domingo, 13 de junho de 2010

Nº 1035 - 13 DE JUNHO DE 2010 - SANTOS DO DIA

 

 

António de Lisboa, (e de Pádua) Santo
Junho 13   -  Presbítero e Doutor da Igreja

 

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Antonio de Lisboa (e de Pádua ) Santo

Presbítero e Doutor da Igreja

Um  dos santos que mais cativaram o coração e as estima do povo cristão foi Santo António. Chama-se-lhe, segundo a frase famosa de Leão XIII, «o santo de todo o mundo»; mas é conhecido, amado e invocado preferentemente pelo povo humilde, que vislumbrou nela o distribuidor dos tesouros celestiais e o protector decidido dos interesses dos pobres. A história, principalmente a mais abriga biografia do santo Lisboeta ou Paduano, conhecida pelo nome de Assídua, dá-nos em síntese um perfeito esboço do mesmo. Escassas e imprecisas são as notícias dos primeiros biógrafos sobre o berço e a infância do santo. Nenhum deles indica o ano do nascimento, que modernamente podemos colocar em 1191 ou 1192. Foram seus pais, Martinho de Bulhões e Teresa Taveira. Segundo o mais antigo biógrafo, nasceu em Lisboa, cidade «situada nos confins da terra», numa casa que tinham seus pais junto e ao norte da , em cujo baptistério recebeu as águas baptismais a oito dias do nascimento, sendo-lhe imposto o nome de Fernando. Os seus anos juvenis perpassaram no seio da família, transformado no encanto dos pais, por ser o primogénito e por parecer dotado de boa índole, probidade e integridade de costumes. Desde a sua mais tenra idade, professou especial devoção para com a Virgem Santíssima, a quem se consagrou e escolheu como preceptora, guia e sustentáculo da sua vida e morte. O historiador Súrio diz que ele visitava amiúde as Igrejas e mosteiros da cidade e que era compassivo com os pobres, a quem socorria nas necessidades. Juntamente com a formação religiosa, pensaram seus pais em educar intelectualmente o filho, confiando-o aos desvelos do mestre-escola da catedral, para que o iniciasse nos rudimentos da gramática, retórica, música, aritmética e astronomia, matérias que integravam o plano de estudos das escolas catedralícias daquele tempo. Dizem os seus biógrafos que o santo foi acometido na juventude pela violência das paixões; acrescentam, porém, que o «santo jovem nunca, nem por um instante, se rendeu às exigências» do mal. Estas crises passionais, que assaltam a juventude e para muitos jovens são um princípio duma vida de pecado, foram para o santo a pedra de toque que o moveu a encaminhar-se por outras sendas que estivessem ao abrigo do demónio da impureza. Daí a sua decisão de entrar no mosteiro de S. Vicente de Fora, situado nas cercanias de Lisboa e habitado por homens dignos de honra pela sua piedade, como eram esse Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Dois anos morou o santo neste mosteiro, até que, devido ás frequentes visitas de pessoas de família e amigos, que lhe perturbavam a paz e o recolhimento, pediu para ser mudado para a casa-mãe de Coimbra, na qual entrou aos 17 anos. Aqui levou vida tão fervorosa, que os antigos biógrafos asseguram ter nesta altura escalado Fernando os cimos da santidade. O intenso trabalho espiritual unia-se ao dos estudos. Ainda que muito amplos, tendiam só a assegurar o conhecimento mais perfeito da Sagrada Escritura. Atendendo ao ambiente politico-religioso do mosteiro de santa Cruz durante os tempos em que morou lá o santo, tiramos a conclusão de que a sua santidade e ciência foram mais produto da graça e do esforço pessoal, do quer imposições do meio ambiente. Numa atmosfera de lutas, intrigas e defecções dolorosas, vivia o jovem Fernando entregue à oração e ao estudo. Lá foi ordenado sacerdote em 1220. Todavia, mais de uma vez sonhou na possibilidade de abraçar outro género de vida mais perfeito, ao abrigo do ruído do mundo. A vida simples dos pobrezinhos, filhos de S. Francisco de Assis, do ermitério de Santo António dos Olivais, em Coimbra, atraiu-o irresistivelmente. Teve Fernando o seu primeiro contacto com esses frades ao hospedarem-se no mosteiro os futuros protomártires franciscanos de Marrocos, na sua passagem por Coimbra, quando se dirigiam para a África. Além disso, os frades dos Olivais vinham ao  mosteiro à procura de esmolas; atendia-os o jovem monge que, segundo o testemunho do padre Manuel Azevedo, tinha a seu cargo a hospedaria. A este cenóbio foram depois trazidos os corpos dos primeiros mártires de Marrocos. Que impressão causaram na alma de Fernando os despojos mortais daqueles intrépidos soldados da fé? Despertaram nele o desejo de se consagrar ao apostolado entre infiéis e morrer mártir de Cristo. Era impossível realizar os seus sonhos enquanto permanecesse em Santa Cruz de Coimbra, porque o mosteiro não tinha, no seu programa de vida, as missões entre infiéis e ele só podia levá-los a cabo no caso de professar numa ordem como a franciscana, mas para efectuar esta passagem tinha de contar com a autoridade dos superiores de ambas as Ordens (cf. S. Berardo e cc. mm., 16 de Janeiro).

Um  dia, segundo o costume, os fradinhos de Santo António dos Olivais vieram ao mosteiro à procura de esmola, e Fernando, em segredo, confiou-lhes o seu propósito, dizendo-lhes: «Irmãos, receberia com entusiasmo, o hábito da vossa Ordem se me prometêsseis enviar-me, logo a seguir, à terra de sarracenos a fim de participar da coroa dos santos mártires». Eles deram-lhe a palavra e fixaram para a manhã seguinte a entrada na Ordem Franciscana. Naquela noite, segundo o biógrafo mais autorizado, arrancou Fernando, com muito custo, e à força de insistência, a licença do prior do mosteiro. Com o fim de vencer dificuldades por parte da família  e dalguns monges de Santa Cruz, combinou-se que Fernando mudasse o nome para António, que era o titular do ermitério onde residiam os franciscanos, e foi combinado ainda que fosse mandado quanto antes para a terra de infiéis. A cerimónia da imposição do hábito ao novo candidato foi rápida e simples, pois o prior, o mosteiro, a diocese e todo o reino estavam sob interdito imposto pelo arcebispo de Braga; neste estado, estava proibida a celebração pública tanto da santa Missa com o do ofício divino. No verão de 1220 vestia António a libré franciscana e nos princípios de Novembro desembarcava em Marrocos. Terrível doença o reteve todo o Inverno na cama e os superiores da missão julgaram conveniente repatriá-lo como medida de convalescença. Com esta intenção embarcou; mas um vento forte impeliu o navio para oriente, obrigando-o a atracar nas costas da Sicília. António refugiou-se no convento franciscano perto de mesma e dali, sem qualquer incumbência oficial, foi para o Capitulo Geral convocado para Assis pelo seráfico Fundador, que começou a 20 de Maio de 1221. António passou inadvertido no meio daquela multidão, de maneira que, terminado o Capitulo, ficou às ordens do Ministro geral. A pedido do santo,  o provincial da Romanha levou-o consigo. E do mesmo conseguiu ele licença para se retirar ao ermitério do Monte Paulo para consagrar-se à solidão. Aquela alma privilegiada não devia, no entanto, viver só para si, mas ser útil e proveitosa para os outros. E não tardou que se apresentasse a oportunidade de se revelar ao mundo, pregando um sermão em Forli, nas têmporas de Setembro de 1221, diante dos religiosos franciscanos e dominicanos que foram ordenados sacerdotes. A pedido do Superior falou, e de tal maneira que todos ficaram maravilhados com a torrente de sabedoria que brotava dos seus lábios. Aquela intervenção de António surpreendeu agradavelmente o provincial, que pensou em dedicá-lo imediatamente ao apostolado. O seu primeiro campo de acção apostólica foi a Romanha, região afectada pelos hereges cátaros e patarinos. António entrou na liça com eles, pondo em actividade todas as reservas espirituais acumuladas anteriormente na solidão e os seus extensos conhecimentos teológicos e bíblicos. Em Rimini encontrou forte oposição nos hereges, que impediam o povo de assistir aos sermões. Então recorreu o Santo à eficácia do milagre. Diante da apatia do público pela palavra de Deus, foi à costa do Adriático e começou a pregar aos peixes, dizendo: «Ouvi a palavra de Deus, vós peixes do mar e do rio, já que a não querem escutar os infiéis hereges». Falando ele assim, acudiram peixes em multidão mostrando as cabeças fora da água. Este milagre despertou grande entusiasmo na cidade, ficando os hereges envergonhados. Foi tão eficaz a acção apostólica de António contra eles, que os antigos biógrafos chamaram-lhe incansável martelo dos hereges. Passados uns anos de apostolado eficaz, foi nomeado professor de teologia. Informado S. Francisco da sabedoria e santidade que tinha, e convencido da necessidade de estudo dos seus frades para mais completo desenvolvimento da Ordem, enviou-lhe a seguinte carta: «A frei António, meu bispo, frei Francisco, saúde em Cristo: Apraz-me que interpreteis aos demais frades a sagrada teologia, contanto que este estudo não apague neles o espírito da santa oração e devoção, segundo os princípios da regra. Adeus». Com o beneplácito do santo fundador, foi Santo António o primeiro Leitor de teologia que teve a Ordem franciscana. Pouco durou esse magistério no estudo dos franciscanos de Bolonha, pois as necessidades gerais da Igreja reclamaram a sua presença para converter os hereges; mas, apesar do apurado zelo e da actividade incansável, a heresia mostrava-se cada dia mais pujante. Diante de tal perigo, mobilizou o Papa todos os pregados que – por zelo, ciência e santidade de vida – fossem capazes de lançar-se a uma cruzada eficaz de apostolado, a fim de convencer os hereges da falsidade da sua doutrina. Entre os escolhidos figurava Santo António.

O primeiro campo de batalha foi Mompilher (Monpellier), onde ensinou António a sagrada teologia aos religiosos da sua Ordem; daí passou a Tolosa (Toulose) para exercer o mesmo ministério, que alternava com o apostolado entre o povo. «Dia e noite – diz Assídua – tinha discussões com os hereges; punha-lhes com grande clareza o dogma católico; refutava vitoriosamente os preceitos deles, revelando em tudo ciência admirável e força suave de persuasão que penetrava na alma dos seus contrários». De Tolosa passou o santo a Le Puy, Bourges, Limoges e Arles. Por causa de ocupar o cargo de custódio de Limoges, viu-se obrigado a assistir ao Capítulo Geral convocado por frei Elias, em Assis, para 30 de Maio de 1227, no qual foi eleito António ministro provincial de Romanha, cargo que desempenhou com êxito até ao ano de 1230. Por fins de 1229, mandou-o Deus a Pádua, diz Rolandinho - «dos confins da Hespéria e dos países do ocidente, isto é, das terras da Galiza, a Sevilha e Lisboa – o homem religioso e santo, célebre pelas suas virtudes e conhecimento literários, arca do Antigo Testamento e forma do novo e, se me é lícito usar esta expressão, poderoso em obras e palavras. Este habitou com os seus irmãos em Pádua; mas espiritualmente habitava o céu». Por indicação do cardeal de Óstia, dedicou-se ali António à composição de sermões para todas as festividades dos principais santos e para os domingos do ano. A solidão e o retiro do convento de Arcella, junto de Pádua, convidavam ao recolhimento e ao estudo necessários para levar a termo a composição duma obra de tão vastas proporções. Também se lhe atribuem uma exposição do Saltério e algumas outras obras. Ao chegar a Quaresma, suspendeu António o estudo para dedicar-se de novo à pregação. Era tão vivo o zelo a devorar-lhe o coração, que se propôs pregar durante os 40 dias contínuos da Quaresma, o que levou a cabo, apesar da hidropisia maligna que o afligia. Era tanto o entusiasmo do povo, que se lançava sobre ele para lhe cortar pedaços do hábito. Com o fim de impedir cenas destas, foi disposto que, terminado o sermão, desaparecesse António ocultamente ou saísse escoltado por um piquete de homens valentes que impedissem a aproximação. Consumido pelo esforço e pela enfermidade, retira-se Santo António à solidão de Arcella, em Camposampiero. Aí, a doença que o afligia anunciou o fatal desenlace. recebidos os santos sacramentos, cantou a Nossa Senhora ao mesmo tempo que fixava o olhar num ponto luminoso, invisível para os então presentes, esboçando nos lábios um sorriso beatifico. O religioso que assistia perguntou-lhe na intimidade que era o que via, ao que respondeu o santo: «Vejo o meu Senhor». Depois estendeu os braços, juntou as palmas das mãos em atitude humilde e dialogou com os religiosos a reza dos salmos penitenciais. Ao terminar , entrou em profundo êxtase que durou meia hora; voltando a si, fitou pela última vez os presentes, sorrindo-lhes, e a sua alma santíssima, desligada dos laços da carne, foi absorvida nos abismos dos resplendores divinos. Era sexta-feira, dia 13 de Junho de 1231. logo que expirou, as crianças de Pádua correram a cidade gritando: «Morreu o santo! Morreu santo António!». Deus quis glorificar-lhe o sepulcro operando por sua intercessão grande número de milagres, o que levou as autoridades eclesiásticas a pensar em canonizá-lo. Fê-lo o papa Gregório IX, quando não tinha ainda passado um ano a contar da sua  morte. O mesmo Gregório IX concedeu-lhe então a missa de Doutor, que ininterruptamente foi celebrada na sua festa. Pio XII fez-se intérprete da tradição de séculos quando, no dia 16 de Janeiro de 1946, o proclamou Doutor da Igreja, atribuindo-lhe o título de Doutor Evangélico, por meio da Carta Apostólica que principia com  o seguinte elogio: «Alegra-te, feliz Lusitânia; salta de júbilo, Pádua ditosa, pois gerastes para a terra e para o céu um varão que bem pode comparar-se com um  astro rutilante, já que brilhando, não só pela santidade de vida e gloriosa fama de milagres, mas também pelo esplendor  que por todas as partes derrama a sua celestial doutrina, alumiou e ainda continua alumiando o mundo inteiro com luz fulgidissima». Santo António não perdeu actualidade e a sua memória é evocada constantemente pelo povo cristão, que vê nele o santo que ressuscita os mortos, que sara as enfermidades, que foi dotado com o dom de bilocaçao, que falou aos peixes, que converteu os hereges, que alivia o bolso dos ricos em proveito dos pobres necessitados, que assegura e multiplica as provisões, que suaviza os obstáculos que dificultam contraírem-se matrimónios, que encontra as coisas perdidas e que amigavelmente conversa com o Menino Jesus. A experiência quotidiana ensina que Santo António não desilude nunca a esperança dos devotos, confiados no seu valimento diante do trono do Altíssimo. Ocorrendo em 1981 os 750 anos a partir da morte de Santo António, foi aberto no mês de Janeiro o seu túmulo. Apareceu o esqueleto sem carne mas muito bem conservado, faltando-lhe apenas o antebraço esquerdo e o maxilar inferior, que em séculos passados lhe foram tirados para relíquias. Da análise do esqueleto, levada a cano pelos métodos mais modernos da electrónica, conclui-se que o santo: não viveu só 36 anos como até agora se pensava, mas 39 e nove meses; tinha de altura 1,68 m; era de perfil nobre, de corpo pouco robusto; a saliência nos ossos dos joelhos mostra que devia passar longas horas a rezar ajoelhado; o desenvolvimento dos ossos das pernas é sinal de ter andado muito. Em 1934 foi declarado padroeiro de Portugal, como já era considerado há muito. Com permanente presença honrosa na literatura e arte popular portuguesa, Santo António foi sempre o padrinho dos seus portugueses que, não tanto no título de igrejas paroquiais mas em muitíssimas capelas e muitíssimos altares, o veneraram sempre com fé das suas almas e o esplendor dos seus festejos. Na oratória portuguesa, prestou-lhe grande homenagem o Padre António Vieira, em nove dos seus geniais sermões. Nem faltaram também a honrá-lo igualmente a escultura, a pintura, a poesia, a música e o típico folclore português. Costuma-se-lhe rezar o seguinte responso em verso:

Se milagres desejais / recorrei a santo António. Vereis fugir o demónio / e as tentações infernais.

Pela sua intercessão / Foge a peste, o erro, a morte; O fraco torna-se forte / e torna-se o enfermo são.

Recupera-se o perdido / rompe-se a dura prisão; E, no auge do furacão / cede o mar embravecido.

Todos os males humanos / Se moderam, se retiram; Digam-no os que o viram / Digam-no os Paduanos.

V. Rogai por nós, bem-aventurado Santo António. R. Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.

ORAÇÃO Deus eterno e todo-poderoso, que destes ao vosso povo em santo António de Lisboa um pregador insigne do Evangelho e um poderoso intercessor nas suas necessidades, concedei que pelo seu auxilio, sigamos fielmente os princípios da vida cristã para merecermos a vossa protecção em todas as necessidades. por Nosso Senhor Jesus Cristo. Ámen.  www.jesuitas.pt  Ver também http://es.catholic.net/santoral

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Fândila, Santo
Junho 13 Mártir

Fandila, Santo

Fândila, Santo

São Fândila nasceu em Espanha, em Cádis, no principio do século IX, no tempo da ocupação muçulmana. Depois dos estudos em Córdova, apaixonou-se pelo desejo de vida religiosa e entrou no mosteiro de Tabán. Como se impunha pela santidade de vida e dava exemplo das mais altas virtudes, os religiosos do mosteiro vizinho de São Salvador pediram que ele aceitasse ser capelão deles. Apesar da resistência viva, foi elevado à dignidade sacerdotal, o que não o impediu de continuar as penitências, vigílias e orações, e de se aplicar à humildade e à prática de todas as virtudes. Abrasado pelo zelo ardente pela defesa da fé, apresentou-se um dia diante do juiz e pregou-lhe energicamente a doutrina do Evangelho. Descobrindo os erros de Maomé, declarou-lhe que todos os que aderiam a esta religião seriam castigados com suplícios eternos. O juiz mandou logo prendê-lo e deu conta do incidente ao rei. Este, arrebatado por tal afronta, deixou-se levar duma ira tão violenta que, excedendo toda a moderação, mandou prender o bispo, chacinar os cristãos e vender-lhes as mulheres em  leilão. Felizmente, os governadores, reconhecendo não haver nenhuma proporção entre esta sentença e a causa que a provocara, não a puseram em execução. Unicamente foi preso e executado S. Fândila. Cortaram-lhe a cabeça e o corpo foi dependurado duma forca na margem do rio. isto passou-se pelo ano de 852.  www.jesuitas.pt  Ver também http://es.catholic.net/santoral

Gerardo, Santo
Junho 13 Monge

Gerardo, Santo

Gerardo, Santo

Irmão de Bernardo de Claraval (Clairvaux)

Etimologicamente significa “lança atrevida”. Vem da língua alemã.
São Bernardo de Claraval, o grande reformador da espiritualidade de todo o Medievo, logrou que toda sua família abraçasse o estado da vida religiosa.
Gerardo era um jovem aguerrido e sonhava ir a combater na guerra. Numa das batalhas caiu mal ferido.
Essa situação, nova em sua existência ardorosa e cheia de ilusões, o fez mudar muito. E dando-lhe voltas a sua cabeça e aos desejos de seu coração, pensou que o melhor era dedicar-se a amar a Deus e ao próximo. Pediu permissão para entrar em Claraval.
Sua grande dificuldade radicava em que não sabia ler nem escrever. Mas como na vida todos fazemos falta, o abade lhe concedeu o que ansiava.
Era um bom homem a que iam bem os negócios e a actividade no trabalho.
São Bernardo, com sua atinada inteligência e sua grande virtude, lhe confiou o cuidado material do mosteiro, a administração das coisas temporais, a organização da comunidade e todo o imenso trabalho das vinhas e da adega.
Ainda que não soubesse nada de letras, sem embargo, Deus lhe havia dado dons naturais e um sentido comum extraordinário para todo o que lhe ordenassem
Além disso, era um homem honesto a carta cabal no trato com todo o mundo. Se fiavam de suas palavras e não andava com adulações estúpidas que não conduzem a nenhum lado.
Se pode dizer que se revelou grande nas coisas pequenas. E não há que pedir-lhe mais peras à arvore. Cada um é quem é. Morreu antes de cumprir os 50 anos.
São Bernardo chorou amargamente a morte de seu irmão. Era o ano 1138.
¡Felicidades a quem leve este nome!

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Aquilina de Síria, Santa
Junho 13   -  Mártir

Aquilina de Siria, Santa

Aquilina de Síria, Santa

Mártir

Etimologicamente significa “águia, sem lábio”. Vem da língua grega.
Quando a simplicidade vai de par com o espírito de infância, teu coração se humaniza. Brecha luminosa em teu caminho, teu canto se eleva a Deus: "Tu que dás de comer a pássaros e fazes crescer os lírios do campo, concede-nos alegrarnos con lo que tú nos colmas, y que esto nos baste".
Los emperadores romanos no sabían a ciencia cierta qué hacer con esta fuerza pujante del cristianismo. No podían ni soñar que cuantos más morían, más cristianos surgían dentro de su imperio.
Era para ellos la principal preocupación. Fue el caso de esta niña inocente llamada Aquilina.
Había nacido en Biblis de Palestina, Asia Menor. Por suerte para ella, unos misioneros abanderados del Resucitado, pasaban por allá.
Ella, al verlos, les dijo que estaba preparada para recibir el bautismo porque amaba mucho a Jesús.
Los misioneros escucharon su petición. La bautizaron. Apenas se hubo hecho cristiana, s entregó a ayudar a la gente resplandeciendo ante todos, a pesar de su edad, por su pureza y candidez.
Pero la persecución se notaba ya en el ambiente. Iba a empezar en seguida.
El emperador, enterado por su policía deque había una chica cristiana, que era una joya, mandó que la llevasen ante su presencia.
Y la historia se repite. La condujeron a los dioses para que ofreciera sacrificios.
Ella se negó en rotundo. Entonces, sin entrañas ni amor, mandó que la degollaran. Era el 13 de junio del año 304.
¡Felicidades a quien lleve este nombre!

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Mariana Biernacka, Beata
Junho 13   -  Laica Mártir

Mariana Biernacka, Beata

Mariana Biernacka, Beata

En el día de la fiesta de San Anthonio de Padua, gran figura de la cristiandad, el calendario litúrgico también cita una figura de nuestro tiempo.
Ésta es Mariana Biernacka (1888-1943), una de los 108 mártires polacos del nazismo que Juan Pablo II beatificó el 13 de junio de 1999, durante uno de sus viajes a Polonia.
La historia de esta mujer, es muy similar a la de Maximiliano Kolbe, franciscano, quien fue canonizado por Juan Pablo II.
En Naumowicze, Grodno (Polonia), esta viuda nacida Ortodoxa y conversa al Catolicismo a la edad de 17 años, se ofreció a ser ejecutada en lugar de su de su nuera que estaba embarazada.
Con este gesto de amor, Mariana con cincuenta y cinco años de edad, el 13 de junio de 1943 salvó dos vidas de la barbarie de la guerra.
Para ver más sobre los 108 mártires Polacos durante la segunda guerra mundial haz "click"
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Recolha, transcrição e tradução parcial por António Fonseca

sábado, 12 de junho de 2010

1034 - (2) – 12 DE JUNHO DE 2010 - NOSSA SENHORA DO SAMEIRO

 

NOSSA SENHORA DO SAMEIRO

Festa da Coroação  -  (Braga)

 

O Monumento da Imaculada

A 8 de Dezembro de 1854, definiu solenemente o Papa Pio IX que «a Bem-aventurada Virgem Maria no primeiro instante da sua Conceição foi, por graça e privilégio singular de Deus todo-poderoso e em vista dos merecimentos de Jesus Cristo Salvador do género humano, preservada e imune de toda a mancha da culpa original».

A devoção a Nossa Senhora da Conceição, tão querida a todo o mundo católico, e de modo particular a Portugal, do qual é Padroeira, adquiriu com este solene acto do Magistério eclesiástico novos esplendores. Imenso foi o júbilo de todos os bons cristãos; numerosos foram os monumentos erectos para comemorar este triunfo de Maria. Passados sete anos, em Setembro de 1861, num passeio ao alto do Monte Sameiro, a 10 kms da cidade primaz, um culto e fervoroso sacerdote bracarense, Padre Martinho António Pereira da Silva, teve a inspiração de erigir, naquelas alturas, um monumento em honra da Conceição Imaculada de Maria, à semelhança de tantos outros levantados por esse mundo fora. Exposto o projecto aos amigos e a muitas pessoas devotas de Maria, de todos recebeu calorosa aprovação. Para adquirir os meios indispensáveis organizou uma Comissão. O lançamento e bênção da primeira pedra processou-se a 14 de Junho de 1863, pois em igual data de 1637, o Sínodo de Braga, presidido pelo Arcebispo D. Sebastião de Matos de Noronha, jurou solenemente crer e defender sempre o privilégio da Imaculada Conceição de Maria, que só passados mais de dois séculos haveria de ser definido como dogma de fé. Presidiu à cerimónia o Deão da Sé Primaz que, no seu eloquente discurso, proferiu estas palavras: «É, por certo, aqui onde estará bem colocado o trono da Rainha do Céu e da terra! É deste lugar que um monumento, mais perene que o bronze, bradará, por assim dizer ao céu e à terra, que a bem-aventurada Virgem Maria, por uma graça singular de Deus omnipotente, em vista dos merecimentos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, foi preservada e inteiramente isentas, desde o primeiro instante da sua Conceição, de toda a mancha do pecado original». O monumento veio a constar de um amplo quadrado no centro do qual se erguia uma coluna encimada por uma bela estátua de mármore da Imaculada Conceição, esculpida pelo artista italiano, radicado em Portugal, Emídio Carlos Amatucci. Passados seis anos, a 29 de Agosto de 1869, último Domingo do mês em que então se celebrava a festa do Imaculado Coração de Maria, foi o monumento inaugurado e benzido pelo Arcebispo D. José Joaquim de Azevedo e Moura. Durou 14 anos, pois a 9 de Janeiro de 1883, ruiu, ou por acção de um raio, ou por deficiência da construção, ou, mais provavelmente, por acto criminoso dos inimigos da Igreja. No ano seguinte, começaram as obras para o novo monumento, que veio a ser inaugurado com uma nova estátua, passados dois anos, a 9 de Maio de 1886. Esta segunda estátua transitou para o terceiro monumento, que agora se encontra na esplanada em frente da Basílica, inaugurado a 13 de Junho de 1954, na conclusão do II Congresso Mariano Nacional. Ao lado, e de iguais proporções, ergue-se o monumento ao Coração de Jesus, edificado pelo Apostolado da Oração e inaugurado a 13 de Julho de 1930. Como o da Imaculada, foi substituído por outro de maiores proporções – o actual – inaugurado também a 13 de Junho de 1954.

O Templo do I Concílio Vaticano

Projectou o mesmo Padre Martinho a erecção de uma capela, perto do monumento da Senhora da Conceição, a fim de comemorar o I Concílio Vaticano e a Infalibilidade Pontifícia nele definida. A 19 de Junho de 1873, dirigiu a Comissão um apelo a todos os portugueses: «Entre os assinalados feitos que ilustram o gloriosíssimo Pontificado do actual Vigário de Cristo, o nosso Santíssimo Padre o Papa Pio IX, dois sobretudo o tornarão para sempre memorável nos fastos da Igreja; são a definição dogmática da Imaculada Conceição da beatíssima Virgem e a celebração do Sacrossanto Concilio Ecuménico Vaticano. Para comemorar o primeiro e perpetuar sua recordação nas idades futuras, já por iniciativa da religiosa cidade de Braga se erigiu, em nome de todos os portugueses, o monumento que se eleva na eminência do Monte do Sameirotrata-se agora de levantar, junto deste padrão da glória da Virgem, outro monumento que sirva de memória do  Sagrado ConcílioConsistirá o novo monumento numa espaçosa Capela que se edificará na mesma eminência do Monte SameiroSerá dedicada a capela à Santíssima Virgem Imaculada na sua Conceição, debaixo de cujo patrocínio foi convocado o Concilio Ecuménico e aberto no dia da sua festividade. O altar maior será dedicado em honra da Imaculada Conceição, e os dois laterais em honra do Patriarca S. José, Patrono da Igreja católica, e do Príncipe dos Apóstolos, S. Pedro, primeiro Vigário de Cristo, cabeça visível da Igreja, que sempre vive e fala na sua imortal cadeira pela boca infalível do seu sucessor». No sábado, 28 de Agosto de 1880, sete anos após a bênção da primeira pedra, foi benzida a nova capela, que no dia seguinte devia receber a imagem de Nossa Senhora da Conceição (a chamada Senhora do Sameiro), esculpida em Roma e benzida pelo Papa Pio IX, a 22 de Dezembro de 1876. Depressa se notou que esta ermida, pela exiguidade das suas proporções, não condizia com a grandiosidade do Santuário, nem albergava os fiéis que continuamente visitavam a Mãe de Deus. Por isso, dez anos mais tarde, no dia 31 de Agosto de 1890, na tradicional peregrinação anual, foi solenemente colocada a primeira pedra para o novo templo, que é o actual remodelado, com o enorme zimbório e continuado com a vasta cripta. Na festa da Imaculada Conceição de 1964 foi elevado por Paulo VI à categoria de Basílica. O seu novo altar de granito polido tinha sido sagrado a 12 de Julho de 1941 e a cripta do Imaculado Coração de Maria veio a ser inaugurada a 17 de Junho de 1979. Em frente da Avenida do Padre Martinho destacam-se as estátuas dos quatro maiores doutores marianos: S. Cirilo de Alexandria (30/8/1959), Santo António de Lisboa (8/12/1959), S. Bernardo (29/5/1960), Santo Afonso Maria de Ligório (28/8/1960). O amplo e moderno edifício do Centro Apostólico «Mater Ecclesiae» é o pólo orientador e dinamizador de toda a vida católica da Diocese, e foi construído para comemorar o primeiro centenário da fundação do Sameiro e o Concílio Vaticano II.

Farol de Luz

No tempo da grave crise religiosa que afectou Portugal no fim do século XIX e no primeiro quartel do século XX, o Sameiro aparece como centro de convergência, de orientação e apoio de todas as forças católicas da Nação contra o indiferentismo, o liberalismo e a perseguição religiosa reinante. D. António Bento Martins Júnior, Arcebispo de Braga desde 29/9/1932 até 19/8/1963, escreveu a 5 de Maio do ano da sua morte: «Se é certo que a devoção à Santíssima Virgem e ao Mistério da sua Imaculada Conceição foi sempre o enlevo do povo português, especialmente do povo do Minho, berço da nossa nacionalidade, não é menos verdade que, no passado século, quando Portugal era vítima dos ataques do mal, o Sameiro surgiu como um novo farol, a galvanizar a alma da gente lusa… Com força sempre crescente, se vão sentindo atraídas para este lugar as almas dos fiéis que, angustiados, sobem, esta montanha para implorar o auxílio de Maria. O movimento de piedade aumentou em ritmo tão intenso que o Sameiro pode considerar-se um centro de piedade mariana e eucarística donde, na roda do ano, as almas sobem aos milhares suavemente, por Maria até Jesus». O Sameiro é a confirmação da profecia que a humilde donzela de Nazaré proferiu na casa de sua prima Isabel: «Todas as gerações me proclamarão bem-aventurada» (Lc 1, 48). De Maio de 1955 a igual mês do ano seguinte, entrou na Basílica um milhão de pessoas. Se contarmos aqueles que, sobretudo nos dias de peregrinação, vão ao Santuário mas não conseguem entrar no templo, podemos calcular em bastante mais de um milhão o número de fiéis que já nesse ano subiu ao Sameiro. Desde então, a afluência de peregrinos aumentou muito, de modo que o Sameiro se tornou o principal Santuário do Norte e o segundo maior de Portugal, logo depois de Fátima. Mas o que sobretudo conta é o movimento de piedade: a regeneração, purificação e santificação contínua das almas, por meio de Maria. Aqui se registam, estimulam, e vivificam todas as manifestações de piedade: oração, penitência, confissões, comunhões, missas, casamentos, baptizados, retiros espirituais, concentrações, congressos. É, como alguém escreveu, um «Céu aberto». Aqui se concluíram os Congressos nacionais: I e II Eucarísticos (respectivamente, (1924 e 1974), I e II Marianos (1926 e 1954), e I e III do Apostolado da Oração (1930 e 1957), Catequistico (1932), além de vários Diocesanos. Estes Congressos despertaram a vida católica, galvanizaram as forças do Bem e animaram os fiéis em horas de angústia e desânimo. Aqui os Prelados levantaram corajosamente a voz contra as invectivas do mal.

Os Papas e o Sameiro

Os Papas distinguiram o Sameiro com graças e privilégios, com as suas mensagens e até com a sua presença. Pio IX, o Papa da Imaculada, honrado com uma estátua no principio do escadório, cumulou o Sameiro com graças espirituais e benzeu a imagem do Santuário. O Papa S. Pio X, por meio do Núncio Apostólico de Lisboa, coroou a imagem de Nossa Senhora do Sameiro, a 12 de Janeiro de 1904, no decurso das festas cinquentenárias da definição do dogma da Imaculada Conceição. Foi o acto mais solene de culto prestado até então em Portugal em honra de Maria e a primeira coroação que se fez no nosso país em nome do Sumo Pontífice. Por isso a Diocese de Braga obteve o privilégio de celebrar todos os anos, no dia 12 de Junho, a festa da coroação de Nossa Senhora do Sameiro. Foi Pio XII o primeiro Pontífice que fez ouvir a sua voz no Sameiro, através de uma radiomensagem, a 19 de Maio de 1957: «Portugal já não é visto como um país mártir, mas é julgado nação católica… Para além do alcance dos sentidos , quem não descortina a acção da providência que, na hora oportuna prepara, suscita e acompanha até ao final triunfo, os seus instrumentos? E o Sameiro, Trono da Imaculada, e a Fátima, milagre do carinho maternal de que  se declarou Senhora do Rosáriocentros de oração simples, humilde e penitente – não mostram bem a acção da Providência?» Ao comemorar-se, a 7 de Junho de 1964, o centenário da Fundação do Santuário do Sameiro, dirigiu Paulo VI nova radiomensagem, da qual extraímos estas palavras: «Hoje, concluís, amados filhos e filhas, de um modo tão solene, na presença de todo o Episcopado, a celebração do I Centenário do Santuário do Sameiro… Quanto é consolador para Nós recordar que o Nosso antecessor Pio IX, de memorável memória, depois de enriquecer esse templo de indulgências, benzeu ele mesmo a imagem de Nossa Senhora, que aí tendes diante de vós…». A maior glória e honra do Sameiro foi por certo a visita do Santo Padre João Paulo II, do dia 15 de Maio de 1982, aquando da sua viagem apostólica a Portugal. O santuário reconheceu este favor inaugurando, a 3 de Junho de 1984, um digno monumento ao Papa Peregrino. Devido ao mau tempo, que não permitiu fazer o percurso  de helicóptero, o Santo Padre chegou ao Sameiro com 4 horas de atraso. Depois de, na esplanada fronteiriça ao Santuário, ser saudado pelas Autoridades civis e aclamado pelos jovens, entrou na Basílica, onde ofereceu um ramo de flores a Nossa Senhora e ficou seis minutos de joelhos em recolhida oração diante do Santíssimo Sacramento. Depois de se paramentar, seguiu num jipe branco aberto para o altar na extremidade da Avenida do padre Martinho, num delírio de entusiasmo da multidão. No principio da concelebração, foi saudado pelo Arcebispo D. Eurico Dias Nogueira: «Sede bem-vindo a este recanto mariano do velho Portugal. Aqui se venera, com especial carinho e devoção há mais de 100 anos, a Imaculada Conceição da Santíssima Virgem, em recordação da definição dogmática de tão sublime mistério. A essa feliz memória associou-se, pouco depois, a da Infabilidade Pontifícia, proclamada alguns anos mais tarde. Assim respondia o povo católico de Braga à campanha sectária contra a Igreja no século passado… Bem hajais, Santo Padre! deixai-nos a Vossa preciosa bênção de pai e Pastor Universal. E que as bênçãos maternais da Senhora do Sameirorepresentada na linda imagem benzida pelo Vosso Predecessor Pio IX de santa memória – estejam sempre convosco e o Vosso luminoso pontificado». Depois da proclamação do Evangelho, na concelebração, em que participaram os bispos de Portugal e alguns da Galiza, desenvolveu João Paulo II a doutrina católica sobre a família, terminando com esta súplica:

«Virgem Imaculada, Nossa Senhora do Sameiro, Mãe do “Menino” posto como “sinal de contradição”; junto do Vosso Filho Jesus Cristo, cujas palavras conserváveis e meditáveis no Vosso Coração, dai a todas as famílias de Portugal a graça de saberem ouvir e guardar fielmente a palavra de Deus Mãe do Verbo Divino na Sagrada Família de Nazaré, obtende para estas famílias a harmonia, o amor e a graça! Que nelas nunca seja contradição “o sinal”, nunca seja contradito o amor de Deus misericordioso, manifestado em Jesus Cristo. Ámen».

Ao fim de cerca de 3 horas, finalmente consegui transcrever todo o texto do livro SANTOS DE CADA DIA II, edição de Editorial A. O, de www.jesuitas.pt sobre a comemoração da Coroação de Nossa Senhora do Sameiro, que decorre hoje, 12 de Junho. António Fonseca

Nº 1034 (1) - 12 DE JUNHO DE 2010 - IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

NOTA: Pelo facto de hoje se comemorar o IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA e, embora seja muito longa, decidi transcrever o texto sobre este evento, publicado no livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt, em separado, com o nº 1034 (1) e em seguida vou tentar transcrever o texto também ali publicado sobre NOSSA SENHORA DO SAMEIRO, também com o nº 1034 (2), cujo dia também se celebra hoje. Obrigado. António Fonseca

 

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IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA

(Sábado a seguir à festa do Coração de Jesus)

A devoção ao Imaculado Coração de Maria não é nova na Igreja; tem as suas profundas raízes no Evangelho, que repetidamente chama a nossa atenção para o Coração da Mãe de Deus, qual tesouro dos divinos mistérios da Redenção (Lc 2, 19.51); nos mostra o seu amor e a sua gratidão para com Deus (Lc 1, 46), a sua compaixão e solicitude para com o próximo (Jo 2, 3), o seu martírio associado à Paixão do Redentor (Jo 19, 15); a sua imaculada pureza, a sua fé, a sua humildade, todas as suas virtudes (Lc 1, 28.45; Mt 1, 22). Esta mina preciosa foi explorada pelos santos Padres e seria fácil aduzir numerosos passos em que eles celebram eloquentemente o Coração da Mãe de Deus, as suas prerrogativas e santidade incomparáveis. Mais tarde, entre os grandes Místicos da Idade Média e depois entre os Santos, Teólogos e Ascetas dos séculos seguintes, não faltam insignes devotos do Coração de Maria, como do Coração de Jesus. Mas o culto litúrgico, que devia tornar a sua devoção património comum dos fiéis, começa com S. João Eudes (1601-1680), o qual «movido do grande amor que o inflamava, para com os Corações de Jesus e Maria, foi o primeiro que, não sem divina inspiração, pensou em tributar-lhes culto litúrgico. da qual dulcíssima devoção deve considerar-se pai… doutor… e apóstolo». O Santo, já em 1643, vinte anos antes de celebrar a festa do Coração de Jesus, celebrava com  os seus religiosos a do Coração de Maria. Esta tornou-se pública em 1648, entrando assim na liturgia comum. A partir daquela data, muitos Bispos autorizaram nas próprias dioceses o culto do Coração de Maria e os Sumos Pontífices concederam aprovação e favores a confrarias e a diversas práticas de piedade em sua honra. Os dois actos mais importantes da Santa Sé em favor do Imaculado Coração de Maria, foram a disposição de Pio VII (1805) de que a festa se pudesse conceder às Dioceses e Institutos religiosos que a pedissem, e a Missa e Ofício próprios aprovados por Pio IX (1855), mas unicamente pro aliquibus locis ( para algumas localidades). Entretanto, a devoção continuou a propagar-se, como prova o número sempre crescente de Institutos Religiosos que tomaram o nome do Coração de Maria (uns vinte no século XIX); assim, pode-se dizer que, depois da devoção ao Coração de Jesus, conquistou posto relevante na piedade dos fiéis. Foi sobretudo a partir das Aparições de Fátima que se divulgou pelo mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria, pois, como escreveu o cardeal D. Manuel Gonçalves Cerejeira, a «missão especial de Fátima é a difusão no mundo do culto ao Imaculado Coração de Maria. À medida que a perspectiva do tempo nos permitir julgar melhor os acontecimentos de que fomos testemunhas, estou certo que melhor se verá que Fátima será, para o culto do Coração de Maria, o que Paray-le-Monial foi para o culto do Coração de Jesus. (8-9-1946). E a 30 de Maio de 1948, disse o mesmo Prelado no Congresso Mariano de Madrid: «Qual é precisamente a mensagem de Fátima? Creio que poderá resumir-se nestes termos: a manifestação do Coração Imaculado de Maria ao mundo actual, para o salvar». Deus, bondoso e paternal, vem sempre em socorro da pobre humanidade, e a cada época oferece um meio especial para que ela obtenha o perdão dos próprios delitos se evada aos castigos da sua justiça e alcance as suas graças. Para os nossos tempos, esse meio especial é, segundo as revelações de Fátima, o Imaculado Coração de Maria. Os desígnios misericordiosos de Deus começaram a manifestar-se nas aparições de Junho e sobretudo de Julho de 1917, na Cova da Iria, e tiveram o seu magnifico epilogo em Espanha, nas visões de 1925 e 1926 em Pontevedra, e 1927 e 1929 em Tuy.

Em Fátima, no dia 13 de Junho, manifesta-se o Coração de Maria circundado de espinhos, pedindo reparação, enquanto a Senhora pronuncia estas palavras: «Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração». Na aparição seguinte, os destinos do mundo e das almas aparecem dependentes do Coração Imaculado de Maria: «Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que Eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas, se não deixarem de ofender a Deuscomeçará outra pior. Quando virdes uma noite alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo dos seus crimes por meio da guerra, da fome de perseguições à Igreja e ao santo padre. Para a impedir, virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia converter-se-à e terão paz; senão, espalhará os seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados; o santo padre terá muito que sofrer; várias nações serão aniquiladas. Por fim, o meu Coração Imaculado triunfará. O Santo padre consagrar-me-à a Rússia que se converterá e será concedido ao mundo algum tempo de paz. Em Portugal conservar-se-à sempre o Dogma da Fé, etc». Tudo quando Nossa Senhora predisse nesta aparição, realizou-se anos mais tarde, como adiante veremos. Para bem da terra, mostra-se o Céu empenhado na difusão do culto ao Imaculado Coração de Maria. DEUS QUER. Dizia Nossa Senhora aos Pastorinhos na aparição: «Vistes o inferno para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, DEUS QUER estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração». A Jacinta repetia à Lúcia: «Já falta pouco para ir para o céu. Tu ficas cá para dizeres que DEUS QUER estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria». JESUS QUER TAMBÉM: «JESUS QUER estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração» (Aparição de Junho). A Jacinta recomendava à Lúcia: «Diz a toda a gente… que o CORAÇÃO DE JESUS QUER que, a seu lado, se venere o Coração Imaculado de Maria». Tudo isto o temos profeticamente entrevisto nas palavras de despedida da Jacinta à sua prima Lúcia, que encerram o que há de mais intimo na mensagem de Fátima: «Já falta pouco para ir para o céu. Tu ficas cá para dizeres que Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. Quando fores para dizer isso, não te escondas. Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Coração Imaculado de Maria, que lhas peçam a Ela, que o Coração de Jesus quer que, a seu lado, se venere o Coração Imaculado de Maria, que peças a paz ao Coração Imaculado de Maria, que Deus lha entregou a Ela. Se eu pudesse meter no coração de toda a gente o lume que tenho cá dentro do peito a queimar-me e fazer-me gostar tanto do Coração de Jesus e do Coração de Maria!»

Temos aqui cinco afirmações de grande alcance:

1. «Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração de Maria. 2. Lúcia é encarregada de o dizer.  3. Deus concede todas as graças por meio do Coração Imaculado de Maria. 4. O Coração de Jesus quer que a seu lado se venere o Coração de sua Mãe. 5. É no Coração de Maria que está a paz do mundo»..

Podemos sintetizar desta forma as grandes graças que Deus concederá ao mundo  por meio do Coração de sua Mãe:

1. Salvação das almas. Disse Nossa Senhora na aparição de 13 de Junho: «A quem abraçar esta devoção prometo a salvação e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por mim, a adornar o seu trono».  E na aparição de Julho:  «Para salvar as almas, Deus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu vos disser, salvar-se-ão muitas almas».  Aos que praticarem a devoção dos Primeiros Sábados, promete Nossa Senhora «assistir-lhes na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação».  2.  Refúgio. São para todos os devotos do Imaculado Coração de Maria as palavras que Nossa Senhora dirigiu a Lúcia; «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus».  3.  Todas as graças. Diversas vezes, na mensagem de Fátima, aparece-nos Nossa Senhora como como Medianeira Universal. Vêmo-lo de modo particular nestas palavras, atrás citadas, da despedida de Jacinta à sua prima Lúcia: «Diz a toda a gente que Deus nos concede as graças por meio do Imaculado Coração de Maria, que lhas peçam a Ela». 4A Paz. Nas aparições de 13 de Maio, 13 de Julho e 13 de Setembro manda Nossa Senhora rezar o terço para alcançar a Paz. Em Julho diz também: «Se fizerem o que eu vos disser, terão Paz». A Jacinta diz à Lúcia que temos de pedir a Paz ao Imaculado Coração de Maria, pois Deus lha entregou a Ela».  5.  Conversão da Rússia. Outro grande dom de Deus ao mundo por meio do Coração Imaculado de Maria. escutemos a descrição da deslumbrante aparição em que é referida a conversão dessa grande nação: A 13 de Junho de 1929, na capela do convento das religiosas Doroteias, em Tuy, numa Hora santa das 11 para a meia noite, cumpriu-se a promessa feita por Nossa Senhora no dia 13 de Julho, em Fátima: «Virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração». A vidente encontrava-se em oração: «A única luz era a da lâmpada. de repente, iluminou-se toda a capela com uma luz sobrenatural e sobre o altar apareceu uma Cruz de luz que chega até ao tecto. Em uma luz mais clara, via-se na parte superior da Cruz uma face de homem, com o corpo até à cinta (Pai), sobre o peito uma pomba também de luz (Espírito Santo), e pregado na Cruz, o corpo de outro homem (Filho). Um pouco abaixo da cinta, suspenso no ar, via-se um cálix e uma hóstia grande sobre a qual caíam algumas gotas de sangue que corriam pelas faces do Crucificado e de uma ferida do peito. Escorrendo pela hóstia, essas gotas caiam dentro do Cálix. Sob o braço direito da Cruz estava Nossa Senhora (… era Nossa Senhora de Fátima com seu Imaculado Coração… na mão esquerda… sem espada nem rosas, mas com uma coroa de espinhos e chamas…) com seu Imaculado Coração na mão… Sob o braço esquerdo (da Cruz), umas letras grandes, como se fossem de água cristalina que corressem para cima do altar, formavam estas palavras: «Graça e Misericórdia"». Compreendi que me era mostrado o mistério da Santíssima Trindade, e recebi luzes sobre este mistério que me não é permitido revelar. Depois Nossa Senhora disse-me: É chegado o momento em que Deus pede para o Santo Padre fazer, em união com todos os Bispos do Mundo, a consagração da Rússia ao meu Coração, prometendo salvá-la por este meio». Esta deslumbrante manifestação, fecho da abóbada das aparições de Fátima, mostra-nos Maria, como Co-redentora e Medianeira de graça, ao lado do sacrifício da Cruz, renovado no altar. Afirma o papa Pio XI, na encíclica Miserentissimus Redemptor que a consagração e a reparação são as duas práticas fundamentais da devoção ao Coração de Jesus. O mesmo se pode aplicar ao Coração Imaculado de Maria.

Consagração. A consagração é o ápice de todos os actos de culto, pois consiste no reconhecimento do poder, grandeza, mérito e bondade de alguém, com a consequente submissão, dedicação e entrega a essa pessoa. Na devoção ao Imaculado Coração de Maria significa um acto de fé no amor e reconhecimento da transcendência de Maria na obra de salvação e na consciente entrega confiante a essa Mãe e Rainha. Nossa Senhora em Fátima pediu a consagração – feita pelo Papa e pelos bispos em união com ele – do mundo e particularmente da Rússia. Os Vigários de Cristo escutaram esses apelos. Pio XII, na solene conclusão das Bodas de Prata das Aparições de Fátima, em radiomensagem dirigida a Portugal, consagrou o mundo inteiro ao Imaculado coração de Maria e na festa seguinte da Imaculada Conceição, 8 de Dezembro de 1942, renovou esse acto na basílica de S. Pedro no Vaticano com estas expressivas palavras: «A Vós, ao Vosso Coração Imaculado, nesta hora trágica da história humana confiamos, entregamos, consagramos não só a santa Igreja mas também, todo o mundo». A Rússia, para a qual neste acto de consagração havia um pedido de especial protecção, foi consagrada dez anos mais tarde, a 7 de Julho de 1952: «Nós – para mais facilmente serem ouvidas as nossas e as vossas fervorosas preces e para darmos esta singular prova da Nossa benevolência – assim como há alguns anos consagramos todo o género humano ao Coração Imaculado da Virgem Mãe de Deus, assim também agora, de modo especialíssimo dedicamos e consagramos todos os povos da Rússia ao mesmo Coração Imaculado». Querendo Pio XII todo o mundo entregue ao Imaculado Coração de Maria, várias vezes estimulou as Dioceses, paróquias e sobretudo as famílias a imitarem o seu exemplo: «Desejamos que, sempre que as circunstâncias o aconselharem, se faça esta consagração (ao Imaculado Coração de Maria) tanto nas Dioceses como em cada uma das Paróquias e nas famílias. Temos confiança que desta Consagração particular e pública brotarão abundantes frutos e favores celestes (Enc. Auspicia Quaedam, 1 de Maio de 1948). «Que todas as famílias cristãs se consagrem ao Coração Imaculado de Maria. Tal acto de fé será, para os esposos, precioso auxilio espiritual no cumprimento dos deveres de castidades e fidelidade conjugal; manterá na sua pureza o ambiente do lar em que crescem os filhos; mais ainda, fará da família, amparada pela devoção mariana, célula viva para a transformação social e para a conquista apostólica» (Enc. Le Pèlerinage de Lourdes, 2 de Julho de 1957). No seu breve pontificado, várias vezes se referiu João XXIII à Consagração ao Coração de Maria feita por Pio XI e à «Consagração da Nação Portuguesa ao Imaculado Coração de Maria» (8-3-1961). Encorajou e pediu orações pela Consagração de Itália ao Imaculado Coração de Maria (13.9.1959). Paulo VI, na clausura da 3ª sessão do Concílio Vaticano II, a 21 de Novembro de 1964, na presença do Episcopado do mundo inteiro, pronunciou estas palavras: «O nosso olhar abre-se para os horizontes sem fim do mundo inteiro, objecto das atenções mais vivas do Concílio Ecuménico e que o nosso predecessor Pio XII, de veneranda memória, não sem inspiração do alto, solenemente consagrou ao Coração Imaculado de Maria. Esse acto de consagração julgamos oportuno recordá-lo hoje de modo particular… Ao teu Coração Imaculado, ó Maria, recomendamos finalmente o género humano inteiro». Na Exortação «Signum Magnum», publicada no dia da sua visita a Fátima, 13 de Maio de 1967, emite estes votos: «Exortamos todos os filhos da Igreja a renovar pessoalmente a sua própria consagração ao Coração Imaculado da Mãe da Igreja e a viver este nobilíssimo acto de culto com uma vida cada vez mais conforme à vontade divina, e em espírito de serviço filial e de devota imitação da sua Celeste rainha». João Paulo II, o papa de Maria (Totus tuus, todo teu, ó Maria) consagrou-lhe a santa Igreja e cada uma das nações por onde peregrinou. Em Fátima, a 13 de Maio de 1982, e em Roma, a 16 de Outubro de 1983, com os Padres Sinodais presentes na canonização do capuchinho São Leopoldo, e sobretudo a 25 de Março de 1984, diante da imagem de Nossa Senhora de Fátima da capelinha das Aparições, consagrou-lhe o mundo inteiro. «Estou aqui, unido com todos os pastores da Igreja por aquele vínculo particular, pelo qual constituímos um corpo e um colégio… No vínculo desta unidade, pronuncio as palavras deste Acto, no qual desejo incluir, uma vez mais, as esperanças e as angústias da Igreja no mundo contemporâneo». Quanto à consagração da Rússia, pedida por Nossa Senhora, os diversos Papas nunca a esqueceram. A 31 de Dezembro de 1942, o Papa Pio XII consagrou o mundo inteiro ao Imaculado Coração de Maria, com um  pedido de especial protecção para a Rússia, e dez anos mais tarde fez a consagração explicita só da Rússia ao mesmo Imaculado Coração, como atrás ficou expresso. Estava feita pelo santo Padre a consagração da Rússia ao Imaculado Coração de Maria. Para se cumprirem inteiramente os desejos de Nossa Senhora, faltava que todos os Bispos do Mundo a fizessem também «em união» com ele. Isto procurou realizá-lo o santo padre João Paulo II. Nas consagrações proferidas em Fátima e em Roma, depois de dizer: «Estamos aqui unidos com todos os Pastores da Igreja por um vínculo particular pelo qual constituímos um corpo e um colégio», proferiu estas palavras: «De modo especial Vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações que desta entrega e desta consagração têm particular necessidade». A 8 de Dezembro de 1983 dirigiu a todos os Bispos do mundo uma carta, na qual pedia que fizessem em união com ele a consagração no dia 24 ou 25 de Março: «Ficarei muito grato se nesse dia 24 de Março ou então no dia 25 de Março quiserdes renovar este acto conjuntamente comigo». O Santo padre fez o acto de consagração no domingo, dia 25 de Março, diante da imagem de Nossa senhora de Fátima da Capelinha das Aparições, ida propositadamente a Roma. Ao texto oficial impresso acrescentou espontaneamente esta frase: «Ilumina, de modo especial, os povos em relação aos quais aguardas que a Ti os consagremos».

Reparação. Tem-se escrito que o ponto característico e mais «novo» das aparições do Coração de Jesus a santa Margarida Maria em Paray-le-Monial é a reparação. O mesmo se poderia afirmar acerca da mensagem de Fátima: uma das suas notas distintas é a reparação ao Coração de Maria. Até Fátima, era costume representar o Coração de Nossa Senhora cercado de rosas. Em Fátima aparece circundado de espinhos, que ferem e magoam. São os nossos pecados, blasfémias e ingratidões. Logo na segunda Aparição viram os Pastorinhos o Coração de Maria «cercado de espinhos que parecia estarem-lhe cravados  «Compreendemos – escreve Lúcia – que era o Imaculado Coração de Maria ultrajado pelos pecados da humanidade que queria reparação». Na aparição seguinte, anuncia a Mãe de Deus que virá mais tarde pedir a «Comunhão reparadora dos primeiros sábados» e ensina-lhes este oferecimento, que hão-de repetir muitas vezes, sobretudo quando fizerem algum sacrifício: «Ó Jesus, é por vosso amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria». Este carácter aparece sobretudo nas aparições de Pontevedra e Tuy. A 10 de Dezembro de 1925, estando a vidente Lúcia na primeira destas cidades – é ela própria que escreve em terceira pessoa –, apareceu-lhe a Santíssima Virgem e, ao lado, suspenso em uma nuvem luminosa, um menino. A Santíssima Virgem, pondo-lhe a mão no ombro, mostrou-lhe ao mesmo tempo um Coração que tinha na outra mão, cercado de espinhos- Ao mesmo tempo, disse o Menino: «Tem pena do coração de tua Santíssima Mãe, que está coberto de espinhos, que os homens ingratos, a todos os momentos me cravam com blasfémias e ingratidões. Tu, ao menos, procura consolar-me, e diz que todos aqueles que durante cinco meses no primeiro sábado se confessarem, receberem a sagrada comunhão, rezarem um terço e me fizerem 15 minutos de companhia, meditando nos 15 mistérios do Rosário com o fim de me desagravar, Eu prometo assistir-lhes na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação dessas almas». Cumpriu-se o que Nossa Senhora tinha dito na aparição de 13 de Julho em Fátima: «Virei pedir a devoção reparadora dos primeiros sábados». A 15 de Fevereiro de 1926 e a 17 de Dezembro de 1927 é o próprio Jesus que insiste para que se estabeleça e propague esta devoção. Perguntou o P. José Bernardo Gonçalves, um dos Directores espirituais da Irmã Lúcia, porque haviam de ser cinco e não 9 ou 7 os primeiros Sábados. A vidente respondeu: «Ficando na capela, com  Nosso Senhor, parte da noite do dia 29 para 30 deste mês de Maio, 1930, e falando a Nosso Senhor das perguntas 4 e 5, senti-me de repente possuída de mais intimidade da divina presença; e, se me não engano, foi-me revelado o seguinte: «Minha filha , o motivo é simples: são cinco as espécies de ofensas e blasfémias proferidas contra o Imaculado Coração de Maria:

1. As blasfémias contra a Imaculada Conceição;  2. Contra a sua virgindade; 3. Contra a maternidade Divina, recusando ao mesmo tempo recebê-la como a Mãe dos Homens; 4. Os que procuram infundir nos corações das crianças, a indiferença, o desprezo e até o ódio para com esta Imaculada Mãe; 5. Os que a ultrajam directamente nas suas sagradas imagens.

Eis, minha filha, o motivo, pelo qual o Imaculado Coração de Maria Me levou a pedir esta pequena reparação; e de, em atenção a ela, mover a minha misericórdia ao perdão para com essas almas que tiveram a desgraça de A ofender».

Tal é a transcendência desta devoção que a Vidente de Fátima pôde escrever: «Da prática de devoção dos Primeiros Sábados unida à consagração ao Imaculado Coração de Maria depende a guerra ou a paz do mundo; por isso eu desejo tanto a sua propagação e sobretudo por ser essa a vontade do nosso Bom Deus e da nossa tão querida Mãe do Céu » (19-3-1939). A devoção reparadora dos cinco primeiros sábados foi aprovada e tornada pública pelo Bispo de Leiria, Dom José Alves Correia da Silva, na Peregrinação de 13 de Setembro de 1939, treze dias depois de começada a segunda guerra mundial, que teve inicio no primeiro dia de Setembro desse ano.

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Recolha integral do texto inserido no livro SANTOS DE CADA DIA II, editado pela Editorial A. O. Braga – www.jesuitas.pt. por António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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