terça-feira, 8 de junho de 2010

Nº 1031 - 9 de JUNHO DE 2010 - SANTOS DO DIA

 

Efrém, Santo
Junho 9   -  Diácono e Doutor da Igreja

Efrén, Santo

Efrém, Santo

Diácono e Doutor da Igreja
Junho 9

Efrém nasceu na cidade de Nísibe, na Mesopotâmia; vindo do paganismo, converteu-se na idade de 18 anos. Tornou-se em breve célebre por sua santidade e doutrina. Tendo sido tomada pelos Persas a cidade de Nísibe, Efrém retirou-se para Edessa, onde viveu a princípio num mosteiro. Pouco depois, começou a levar a vida eremítica. recusou, por humildade, receber a ordem de presbítero, aceitando somente o diaconato. Movido pelo Espírito Santo, passou depois a Cesareia da Capadócia, onde se entregou a profundos estudos para combater as heresias cristológicas e trinitárias na Igreja Síria. Diz São Jerónimo que era tão clara a exposição de Santo Efrém que em algumas Igrejas, depois da leitura da Sagrada Escritura, se liam as suas obras. Os seus escritos adquiriram tal celebridade que lhes mereceram, sendo ainda vivo, ser considerado como doutor da Igreja. Oficialmente, foi proclamado tal pela Igreja em 1920. Compôs vários cânticos em honra da Santíssima Virgem, e dos santos, sendo por isso chamado pelos sírios a Cítara do Espírito Santo. Era muito grande a sua devoção à Mãe de Deus. Finalmente, cheio de virtudes e de méritos, morreu no ano de 373.  www.jesuitas.pt.  Ver também http://es.catholic.net/santoral

 

Amada de Bolonha, Beata
Junho 9   -  Religiosa

Amada de Bolonia, Beata

Amada de Bolonha, Beata

Religiosa

Etimologicamente significa “amada”, da língua latina.
Eram três amigas que decidiram fazer-se monjas por amor a Deus no convento dominicano de Bolonha. As três conheciam a obra e milagres de seu fundador santo Domingo
O próprio Domingo lhe pôs a uma delas o nome de “Amada”. Vistas suas qualidades, a enviou para que reformasse o convento de santo Sixto. Desta rapariga tirou santo Domingo sete diabos.
Cecília era outra das três amigas a quem o santo enviou a reformar outro convento. Havia pedido a Domingo, deitada a seus pés, entrar na Ordem.
As três amigas foram a ver a santa Inês em Bolonha para que as ajudasse na nova fundação. Fizeram Cecília a primeira priora do convento.
Esteve muito tempo neste cargo. Quando já era mais velha, foi-lhe perguntado o que falara com santo Domingo. Recordava dele sua amabilidade com as irmãs e seu pensamento alegre, sua humanidade e sua atenção. 
A mais impressionante das três era
Diana. Era muito guapa e gentil. Deixou tudo para seguir a seu mestre santo Domingo por tê-lo ouvido pregar.
Teve dificuldades para que o pai a deixasse entrar no convento. Afinal, ao ver a vontade de sua filha, o permitiu.
Era muito impulsiva. Quando chegou um dia santo Domingo a visitar o convento, ela lhe disse que queria construir um em Bolonha. Permitiu-lhe, mas entretanto o pai e Diana havia mudado de opinião.
Santo Domingo morreu por aqueles dias. Sua morte a afectou muito. Cedo se fez amiga de Jordão de Saxónia, nomeado superior geral da Ordem. Tinha já a ordem de construção do convento de Bolonha. A amizade dos dois estava baseada não simplesmente na beleza de Diana mas na sua vida espiritual. No fim, com um grupo de amigas recebeu o hábito de mãos do superior geral. As cartas que se escreveram os dois demonstram uma funda espiritualidade. Diana morreu no ano 1236.

¡Felicidades a quem leve estes nomes!
Comentários a P. Felipe Santos:
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• Plácido de Amiterno, Santo
Junho 9 Abade

Placido de Amiterno, Santo

Plácido de Amiterno, Santo

Abade

Etimologicamente significa “ de carácter suave”. Vem da língua latina.
Plácido foi um abade do século XIII. Não sabia nem ler nem escrever e, sem embargo, tinha muita cultura.
Levava todos os dons de sua inventiva pessoal para a escuta dos outros. Soava repetir quando ouvia para o gravar em sua memória.
Desde menino, trabalhou no campo com seus pais em Amiterno. Era já um homem quando pensou que a vida do campo não era a sua.
Partiu numa dessas peregrinações medievais com a intenção de não voltar nunca mais. 
Veio a Santiago de Compostela. Permaneceu na cidade do Apóstolo durante um ano até que voltou a casa. 
Chegou tão enfermo que apenas se podia mover. Não prestava atenção aos médicos. Assim esteve durante cinco anos.
Um dia, sem o esperar, ficou bom. E em seguida empreendeu uma nova peregrinação a Roma.
Passou por sua mente fazer-se ermitão, mas esta vida tampouco era para ele.
Então se meteu a beneditino no mosteiro de são Nicolás. E justamente no ano, passou servir a  igreja de são Nicolás e do Salvador.
Quando sofreu a tentação de uma mulher que ia atrás dele com não muito boas intenções, foi para uma ermida durante doze anos. 
As pessoas começaram a ir a esta gruta em peregrinação. Fundou um mosteiro dedicado ao Espírito Santo com a regra de Claraval. Morreu no ano 1248.

¡Felicidades a quem leve este nome!
Comentários a P. Felipe Santos:
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José de Anchieta, Beato
Junho 9   -  Sacerdote

José de Anchieta, Beato

José de Anchieta, Beato

Jesuita

Um bom menino. De São Cristóvão de Laguna, ma Ilha de Tenerife, a maior das Canárias. Bons pais: João López de Anchieta e Mência Dias de Clavijo e Llorena. pais de doze filhos.Quando o mais velho foi enviado a estudar, na já então velha e famosa Universidade de Coimbra, José, com catorze anos, tinha-se destacado o suficiente em seus estudos para seguir com o irmão. Certamente todos pensavam que uma bela carreira se estava iniciando, como a do Dr. Navarro, seu patrício, homem de importância nos reinos de Espanha. Mas José tinha outros planos. Convivera com os estudantes jesuítas de Coimbra. sabia dos trabalhos de Francisco Xavier no Extremo Oriente. Conhecia uma causa maior do que a politica das grandes potências de então, Portugal e Espanha: a causa de deixar de lado tudo isso para entregar-se seriamente, de coração, a vida toda, a ser útil ao Reino de Deus, reino de Amor e Justiça, Verdade e Paz. José Anchieta, em 1 de Maio de 1551, entrou na Companhia de Jesus. Adoeceu gravemente no Noviciado, os dois anos de experiência severa e prudente a que é submetido o candidato para que seus irmãos fiquem certos de que a decisão de servir, por toda a vida, a missão apostólica de Cristo em qualquer ambiente, às vezes em comunidade, às vezes sozinho – como sozinho morrerá o Grande Xavier às portas fechadas da China – com ou sem recursos, com ou sem instituições e prédios… é a sério. Em 1553 fez os seus votos de obediência, pobreza e castidade para toda a vida. Isto é: – obediência; prometeu dar espírito de corpo, aderir, em tudo o que fosse para bem, jamais no que fosse para mal, a este corpo apostólico da Companhia de Jesus, seguindo as determinações legitimas dos Superiores sobre o lugar, o tempo e o modo de sua missão de evangelizar; – pobreza; prometeu servir-se de qualquer coisa para servir aos outros, nunca para si próprio, e servir aos outros mesmo quando não tivesse nada à mão, a não ser a si mesmo; – castidade: prometeu conservar-se sem a vida bela de casamento, numa dedicação total a todas as pessoas, sem ligar-se exclusivamente a formar uma família. Por isso foi enviado às terras do Brasil, em 8 de Maio de 1553. Sua saúde não era boa. Haveria de melhorar. Quanto à corcunda, consequência de uma enfermidade, era só questão de paciência. Um missionário não precisava de ser belo. Precisava de ser fiel, esperançoso e amar até sem ser amado. Chegou depois de dois meses de viagem. Desembarcou no dia 13 de Junho de 1553, para trabalhar, sem férias, durante 44 bons anos. O Padre Nóbrega, primeiro Superior dos jesuítas no Brasil, mandou-o para os campos do planalto de Piratininga: primeiro professor de Latim no Colégio de São Paulo, cidade que ajudou a fundar em 25 de Janeiro de 1554. Por estas regiões ficaria dez anos. Tinha de ser muita outra coisa, além de professor de Latim. Fez muito serviço braçal e de enfermagem. Estudava Filosofia e Teologia, como ia podendo, para chegar, a seu tempo, ao Sacerdócio. Aprendeu o tupi para ensinar aos indígenas em sua língua nativa. Escreveu gramáticas e vocabulário tupi e mais outros pequenos trabalhos, que ajudaram os demais missionários a lidar com os indígenas da costa brasileira. Foi compreendo os seus indígenas. Quando da Europa vinham pressões para que os habituasse ao teatro em latim, que tanto êxito pedagógico alcançava nos colégios de lá, ele insistia em peças em tupi, ou em versificar em português simples para os pouco cultos colonos portugueses. Deixava o latim para obras mais pessoais: um poema épico em louvor do Governador Mem de Sá, homem realmente bom na administração da jovem colónia, e uma longa declaração de carinho e amor à Virgem Maria, composto quando estava refém de paz entre os Tamóios de Iperoig. Ia rabiscando na areia para ocupar utilmente o tempo. Gravava de cor. Depois o transcreveria, já de volta a são Vicente. A paz tinha sido celebrada. Neste tempo em São Paulo de Piratininga, ainda antes da paz, José de Anchieta dirigiu os tupiquinins na abertura duma nova trilha de acesso ao litoral ao planalto, mais afastada dos ataques dos tamóios. O poeta e gramático tinha olho de engenheiro rodoviário; abriu o caminho do mar que, até à construção da Via Anchieta, foi a estrada entre São Paulo e Santos-São Vicente.

No começo, Anchieta deslumbrava-se com  a fácil conversão dos índios. Depois percebeu que eram apenas sinais de boa vontade e gentileza, nada significando de mais profundo. Era preciso não forçar. Dar tempo ao tempo. Gerar cristãos autênticos seria obra de paciência e de bondade. Nas suas cartas lamentava os baptismos apressados e até coagidos, praticados pelos vigários, e a sua pastoral, que respeitava tão profundamente a pessoa do indígena, foi adoptada por todos os jesuítas missionários do Brasil. A um índio que lhe pedia, estando à morte, o baptismo, negou-lho várias vezes, até convencer-se de que ele não recuperaria. Só baptizava ou crianças indígenas à morte, ou órfãos sem família, a menos que fossem nascidas de pais cristãos. Em 1 de Março de 1565, ajudou Estácio de Sá a instalar-se junto do Pão de Açúcar, na entrada da barra do Rio de Janeiro, para dar combate aos franceses. Seguiu logo depois para a Baia com a missão de relatar a situação e pedir reforços. Em Salvador pôde, em três semestres, dar um acabamento meio precário aos seus estudos. Um seu antigo colega de Coimbra, D. Pedro Leitão, era o segundo Bispo do Brasil, e ordenou-o com muita amizade, pois o admirava sinceramente e o proclamava o melhor missionário jesuíta nestas terras. De volta ao Rio, assistiu aos combates finais, à transferência de São Sebastião do Rio de Janeiro para o Morro do Castelo. O Rio lhe deve, em grande parte, o seu primeiro hospital, único por muito tempo – a Santa Casa de Misericórdia. Voltou a São Paulo como superior de São Vicente e São Paulo. Trabalhou no dicionário e gramática dos «tapuias» Maromimis. Anchieta não era certamente, um purista. mas respeitava os indígenas. Inspirava-se em seus cantos, rituais e danças, para as suas composições. É clara a influência de Gil Vicente, o «dono» do teatro português de então. Nos seus trabalhos em português usava melodias, ritmos e versos populares. Certamente não era um missionário de segunda metade do século XX, com formação antropológica universitária, mas era um cristão pacifico, de bom e honesto coração e duma grande sensibilidade para o próximo, capaz de admirar e aprender até mesmo o uso de ervas com os Pajés. De 1557 a 1587 foi Superior dos jesuítas no Brasil (Provincial). Viajou muito de lá para cá, ao longo da costa, de Olinda a São Vicente. Também Vitória lhe deve a sua Santa Casa de Misericórdia. E as aldeias de indígenas cristãos que fundou, tantas vezes pessoalmente, conservavam o jeito e o traçado das ocaras naturais da terra. Carinho, ervas dos Pajés, o levaram a ser mil vezes enfermeiro, e indígenas e colonos achavam que ele fazia milagres. Sem dúvida realizou o milagre de uma caridade e paciência sem falhas para com tanta gente difícil, perturbada e perturbadora, não por uns poucos dias, mas por toda a sua vida, até ao fim. Não era fácil ser amigo e bondoso, numa terra nova e dura, com  colonos da pior espécie, degredados e aventureiros que não perdiam ocasião de oprimir os indígenas. O Padre José de Anchieta defendia os seus amigos. Foi fiel e incansável nesta defesa. Graças a isto, os indígenas cresceram, e multiplicaram-se. O tupi manteve-se e difundiu-se como «língua geral». Seria o Marquês de Pombal quem inverteria o processo, tornando o indígena “súbdito” do reino e proibindo-lhe a língua, matando a cultura e fazendo dele um «assalariado», dentro de padrões de vida e trabalho que o exterminariam. Os dez últimos anos de Anchieta foram passados em Reritiba, no Espírito Santo. Hoje, a aldeia é sede do município capixaba com o nome de Anchieta, ao sul de Guarapari. O quarto donde ele olhava para as águas do rio Benevento, do alto da colina, atrás da Igreja, onde se vêm os restos do altar em que celebrou as Missas diárias, lá está: é uma simples capelinha onde se pode rezar com muita paz.  Em 9 de Junho de 1597 ele ali morreu, encerrando uma vida que os seus contemporâneos sentiram como extremamente útil. Logo lhe chamaram Santo. Os séculos passaram. A Companhia de Jesus foi expulsa do Brasil, extinta no mundo, excepto na Rússia. Ressurgiu ao serviço da Igreja, e seus Padres e Irmãos voltaram à casa de Anchieta na foz do Benevento. Lá são úteis, criadores de escolas agrícolas populares gratuitas para os filhos dos lavradores, que ali lutam com uma terra maltratada e empobrecida, que precisa de reviver. Em 22 de Junho de 1980, tantos séculos depois, o Papa confirmou o que a voz do povo de Deus já dizia: José de Anchieta viveu e morreu como um cristão exemplar, um santo. Unido a nós na vida do espírito, ele pode rezar por nós, como o fez nesta terra. Ele seguiu e imitou Jesus. O Pai o glorificou. Nós podemos chamar-lhe Bem-Aventurado e contar com  a sua intercessão. É o Beato José de Anchieta. O insigne escritor brasileiro Pedro Calmón chama a José de Anchieta «Condutor de crentes, Bandeirante da Igreja e Soldado do Papa». Por seu lado, o Presidente da Academia das Ciências de Portugal, Dr. Júlio Dantas, descreve-o como «o mais franciscano dos jesuítas, o mais artista dos filantropos… um milagre de poesia, de bondade e de amor». Mais definitivo, porém, é o que disse do «Apóstolo do Brasil», no dia da beatificação, João Paulo II: «Um incansável e genial missionário é José de Anchieta, que aos 17 anos, diante da imagem da santa Virgem Maria, na catedral de Coimbra, fez voto de virgindade perpétua e decidiu dedicar-se ao serviço de Deus. Tendo ingressado na Companhia de Jesus, parte para o Brasil no ano de 1553, onde, na missão de Piratininga, empreende múltiplas actividades pastorais, com o fim de aproximar e ganhar para Cristo os índios das florestas virgens. Ama com imenso afecto os irmãos «Brasis», participa na sua vida, aprofunda os seus costumes e compreende que a sua conversão à fé cristã deve ser preparada, ajudada e consolidada por um trabalho apropriado de civilização, para a sua promoção humana. O seu zelo ardente leva-o a realizar inúmeras viagens, cobrindo distâncias imensas no meio de grandes perigos. Mas a oração contínua, a mortificação constante, a caridade fervente, a bondade paternal, a união íntima com Deus, a devoção filial à Virgem Santíssima – que celebra num longo poema de elegantes versos latinos –, dão a este grande filho de santo Inácio uma força sobre-humana»…  www.jesuitas.ptVer também  http://es.catholic.net/santoral

 

Diana degli Andalò. Beata
Junio 9 Religiosa

Diana degli Andalò. Beata

Diana degli Andalò. Beata

Virgen Dominicana

Diana de Andaló (abreviatura do nome do nobre pai: Andrea Lovello), é uma das mais características e simpáticas figuras das origens da Ordem. Ajudou ao beato Reginaldo a fundar o convento de Bolonha. 
No ano de 1219, quando Domingo se dirigia a Bolonha, Diana junto com outras jovens fez em mãos do bem-aventurado Patriarca a promessa de vida religiosa.
Una vez superada a grande oposição dos familiares que inclusive chegaram a fracturar-lhe uma costela, entrou no mosteiro de Santa Inês, fundado pelo beato Jordão e dele recebeu o hábito.
Se comportou como uma verdadeira mãe com as irmãs e morreu no ano de 1236. Se conservam cinquenta cartas de Jordão de Saxónia dirigidas a ela, que são um formoso testemunho da espiritualidade da Família dominicana e da fraternidade entre frades e irmãs.
Seu culto foi confirmado por León XIII em 8 de Agosto de 1888.

• Ana María Taígi, Beata
Junho 9   -  Mãe de família

Ana María Taigi, Beata

Ana María Taígi, Beata

Mãe de Família e Mística

Sendo farmacêutico em Sena, o seu pai deixou esta cidade para ir instalar-se em Roma, onde esperava ganhar melhor a vida. Mas ele e os seus caíram na pobreza. Ana Maria nascera em 1769. Aos 12 anos, trabalhava em Roma numa sala de lavores; aos 18, contratou-se como criada de quartos; e aos 21, casou-se com Domingos Taígi, criado no palácio dos Chigi. Tiveram sete filhos, sem contar os parentes de Ana Maria que se vieram refugiar em casa deles. «Com os seis escudos que eu ganhava por mês, disse Domingos, teríamos morrido de fome. Graças às orações de minha mulher, nunca tivemos falta fosse do que fosse; por isso deixei-a a rezar quanto ela queria e já não me inquietei com coisa nenhuma». Domingos entrava muitas vezes em casa rabugento; aconteceu-lhe puxar pela toalha e fazer cair a terrina e os pratos; amaldiçoava a vida por o ter enganado e tinha caprichos insuportáveis; Ana Maria não o contradizia e acalmava a tempestade com uma palavra engraçada. Ana Maria foi favorecida com especiais instruções e revelações que exerceram não pouca influência nos Papas do seu tempo. Era serena, afectuosa, ordenada nas suas coisas e sempre alegre. Educou bem os filhos. Todos vieram a dizer que tinham tido uma infância feliz; todos viveram como bons cristãos. Quando do processo de beatificação, veio-se a saber que, desde o dia do casamento até à morte, Ana Maria teve sem interrupção diante dela, um pouco acima da cabeça, um solzinho à volta da santa Coroa de espinhos. Daí lhe vinham sofrimentos contínuos e consolações indizíveis. bastava-lhe alçar os olhos para saber naquele instante quem eram os que tinham necessidade das suas orações. Veio a morrer a 9 de Junho de 1837. Em 1920 foi beatificada por Bento XV.  www.jesuitas.pt

Se tiverem informação relevante para a canonização da Beata Ana, contacte a:
Father Michael Pintacura
U.S.A. Vice Postulator - Taigi
P.O. Box 610313
San Jose, CA 95161-0313

Columba de Iona, Santo
Junho 9   -  Abade

Columba de Iona, Santo

Columba de Iona, Santo

Abade
(7 de Dezembro de 521 - 9 de Junho de 597)

Foi uma destacada figura entre os monges missionários gaélicos que reintroduziram o cristianismo em Escócia a começos da Idade Média.
Infância e juventude em Irlanda
Era filho de Fedlimid and Eithne, do clã Uí Néill, e nasceu em Gartan, perto de Lough Gartan, Donegal. Por linha paterna era descendente de Niall of the Nine Hostages, um rei irlandês do século V. Professou como monge e foi ordenado sacerdote. Segundo a tradição, em 560 viu-se envolvido numa disputa com São Finnian acerca de um saltério. Columba copiou o manuscrito no scriptorium seguindo ordens de São Finnian, que pretendia ficar com a cópia. A disputa foi a causa da batalha de Cúl Dreimhne, que teve lugar em 561, e em que houve numerosas baixas. (A cópia do saltério mencionada nesta história se identifica tradicionalmente com o Cathach de Santo Columba). Como penitência por essas mortes, Columba decidiu marchar como missionário a Escócia para converter a tantas pessoas como haviam morrido na batalha. Se exilou de Irlanda, a onde só regressaria numa ocasião, vários anos depois.
Escocia
En 563 viajó a Escocia con doce compañeros. De acuerdo con la leyenda, desembarcó en la punta sur de la península de Kintyre, cerca de Southend. Sin embargo, como todavía tenía a la vista su tierra natal, se movió hacia el norte, a la costa oeste de Escocia.
En 563 le fue concedida tierra en la isla de Iona, que se convirtió en el centro de su misión evangelizadora entre los pictos. Además de sus tareas dirigiendo el único foco de cultura letrada de la región, adquirió una gran reputación como hombre santo gracias a su actividad diplomática enter las tribus; se cuentan también varias historias de milagros realizados por él en su afán por convertir a los pictos. Visitó al rey pagano Bridei I, rey de Fortriu, en su base de Inverness, y consiguió ganarse su respeto. Desde entonces jugó un importante papel en la política del país.
Fue muy enérgico en su predicación del evangelio y, además de fundar varias iglesias en las Hébridas, trabajó para convertir su monasterio de Iona (la Abadía de Iona) en una escuela para misioneros. Fue un renombrado hombre de letras, al que se le atribuye la composición de varios himnos y la copia de su propia mano de más de 300 libros. Una de las épocas veces, si no la única, que dejó Escocia tras su llegada fue, hacia el final de su vida, cuando regresó a Irlanda para fundar el monasterio de Durrow. Murió en Iona y está enterrado en la abadía que él mismo fundó.
La principal fuente de información sobre la vida de Columba es la Vita Columbae, escrita por Adomnan, noveno abad de Iona, que falleció en 704. Tanto la Vita Columbae como Beda el Venerable refieren la visita de Columba a Bridei. Mientras que Adomnán solo explica que Columba visitó a Bridei, Beda relata una tradición más tardía, quizá de origen picto, según la cual el santo llegó a convertir al rey de los pictos. Otra fuente temprana es un poema en alabanza de Columba, probablemente compuesto también en el siglo VII, que tiene 25 estrofas de cuatro versos de siete sílabas cada uno.

• Luis Boccardo, Beato
Junho 9   -  Canónico e Fundador

Luis Boccardo, Beato

Luis Boccardo, Beato

Fundador das Filhas de Jesús Rei

Nasceu em Moncalieri em 9 de Agosto de 1861. Em 1875 entrou no seminário diocesano; recebeu a ordenação sacerdotal em 7 de Junho de 1884. Seus superiores o destinaram a uma paróquia de Pancalieri, como vice-pároco de seu irmão Juan María. Antes de transcorrer um ano, o beato José Allamano o chamou a exercer o cargo de vice-reitor e pai espiritual do centro de formação de sacerdotes Virgem da Consolação, em Turim, tarefa a que se somou o ensino de várias matérias na escola de teologia do seminário.
El centro de formación de sacerdotes Virgen del Consuelo era una institución concebida y realizada por el teólogo Luigi Guala; los sacerdotes recién ordenados, antes de ser enviados a desempeñar la función de vicarios parroquiales, perfeccionaban allí durante dos años sus estudios, en especial el de materias morales. Casi todos los presbíteros de la archidiócesis se formaron en él; alcanzó su mayor esplendor durante el rectorado de san José Cafasso, de 1849 a 1860. Precisamente en ese centro don Luis formó espiritual e intelectualmente a varias generaciones de presbíteros.
En 1913 murió don Juan María, fundador de las "Hijas Pobres de San Cayetano", dejando a su hermano Luis al frente de la congregación, que ya contaba con numerosas casas en varias regiones de Italia. En 1919 el arzobispo de Turín le encomendó la dirección del Instituto para ciegos, que nadie quería aceptar a causa de la dificilísima situación económica en la que se encontraba. Don Luis no se amedrentó: saneó la economía del Instituto para ciegos y organizó la congregación de las "Hijas Pobres de San Cayetano", construyendo su nueva casa general cerca de la estación de Turín, más accesible y cómoda para las religiosas que debían partir hacia otras partes de Italia.
Además, fundó la sección piamontesa de la Unión apostólica del clero, escribió libros muy apreciados de espiritualidad y vidas de santos (entre ellos, el famoso "Confesión y dirección") y artículos para varios periódicos, predicó ejercicios espirituales, y desempeñó un infatigable apostolado en las cárceles. A él se debió también la fundación de escuelas de religión, que dirigió y en las que enseñó, en un tiempo en que el régimen de Mussolini había prohibido la enseñanza de esta materia en las escuelas públicas.
En 1931, pocos años antes de su muerte, construyó y donó a la archidiócesis el hermoso santuario de Jesucristo Rey y Sacerdote, el primero del Piamonte en difundir esta devoción propuesta por el Papa. Al año siguiente fundó la rama contemplativa de las Hijas Pobres de San Cayetano, las "Hijas de Jesús Rey", religiosas invidentes de vida contemplativa, que aún hoy mantienen vivo el ideal de entregarse totalmente al Señor en la oración por todos los hombres.
Las características más sobresalientes de la figura del canónigo Luis Boccardo son: el amor al sacerdocio y la solicitud por los sacerdotes, en especial por los más jóvenes, por cuyo bienestar espiritual y físico, y por cuya formación moral y cultural se preocupó concretamente; la "pastoral del ambiente", o sea, la vida y el testimonio del sacerdote en todos los lugares y en todas las situaciones diarias; y la atención a los discapacitados, en quienes veía el corazón herido de Cristo y, en él, el sentido y el significado de su misma existencia y vocación.
Murió el 9 de junio de 1936. El 14 de abril de 2007 fue beatificado por el Papa Benedicto XVI. 
Se tiverem informação relevante para a canonização do Beato Luis, contactar a:
Congregazione della Sacra Famiglia
Via Giovanni Piamarta, 6
25121 Brescia, ITALY
Reproducido con autorización de
Vatican.va

Primo e Feliciano, Santos
Junho 9   -  Irmãos Mártires

Primo y Feliciano, Santos

Primo e Feliciano, Santos

Santo Primo e Santo Feliciano, irmãos, nasceram em Roma, ilustres por seu sangue e por sua fé.
Acusados por cristãos ante os imperadores Diocleciano e Maximiano, foram presos e encarcerados; mas o anjo do Senhor os livrou da prisão. Aos poucos dias, por não haver querido adorar a estátua de Hércules, os açoitaram cruelmente e fez separar, levando a Primo ao cárcere, e ficando ali Feliciano, ao qual recomendou que olhasse por sua velhice. "Vê Jesus Cristo por ela -respondeu Feliciano- oitenta anos tenho, e trinta há que o Senhor me alumiou para dedicar-me a Ele totalmente».
Mandou-o o juiz açoitar, e depois o fez cravar num pau; e, fazendo trazer a Primo diante de si, lhe disse que seu irmão estava já mudado; mas Primo lhe respondeu que «sabia que seu irmão estava firme na confissão de Cristo».
Finalmente, depois de vários martírios, foram degolados no dia 9 de Junho ano do nascimento do filho de Deus de 303.

http://es.catholic.net/santoral  e   www.jesuitas.pt

Recolha, transcrição e tradução parcial de algumas biografias por António Fonseca

Nº 1030 (…) – 8 de Junho de 2010

 

 

NOTA PRÉVIA

Caros Amigos:

Hoje dia 8 de Junho de 2010, coloco 4 “postagens”.

A primeira é como habitualmente a descrição de biografias de vários Santos que se comemoram neste dia, conforme vêm discriminados nos sites http://es.catholic.net/santoral e www.jesuitas.pt (ou melhor) transcritas do livro SANTOS DE CADA DIA editado pelos Jesuítas…e incluí ainda parte dos nomes de milhares de mártires na Ásia (China, Japão, etc,)

A segunda é exclusivamente centrada na biografia publicada no livro acima indicado, sobre BEATA MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, a qual decidi publicar na íntegra…porque a achei interessante (não no termo de «engraçada…» mas sim no de SANTIDADE…), evidentemente…

A terceira (também proveniente do mesmo livro) é dedicada à biografia das 9 Irmãs gémeas SANTA MARINHA, SANTA VITÓRIA, SANTA GENEBRA, SANTA LIBERATA ou VILGEFORTE, SANTA EUFÉMIA, SANTA MARCIANA ou MAREJANA, SANTA BASÍLICA, SANTA GERMANA E SANTA QUITÉRIA… . Principalmente no que concerne aos nº 1 e 2 da referida biografia, que muito me apaixonaram, apesar de bastante longas…

Finalmente esta NOTA PRÉVIA,,, que curiosamente será a última ser colocada e não a primeira!!!

Desculpem-me “qualquer coisinha” por favor. Obrigado. António Fonseca

Nº 1030 - (2) – 8 DE JUNHO DE 2010 – SANTOS DO DIA

 

NOVE IRMÃS GÉMEAS (*)

SANTA MARINHA, SANTA GENEBRA, SANTA VITÓRIA, SANTA EUFÉMIA,

SANTA MAREJANA (ou marciana), SANTA GERMANA, SANTA BASÍLIA, SANTA QUITÉRIA e

SANTA LIBERATA (ou VILGEFORTE)

Celebrando-se hoje na arquidiocese de Braga a memória facultativa de Santa Quitéria, transferimos para este dia a «notícia» geral que traz sobre as nove irmãs gémeas o “Ano Cristão” do Padre Croiset (tradução do Padre Matos Soares), no dia 18 de Julho, sob o título: «Santa Marinha, Virgem e Mártir». Damos,  tirando-a da mesma obra, a «notícia» sobre santa Quitéria, que pertence a 8 de Junho.  O mesmo «Ano Cristão», no dia 16 de Agosto, acrescenta que as relíquias de Santa Eufémia, uma das nove irmãs, se encontram na cidade de Orense desde meados do século XII; e diz ainda, a 20 de Julho, que neste dia se comemorava Santa Liberata ou Vilgeforte.

1) SANTA MARINHA, Virgem e Mártir (mais oito irmãs)

Nenhum documento existe com valor histórico sobre a vida desta santa. O Martirológio Romano faz comemoração dela neste dia, dizendo que foi martirizada na Galiza. Os Bolandistas dizem que foi martirizada junto de Orense. Não queremos privar os leitores duma das mais interessantes criações da imaginação popular sobre hagiografia. Refere-se ela ao nascimento e vida de nove irmãs, uma das quais era Marinha. Reproduzimos o que em 1722 publicou o monge beneditino de Pombeiro, Frei Bento de Ascensão.

«Pelos anos da era de Cristo, 120, nasceu Santa Quitéria na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império Romano, a qual se compunha de parte da antiga Lusitânia e de parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga. Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito ilustres, porém idólatras e gentias. O Altíssimo, por um milagre da sua Providência, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu ventre, nove meninas contra a ordem comum dos partos. Completos os nove meses, Cálcia (na ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano, que andava viajando pela península) deu à luz as nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Vendo-se Cálcia mãe de nove filhas, dadas à luz dum só parto, dominada pela superstição, ou pelos prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar; por isso, que causa horror até às mesmas feras. Para se subtrair às sátiras do mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma. Comunica o seu execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido o parto, a Cita, devota donzela e cristã oculta, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite, saísse do paço e fosse mergulhar as nove meninas em um dos poços do rio Este, que corre nos subúrbios de Braga. Querendo, pois, e determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de grandes males tirar grandes bens, inspirou no coroação da virtuosa Cita o desejo de salvar a vida do corpo, e dar a vida às almas de tão belas e formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução o seu piedoso intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a santo Ovídio, arcebispo de Braga, (ver 3 de Junho), o qual, administrando-lhes o sacramento do Baptismo, lhes pôs os nomes seguintes: Genebra, Vitória, Eufémia, Marinha, Marejana, Germana, Basília, Quitéria e Liberata ou Vilgeforte, como outros lhe chamam. Depois que as santas meninas foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva Cita procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o santo Arcebispo de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do corpo, como ao desenvolvimento do espírito. A religiosa educação, que as nove meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades do mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus  Cristo. A sua vida virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das nove meninas. Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham, estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento e a bárbara determinação de sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma, por meio do sagrado Baptismo; em agradecimento de tão grandes benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de todo o mundo e habitar juntas na mesma casa, como em clausura, para assim melhor servirem e agradarem a Deus, resistirem com maior fortaleza aos seus inimigos, e crescerem, mais na virtude e na castidade com o exemplo umas das outras. Obtida a aprovação e consentimento do Santo Arcebispo Ovídio, a quem respeitavam e obedeciam, como seu mestre, director e pai, viveram alguns anos, estas amantes esposas de Jesus Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas na sua casa, como em um convento, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida de cada uma um raro espelho de santidade, para todos os cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra coisa, senão na sua santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas passavam naquele retiro. Todos se admiravam de que – entre tanta formosura e outros dons da natureza – houvesse tanta virtude, tanto recolhimento, resguardo e cautela. Abrasadas estas santas meninas no fogo do amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas voto de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele soberano Senhor que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as livrara da morte, que sua mãe lhes mandara dar, criando-as e sustentando-as até ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e empregando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquele tenra idade, estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos corpos, e abrasadas nas almas com as chamadas da caridade e com o fogo do Amor Divino.

Esta foi a criação e a virtuosa vida destas nove irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu, imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os serafins no amor, e finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença do seu Divino Esposo, por meio da ilustre palma do martírio, e para o conseguirem  dirigiam ao céu fervorosas súplicas. Estas foram atendidas e os seus desejos satisfeitos. Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo. Em Braga e mais terras sujeitas ao Império Romano, se publicou solenemente, mandando-se nele com pena de morte, que se adorassem os ídolos e extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou ás mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com ordens terminantes para obrigarem os fieis a adorarem os falsos ídolos,  e quando eles não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os castigos. Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e becos de Braga, dirigiam-se à casa onde viviam as nove irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens, certificados de que elas eram cristãs, levaram-nas presas à presença do Régulo Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide, situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância da praça de Valença. Com muita alegria caminhavam as santas meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de ainda as não reconhecer por suas filhas, ficou logo muito impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das nove donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes perguntas relativas à sua pátria, pais e religião que professavam, e se estavam resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam os imperadores, adorando os deuses imortais, conservadores do seu império. Santa genebra tomou a palavra e respondeu em nome de todas: «A nossa pátria, senhor, é a cidade de Braga; se desejais saber de onde descendemos, podereis acreditar que em nossas veias circula o sangue da principal nobreza desta província; pois que todas somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte… Enquanto à religião que professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com  quem nos desposamos pelo Baptismo; e que todas estamos resolvidas e prontas a dar o sangue das próprias veias pela confissão do seu Santo Nome, ainda que à custa dos maiores tormentos». Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu nascimento, e o modo porque escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo ciente da sua criação, dos seus propósitos e de resolução em que todas perseveravam firmes, e concluiu dizendo: «Aqui estamos na tua presença; dispõe de nós como melhor te parecer”. E tanto ela como as irmãs ficaram com uma aprazível e celeste serenidade. Não há termos com que se possa explicar a impressão que esta notícia produziu no coração do Régulo bracarense. Recorda-se de algumas coisas passadas, que o movem a acreditar o que ouvira… Atílio muda de cor por diferentes vezes… Não pôde encobrir a inquietação que sente dentro do peito… Suspende logo o acto judicial, e manda retirar os ministros, ficando só com  as meninas e com Cita, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia, sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a Genebra. Cálcia fica cheia de confusão e medo, e ainda mais, quando ouve da boca de Cita, o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida ás almas daquelas inocentes… Cálcia não se atreve a negar, antes confessa como tudo tinha sucedido. Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe soltaram as rédeas aos afectos naturais… Abraçam, uma por uma, as ternas meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade e arte para as persuadir que, abjurando o Cristianismo, adorassem os ídolos… Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas, o amor e desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém, as nove meninas, com uma firmeza e constância inabalável, desprezaram todas as promessas, e permaneceram firmes na sua resolução. Vendo o Régulo frustrados todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram a fim de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, à força dos tormentos mais esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império. Serenou Cálcia estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de rogos, que se lhes desse algum tempo para considerarem aquilo que deviam escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de serem reconhecidas por suas filhas e destinadas para esposas dalguns mancebos nobres, formosos e ricos, e de comum acordo as deixaram sós, encerradas em um dos salões do seu palácio.

Depois que seus pais se retiraram, as nove meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe suplicaram com toda a candura das suas almas angélicas, que lhes inspirasse o modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições; nem temerem a morte, que por instantes as esperava. As suas preces foram prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão; desce um Anjo do Senhor, que vem confortar as suas fieis esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que estão, de apostatar da religião santa, lhes intima da parte de Deus a ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção que o Senhor lhe inspirar. O mesmo anjo, que lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém desse fé da ausência delas. Caminharam, todas juntas por algum tempo, por entre as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedidas, santa Liberata, levantando as mãos e os olhos ao céu, proferiu a seguinte súplica: «Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas em um dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida da graça, pedimo-Vos, Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra». Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé responderam: Ámen.Deram os últimos abraços umas às outras, em sinal de recíproco amor, e como quem se despedia para se não tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas meninas, dirigindo-se cada uma para onde o divino Esposo as encaminhou, e apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa Quitéria, com  algumas pessoas que a acompanhavam: todas as mais conseguiram evadir-se para diferentes terras.

SANTA MARINHA: – Foi encaminhada pelo Divino Espírito para a Galiza. Aí, depois de ter servido a uma lavradeira, perto da cidade de Orense, foi depois perseguida por ser cristã. Primeiramente a açoutaram até lhe dilacerarem as carnes. Em seguida foi descarnada com pentes de ferro. depois encarcerada em uma escura masmorra, sendo aí visitada e curada por um anjo. Queimaram-lhe depois as costas e os peitos com  ferros em brasa, e prendendo-a de pés e mãos a lançaram num tanque de água donde, saindo milagrosamente livre, foi metida em uma fornalha embravecida com chamas, as quais, separando-se para os lados, nem sequer a tocarem levemente. Foi por isso degolada em  Águas Santas, perto da cidade de Orense, na Galiza, onde El-rei D. Afonso, o Magno, mandou edificar uma Igreja dedicada ao seu culto.

SANTA GENEBRA: – Esta santa padeceu pelo Divino Redentor e foi martirizada no ano 130. Diz-se que o seu martírio fora na antiquíssima cidade de Tide e que esta extinta cidade existiu perto de Valença do Minho e fora a capital dentre Lima e Minho. Nada se sabe do seu martírio.

SANTA LIBERATA: – Esta santa retirou-se para o deserto e padeceu o martírio da cruz, uns dizem que em Miragaia, no Porto, outros que em Castelo Branco, e o padre Cardoso, no seu Dicionário Geográfico, diz que fora em Águas Santas, uma légua para o norte da cidade do Porto (e que actualmente pertence ao concelho da Maia…), no sítio onde rebentou uma fonte chamada santa, pelos efeitos milagrosos com que eram beneficiados os doentes que a ela concorriam.

SANTA EUFÉMIA: – Retirou-se para as serras do Gerês, onde viveu dois anos. depois, sendo perseguida por causa de Cristo, foi presa, açoutada e em seguida encerrada em um cárcere e aí milagrosamente curada por um anjo. Depois, pendurada pelos cabelos numa figueira. Em seguida, precipitada duma alta penedia na mesma serra, e por fim degolada. As suas preciosas relíquias conservam-se na Sé de Orense.

SANTA MARCIANA (ou MAREJANA): Diz-se que esta santa padecera o martírio na cidade de Toledo – Espanha, no ano de 155.

SANTA BASÍLICA: – São três as opiniões dos autores sobre o lugar do martírio desta santa. Uns afirmam  que padecera em Sirmo, antiga cidade de Betisa; outros, que fora martirizada na Síria; e Cerqueira Pinto é de opinião que esta santa padecera o martírio com algumas das irmãs em Águas Santas, junto ao Porto.

SANTA GERMANA: Uns dizem que esta santa fora martirizada na África, e outros, em Águas Santas. Nada se sabe a tal respeito.

SANTA QUITÉRIA: – Foi martirizada no monte Pombeiro, junto de Margaride (Felgueiras).

2) Santa Quitéria, Virgem e Mártir

«Santa Quitéria nasceu em Braga. seu pai era pagão; por isso empregava todos os esforços para a afastar da religião cristã. Umas vezes eram carícias, outras ameaças. Tudo, porém, foi baldado. A jovem Quitéria, não podendo suportar por mais tempo os maus tratos de seu crudelíssimo pai, fugiu de casa, em direcção a uma montanha próxima, onde por muito tempo levou uma vida toda angélica, entregando-se à contemplação. Mereceu de Deus a graça de andar sempre visivelmente acompanhada do seu Anjo Custódio, com  quem frequentemente falava. Além disso, tinha colóquios não menos frequentes com outros Anjos. Nesta feliz vida lhe ia decorrendo a existência, até que, finalmente, um Anjo lhe anunciou a aproximação do tempo suspirado em que emigraria para o Esposo. Exultando com a mensagem, Quitéria abandonou a montanha, asilo abençoado onde escapou ás tempestades do século, e, voltando à casa paterna, encontrou dois nobilíssimos jovens que pretendiam a sua mão. A santa menina, que tinha já consagrado a sua virgindade ao Esposo celeste, Jesus, recusou-se a tal. Por isso, mandada carregar de cadeias por seu cruel pai, foi empurrada para uma enxovia. Mas eis que um Anjo desce a confortá-la e, enquanto mutuamente se recreiam em suavíssimos colóquios, uma luz celeste e penetrante banha o cárcere. Era a Virgem-Mãe que, cortejada por níveos coros de virgens e radiante multidão de espíritos angélicos, trazia um vaso de aromáticos perfumes, derramando-os abundantemente sobre Quitéria. Ofereceu-lhe, além disso, uma cruz e um anel, significando aquela a vitória que dentro em breve ganharia sobre os inimigos, este os desposórios espirituais com Jesus. E Nossa Senhora desapareceu. Então o anjo manda-a sair do cárcere e oferece-se simultaneamente para a acompanhar ao monte columbário, lugar que o Senhor destinara para teatro do seu martírio. Saiu Quitéria e dirigiu-se para o Monte Pombeiro em (Margaride – Felgueiras) já atrás citado. No cume do mesmo havia uma capelinha dedicada ao Príncipe dos Apóstolos. Aí Quitéria, juntamente com outras virgens, entregou-se à oração e aos jejuns, dispondo-se desta forma para receber a coroa do martírio. Mas Atílio, seu pai, e Germano, um dos jovens pretendentes à sua mão, vendo-se iludidos pela fuga da virgem, enviaram servos a procurá-la, com  ordens para, caso a encontrassem, lhe aconselharem o regresso à casa paterna e o casamento. Após muitas pesquisas, Quitéria foi encontrada. Seu pai, ardendo de ira, mandou-a decapitar por um tal Dumas, apóstata. O renegado trespassou com inúmeros golpes o corpo virginal de Quitéria. O seu corpo sagrado foi sepultado pelos cristãos na capela de S. Pedro».

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Recolha efectuada ao longo de dois dias, (num total de cerca de 4 horas para escrever e compor o texto – incluindo também a biografia da IRMÃ MARIA DO DIVINO CORAÇÂO) por António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...