos como num espelho a glória do Senhor, somos transfigurados nessa mesma imagem, cada vez mais resplandecente pela acção do Senhor, que é Espírito.
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3,1-6: O que confirma a autenticidade da missão de um Apóstolo não é uma simples carta de recomendação dada por autoridades externas, mas o testemunho vivo da comunidade, que foi reunida e evangelizada pelo Apóstolo. É assim que se constitui a nova aliança anunciada pelos profetas e escrita pelo Espírito na vida dos homens e dos povos (cf. Jr 31,31-33; Ez 11,19).
7-18: Paulo contrapõe a antiga e a nova aliança. A primeira, que foi concluída por Moisés, tinha valor passageiro e era aliança de morte; de facto, a Lei denuncia o pecado, mas não dá forças para o vencer. Comentando o véu de Moisés (cf. Êx 34,29-35), Paulo afirma que o mesmo véu cobre agora o rosto dos judeus, que absolutizam a aliança antiga e não compreendem ser Cristo a aliança nova e definitiva, que conduz à vida como força de libertação e fonte de liberdade. A luz do Ressuscitado reflecte-se na vida dos fiéis e transfigura-a de forma cada vez mais profunda.
a seguir Capítulo IV - 2ª carta
António Fonseca

2ª CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP II - S. PAULO

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1Por isso, preferi não ir visitar-vos, para não provocar tristeza. 2De facto, se vos causo tristeza, quem me dará alegria? Somente vós, a quem entristeci. 3A finalidade da minha carta era evitar que, ao chegar, eu experimentasse tristeza daqueles que me deveriam proporcionar alegria. Quanto a vós, estou convencido de que a minha alegria é também a alegria de todos vós. 4De facto, quando escrevi, estava tão preocupado e aflito que até chorava; não pretendia entristecer-vos, mas escrevi para que compreendais o imenso amor que vos tenho. 5Se alguém causou tristeza, não foi a mim, mas de certo modo (não vamos exagerar) a todos vós. 6Para tal pessoa, basta o castigo que a comunidade resolveu impor-lhe. 7Mas agora é melhor que lhe perdoeis e o consoleis, para que ele não fique sob o peso de tristeza excessiva. 8Peço-vos, portanto, que deis provas de amor a essa pessoa. 9Realmente, ao escrever-vos, eu queria pôr à prova a vossa obediência e verificar se era uma obediência total. 10A quem vós perdoais, eu também perdoo. Se perdoei — na medida que tinha de perdoar — fi-lo diante de Cristo em vosso favor. 11Deste modo, não seremos enganados por Satanás, pois não ignoramos as suas intenções. 12Cheguei então a Tróade para lá pregar o Evangelho de Cristo. Embora o Senhor me tivesse aberto uma grande porta, 13não tive paz de espírito, pois não encontrei o meu irmão Tito. Por isso despedi-me deles e parti para a Macedónia.
II. GRANDEZA E FRAQUEZA DOS APÓSTOLOS
Quem está à altura?
14Graças sejam dadas a Deus, que nos faz participar do seu triunfo em Cristo e que, através de nós, espalha o perfume do seu conhecimento no mundo inteiro. 15De facto, diante de Deus nós somos o bom perfume de Cristo entre aqueles que se salvam e entre aqueles que se perdem: 16para uns, perfume de morte para a morte; para outros, perfume de vida para a vida. E quem estaria à altura de tal missão? 17Nós não somos como aqueles que falsificam a Palavra de Deus; pelo contrário, é com sinceridade e como enviados de Deus que falamos a respeito de Cristo na vossa presença.
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2,14-17: O Apóstolo relembra o triunfo do Evangelho que se espalha através do testemunho vivo dos missionários. Esse Evangelho apresenta o testemunho de Jesus Cristo, para provocar uma opção decisiva: para a vida ou para a morte, para o verdadeiro sentido da vida ou para uma alienação completa. Quem poderia arrogar-se o direito de exercer tal missão sem ser chamado por Deus?
A seguir Capítulo III - 2ª Carta
António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...