quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

5 de Janeiro de 2011–SÃO JOSEMARIAESCRIVÁ

A guerra e São Josemaria

1 Janeiro 2011

Etiquetas: Guerra civil, Opus Dei, Perdão, Filme

Na Primavera de 2011 o realizador de cinema Roland Joffé, vai apresentar o filme There Be Dragons ("Aqui há dragões"), que conta entre os seus protagonistas com São Josemaria Escrivá, fundador do Opus Dei.

Trata-se de um drama épico, que tem como ambiente a Guerra Civil Espanhola.
O enredo entrelaça histórias de soldados revolucionários, de um jornalista, do pai dele, e do próprio S. Josemaria, conhecido pelo santo da vida corrente, a quem este conheceu no seminário.
No início do ano 2011, em que se assinala o 75º aniversário do começo da Guerra Civil de Espanha, Joffé quis partilhar com os leitores de
ZENIT as convicções que compartilhará com quem vier a ver este filme. A segunda parte desta entrevista será publicada no dia 6 de Janeiro.
- A que se refere o título do filme, “There Be Dragons”, “Aqui há dragões”?
- Roland Joffé
: Os autores dos mapas medievais assinalavam os territórios que ainda não eram conhecidos com a seguinte inscrição: «Hic sunt dragones», «Aqui há dragões». Quando comecei a investigar e a escrever este guião, não sabia exatamente o que daqui sairia, nem sabia bem como iria tudo isto terminar, de maneira que “There Be Dragons” pareceu-me um título bastante adequado a este projeto. Os temas da santidade, da religião e da política do século XX, o passado de um país diferente do meu, tudo isso era para mim território desconhecido.

Roland Joffe e Geraldine Chaplin

Roland Joffe e Geraldine Chaplin

Impressionou-me que Josemaria afirmasse que é possível encontrar a Deus na «vida de todos os dias», e que essa «vida de todos os dias» fosse, no caso dele, a Guerra Civil de Espanha. Como é que se pode encontrar o divino em plena guerra?, perguntei a mim mesmo. Mas, no fundo, esta pergunta pode ser colocada relativamente a todas as circunstâncias da nossa vida, à maneira como olhamos para elas. Como reagimos nós ao ódio e à rejeição, ao desejo de vingança e à justiça? São tudo dilemas que se intensificam em tempo de guerra. Ora, estes dilemas são, em certo sentido, os «dragões» do filme; são pontos de viragem na nossa vida, momentos em que somos confrontados com alternativas marcantes, alternativas essas que terão consequências decisivas no nosso futuro.
“There Be Dragons” é um filme sobre as opções que as diferentes pessoas fazem nesses pontos de viragem da sua vida – nesses momentos de tentação, se assim lhes quiser chamar –, e sobre a dificuldade, mas ao mesmo tempo a necessidade, de evitar a todo o custo os ciclos de ódio, de ressentimento e de violência.
- O filme tem como palco a Guerra Civil de Espanha que foi, em certo sentido, um paradigma de violência que gera violência, e de violência sem sentido. Perante um cenário como este – um cenário de violência fratricida – haverá ainda espaço para a esperança?
- Roland Joffé
: Haver, há, embora seja extremamente difícil. Nesse período, praticaram-se muitos atos horríveis, pavorosos, atos que parecem imperdoáveis, irredimíveis, impossíveis de ultrapassar. Mas é possível perdoar! É possível suspender os ciclos de violência! O Presidente Mandela demonstrou que assim era na África do Sul. Muitas pessoas heroicas mostraram que o perdão era possível no Ruanda, muitos palestinianos e israelitas, homens de coragem, perdoaram e foram perdoados.
Josemaria também afirmava que as pessoas normais podiam ser santas – e a mim parece-me que ele se referia a este género de heroica capacidade de perdoar. É esta inesgotável possibilidade de perdoar que dá origem à esperança. Mas há um elevado preço a pagar por isso; esta capacidade de perdoar requer de nós uma profunda percepção daquilo em que consiste ser inteiramente humano, um profundo sentimento de compaixão, bem como uma firme decisão, e uma decisão individual, que é heroica, de não nos deixarmos envolver nos ódios dominantes, mas de lutarmos contra eles com um amor incansável.
A ação do filme tem lugar, quase toda, durante a Guerra Civil de Espanha, mas com saltos entre esse período e 1982. A história envolve várias gerações de pessoas, e o passado lança uma sombra sobre o presente. O elemento comum às várias épocas é Robert, um jornalista que tem de escrever um artigo sobre Josemaria Escrivá aquando da beatificação deste, e que vem a descobrir que o pai, Manolo, foi amigo de infância de Josemaria e esteve com ele no seminário, embora a vida de um e outro tenham, depois, seguido caminhos profundamente diferentes. Robert e Manolo não falam um com o outro há muitos anos, e o filme aproxima-os, ao mesmo tempo que revela uma verdade terrível acerca do passado. Trata-se portanto também de um filme sobre um pai e um filho, e da verdade com que eles têm de se confrontar a fim de poderem ultrapassar aquilo que se interpôs entre os dois. É indubitavelmente um filme sobre o amor, sobre a força da presença do amor e sobre a terrível aridez que a sua ausência gera no mundo.
As guerras civis são especialmente pavorosas porque lançam irmão contra
irmão, família contra família. No final da Guerra Civil de Espanha, tinha morrido meio milhão de pessoas. Mas uma guerra civil é uma vigorosa metáfora da família. Tal como acontece nas guerras civis, também no interior das famílias as pessoas tomam partido e cortam relações, os velhos ressentimentos tornam-se uma fonte de novos ódios; não perdoamos a uma tia ter feito isto ou aquilo, não falamos com o nosso pai porque ele abandonou a nossa mãe, não falamos com a nossa mãe porque ela fugiu com outro, não falamos com um filho porque ele optou por uma carreira que não era a que nós tínhamos idealizado – e estas são as guerras civis da nossa vida. There Be Dragons é um filme sobre os dois tipos de guerra civil.
No fundo, temos de decidir se queremos alimentar estes ressentimentos ou se queremos encontrar maneira de os ultrapassar. Podemos ver a vida como uma sucessão de injustiças, de rejeições e ofensas, ou como uma sequência de oportunidades de dominar esses dragões, por via de um enorme desejo de substituir o ódio pelo amor e a proximidade.
Há muitas pessoas que conseguem fazer essa opção heroica, que se apercebem de que podem optar pela liberdade, que têm suficiente força de carácter para perceber que o ódio é uma prisão. Quem odeia não pode ser livre.

Roland Joffe durante uma conferência de imprensa na Argentina em 2009

Roland Joffe durante uma conferência de imprensa na Argentina em 2009

Conhecemos muitas exemplificações deste adágio desde a I Guerra Mundial. Por outro lado, quando as pessoas optam pelo amor, um observador imparcial consegue perceber que assim foi, consegue detectar nelas este sentimento de liberdade, de compaixão, de doação.
Todos acabamos por nos confrontar com esta opção. O próprio Robert, que é materialista e agnóstico, terá de escolher entre o amor e o ódio – terá de escolher, num certo sentido, entre combater o mundo com o amor ou, como lhe diz Aline, «combater a Deus com o amor».
Para mim, este é o tema do filme. A capacidade de perdoar liberta aquilo que estava preso, toca em tudo aquilo que é humano dentro daquele que é perdoado, e em tudo aquilo que é humano dentro daquele que perdoa.
Amar nem sempre é fácil, não pode ser sempre fácil. O amor não pode resultar de um sentimento de superioridade; só pode resultar de um sentimento de humildade, da convicção de que somos feitos da mesma massa. Mas o amor tem uma beleza impressionante. O amor diz-nos: Vamos, sai de dentro de ti próprio. Achas que não és capaz de perdoar? Pois olha, só saberás se és ou não, quando perdoares. E como é que conseguimos perdoar? Conseguimos perdoar pondo-nos no lugar da outra pessoa. Perdoamos quando nos permitimos ser a outra pessoa, quando deixamos de a demonizar, quando deixamos de dizer: «Eu sou melhor do que ele, eu nunca seria capaz de fazer aquilo», mas pelo contrário olhamos para ela e dizemos: «Podia ter sido eu a fazer aquilo». Portanto, eu diria que sim, que há lugar para a esperança, e que há lugar para a esperança nas mais dolorosas, trágicas e terríveis circunstâncias, naquelas circunstâncias em que a esperança nos parece impossível.
– Este filme é dirigido aos crentes ou aos não crentes?

Charlie Cox, Roland Joffe e Wes Bentley

Charlie Cox, Roland Joffe e Wes Bentley

Roland Joffé: “There Be Dragons” leva a fé a sério, leva a santidade a sério, mas não se dirige apenas a um público com convicções religiosas.
Essa pergunta pressupõe uma distinção que na realidade não existe. Todos vivemos num mundo cheio de problemas, todos nos confrontamos com as alegrias e as tristezas da vida corrente, e por muito diferentes que sejam as interpretações que fazemos desta experiência, a verdade é que, no fundo, todos nós habitamos o mesmo mundo, que é um mundo dilacerado e cheio de perturbações.
Este filme é sobre crentes e não crentes. Eu fiquei muito impressionado com a convicção de Josemaria de que todos somos potenciais santos, com a sua convicção de que todos somos, em última análise, capazes de matar os nossos dragões. Tenho a esperança de que as pessoas que virem este filme recordem nele as lutas que elas próprias travam contra os seus próprios dragões, e reconheçam a veracidade do que ele dizia: que nunca nenhum santo se santificou sem luta.
Outro tema do filme são as muitas formas do amor. O amor que Ildiko tem a Oriol é uma forma específica de amor; o anseio que ela tem por um mundo melhor é outra forma de amor. O amor de Manolo por Ildiko é ainda uma terceira forma de amor, embora esteja repleto de ciúme e ressentimento; e o amor por que Manolo anseia e que finalmente lhe é dado é, também ele, outro tipo muito particular de amor. Estes diferentes tipos de amor reúnem-se numa espécie de teia de aranha de fios separados, cada um dos quais parece ser independente, mas depois acaba por se perceber que fazem parte de um todo mais amplo, que estão todos ligados à mesma coisa, que conduzem ao mesmo ponto, ao mesmo centro. Por fim, estes diferentes fios de amor, que parecem tão diferentes uns dos outros, acabam por remeter para um ponto fundamental: «Este amor é ou não maior que o amor que eu tenho a mim próprio?» E essa questão está cheia de conteúdo, e presidiu a grande parte dos movimentos políticos do começo do século XX. Mas o filme coloca outra questão de complexidade ainda maior.
Se este amor apaixonado se baseia num ideal, ou numa idealização, se consiste na aceitação de um único modelo de comportamento humano, como pode ele deixar de resvalar para a hipocrisia e a demonização? E, desde o Iluminismo, esta é uma questão-chave do pensamento. Em nome do amor ao bem maior, foram cometidos muitos actos de inumanidade grosseira. Parece-me que a única maneira de encontrarmos uma via para a compreensão dos outros, para aquela profunda empatia e aquele sentimento de unidade com os outros que liberta da demonização e dos ciclos de violência irredimível – que a única maneira de encontrarmos este caminho é compreendendo a trágica falibilidade de todos os seres humanos e de todas as actividades humanas.
There Be Dragons não é um filme católico, mas o tema do filme é um tema essencial da teologia cristã, que está presente em todas as igrejas cristãs, bem como em muitas outras religiões. Todas as religiões têm a noção de que os seres humanos, nas suas relações uns com os outros, fazem opções de carácter divino, opções que afectam profundamente as outras pessoas e o mundo que os rodeia. Essas inter-relações são a base do amor; aquilo que fazemos pelos outros ou contra os outros afecta-nos a nós e afecta-os a eles, porque nós estamos ligados uns aos outros.
- Josemaria Escrivá é atualmente um santo da Igreja Católica. Que componentes da sua personagem são factuais e que componentes são ficcionais?
Roland Joffé
: De todas as personagens do filme, a de Josemaria é a única que existiu realmente, a única sobre a qual há múltiplos registos e uma quantidade enorme de dados biográficos. Parece-me que a apresentação que fazemos de Josemaria, da sua profunda afectividade, do seu sentido de humor – que o tinha indubitavelmente –, se torna manifesta nos acontecimentos da sua vida que encenamos no filme, e julgo que está bastante próxima da realidade. Era minha intenção retratar esta personagem de uma forma honesta, tomar a sua fé à letra, como ele a tomava. É costume ver os santos – em estranha oposição à prostituta do coração de ouro – como pessoas com um coração de chumbo; a mim parece-me que essa visão não passa de uma convenção cómoda. Na realidade, a história de Josemaria é a história de um homem que deu um passo extraordinário, que consistiu em simplificar a sua vida, orientando-a exclusivamente para um intenso e puro amor a Deus; e este amor a Deus passa a ser um princípio organizador, que confere à sua vida uma forma e uma espécie de simplicidade e de força.
Mas não é por isso que ele se torna desinteressante, ou insípido, porque esse amor existia no mundo real, e o fruto dessa existência no mundo real, um mundo que é frequentemente duro e cruel, é sempre, para qualquer homem honesto, a dúvida – a dúvida de Deus e a dúvida do bem –, uma dúvida que acaba por ser profundamente fértil. O amor não é um dado adquirido, não é uma coisa a que temos direito pelo facto de existirmos. É preciso lutar por ele. O amor é aquilo que nós, como seres humanos, temos de produzir. E temos de encontrar este amor no mais fundo de nós próprios, compreendendo a obscura beleza da nossa própria fragilidade e da fragilidade dos outros. Num sentido profundo, parece-me ser isso que a história de Cristo demonstra.
Os crentes terão de encontrar esse amor no fundo de si próprios e de o oferecer a Deus e às criaturas de Deus. Os não crentes terão igualmente de o encontrar e de o oferecer aos outros seres humanos, independentemente das suas opções políticas, da sua raça e da sua religião
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Por Jesus Colina
Mais informação

www.therebedrangonsfilm.com

 

Transcrição por António Fonseca

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Nº 4 - 4 DE JANEIRO DE 2011 - SANTOS DO DIA – 3º ANO

 

Dafrosa de Roma, Santa
Viúva e Mártir

Dafrosa de Roma, Santa

Dafrosa de Roma, Santa

Mulher forte, cristã de corpo inteiro. Esposa e madre de família que tem bem gravado em sua alma o princípio e fim de seu estado e sua função: ganhar o céu para ela e para os seus. Sim, é como se a vida consistisse num desbaratar no âmbito do Amor.  Primeiro a seu marido e a seus filhos, logo ao próximo restante e ao mundo, todo no amplo âmbito de Deus que dá sentido aos amores, sãos e nobres, mas com minúscula.  E como o amor leva a dar-se em busca do bem de quem se ama, aí a vemos deixando sua casa em Sevilha e emigrando à cabeça do Império com toda sua família na procura de um em estar melhor. Porque era espanhola e sevilhana, dos de sempre, ainda antes de que se chamassem andaluzes ou existisse a Giralda e antes de que fossem seus sinais o touro, o albero, os palitos, o farol e o "hei que calor!"
Seu marido Flaviano, morre mártir em Roma. Por estar casada com um cristão irredutível ela é condenada ao desterro. À sua volta o prefeito Aproniano a encarcera porque segue aferrada a seu princípio de não sacrificar e quase doente de fome. O prefeito prepara as coisas para a re-casar com um tal Fausto com a esperança de que a obrigue a mudar; mas resulta o caçador casado, porque Dafrosa o instruiu na fé cristã, é batizado pelo presbítero Juan e acaba morrendo mártir. Como seu corpo foi exposto os cães, pela noite o recolhe Dafrosa e lhe dá sepultura cristã. Isto a levou definitivamente ao martírio, em 4 de Janeiro de 362, quando era já único imperador Juliano.  Encantador relato que realça a inteireza e a atuação, desde a feminilidade, desta mulher cristã cabal ¿verdade? Se conhecem os factos - possivelmente engrandecidos nos séculos e na distância - pelo historiador hagiógrafo hispânico António Quintana que por sua vez os retoma de Pedro Julián.

Dafrosa de Roma, Santa

Dafrosa de Roma, Santa

Quando se narra a vida e morte de Dafrosa se fala de toda uma família mártir - também se afirma que suas filhas Demétria e Bibiana morreram mártires em Roma, em 362- cuja fonte impulsionadora é a mãe, firme, forte e muito capaz.  É curioso ver na história o papel dos aduladores de quem manda. Não foi precisamente o tempo de Juliano um dos que se caracterizaram por violenta perseguição. O Apóstata só esteve preocupado pela restauração no Império do paganismo como religião oficial, ao tempo que melhorava a administração e impulsionava a economia. Juliano não quis mártires, só pagãos. Mas, fosse por adulação, ou por ódio à fé, dizem que o prefeito Aproniano levou esta família à morte porque eram seguidores cabais do judeu Cristo, o Senhor.

BEATA ANGELA DE FOLIGNO

Viúva (1309)

Ángela de Foligno, Beata

Ângela de Foligno, Beata

Toca-lhe viver uma época em que Frederico II. estava em guerra com o papado, o qual tinha poder temporal. Sua cidade, Foligno, favorecia o imperador e era anti-clerical.
Muito provavelmente este espírito se respirava no lar de Ângela que dirá depois que em sua mãe encontrava grande obstáculo para a conversão. Era também tempo de cruzadas. Mas já começa a vislumbrar-se o Renascimento com suas boas e más características. O homem sente ser centro de tudo e se afasta de Deus. Ela conheceu esta tirania muito de perto. Foi pecadora no princípio mas terminou sua vida santa. Nasce muito acomodada e se apega às riquezas não só de menina mas também já como mulher casada e com vários filhos. Mas tarde o confessará muito arrependida.
Sem embargo, no ano 1285, Foligno está sob o Papa. Ângela está nos seus trinta e por fim, os pecados de sua juventude começam a produzir-lhe dor no coração. É então que perde a sua mãe, seu marido e a seus filhos. Busca então a Deus, mas ao princípio sem se afastar de todo do pecado. Faz comunhões sacrílegas já que não está disposta ainda a confessar sinceramente seus pecados. Mas entra em luta interior. Vive perto de Assis e o exemplo de Francisco a desafia. Um dia em que se encontrava atormentada por remorsos de consciência, pediu a são Francisco que a tirasse daquelas torturas. Pouco depois entrou na igreja de São Feliciano enquanto pregava um franciscano. Se sentiu tão comovida que, ao descer o pregador, se prostrou ante seu confessionário, e, com grande compunção, fez confissão geral de toda sua vida, ficando muito consolada. Era o ano 1285. Do frade, chamado Arnaldo, pouco se conhece mas sabemos que passou a ser seu confessor, seu diretor e seu confidente espiritual. Graças a suas cartas conhecemos a beata Ângela. Se trata do "Memorial de frei Arnaldo", tesouro de teologia espiritual que nos leva até ao ano 1296, em que se consumam suas admiráveis ascensões até à contemplação do mistério da Santíssima Trindade. Tem muitas visões místicas as quais ela confessa que não se podem explicar adequadamente com nossos conceitos humanos. Ela ensina que todos os cristãos devem intentar subir a costa da montanha espiritual; todos estão chamados a exercitar-se na vida ascética, mediante a posse das virtudes cristãs e a prática da perfeição.
Há entrar na ascética e na mística sendo as duas metades, inicial e terminal respectivamente, de uma mesma vida espiritual. «E que ninguém se desculpe com que não tem nem pode achar a divina graça, pois Deus, que é liberalíssimo, com mão igualmente pródiga a dá a todos quantos a buscam e desejam». Escreveu sobre o laborioso processo de sua conversão, desde que começou a sentir a gravidade de seus pecados e o medo de condenar-se até o momento em que ao ouvir falar de Deus se sentia presa de tal estremecimento de amor, que ainda quando alguém suspendesse sobre sua cabeça uma espada, não podia evitar os movimentos. Além da Autobiografia tomada por frei Arnaldo, se atribuem à beata umas exortações, algumas epístolas e um testamento espiritual. Espiritualidade da Cruz - A espiritualidade de Ângela oferece modalidades novas, dentro do franciscano; pois enquanto o Cristo-centrismo da escola franciscana, em geral, se orienta para a Encarnação, para a beata Ângela tudo gira em torno da cruz. A paixão e morte de Cristo é a demonstração maior de amor que o Filho de Deus pôde dar aos homens. Cristo desde a cruz é o Livro da Vida, como o chama ela, no qual deve ler todo aquele que queira encontrar a Deus.
Sobre a cruz escreve «Nesta contemplação da cruz ardia no tal fogo de amor e de compaixão que, estando junto à cruz, tomei o propósito de despojar-me de todas as coisas, e me consagrei inteiramente a Cristo.»  A estrita pobreza de espírito era o sinal em que ela descobre os verdadeiros discípulos de Cristo. Muitos se professam de palavra seguidores de Cristo; mas na realidade e de facto abominam de Cristo e de sua pobreza. O Coração de Jesus - Junto à cruz, a beata Ângela aprendeu a ser a grande confidente do Sagrado Coração de Jesus, séculos antes que santa Margarida Maria recebesse as divinas mensagens. «Um dia em que eu contemplava um crucifixo, fui de repente penetrada de um amor tão ardente com o Sagrado Coração de Jesus, que o sentia em todos meus membros. Produziu em mim esse sentimento delicioso o ver que o Salvador abraçava minha alma com seus dois braços descravados da cruz. Pareceu-me também na doçura indizível daquele abraço divino que minha alma entrava no Coração de Jesus.» Outras vezes aparecia-lhe o Sagrado Coração para convidá-la a que acercasse os lábios a nas suas costas e bebesse do sangue que delas manava. Abrasada neste amor, experimentava desejos de padecer martírio por Cristo. A Eucaristia Ela compreendeu que o amor por Cristo crucificado se perpetua na Santa Missa. Era pois devotadíssima à Eucaristia. Teve muitas visões no momento da consagração, ou durante a adoração da sagrada Hóstia.  Sete considerações dedica à ponderação dos benefícios que neste sacramento se encerram. O cristão deve acercar-se com frequência a este sacramento, seguro de que, se medita no grande amor que nele se contém, sentirá imediatamente transformada sua alma nesse mesmo divino amor. Exorta a que nós façamos, como preparação, as seguintes considerações: ¿A quem se aproxima? ¿Quem é o que se aproxima? ¿Em que condições e porque motivos se aproxima? Morre nas últimas horas de 4 de Janeiro de 1309, rodeada de seus filhos espirituais. Seu corpo foi sepultado na igreja do convento franciscano de Foligno e cedo desde ali se manifestaram muitos milagres. O papa Clemente XI aprovou o culto em 30 de Abril de 1707.

SANTA ISABEL ANA SETON

Fundadora (1774-1821)

Isabel Ana Bayley, Santa

Isabel Ana Bayley, Santa

Nasce Isabel Ana em Nova York em 28 de Agosto de 1774. Cresce no seio da igreja episcopaliana. Contrai matrimónio com William Seton na idade de vinte anos e chega a ter cinco filhos. Em 27 de Dezembro de 1803 enviúva. Anos mais tarde, em 14 de Março de 1805 abraça o catolicismo, o qual supõe para ela múltiplas provas, tanto interiores como exteriores, vindas dos parentes y amigos. Todas as supera com fé, amor e valentia. Se aplica assiduamente a la vida espiritual. Educa com solicitude a seus filhos e, desejosa de se entregar à atividade caritativa e educadora. Em 1809 na diocese de Baltimore funda o Instituto de Irmãs da Caridade de São José, renovando a gesta de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac. O dito Instituto tem por finalidade a formação de raparigas. É a primeira Congregação religiosa feminina no Norte da América. Depois de sua morte as Irmãs se unem à Companhia das Filhas da Caridade de Paris, tal como foi seu desejo desde os começos. Também funda a primeira escola paroquial católica nos Estados Unidos. Morre piedosamente em Emmitsburg, Maryland, em 4 de Janeiro de 1821. Sua beatificação tem lugar em 17 de Março de 1963, sob o pontificado de João XXIII. Em 14 de Setembro de 1975 é canonizada pelo papa Paulo VI.
Dois grandes temas marcaram sua vida espiritual: a fidelidade à Igreja e à eternidade da glória. É a primeira santa dos Estados Unidos de América. Sua festa se celebra no calendário da igreja em 4 de Janeiro.

• Cristina de Santa Croce (Oringa Menabuoi), Beata
Janeiro 4 Agostinha

Cristina de Santa Croce (Oringa Menabuoi), Beata

Cristina de Santa Croce (Oringa Menabuoi), Beata

Oringa Menabuoi, de humilde família, nasceu em Santa Croce sull’Arno (Pistoya, Itália) entre 1237 e 1240. Amante da pureza já desde a infância, tratou de conservar mente e coração sempre limpos, e dar-se à prática de pequenas obras de misericórdia. A oração mantinha a pastorinha distante do mundo, sobretudo quando sozinha no campo, enquanto cuidava do gado, sentia em volta de si “o hálito de Deus”. Órfã de mãe ainda criança, foi incompreendida e maltratada por seus irmãos, que, chegada à idade de matrimónio, queriam obrigá-la a casar-se. Para terminar com esta situação não viu outro remédio que o de abandonar a casa paterna e mudar-se para a vizinha cidade de Lucca, onde durante sete anos procurou o necessário para viver trabalhando como empregada doméstica. Ali, recolhida frequentemente em oração na obscura solidão do desvão em que habitava, cada dia mais enamorada de Cristo, transcorreram os melhores momentos de sua juventude. Em torno a 1265, de regresso de uma peregrinação ao santuário de São Miguel Arcanjo no monte Gargano, ficou em Roma ao serviço de uma nobre e piedosa viúva de nome Margarita, que muito cedo ficou prendada de suas virtudes e valia espiritual. Foi precisamente neste período quando, pelos exemplos de caridade dados em todo momento, começou a ser conhecida com o sobrenome de Cristiana.Encontrando-se em Assis, onde havia chegado com Margarita para venerar a tumba do “Poverello”, “o Senhor lhe mostrou em visão uma casa edificada num lugar e uma determinada forma que depois ela elegeu para construir o mosteiro de Santa Croce”. Volta à sua terra de origem, disposta a pôr em prática o ideal de vida religiosa que havia amadurecido em seu coração, superando obstáculos de todo o tipo, em 1279 obteve do ayuntamiento uma casa “que se lhe concedia para que vivesse ela e quem se lhe juntasse para o serviço do Senhor”. Deu assim início ao mosteiro de Santa Maria e de São Miguel Arcanjo, primeiro como reclusório de tipo franciscano, e em segundo momento sob a regra de Santo Agostinho, e em 1296 obteve o definitivo reconhecimento canónico. O ano precedente o Capítulo geral Agostiniano celebrado em Siena já lhe havia feito partícipe de todos os bens espirituais da Ordem “Em consideração ao afecto que as religiosas mostravam para com ela”. Favorecida com dons extraordinários e carismas, como o discernimento de espíritos, e insigne por sua humildade, pureza de vida e caridade com todos, devota da Imaculada Conceição de Maria, em 1310, depois de três anos de indizíveis sofrimentos, Cristiana adormeceu sorridente nos braços do Senhor. Foi sepultada na pequena igreja do mosteiro que ela conseguiu converter em prestigioso centro de espiritualidade.
Seu culto foi confirmado por Pio VI em 15 de Junho de 1776.

• Manuel González García, Beato
Janeiro 4 Bispo e Fundador

Manuel González García, Beato

Manuel González García, Beato

FUNDADOR DAS MISSIONÁRIAS EUCARÍSTICAS DE NAZARÉ

Manuel González Garcia, bispo de Málaga e de Palência, foi uma figura significativa e relevante da Igreja espanhola durante a primeira metade do século XX. O quarto de cinco irmãos, nasceu em Sevilha em 25 de Fevereiro de 1877, no seio de uma família humilde e profundamente religiosa. Seu pai, Martín González Lara, era carpinteiro, enquanto que sua mãe Antónia se ocupava do lar. Neste ambiente Manuel cresceu serenamente e com ilusões, que nem sempre pôde ver realizadas. Sem embargo, houve uma que alcançou, e que deixaria rasto em seu coração: formar parte dos famosos «seises» da catedral de Sevilha, grupo de crianças de coro que bailavam nas solenidades de Corpus Christi e da Imaculada. Já então seu amor à Eucaristia e a Maria Santíssima se consolidaram. A vivência cristã de sua família e o bom exemplo de sacerdotes o levaram a descobrir sua vocação. Sem prévio aviso a seus pais, se apresentou ao exame de ingresso no seminário. Eles acolheram esta surpresa do filho com aceitação dos caminhos de Deus. Manuel, consciente da situação económica em sua casa, pagou a estadia de seus anos de formação trabalhando como fâmulo. Finalmente chegou o esperado 21 de Setembro de 1901, data em que recebeu a ordenação sacerdotal de mãos do beato cardeal Marcelo Spínola. Em 1902 foi enviado a dar uma missão em Palomares do Rio, povo onde Deus lhe marcou com a graça que determinaria sua vida sacerdotal. Ele próprio nos descreve esta experiência. Depois de escutar as desalentadoras perspectivas que para a missão lhe apresentou o sacristão, nos diz: «Fui direito ao Sacrário... e ¡que Sacrário, Deus meu! ¡Que esforços tiveram que fazer ali minha fé e meu valor para não sair correndo para minha casa! Mas, não fugi. Ali de joelhos... minha fé via a um Jesus tão calado, tão paciente, tão bom, que me fitava... que me dizia muito e me pedia mais, um olhar em que se refletia todo o triste do Evangelho... O olhar de Jesus Cristo nesses Sacrários é um olhar que se crava na alma e não se esquece nunca. Veio a ser para mim como ponto de partida para ver, entender e sentir todo o meu ministério sacerdotal». Esta graça irá amadurecendo em seu coração. Em 1905 é destinado a Huelva. Encontrou-se com uma situação de notável indiferença religiosa, mas seu amor e engenho abriram caminhos para reavivar pacientemente a vida cristã. Sendo pároco da paróquia de São Pedro e arcipreste de Huelva, Preocupou-se também da situação das famílias necessitadas e das crianças, para os quais fundou escolas. Por então publicou o primeiro de seus numerosos livros: O que pode um cura hoje, que se converteu em ponto de referência para os sacerdotes. Em 4 de março de 1910, ante um grupo de fieis colaboradoras em sua atividade apostólica, derramou o grande anseio de seu coração. Assim nos narra: «Permiti-me que, eu que invoco muitas vezes a solicitude de vossa caridade em favor das crianças pobres e de todos os pobres abandonados, invoque hoje vossa atenção e vossa cooperação em favor do mais abandonado de todos os pobres: o Santíssimo Sacramento. Vos peço uma esmola de carinho para Jesus Cristo Sacramentado... vos peço pelo amor de Maria Imaculada e pelo amor desse Coração tão mal correspondido, que os façais as Marias desses Sacrários abandonados». Assim, com a simplicidade do Evangelho, nasceu a «Obra para os Sacrários-Calvários». Obra para dar uma resposta de amor reparador ao amor de Cristo na Eucaristia, a exemplo de Maria Imaculada, o apóstolo são João e as Marias que permaneceram fieis junto a Jesus no Calvário. A grande família da União Eucarística Reparadora, que se iniciou com o ramo de laicos denominada Marias dos Sacrários e Discípulos de São João, se estendeu rapidamente e dom Manuel abriu caminho, sucessivamente à Reparação Infantil Eucarística no mesmo ano; os sacerdotes Missionários Eucarísticos em 1918; a congregação religiosa de Missionárias Eucarísticas de Nazaré em 1921, em colaboração com sua irmã Maria Antónia; a instituição de Missionárias Auxiliares Nazarenas em 1932; e a Juventude Eucarística Reparadora em 1939.A rápida propagação da Obra em outras dioceses de Espanha e América, através da revista «El Granito de Arena», que havia fundado anos atrás, o impulsionou a solicitar a aprovação do Papa. Dom Manuel chegou a Roma em finais de 1912, e em 28 de Novembro foi recebido em audiência por Sua Santidade Pio X, a quem foi apresentado como «o apóstolo da Eucaristia». S. Pio X se interessou por toda sua atividade apostólica e bendisse a Obra. Sua entrega generosa e a vivência autêntica do sacerdócio são, sem dúvida, o motivo da confiança que o Papa Bento XV deposita nele, nomeando-o bispo auxiliar de Málaga; recebe a ordenação episcopal em 16 de Janeiro de 1916. Em 1920 foi nomeado bispo residencial dessa sede, acontecimento que decidiu celebrar dando um banquete ás crianças pobres, em vez das autoridades; estas, junto com os sacerdotes e seminaristas, serviram a comida às três mil crianças. Como pastor da diocese malaguenha, iniciou sua missão tomando contacto com a grei que lhe havia sido encomendada para conhecer suas necessidades. Em Huelva, igualmente potenciou as escolas e catequeses paroquiais, praticou a pregação de rua conversando com todo o que se encontrava de caminho... e descobriu que a necessidade mais urgente era a de sacerdotes. Este problema devia enfrentar-se desde a situação do seminário, a qual era lamentável. Com uma confiança sem limites na mão providente do Coração de Jesus, empreendeu a construção de um novo seminário que reunisse as condições necessárias para formar sacerdotes sãos humana, espiritual, pastoral e intelectualmente. Sonha e projeta «um seminário substancialmente eucarístico. Em que a Eucaristia fosse: na ordem pedagógica, o mais eficaz estímulo; no científico, o primeiro mestre e a primeira assinatura; no disciplinar o mais vigilante inspetor; no ascético o modelo mais vivo; no económico a grande providência; e no arquitectónico a pedra angular». A seus sacerdotes, e igual que aos membros das diversas fundações que realizou, lhes proporá como caminho de santidade «chegar a ser hóstia em união da Hóstia consagrada», que significa «dar e dar-se a Deus e em favor do próximo de modo mais absoluto e irrevogável». Manuel González não escamoteia esforços para melhorar a situação humana e espiritual de sua diocese. Sua ingente atividade faz que não passe desapercebido, e com a chegada da República a Espanha sua situação se faz delicada. Em 11 de maio de 1931 o ataque é direto, incendeiam-lhe o palácio episcopal e há-de mudar-se a Gibraltar para não pôr em perigo a vida de quem o acolhe. Desde 1932 dirige sua diocese desde Madrid, e em 5 de agosto de 1935 o Papa Pio XI o nomeia bispo de Palência, onde entregou os últimos anos de seu ministério episcopal. Também há que destacar, durante todos os anos de sua atividade pastoral, a fecundidade de sua pluma. Com estilo ágil, cheio de graça andaluza e de unção, transmitiu o amor à Eucaristia, introduziu na oração, formou catequistas, guiou aos sacerdotes. Entre seus livros, destacamos: O abandono dos Sacrários acompanhados, Oremos no Sacrário como se orava no Evangelho, Artes para ser apóstolo, A graça na educação, Arte e liturgia, etc. Escritos que por sua grande difusão se hão recopiado na recente edição de suas Obras Completas. Os últimos anos sua saúde piorou notavelmente, prova que vive de modo heróico, sem perder o sorriso de seu rosto sempre amável e acolhedor, e a aceitação dos desígnios do Pai. Em 4 de Janeiro de 1940 entregou sua alma ao Senhor e foi enterrado na catedral de Palência, onde podemos ler o epitáfio que ele mesmo escreveu: «Peço ser enterrado junto a um Sacrário, para que meus ossos, depois de morto, como minha língua e minha pluma em vida, estejam sempre dizendo aos que passem: ¡Aí está Jesus! ¡Aí está! ¡Não o deixeis abandonado!». Sua Santidade João Paulo II declarou suas virtudes heroicas em 6 de Abril de 1998, e aprovou o milagre atribuído a sua intercessão em 20 de Dezembro de 1999.
Reproduzido com autorização de Vatican.va

Vivências de alguém que o conheceu

José Manuel González García, Beato

José Manuel González García, Beato

MINHAS RECORDAÇÕES DE DOM MANUEL - Era eu muito jovem quando conheci a Dom Manuel. Vos conto: Dos 36 meninos que havíamos ingressado no seminário no curso 1932-33, regressamos ao seminário 2, ao terminar a guerra civil de Espanha. A biblioteca do seminário se havia salvado por ter sido mudada para o Colégio do Patriarca, que foi totalmente respeitado. Me encarregaram da organização daquele enorme volume de livros. E ali me encontrei com uma pilha de revistas de EL GRANITO DE ARENA. Me encantou. Devorava cada número. A facilidade e encanto com que escrevia Dom Manuel, o ARCIPRESTE DE HUELVA, me apanhou. E subscrevi essa revista mensal. E fui seguindo suas andanças.  O QUE PODE UM CURA HOJE
Seu livro O QUE PODE UM CURA HOJE, resultou um ponto de referência para os sacerdotes da primeira metade do século XX. Já sacerdote, o li de cabo a rabo e muitas de minhas acuações primeiríssimas vinham inspiradas no dito livro. Aquele conselho de que a igreja paroquial abrisse suas portas antes que as outras casas da paróquia, o cumpria com a consequente madrugada e o assombro dos fregueses.  FIGURA SERENA
Dom Manuel nasceu em Sevilha em 1877, numa família humilde e profundamente religiosa. Seu pai, Martín González Lara, era carpinteiro, sua mãe, Antónia, se ocupava do lar. Neste ambiente Manuel cresceu serenamente. Deixou rasto em seu coração haver formado parte dos famosos «seises» da catedral de Sevilha, que bailavam e cantavam nas solenidades de Corpus Christi e da Imaculada. Como seise consolidou seu amor à Eucaristia e à Virgem.  NO SEMINÁRIO -Sem avisar a seus pais apresentou-se ao exame de ingresso no seminário. Seus bons pais acolheram a surpresa considerando como manifestação dos caminhos de Deus e aceitando-os como tais. Custeou seus estudos trabalhando como fâmulo. Em 21 de Setembro de 1901, lhe conferiu o sagrado presbiterado o hoje beato cardeal Marcelo Spínola.  - PALOMARES DEL RIO, SEU PRIMEIRO DESTINO - Em 1902 foi enviado a dar uma missão em Palomares del Rio. Ele próprio nos descreve esta experiência. Escutou as desalentadoras perspectivas que lhe apresentou o sacristão, e disse: «Fui direito ao Sacrário... e ¡que Sacrário, Deus meu! ¡Que esforços tiveram que fazer ali minha fé e meu valor para não sair correndo para minha casa! Mas, não fugi. Ali de joelhos... minha fé via a um Jesus tão calado, tão paciente, tão bom, que me olhava... que me dizia muito e me pedia mais, um olhar em que se refletia tudo o triste do Evangelho... O olhar de Jesus Cristo nesses Sacrários é um olhar que se crava na alma e não se esquece nunca. Veio a ser para mim como ponto de partida para ver, entender e sentir todo meu ministério sacerdotal». Esta graça irá amadurecendo em seu coração.
A OBEDIÊNCIA, MOTOR DA COLHEITA  - O arcebispo de Sevilha, Marcelo Spínola e Mestre, havia vivido em seus anos jovens em Huelva, exercendo de advogado, e seguia, como arcebispo, com grande preocupariam, sua vida eclesial, que oferecia, em seus pastores e em seus fieis, um panorama pouco esperançado. E tomou uma decisão arriscada. D. Manuel González, recém ordenado, havia já dado mostras de extraordinários dotes intelectuais e apostólicos, mas todavia não havia cumprido 28 anos. O sacerdote, que considerava como fundamental a virtude da obediência, nos relata a entrevista: «Chamado uma manhã - conta - por meu santo Arcebispo, Pastor ao Bom Pastor e, a foi de tal, de uma delicadeza suma em todos seus procedimentos, me disse sorridente: -¿Quer Vd. ir a Huelva? - Eu vou voando a onde me mande meu prelado. - Não; eu não o mando ir a Huelva; aquilo está tão mal, e, o que é pior, tão dividido entre os poucos bons... Estou tão farto de provar procedimentos para o melhorar sem o obter, que me hei recordado de Vd. como última tentativa; no fim e ao cabo Vd. é jovem e, se se estreia em Huelva, como o temo, o mesmo que o leva o pode trazer. Mas, repito, isto não é um mandato mas sim um desejo. - Senhor, os desejos de meu prelado são para mim ordens, ¿quando quer que vá? - Não, não; agora se vai Vd. a sua casa e, durante três dias e com completa reserva desta conversa, amadureça este desejo meu diante de seu Sacrário e volte depões com sua decisão. - Espero, com a graça de Deus, que dentro de três dias virei aqui para dizer a V. Excelência. o mesmo que agora lhe digo. Me despedi e ¡que três dias passei! ¡Sem apenas dormir nem comer e com esforços sobre-humanos para conservar a boa cara e o bom humor! ¡Havia ouvido falar em todos os anos de meus estudos tão mal da situação religiosa em Huelva...! Chegado o terceiro dia, me apresentei de novo ao senhor Arcebispo. - Sr., aqui me tem para lhe repetir o que disse no outro dia; ¿Quando quer que eu vá para Huelva? - Mas, ¿assim? ¿tão decidido? - Sim, senhor; completamente decidido. Agora, que, como a meu Prelado devo falar como a Jesus de meu Sacrário, devo dizer-lhe que vou para Huelva tão decidido em minha vontade como contrariado em meu gosto. - Me explico e não me estranhe; espero que esse desprezo de seu gosto, para abraçar a vontade do Prelado o ajudará muito em sua missão em Huelva. Sai que é Vd. muito jovem para um Arciprestado tão importante e para o mal que está aquele; eu tenho vivido ali e o conheço, mas ¡não importa! Vá, prove e se não lhe for bem, vem embora. As portas deste palácio sempre estarão abertas para Vd.; e em mim sempre tem um Padre a quem pode contar tudo, que o receberá com os braços abertos ». ARCIPRESTE DE HUELVA - «Em 1 de Março de 1905, fui nomeado Cura Ecónomo de são Pedro de Huelva; tomei posse no dia 9. Em 16 de Junho fui nomeado arcipreste». Foi nomeado Cura ecónomo ou regente porque o Cura próprio, D. Manuel García Viejo, vivia ainda, ainda que já mito ancião e achacado. Ao dar conta o Arcebispo a uns católicos onubenses da nomeação que acabava de fazer, lhes disse: «Envio a Vds. uma ajudinha».  - SEU PROGRAMA - O decisivo para ele, ao chegar a Huelva não era fazer-se presente na sociedade onubense de qualquer maneira, mas fazer-se presente com a força salvadora de Jesus, que brota da Eucaristia. ¿Por onde começar? Se propôs fazer da Eucaristia celebrada e adorada, o cume e a fonte de toda sua atividade. Assim se antecipou ao Concílio Vaticano II: «A sagrada liturgia não esgota toda a atividade da Igreja, pois para que os homens possam chegar à liturgia é necessário que antes sejam chamados à fé e à conversão... Não obstante, a liturgia é o cume ao qual  tende a atividade da Igreja e, ao mesmo tempo, a fonte de onde mana toda sua força. Pois os trabalhos apostólicos ordenam-se a que, uma vez feitos filhos de Deus pela fé e o baptismo, todos se reúnam, louvem a Deus no meio da Igreja, participem no sacrifício e comam a ceia do Senhor. FAMÍLIAS E ESCOLAS - Se preocupou também da situação das famílias necessitadas e das crianças, para os quais fundou escolas. Tanto a biologia como a experiência nos demonstram a existência de gémeos biológicos o que podemos comprovar na vida, na sociedade familiar e na relação de cada dia. Também a história nos demonstra a existência de pessoas gémeas não biológicas, umas vezes de carácter e trajetória, já sejam estadistas, como Kennedy e Lincoln; educadores, como D. Manuel González García, Arcipreste de Huelva e Bispo de Málaga e D. Manuel Siurot, a quem dom Manuel chamava seu alter ego e que colaborou na educação criando e dirigindo escolas, tanto em Huelva como em Málaga. MARIAS DOS SACRÁRIOS ABANDONADOS - Em 4 de Março de 1910, ante um grupo de colaboradoras, derramou o grande anseio de seu coração. Assim nos narra: «Permiti-me que, eu que invoco muitas vezes a solicitude de vossa caridade em favor das crianças pobres e de todos os pobres abandonados, invoque hoje vossa atenção e vossa cooperação em favor do mais abandonado de todos os pobres: o Santíssimo Sacramento. Vos peço uma esmola de carinho para Jesus Cristo Sacramentado... vos peço pelo amor de Maria Imaculada e pelo amor desse Coração tão mal correspondido, que vos façais as Marias desses Sacrários abandonados». Assim nasceu a «Obra para os Sacrários-Calvários». Obra para dar uma resposta de amor reparador ao amor de Cristo na Eucaristia, a exemplo de Maria Imaculada, o apóstolo são João e as Marias, fieis no Calvário. A União Eucarística Reparadora, iniciada com as Marias dos Sacrários e Discípulos de são João, se estendeu rapidamente e abriu caminho à Reparação Infantil Eucarística no mesmo ano; MISSIONÁRIOS EUCARÍSTICOS - Funda os sacerdotes Missionários Eucarísticos em 1918; a congregação religiosa de Missionárias Eucarísticas de Nazaré em 1921, em colaboração com sua irmã Maria Antónia, a instituição de Missionárias Auxiliares Nazarenas em 1932, e a Juventude Eucarística Reparadora em 1939.  RÁPIDA PROPAGAÇÃO - A rápida propagação da Obra em outras dioceses de Espanha e América, através da revista «El Granito de Arena», o impulsionou a solicitar a aprovação do Papa. Dom Manuel chegou a Roma em 1912, e em 28 de Novembro foi recebido pelo Papa São Pío X, a quem foi apresentado como «o apóstolo da Eucaristia». São Pio X se interessou por toda sua atividade apostólica e abençoou a Obra.  BISPO AUXILIAR DE MÁLAGA - O Papa Bento XV O nomeia bispo auxiliar de Málaga e recebe a crianças pobres, em vez de às autoridades; que, junto com os sacerdotes e seminaristas, serviram a comida a três mil crianças. COMO EM HUELVA .Como pastor da diocese malaguenha, iniciou sua missão tomando contacto com sua grei para conhecer suas necessidades. Como em Huelva, potenciou as escolas e catequeses paroquiais, praticou a pregação pelas ruas conversando com todo o que se encontrava de caminho... e descobriu que a necessidade mais urgente era a de sacerdotes. Este problema devia enfrentar-se desde a situação do seminário, a qual era lamentável.
UM NOVO SEMINÁRIO - Com uma confiança sem limites na mão providente do Coração de Jesus, empreendeu a construção de um novo seminário que reunisse as condições necessárias para formar sacerdotes sãos humanos, espiritual, pastoral e intelectualmente. Sonha e projeta «um seminário substancialmente eucarístico. Em que a Eucaristia fosse: em ordem pedagógica, o mais eficaz estímulo;  no científico, o primeiro mestre e a primeira assinatura; no disciplinar o mais vigilante inspetor; no ascético o modelo mais vivo; no económico a grande providência; e no arquitectónico a pedra angular». SACERDOTE HÓSTIA - A seus sacerdotes, e aos membros das diversas fundações que realizou, lhes proporá como caminho de santidade «chegar a ser hóstia em união da Hóstia consagrada», que significa «dar e dar-se a Deus e em favor do próximo de modo mais absoluto e irrevogável». Manuel González não escamoteia esforços para melhorar a situação humana e espiritual de sua diocese. Sua ingente atividade faz que não passe desapercebido, e com a chegada da República a Espanha sua situação se faz delicada. CHAMAS NO PALÁCIO EPISCOPAL - Em 11 de Maio de 1931 o ataque é direto, incendeiam-lhe o palácio episcopal e tem de mudar para Gibraltar para não pôr em perigo a vida de quem o acolhe. Ao sair de seu palácio incendiado, lhe perguntaram os milicianos, a onde quer que o levem e ele respondeu. ¿Vocês creem que me dedico pelas noites a dormir fora de minha casa? E quando já encontra refúgio disse às monjitas que com ele haviam sumido as hóstias consagradas do sacrário: “Irmãs, já tendes vós coisas que contar para quando forem velhas” No discurso de entrada se emocionou muito e disse: “Necessitava chorar de alegria depois de haver chorado tantos anos de amargura”. “Me dói o coração de tanto amar”. A FECUNDIDADE DE SUA PLUMA
Com estilo ágil, cheio de graça andaluza e de unção, transmitiu o amor à Eucaristia, introduziu na oração, formou catequistas, guiou a os sacerdotes. Entre seus livros, destacamos: "O abandono dos Sacrários acompanhados", "Oremos no Sacrário como se orava no Evangelho", "Artes para ser apóstolo", "A graça na educação", "Arte e liturgia", etc. Escritos que por sua grande difusão se hão recompilado na edição de suas Obras Completas. ENFERMO - Os últimos anos sua saúde piora notavelmente, prova que vive de modo heróico, sem perder o sorriso de seu rosto sempre amável e acolhedor, e a aceitação dos desígnios do Pai. Ao sair de Palência para Madrid, desde a cama junto do sacrário de sua capela, disse ao Senhor: "Se queres que volte, bendito sejas, se não queres que volte, bendito sejas". Na clínica pede que o situem perto da janela para ver a luz: "Irmã, disse à religiosa enfermeira, sou andaluz". Em 4 de Janeiro de 1940 entregou sua alma ao Senhor. Foi enterrado na catedral de Palência, onde podemos ler o epitáfio que ele mesmo escreveu: «Peço ser enterrado junto a um Sacrário, para que meus ossos, depois de morto, como minha língua e minha pluma em vida, estejam sempre dizendo aos que passem: ¡Aí está Jesus! ¡Aí está! ¡Não o deixeis abandonado!». Tive a honra de poder orar nessa capela da Catedral de Palência ante sua lápida aos pés do sacrário. João Paulo II declarou suas virtudes heroicas em 6 de Abril de 1998, e aprovou o milagre atribuído a sua intercessão em 20 de Dezembro de 1999. Manuel González García, bispo de Málaga e de Palência, foi uma figura significativa e relevante da Igreja espanhola durante a primeira metade do século XX. PALAVRAS DE JOÃO PAULO II NA BEATIFICAÇÃO - “Essa foi a grande paixão do novo beato Manuel González García, bispo de Málaga e depois de Palência. A experiência vivida em Palomares del Rio ante um sacrário abandonado o marcou para toda sua vida, dedicando-se desde então a propagar a devoção à Eucaristia, e proclamando a frase que depois quis que fosse seu epitáfio: “¡Aí está Jesus! ¡Aí está! ¡Não o deixeis abandonado!". Fundador das Missionárias Eucarísticas de Nazaré, o beato Manuel González é um modelo de fé eucarística, cujo exemplo segue falando à Igreja de hoje”.

 
JESUS MARTI BALLESTER
www.jmarti.ciberia.es
jmarti@ciberia.es
Pedro Sérgio António Donoso Brant
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• Faraildis (Farailda) de Gante, Santa
Janeiro 4 Viúva

Faraildis (Farailda) de Gante, Santa

Faraildis (Farailda) de Gante, Santa

Há muitos detalhes extremamente confusos e improváveis nos relatos que hão chegado até nós da vida desta santa belga, e é difícil determinar até que ponto a lenda se baseia em factos históricos. O rasgo principal parece ser que, embora tenha consagrado secretamente sua virgindade a Deus, seus pais a casaram, sem lhe pedir seu consentimento, com um rico pretendente. Decidida a guardar seu voto, negou-se a viver maritalmente com ele, o que incitou seu esposo a tratá-la com brutalidade. Mas Deus velava por ela e a protegeu, até à morte de seu marido. Apenas conhecemos outros dados de sua vida, fora dos milagres e das numerosas mudanças de seu corpo de um lado para o outro. Sem embargo, está fora de dúvida que adquiriu grande fama em Flandres e que seu culto oferece abundante material aos especialistas de folclore. Na Flandres é conhecida geralmente sob os nomes de Varelde ou Verilde. As imagens representam-na frequentemente com um ganso, com um gato, ou levando umas peças de pão. O ganso se refere provavelmente ao nome da cidade em que repousam os restos da santa, já que Gante, em flamengo, significa ganso. As peças de pão fazem alusão ao milagre acontecido junto a seu túmulo: segundo conta a lenda, uma mulher que havia recusado compartilhar seu pão com um mendigo, dizendo-lhe que não tinha, viu seus pães converter-se em pedras. Também se conta que Santa Ferailda fez brotar uma fonte em Bruay, perto de Valenciennes, para acalmar a sede dos que colhiam seu campo. O povo afirma que a água dessa fonte é muito eficaz contra as enfermidades das crianças, e as mães encomendam a saúde de seus filhos a nossa santa.

Rigoberto de Reims, Santo

Rigoberto de Reims, Santo

Rigoberto de Reims, Santo

bispo

Martirologio Romano: En la ciudad de Reims, en Neustria (hoy Francia), san Rigoberto, obispo, que habiendo sido expulsado de su sede por Carlos Martel, en contra de lo dispuesto por los cánones, llevó una vida humilde (743).
Etimológicamente: Rigoberto = Aquel que es atractivo por su poder
Fecha de canonización: Información no disponible, la antigüedad de los documentos y de las técnicas usadas para archivarlos, la acción del clima, y en muchas ocasiones del mismo ser humano, han impedido que tengamos esta concreta información el día de hoy. Si sabemos que fue canonizado antes de la creación de la Congregación para la causa de los Santos, y que su culto fue aprobado por el Obispo de Roma, el Papa.

San Rigoberto fue un monje benedictino, y más tarde abad del monasterio de San Pedro de Orbais. En el año 698 sucedió a san Rieul como obispo de Reims.
Los padres de san Rigoberto se llamaban Constantino y Francine. Desde muy joven se dio a la disciplina y oración. Fue un gran amante de la castidad, que alcanzó con trabajos, oraciones, y la asidua meditación de la Palabra de Dios. Muy joven fue elegido abad del monasterio benedictino de San Pedro de Orbais. Por su humildad, sabiduría, justicia y prudencia fue elegido arzobispo de Reims en el 698. En sus sermones hablaba insistentemente de la importancia de la penitencia y las buenas obras. Escribió varias obras por las que muchos se convirtieron y, alentados por sus ejemplos, se congregaban junto a él para alcanzar la santidad, como un maestro. Durante su obispado, san Rigoberto facilitó los materiales para que se pudiera construir la catedral de Reims, una de las mejores de la época, muchas de cuyas piedras provenían de la muralla de la antigua ciudad. Asimismo restableció la vida canónica entre sus sacerdotes (antiguamente se llamaba canónico a la iglesia o la casa donde residían los canónigos reglares), facilitándoles viandas y acomodamiento, así como un fondo común para la diócesis. San Rigoberto vivió los tiempos difíciles del paso de la dinastía merovingia a la carolingia, de Dagoberto II y Childerico III a Carlos Martel, el padre de Pipino el Breve, tiempo en el que San Rigoberto se ciñió estrictamente a su labor espiritual, trabajando con su clero y su pueblo por la fidelidad al Evangelio y al Papa de Roma, el griego San Zacarías y sus predecesores. Bautizó al mayordomo de palacio del reino de Austrasia Carlos Martel, pero hacia 717, parece ser que San Rigoberto ofendió a Carlos Martel porque no se alió con él contra Raganfredo, mayordomo de Neustria. Debido a ello, Carlos Martel le desterró a Gascuña y entregó su archidiócesis a su favorito, el sacerdote militar Milón (o Milo) de Trèves, que disfrutaba ya de las rentas de la sede de Tréves. Carlos Martel le rehabilitó más tarde, pero Rigoberto no quiso volver a su puesto para evitar el escándalo entre los fieles, por lo que Martel le regaló una residencia en Gernicourt (en la diócesis de Soissons, en el departamento de Aisne), donde Rigoberto se retiró y murió por causas naturales en 743 (o c. 750). Su cuerpo se encuentra enterrado en la iglesia San Thierry (en Reims). En 864, el arzobispo Hincmar de Reims trasladó sus restos a la iglesia en donde actualmente se le venera. Su primera “vitae” ensanzando sus virtudes fue escrita en el año 890 por un canónigo de Reims.

http://es.catholic.net/santoralwww.jesuitas.pt  -  www.santiebeati.it

 

36220 > Sant' Abruncolo Vescovo  MR
30700 > Beata Angela da Foligno Terziaria francescana  MR
93924 > Beata Chiara de Ugarte Vergine mercedaria 
36230 > Beata Cristiana da Santa Croce (Oringa Menabuoi)  MR
91037 > Santa Dafrosa di Roma Sposa e martire 
30750 > Sant' Elisabetta Anna Bayley Seton Vedova MR
36210 > Santi Ermete e Caio Martiri MR
36280 > Santa Farailde di Gand Vedova  MR
36260 > San Ferreolo di Uzès Vescovo  MR
36240 > San Gregorio di Langres Vescovo  MR
94089 > San Libenzio di Brema Vescovo 
93925 > Beato Luigi de Halles Mercedario 
91453 > Beato Manuel Gonzalez Garcia Vescovo e fondatore MR
91519 > San Rigoberto di Reims Vescovo  MR
36270 > San Rigomero Vescovo  MR
36290 > Beato Tommaso Plumtree Sacerdote e martire  MR

Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português,

por António Fonseca

NOTA: Esclareço os meus estimados leitores, que por motivo de ter feito uma “habilidade” no meu computador, em que procurei deletar várias coisas que estavam acumuladas no disco duro, arranjei “um trinta e um” que me fez perder tudo o que estava escrito no Windows Writer, que já estava editado e pronto para publicar hoje e até ao fim da semana corrente, ou seja, até ao dia 8, sábado próximo, tendo ficado o disco quase completamente vazio de conteúdos que lá tinha – SINCERAMENTE FIQUEI SIDERADO PELAS ASNEIRAS QUE FIZ. Resultou pois que tive de utilizar o outro disco para recolocar o sistema, e só agora (20,30 h) é que consegui finalizar a página de hoje, dos Santos de Cada dia. Amanhã, se Deus quiser, vou tentar prosseguir com os tópicos habituais. Desculpem por favor, os lapsos cometidos. Obrigado

António Fonseca

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Nº 3 (3)–3 DE JANEIRO DE 2011

 
Continuação (6)
 
Em continuação da tarefa que encetei no passado dia 28/12/2010,  transcrevo o texto  do Apêndice do livro III – (Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro de 2010) Santos de Cada Dia, de www.jesuitas.pt – que se intitula no seu primeiro capítulo
 
Portugueses a caminho dos altares
 
desta vez com o nome de
 
PADRE MANUEL NUNES FORMIGÃO
 
O PADRE MANUEL NUNES FORMIGÃO NASCEU A 1 DE JANEIRO DE 1883, EM TOMAR, E FALECEU A 30 DE JANEIRO DE 1958, EM FÁTIMA. FOI BAPTIZADO A 18 DE FEVEREIRO DE 1883, SENDO SEUS PAIS MANUEL NUNES FORMIGÃO, 2º SARGENTO DE INFANTARIA, E MARIA DA PIIEDADE MENDES DIAS, FERVOROSOS CRISTÃOS, QUE NA ALTURA DO SEU NASCIMENTO HABITAVAM NO CONVENTO DE CRISTO EM TOMAR, NA ALA DESTINADA À RESIDÊNCIA DOS OFICIAIS DO EXÉRCITO. TENDO FREQUENTADO OS SEMINÁRIOS DO PATRIARCADO DE LISBOA, FOI MANDADO PARA ROMA EM OUTUBRO DE 1903, PELO SEU BISPO, O CARDEAL PATRIARCA, D. JOSÉ SEBASTIÃO NETO, A FIM DE SE ESPECIALIZAR EM TEOLOGIA E DIREITO CANÓNICO, NA UINIVERSIDADE GREGORIANA. COM SUCESSO OBTÉM, A 13 DE JULHO DE 1906, A LÁUREA EM DIREITO CANÓNICO, E A 4 DE JULHO DE 1909, O DOUTORAMENTO EM TEOLOGIA. DE ACENTUAR O DIA DA SUA ORDENAÇÃO SACERDOTAL, OCORRIDA NA BASILICA DE S. JOÃO DE LATRÃO,CABEÇA E MÃE DE TODAS AS GREJAS”, A 4 DE ABRIL DE 1908. NO DIA SEGUINTE, CELEBROU A SUA PRIMEIRA MISSA NO QUARTO-CAPELA ONDE MORREU S. LUÍS GONZAGA, NA IGREJA DE SANTO INÁCIO, EM ROMA. TERMINADOS OS ESTUDOS, O P. FORMIGÃO REGRESSA A PORTUGAL, COM UMA PARAGEM DE ALGUM TEMPO EM LOURDES, POR CUJO SANTUÁRIO MARIANO POSSUIA GRANDE VENERAÇÃO, PRESTANDO AÍ OS MAIS VARIADOS SERVIÇOS. QUERIA DIVUOLGAR MAIS EM PORTUGAL A MENSAGEM DASD APARIÇÕES DE LOURDES, O QUE DEPOIS NÃO VAI ACONTECER, DEVIDO ÀS APARIÇÕES DE FÁTIMA. CHEGADO A PORTUGAL, CARREGADO DE SABER E FORTE ESPÍRITO SACERDOTAL, PÔS-SE LOGO À DISPOSIÇÃO DO SEU NOVO PATRIARCA, O CARDEAL D. ANTÓNIO MENDES BELO. é NOMEADO PROFESSOR NO SEMINÁRIO PATRIARC AL DE SANTARÉM, ONDE LECCIONA TEOLOGIA E OUTRAS CADEIRAS. PROFESSOR SUPRANUMERÁRIO DO LICEU SÁ DA BANDEIRA, EM SANTARÉM, 1918-1929, DESEMPENHOU A SUA MISSÃO COM GRANDE COMPETÊNCIA, GRANJEANDO SIMPATIAS E ADMIRAÇÃO POR PARTE DE COLEGAS E ALUNOS. AQUI DEDICA~SE À PRÁTICA EFECTIVA DA CARIDADE, À RECRISTIANIZAÇÃO DA JUVENTUDE E À DIRECÇÃO ESPIRITUAL.  AS APARIÇÕES DE FÁTIMA VÃO MARCAR A VIDA DO P. FORMIGÃO. COMEÇA A INTERESSAR-SE POR ELAS A 13 DE SETEMBRO DE 1817, AQUANDO DA 5ª APARIÇÃO, ESTANDO PRESENTE DE FORMA DISCRETA, TALVEZ POR INCUMBÊNCIA OFICIOSA, E ATÉ COM UMA ATITUDE ALGO CÉPTICA. DEVIDO AO CONTACTO COM OS PASTORINHOS E À REFLEXÃO PESSOAL, MUDARÁ DE OPINIÃO E TORNAR-SE-Á NO GRANDE “APOSTÓLO DE FÁTIMA”. HOUVE ATÉ QUEM O CHAMASSE DE «4º VIDENTE DE FÁTIMA». OS INTERROGATÓRIOS FEITOS AOS PASTORINHOS, OS SEUS ESCRITOS E A ACÇÃO NA COMISSÃO NOMEADA A 3 DE MAIO DE 1922 PARA O RESPECTIVO PROCESSO CANÓNICO VÃO SER DECISIVOS PARA A APROVAÇÃO ECLESIASTICA, A 13 DE OUTUBRO DE 1930. «SEM ELE, FÁTIMA NÃO SERIA O QUE É PRESENTEMENTE», DIRIA MAIS TARDE O CARDEAL PATRIARCA DE LISBOA, D. ANTÓNIO RIBEIRO. O P. FORMIGÃO DESENVOLVEU O MINISTÉRIO SACERDOTAL NAS DIOCESES DE LISBOA, BRAGANÇA (1934-43), ÉVORA (1943-44), PORTO (1944-54), POR MOTIVOS DE SAÚIDE, LEIRIA. “HOMEM DE DEUS”, É A EXPRESSÃO UTILIZADA POR VARIOS BISPOS (PATRIARCA DE LISBOA, ARCE BISPO DE ÉVORA, BISPO DE BRAGANÇA, BISPO DE LEIRIA), SACERDOTES E LEIGOS PARA DEFINIR O P. FORMIGÃO. O RESPEITO PELA LITURGIA, EM ESPECIAL NA CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA, A OBEDIÊNCIA AO PAPA E AOS BISPOS, A COMEÇAR PELO PASTOR DA PRÓPRIA DIOCESE, O RIGOR COM QUE CUMPRIA AS ORDEM S DOS SEUS SUPERIORES, A ENTREGA TOTAL ÀS DIVERSAS RESPONSABILIDADES QUE LHE FORAM CONFIADAS, DENTRO E FORA DA DIOCESE, SÃO UM EXEMPLO DE COMO SE DEVE SERVIR A IGREJA, SEM PRETENSÃO DE PROTAGONISMO PESSOAL E SEM ESPÍRITO DE CRÍTICA DESTRUTIVA. ELE NÃO ABDICOU DAS SUAS OPINIÕES PESSOAIS. O SEU APOSTOLADO FOI VARIADO. PARA ALÉM DO JÁ REFERIDO, PENSE-SE NA ORIGINALIDADE AO CRIAR A FAMOSA «ASSOCIAÇÃO NUN’ÁLVARES» PARA JOVENS DO LICEU E DA ESCOLA DOS REGENTES AGRÍCOLAS DE SANTARÉM, PRECURSORA DA ACÇÃO CATÓLICA. O SEU APOSTOLADO ESTENDE-SE AINDA AOS DOENTES, OS MAIS POBRES, AOS MARGINALIZADOS,, AJUDANDO ALGUNS COLEGAS SACERDOTES QUE VEM PRECISAVAM DE APOIO ECONÓM,ICO. FOI UM  POETA E ESCRITOR FECUNDO, LANÇANDO INICIATIVAS QUE AINDA HOJE PERDURAM. ASSIM, FUNDOU OS JORNAIS «MENSAGEIRO DE BRAGANÇA», «VOZ DA FÁTIMA», A REVISTA «STELLA» E O «ALMANAQUE DE N. S. DE FÁTIMA». PUBLICOU VÁRIOS LIVROS RELACIONADOS COM AS APARIÇÕES DE FÁTIMA: «O QUE É FÁTIMA», «AS GRANDES MARAVILHAS DE FÁTIMA», «OS ACONTECIMENTOS DE FÁTIMA», ETC. EMBORA O P.FORMIGÃO AFIRMASSE REPETIDAMENTE QUE NÃO ERA O FUNDADOR DA CONGREGAÇÃO DAS RELIGIOSAS REPARADORAS DE NOSSA SENHORA DAS DORES DE FÁTIMA (O QUE É NATUIRAL, ATENDENDO À SUA HUMILDADE). OBRA INICIADA POR ELE A 6 DE JANEIRO DE 1926, É CERTO QUE ELE FOI O GRANDE INSPIRADOR E IMPULSIONADOR DO INSTITUTO, APESAR DA COLABORAÇÃO DE OUTRAS PESSOAS. UM SACERDOTE QUE BEBEU O ESPIRITO EVANGELICO DA MENSAGEM DA SENHORA DE FÁTIMA, SENTIA-SE OBRIGADO A INCUTIR UMA DIMENSÃO REPARADORA E EUCARISTICA À NOVA FUNDAÇÃO. A PARTICIPAÇÃO NA EUCARISTIA, NA CELEBRAÇÃO DA MISSA E NA ADORAÇÃO AO SANTISSIMO SACRAMENTO É O PILAR DA SUA ESPIRITUALIDADE. SÃO INESQUECIVEIS AS PALAVRAS DO CARDEAL PATRIARCA D. ANTÓNIO RIBEIRO, REFERINDO-SE AO P. FORMIGÃO: «TRATA-SE DE UM PADRE DO PATRIARCADO DE LISBOA, INVULGARMENTE CULTO E PIEDOSO, CUJA ACTIVIDADE APOSTÓLICA MUITO CONTRIBUIU PARA O DESENVOLVIMENTO DA VIDA CRISTÃ EM PORTUGAL, DURANTE A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX. OS JOVENS DE VÁRIAS ESCOLAS, OS SEMINARISTAS DE SANTARÉM, DE BRAGANÇA E DE ÉVORA, AS NOVAS FORMAS DE VIDA CONSAGRADAS ENTÃO SURGIDAS, OS MOVIMENTOS DA ACÇÃO CATÓLICA E TANTAS PESSOAS TOCADAS PELO SEU ZELO SACERDOTAL, FICARAM A DEVER-LHE ASSINALÁVEIS BENEFICIOS, AOS CAMPOS DA FORMAÇÃO CIVICA E ECLESIAL, E DA DINÂMICA EVANGELIZADORA DA SOCIEDADE PORTUGUESA».. O SEU PROCESSO DIOCESANO DE CANIONIZAÇÃO, INICIADO EM FÁTIMA, DIOCESE DE LEIRIA-FÁTIMA, EM 15 DE SETEMBRO DE 2001, ENCONTRA-SE EM AVANÇADA FASE DE INSTRUÇÃO, PREVENDO-SE PARA BREVE A SUA CONCLUSÃO, COM O ENVIO PARA A SANTA SÉ, PARA A CONGREGAÇÃO DA CAUSAS DOS SANTOS, DAS PROVAS CONCLUDENTES DA SUA VIDA DE SANTIDADE.
DO LIVRO SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt
 
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Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas. pt. – Apêndice do III volume – 2010.
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Do livro SANTOS DE CADA DIA – Apêndice – 4º trimestre de 2010
Transcrição de António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...