SANTOS E BEATOS
Nº 968
SÃO BERNARDINO REALINO
Sacerdote
Bernardino Realino, Santo
Entre os três Santos e os dois Beatos que hoje celebra a Companhia de Jesus, o primeiro é S. Bernardino Realino. Nasceu este santo missionário em Capri, Itália, em 1530, proveniente de nobre linhagem. A sua primeira educação foi obra quase exclusiva da mãe, uma vez que o pai, estribeiro-mor de várias cortes de Itália, se via obrigado a ausentar-se muitas vezes de casa. De temperamento meigo e amoroso, deixou-se Bernardino possuir de carinho incrível para com a mãe. Diante da perspectiva de ver-se privado do pai ou da mãe, e respondia sempre resolutamente: «Da minha mãe, nunca!» Mas Deus veio a pedir-lhe, primeiro, o sacrifício da mãe. Aos 12 anos terminou os estudos clássicos na Academia de Módena. Em 1548, começou os de filosofia em Bolonha, como óptima preparação, segundo então julgava, para a Medicina em que pretendia diplomar-se. A vontade duma jovem, Clorinda, com quem pensou em casar-se, levou-o subitamente a mudar de carreira e dedicar-se ao Direito. Em 1556, doutorou-.se em ambos os direitos, civil e canónico. Os seus méritos e a influência do pai colocaram-no depressa em posição de relevo; administrador, primeiro, de Felizzeno, depois advogado fiscal de Alexandria do Piemonte, administrador em Cassino e pretor em Castel Leone. O Marquês de Pescara tinha em vista tomá-lo como Ouvidor e lugar-tenente seu, no reino de Nápoles; mas a luz do céu entrara pouco a pouco na alma de Bernardino e estava resolvido a dar-se inteiramente a Deus. Clorinda, a noiva, tinha morrido como anjo em 1551, contando apenas 28 anos de vida, e do céu, conforme declarava o santo, mostrava-lhe novos caminhos de luz e glória. Foi-se esclarecendo por três anos o seu plano de vida e um acontecimento providencial veio a colocá-lo na pista do caminho que Deus queria para ele. Passeava um dia Bernardino pelas ruas de Nápoles e encontrou-se com dois jovens religiosos, cuja modéstia, compostura e santa alegria o impressionaram vivamente. Seguiu-os com o olhar e tirou informações sobre quem eram: dois membros da Companhia de Jesus, que Inácio de Loyola acabara de fundar. Até então não tinha ouvido falar destes religiosos. Profundamente impressionado, foi no domingo seguinte ouvir missa na igreja dos Padres. Escutou o sermão e quis em seguida fazer confissão geral com o pregador. Este exortou-o, porém, a retirar-se primeiro uns dias em Exercícios Espirituais. Dos Exercícios saiu resolvido a abandonar a carreira e dar-se a Deus plenamente numa Ordem religiosa. O inimigo combateu-o com o pensamento do pai ancião. Devia esperar que lhe morresse o pai? Bernardino, na sua luta, recorreu ao altar de Nossa Senhora. Em Setembro de 1564 rezava o terço, quando viu diante de si, entre esplendores de luz e glória, a Mãe Santíssima com o Menino que olhava para ele e lhe dizia que entrasse quanto antes na Companhia de Jesus. A 13 de Outubro daquele mesmo ano admitia-o como noviço o padre Provincial de Nápoles, Afonso Salmerón, teólogo insigne e companheiro de Santo Inácio. Tinha o noviço 34 anos. Sem reparar nos seus estudos clássicos e de filosofia, no seu doutoramento em direito, nos cargos de governo que tinha exercido antes de entrar, na sua elevada posição social e linhagem, pediu ao Mestre de Noviços o grau de irmão coadjutor, pois julgava que seria útil assim na religião e porque deste modo poderia dedicar-se mais às suas devoções. Em 1567 mandou S. Francisco de Borja que recebesse o sacerdócio, e a seguir nomeou-o mestre de Noviços. Fez a profissão solene em 1570. E desde então vê-mo-lo dedicado totalmente ao apostolado. Primeiro em Nápoles, desde 1570 até 1574, numa Congregação de Nobres que dirigia, com os jovens do Colégio, com o rapazio da rua, no ensino do catecismo, nos hospitais, nas prisões e nas galeras. E depois em Lecce, cidade para que Deus o destinava definitivamente. Esta cidade da costa adriática estava suspirando por um Colégio da Companhia de Jesus. O fundador ia ser o Padre Realino. Dois anos depois de ele chegar, 1577, estreava-se a igreja de Jesus e começava-se a construção do Colégio, inaugurado em 1583. Obra muito sua prediletas foi a fundação de diversas Congregações Marianas para eclesiásticos, nobres, comerciantes, artífices e estudantes. Deus abençoava a sua caridade e os seus trabalhos com milagres patentes. Era generosíssimo com os pobres e observou-se que o vinho que lhes dava não diminuía nunca. Tinha o dom de ler nas consciências os mais profundos segredos; anunciava previamente acontecimentos futuros, curava as doenças com a bênção e com o contacto de objectos que antes tinha usado em si. A sua fama era já universal. Vinham bispos, príncipes e cavalheiros a Lecce, só para ver o “Santo”. Paulo V papa, o imperador Rodolfo II, Henrique IV de França, os Duques da Baviera, Mântua, Parma e Módena pediam-lhe por cartas as suas orações. S. Roberto Belarmino não o conhecia nem de vista e quando, como Provincial, fez a visita do Colégio de Lecce, as suas primeiras palavras foram perguntar pelo Padre Realino. Este tinha-se escondido para não ser visto; logo que o indicaram ao Padre provincial, este pôs-se de joelhos diante dele. E em seguida abraçaram-se os dois e compreendeu cada um que o outro era santo. Sempre que os Superiores tratavam de tirá-lo de Lecce, intervinha Deus directamente para o impedir. O Geral Mercuriano manteve por oito meses a ordem, de que partisse para a casa Professa de Roma, mas durante todo este tempo não pôde sair da cama Realino, vítima de febres misteriosas. Num dia frigidíssimo de Inverno, confessava na Igreja. Dona Isabel Ventura notou que o padre tremia de frio e avisou o Superior. Chegou-lhe, logo a seguir, a ordem de retirar-se para o quarto, onde lhe acenderiam, uma braseira. Enquanto o acompanhavam, o Padre meditava no nascimento de Jesus, pois era Natal. De repente, o seu quarto, aparece iluminado. Era Nossa Senhora com o Menino ao colo: - «Porque tremes desse modo, Bernardino?» – pergunta-lhe a Virgem Maria. - «Estou a tiritar de frio» – responde o ancião. A Mãe Santíssima põe-lhe o menino nos braços e deixa-lho um instante. O Irmão vem com o lume e só ouviu repetir: «Um bocadinho mais, Senhora, um bocadinho mais». Naquele Inverno , não voltou Bernardino a tiritar. «Já começou o Ano Novo», dizia no principio de 1616. «Mas eu vou partir». Realmente, a 2 de Julho partiu deste mundo, sendo estas as suas últimas palavras: «Ó Santíssima Senhora minha!». Tinha completado 86 anos. Foi beatificado por Leão XIII, em 1895, e canonizado, juntamente com S. João de Brito, em 1947, por Pio XII. Do livro SANTOS DE CADA DIA , de www.jesuitas.pt Ver também http://es.catholic.net/santoral www.santiebeati.it.
S. FRANCISCO DE JERÓNIMO
Sacerdote (1642-1716)
O primeiro de 11 irmãos, Francisco de Jerónimo nasceu a 17 de Maio de 1642 em Grottaglia, a pouca distância de Tarento, na Itália. Aos 11 anos foi confiado pelos pais a uma Congregação eclesiástica que fundara Monsenhor Carácciolo. Os estudos superiores fê-los com os jesuítas: a filosofia, no colégio de Trento, e a teologia, no de Nápoles, onde foi ordenado sacerdote no ano de 1666. Antes de entregar-se ao ministério directo com as almas, pediu aos Padres de Companhia de Jesus que o admitissem como prefeito da disciplina no colégio de Nápoles. Nele esteve quatro anos, e conta-se que os alunos lhe chamavam o prefeito santo, fama que obteve praticando à letra o Evangelho. Um dia teve de castigar severamente uma falta grave de disciplina. O irmão do culpado enfureceu-se contra o Prefeito, insultou-o publicamente e chegou a dar-lhe uma bofetada. Francisco ofereceu-lhe a outra face com a maior serenidade de espírito. Quando a 1 de Julho de 1670, pediu para ser admitido na Companhia de Jesus, disse o Padre Reitor: «Hoje é dia de glória para a Companhia, porque hoje lhe dá Deus um santo». Assim foi na realidade. Depois do primeiro ano de noviciado, começou as suas missões no território de Ótranto. O povo dizia: «O Padre Jerónimo é um anjo descido do céu para bem das nossas almas». ao completar o quarto ano de vida religiosa, foi destinado como operário para a casa professa de “Gesu Nuovo” de Nápoles, onde hoje se veneram os seus restos. Os trabalhos apostólicos e os martírios do Japão e da Índia moveram-no a pedir duas vezes aquelas missões. Em 1679, respondeu-lhe o Geral que as suas Índias e o Japão deviam ser a cidade e o reino de Nápoles. Todos os domingos, no princípio, e depois também nos dias de festa, pregava ao ar livre sobre a necessidade da penitência, a morte e as suas amargas surpresas, o juízo de Deus e os tormentos eternos do inferno. Na sua luta ativa e constante contra a imoralidade, foi repetidas vezes ameaçado e até maltratado à mão armada: «Considerar-me-ia demasiado feliz, dizia ele, se morresse por causa de restituir uma alma Àquele que morreu para salvar a minha». Durante 30 anos seguidos, trabalhou com os mais pobres e abandonados da sociedade: mulheres de má vida, presos condenados a trabalhos forçados nas obras e estaleiros, galeotes da frota espanhola, presos do Tribunal da Vicaria, que eram os piores, carregadores do porto de Nápoles e escravos muçulmanos que vinham a bordo dos navios. Tudo isto lhe parecia muito pouco diante do muito que tinha feito por ele «O Verbo feito carne», «Jesus Crucificado», o «seu Jesus Ermitão», como costumava chamar ao Hóspede solitário do sacrário. Nos trabalhos e tribulações inesperadas, dizia: «Mereço muito mais que tudo isto!», «Ainda é pouco para o que mereço». Deus abençoou com manifestos milagres o zelo e a humildade do seu servo. Trazia consigo uma relíquia do mártir S. Ciro e a ela atribuía sempre todas as suas curas. A um Padre que presenciara um milagre disse: «Não pode imaginar, padre, quantos doentes conheço a quem S. Ciro curou. Veja este menino. Estava raquítico e aleijado. S. Ciro pô-lo bom num segundo, como o fez já com outros 46. Vi-o dar a vista a cegos, ouvido a surdos, razão aos loucos e vida aos moribundos. Os milagres obtidos com esta relíquia de S. Ciro passam já de milhares». O seu ideal era trabalhar até ao último instante: «Enquanto conservar um alento de vida, irei, ainda que seja arrastado, pelas ruas de Nápoles. Se cair debaixo da carga, darei graças a Deus. Um animal de carga deve morrer debaixo do fardo». Um ano depois de assim falar, a 11 de Maio de 1716, olhando fixamente para o céu,entregava a alma ao Senhor. Tinha 73 anos. Pio VII beatificou-o no ano de 1806 e Gregório XVI concedeu-lhe as supremas honras dos altares em 1839. Do livro santos de cada dia, DE WWW.JESUITAS.PT
BEATO JULIÃO MAUNOIR
Sacerdote (1601-1683
)
Nascido em 1606, o beato Julião Maunoir fez os estudos em Rennes, França, e depois entrou na Companhia de Jesus em Paris, em 1625. Em Quimper, o venerável Miguel Le Bobletz impeliu-o a continuar o apostolado na baixa Bretanha, onde a assistência religiosa estava nessa época muito descuidada. Em três dias, segundo se diz, por intercessão da Virgem Maria, aprendeu o Padre Maunoir a língua bretã e consagrou-se imediatamente ao ensino do catecismo na região. De 1634 a 1638 terminou os estudos teológicos em Bourges e, quando se propunha ir para as missões do Canadá, foi atacado por doença grave. Nesse momento, fez o voto de se consagrar às missões da Bretanha, se recuperasse a saúde. Restabelecido, começou vasta obra de restauração religiosa de gente dessa região. Durante 42 anos, perseverou nesse trabalho, pregando, catequizando e dando retiros; estes, em Quimper, reuniam uns mil padres por ano. Pelos muitos que encaminhou para a vida sacerdotal na idade madura, segundo foi escrito, o beato merecia ser tomado como padroeiro das vocações tardias. Julião Maunoir faleceu a 28 de Janeiro de 1683 e foi beatificado por Pio XII, a 20 de Maio de 1951. Reproduzimos parte do elogio que o mesmo Sumo Pontífice fez, a seguir, ao novo Beato, diante dos peregrinos franceses que tinham vindo assistir à cerimónia na basílica de S. Pedro: «Em consequência de que transformação chegou a Bretanha a merecer que a apontassem ao mundo como exemplo de vida ardorosa, moral e profundamente cristã? Ela própria atribui a honra disso – depois de Deus, da Virgem Maria e dos Santos padroeiros – aos seus missionários, na primeira linha dos quais ela venera o Beato Julião Maunoir, Mas que fez ele e qual foi o seu segredo? Foi nada mais que apóstolo, mas foi-o em toda a extensão e toda a força do termo: apóstolo de Cristo, formado na sua escola, dócil aos seus princípios e às suas lições, penetrado pelo seu puro espírito… Acção intensa, adaptação ás disposições e aos métodos de tempo. Bem nos parece que foram esses, entre outros, os traços da fisionomia e da atividade do beato Julião Maunoir… No capitulo de acção intensa, Maunoir pode fácil e vitoriosamente ser comparado com seja quem for: trabalhos, fadigas, incomodidades e sofrimentos, sem nunca descansar nem se poupar na sucessão ininterrupta das Missões, e que Missões! No continente e nas ilhas, pregações, procissões, catecismo, confissões, visita dos doentes e tudo mais. Quem lê a sua vida pergunta-se como um só homem pôde bastar para tantos trabalhos, como pôde a sua natureza aguentar tal cansaço… Homem de acção mais que ninguém, punha acima da acção o estudo, e acima do estudo a oração… Tinha, dizia ele próprio, recebido de Deus um dom de oração que o mantinha em contínua união com Ele… Foi para se colocar ao alcance de todos que ele aprendeu a difícil língua que falavam. Ensinava, por meio de grandes quadros figurados, a doutrina e a moral. E punha-as em estribilhos e estrofes, que tão bem se imprimiam na memória, que ainda hoje o povo os canta»… Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt-
BEATO ANTÓNIO BALDINUCCI
Sacerdote (1665-1717)
Foi apóstolo duma valentia e duma eficácia prodigiosas, missionário das populações rurais da Itália central. Nasceu em Florença, de família patrícia. O pai, Filipe, distinguiu-se na história. A mãe, Catarina Scolari, era uma santarella, uma santinha, como se exprimia o filho António. Nasceu ele a 19 de Junho de 1665, e foi chamado António por gratidão ao Santo milagroso, que obtivera uma cura a Filipe. António era o quinto filho dos Baldinucci; o mais velho, que tinha apenas cinco anos mais que ele, fez-se dominicano, e o quarto, sacerdote secular. António esteve quase para seguir o mais velho como dominicano. Um retiro com os jesuítas a isso o inclinou; mas experimentou repentinamente um desejo intenso de ajudar as almas e viu ser a Companhia de Jesus o instituto mais próprio para esse fim. Foi aceite: era sério, ponderado, pontual, entregue à oração, à mortificação, e à virtude. Em casa como no colégio chamavam-lhe «anjinho», em diminutivo porque sua estatura era menos que média. Tinha índole boa e discernimento, era simples, aberto e amável, não impulsivo mas reflectido. Foi admitido na Ordem em 1681. Fez o noviciado com especial fervor; depois, como filósofo, sonhava com a China e o Japão. Em 1687 escreveu ao P. Geral exprimindo-lhe o desejo das Missões, de verter o próprio sangue entre os infiéis. Em 1690, insistiu, mas a saúde parecia demasiado fraca. Foi ocupado perto de cinco anos nos colégios de Térni e depois no romano. Ao fim do quadriénio de teologia, foi ordenado sacerdote; tendo completado o seu terceiro ano de noviciado, fez a profissão solene em 1698. Utilizava-se já o seu talento para a pregação desde 1690; pregava nas praças de Roma nos dias de festa; e cada domingo fazia uma boa e longa exortação a 500 estudantes, depois do ofício cantado; custava-lhe bastante, para mais tendo dores de cabeça e de estômago. Em 1961 caiu gravemente doente. Teve de aceitar férias no campo. Precisava de movimento, actividade. Os Superiores aplicaram-no às missões na Itália. Como tinha memória infiel, as estações da Quaresma foram um suplicio para ele. Escrevia: «Mastigo em vão e fiquei muito mal parado». Destinaram-no à região de Fráscati, perto de Roma, onde pôde entregar-se à improvisação, sendo populares os auditórios. António andava descalço, pobremente vestido, sem outra bagagem que não fosse o liturgicamente indispensável. Sem exagero, galopava nas caminhadas. Um dia, deram-lhe por companheiro um padre lento e pesado, de grande fleuma, incapaz de percorrer 10 milhas por dia. Ora António, que palmilhava 50, viu-se desesperado ; até que de vez em quando se adiantou, indo para a frente e voltando atrás, como os cães; sem isso, morreria no caminho! Em 1702 referia-se a fadigas que lhe seriam intoleráveis, mas que podia suportar devido à graça, não obstando as indisposições já sofridas. Sem um momento para respirar; sempre atarefado com pregações, catecismos, conferências, procissões de penitência (três pelo menos por dia) e flagelações públicas; para comover o auditório, flagelava as costas até ao sangue, ao mesmo tempo que punha cadeias nos pés, uma corda ao pescoço e coroa de espinhos na cabeça. E era preciso dissipar os ódios, as amizades perigosas e os escândalos. por outro lado, havia o frio, o vento e a chuva. Procurava substituir os baralhos de cartas com imagens da Paixão dotadas de legendas piedosas. Cantava o Svegliarino «O despertar matutino», coleção de cânticos compostos por um colega. Por vezes, dialogava com uma caveira: «Onde estão os teus olhos? Os teus cabelos? As tuas maçãs do rosto? A tua língua?» Ou aparecia vestido de penitente. Descobria pouco a pouco as costas, dirigindo palavras de amor ao Crucifixo; e flagelava-se enquanto alguns padres salmodiavam um Miserere. As missões deviam inicialmente durar quatro meses por ano. Mas não foi caso único dedicar aos trabalhos apostólicos sete meses e mais. Escrevia a 11 de Dezembro de 1708: «Espero continuar até à morte. Estive bem perto dela o ano passado: num lugarejo dalgumas casas, fui atacado de dores tão graves que, depois dias passados, necessitei de receber os santos sacramentos do Viático e da Unção dos enfermos. Mas. como para tudo sou rápido, no quinto dia encontrava-me aliviado para recomeçar as funções interrompidas». Uma vez, no inverno de 1709, pouco lhe faltou para ficar no caminho como estátua gelada. Mas o Senhor restituiu-lhe a força. Conta-se na sua vida que pregava este apostólico missionário em Nápoles a uma imensa multidão, e que, arrebatado de espírito profético, num arranque de apocalíptica eloquência, disse aos seus ouvintes: «Vede, vede como caem inúmeras almas nos abismos infernais, como caem as folhas da árvore com o sopro do vento». E, temeroso sucesso, o olmeiro a cuja sombra o missionário pregava secou repentinamente e sacudiu as folhas para o chão, mantendo-se pouquíssimas na árvore. Veio a morrer em 1717, com 52 anos completos, em Pófi, na diocese de Véroli (província de Roma). Tinha nos lábios os estribilhos dos seus cânticos populares: «Meu Jesus, doce amor, morro por Ti» e «Paraíso, ó Paraíso, ó bela pátria!» A um dos seus irmãos deixou estes conselhos: «De todo o acontecimento, tomar o bom, deixar que se dissipe o mal…, viver com coração grande e livre de qualquer estreiteza. Para isso, pedir auxilio ao Senhor, e procurar não fixar-se na melancolia… Não pensar em todos os males possíveis, mas sim naqueles que precisam de remédio imediato». Foi enterrado em Pófi, na igreja dos Menores reformados. Actualmente, os seus restos encontram-se debaixo do altar-mor da igreja da Companhia de Jesus, em Florença. A beatificação foi em 1893 e deve-se a Leão XIII. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt
• Processo e Martiniano, Santos
Mártires
Processo e Martiniano, Santos
Deve ter sido muito exemplar a presença dos Apóstolos Pedro e Paulo na prisão romana quando se aproximava seu martírio. Haviam empregado bem o tempo para a extensão do Evangelho. Tanto o mundo judeu como os gentios haviam tido já noticia da Boa Nova da Salvação, ficava organizada a Igreja em seus elementos mais firmes e estavam presentes já no mundo os que continuariam até que o Senhor da História decida o fim da presença do homem sobre a face da terra. Eles intuem que está próximo o fim de sua carreira; o próprio Paulo o deixa por escrito em suas cartas. Só resta percorrer a recta final. O Martirológio Romano, assim como o de Beda, Usuardo e Adão consignam em suas listas de mártires a Processo e Martiniano. Resumem a entrega de sua vida por Cristo apresentando-os como dois dos principais carcereiros que tinham a missão de custodiar o cárcere Mamertina de Roma em tempos de Nero e do encarceramento dos Apóstolos prévio a seu martírio. Sem ser muito explícitos sobre sua existência, a áurea dos séculos adornou com possibilidades o desconhecido de sua vida, constituindo-as em catequese devota. Se les apresenta como soldados provavelmente zafios, algo brutos e mais que ensoberbecidos pela escória da sociedade que têm que suportar cada dia naquela cadeia pestilenta. Deve resultar estranha a presença daqueles dois presos que não ululavam nem vociferavam como os demais; não insultam nem blasfemam, não maldizem nem ameaçam. Melhor lhes puderam parecer faltos de razão ou transtornados pela simplicidade e ensimesmamento que por tanto tempo mantinham; e a que não encontravam nenhuma explicação era a atenção que prestavam a seus companheiros de prisão aos que intentam consolar, atendendo-os como podem; até viram que lhes davam de sua comida e que ajudaram a mover-se aos que já nem isso podem. E lhes falam de bondade, de viver sempre, de ressurreição. Um judeu, Cristo, lhes dará a liberdade e a saúde. Algum parece que os escuta com especial atenção e o incompreensível é que com a última remessa de presos que há chegado por haver incendiado nada menos que a cidade de Roma, há mudado o tom da cadeia onde começam a ouvir-se cantos e até sorriso nos lábios ressequidos pela febre, o contágio e o temor. Los dos carceleros comienzan prestando atención a lo que dicen y terminan acercándose a recibir, en susurros y casi a escondidas, instrucción. Una luz del cielo se les ha encendido dentro; piden ser discípulos, quieren recibir el bautismo y se ofrecen como sustitutos de sus puestos dejándoles abierta la prisión. Una fuente de agua brota de la piedra, signada por Pedro con la cruz, para poder administrar el bautismo a ellos y a otros cuarenta y siete más. Esa es la fuente que desde entonces da agua milagrosa a quien quiere beberla para remedio de algún mal. Sabedor el juez Paulino de lo sucedido les llama al orden, animándoles a dejar lo que incautamente han abrazado e instándoles a ofrecer culto y reconocimiento a los dioses de siempre. Pero nada puede remover su decisión y, después de escupir la estatua de Júpiter, son azotados y atormentados con la pena del fuego en la que no se sabe cómo el juez se queda ciego, es poseído del demonio y muere en tres días. A los dos que fueron carceleros les cortaron la cabeza en la Via Aurelia, fuera de los muros de la ciudad, el día 2 de Julio, dejando sus cuerpos a los perros. Dicen que la piadosa Lucina -matrona que nunca falta en la recogida de cuerpos de mártires- los mandó levantar y dar sepultura en su propiedad hasta que pudieron trasladarse a la iglesia que construyó en su honor. Valga la historia posible de Proceso y Maximiano para ayudarnos a sus lectores, si no a investigar si en todos los puntos fue verdad, al menos para fortalecernos en los valores que no fallan y que ellos supieran elegir frente a la quincallería de esta vida.
• Otão de Bamberg, Santo
Bispo
Otón de Bamberg, Santo
Santo Otão foi bispo de Bamberg e é chamado o Apóstolo de Pomerânia . Nasceu em Suabia, Alemanha, e viveu no século XII. Órfão de pai e mãe, enfrentou muitas dificuldades para custear seus estudos em filosofia e ciências humanas. Partiu a Polónia para ganhar a vida. Pouco a pouco se estabeleceu e fundou uma escola que ganhou prestigio e lhe deu bons ganhos. Se fez conhecido e estimado na corte polaca , amigo e conselheiro do imperador, que o nomeou bispo de Bomberg. Santo Otão, sem embargo somente ficou com a consciência tranquila quando foi consagrado bispo pelo papa Pascoal, em redor do ano 1106. É considerado o evangelizador da Pomerânia; fundou ali numerosos mosteiros. e apoiado por Boleslao, duque de Polónia que dominava a região, e por Vratislao, duque cristão de Pomerânia, percorreu todas as cidades instruindo aos gentios e baptizando aos que se aderiam à fé, intercedendo ante o príncipe pela libertação dos prisioneiros, exortando a todos a abandonar os ídolos e a converter-se ao Deus de Jesus Cristo. Espalhou missionários por toda a Pomerânia. Foi canonizado no ano 1189 pelo Papa Clemente III. Antigamente se recordava em 30 de Junho, mas sua festa no Martirológio Romano actual é em 2 de Julho.
LIBERATO (e Companheiros),
BONIFÁCIO, SERVO, RÚSTICO, ROGATO,SEPTÍMIO e o menino MÁXIMO - Santos
Mártires
Liberato e Companheiros, Santos
Martirológio Romano: Comemoração dos santos mártires Liberato, abade, Bonifácio, diácono, Servo e Rústico, sub-diáconos, Rogato e Septimio, monges, e o menino Máximo, que em Cartago, durante a perseguição desencadeada pelos vândalos sob o rei ariano Hunnerico, por confessar a verdadeira fé católica e um só baptismo, foram submetidos a cruéis tormentos, cravados aos madeiros com os que iam a ser queimados e golpeados com remos até que suas cabeças ficaram desfeitas, triunfando eles brilhantemente, pelo que mereceram ser coroados pelo Senhor (484).Grandes fueron los estragos que hizo en África el furor del rey vándalo llamado Hunnerico, que seguía la secta de los herejes arrianos; pero en el año séptimo de su reinado, publicó un edicto sobremanera impío y sacrílego, por el cual mandaba que se arrasasen todos los monasterios, y se profanasen todas las iglesias con sagradas a honra de la santísima Trinidad. Vinieron, pues, los soldados de Hunnerico a un convento de monjes que vivían con gran ejemplo y opinión de santidad, bajo del gobierno del santo abad Liberato, entre los cuales se hallaba el diácono Bonifacio, los subdiáconos Servo y Rústico, y los santos monjes Rogato, Séptimo y el niño Máximo: habiendo los bárbaros derribado las puertas del monasterio, maltrataron con gran inhumanidad a aquellos inocentes siervos del Señor, y los llevaron presos a Cartago, y al tribunal de Hunnerico. Ordenóles el tirano que negasen la fe del bautismo y de la santísima Trinidad; mas ellos confesaron con gran conformidad, un solo Dios en tres Personas, una sola fe y un solo bautismo: y añadió en nombre de todos san Liberato: «Ahora, oh rey impío, ejercita, si quieres, en nuestros cuerpos las invenciones de tu crueldad; pero entiende que no nos espantan los tormentos, y que estamos prontos a dar la vida en defensa de nuestra fe católica». Al oír el hereje estas palabras, bramó de rabia y furor, y mandó que le quitasen de delante aquellos hombres y los encerrasen en la más obscura y hedionda cárcel. Pero los católicos de Cartago hallaron modo de persuadir a los guardas, que soltasen a los santos monjes; y aunque éstos no quisieron verse libres de las prisiones que llevaban por amor de Cristo, aprovecharon alguna libertad que se les concedió en la misma cárcel, para esforzar a otros muchos cristianos que por la misma fe estaban cargados de cadenas, esta novedad llegó a oídos del tirano, quien ordenó severo castigo a los guardas, y despiadados suplicios a los santos monjes. Dio luego orden que aprestasen un bajel inútil y carcomido, y que habiendo echado en él buena cantidad de leña, pusiesen sobre ella a los santos confesores atados de pies y manos, y los quemasen en el mar, Mas aunque los verdugos una y muchas veces aplicaron teas encendidas en las ramas secas amontonadas en el barco, nunca pudo prender en ellas el fuego. Atribuyó el bárbaro monarca aquel soberano prodigio a artes diabólicas y de encantamiento: y bramando de rabia, mandó que a golpes de remos les quebrasen las cabezas hasta derramarles los sesos, y los echasen en la mar. Arrojaron las olas a la playa los sagrados cadáveres de los santos mártires; y habiéndolos recogido los católicos los sepultaron honoríficamente. ¡Felicidades a quien lleve este nombre!
• Eugénia Joubert, Beata
Monja Francesa
Eugenia Joubert, Beata
Eugénia nasceu em Yssingeaux, nas ásperas mesetas do maciço central (França), em 11 de Fevereiro de 1876, dia do aniversário da primeira aparição da Santíssima Virgem em Lourdes. Infância, vocação, vida religiosa, apostolado, sofrimento e morte; tudo na vida de Eugénia ficará marcado pela presença maternal de María. Ingressa muito jovem, junto com sua irmã mais velha, no pensionato das Ursulinas de Ministrel, onde ambas meninas são felizes e apreciadas. A recordação mais formosa que Eugénia conserva daquela época é a de sua primeira comunhão e os meses de grande fervor espiritual que a precederam. A jovem, fortemente atraída para com a Virgem María, experimenta o grande poder e solicitude sem limites de sua Mãe do céu. ¿Acaso quer obter alguma graça? Durante toda uma novena reza o rosário, acrescentando cinco sacrifícios dos que mais lhe custam. María sempre lhe concede todo. «Quando falava da Santíssima Virgem, contará mais tarde uma aluna sua, me parecia ver algo do céu em seu olhar». Pero su fervor no le impide ser alegre; más bien al contrario. Una de sus maestras describirá a aquella joven como «muy comunicativa, de ardiente y buen corazón... Influía mucho sobre sus compañeras y las motivaba con su buen humor». Eugenia escribe una vez a su hermana: «Dios no prohíbe que riamos y que nos divirtamos, con tal de que lo amemos de todo corazón y que conservemos bien blanca nuestra alma, es decir, sin pecado... El secreto para seguir siendo hija de Dios es seguir siendo hija de la Santísima Virgen. Hay que amar mucho a la Santísima Virgen y pedirle todos los días que nos llegue la muerte antes que cometer un solo pecado mortal». El 6 de octubre de 1895, ingresa como postulante en el convento de las religiosas de la Sagrada Familia del Sagrado Corazón, en Puy-en-Velay: «Desde que era pequeña -escribe por entonces-, mi corazón, aunque pobre, rústico y terrenal, intentaba en vano aliviar la sed. Quería amar, pero solamente a un Esposo hermoso, perfecto, inmortal, cuyo amor fuera puro e inmutable... María, me has concedido, a mí, que soy pobre y poca cosa, al más hermoso de los hijos de los hombres, a tu divino hijo Jesús». En el momento de la despedida, la señora Joubert, su madre, le dijo a la vez que la besaba: «Te entrego a Dios. No mires atrás y conviértete en una santa». Ese será el programa de la postulante, comprendiendo perfectamente que va a "ser toda de Jesús" y no una religiosa a medias. Eugenia ni siquiera tiene veinte años; su porte es vivo y graciosa su forma de reír. Pero su jovencísimo rostro, casi infantil, su aspecto impregnado de virginal pureza, reflejan al mismo tiempo una seriedad muy profunda. Su recogimiento es admirado y provoca la emulación de sus compañeras de noviciado. «Si vivo del espíritu de la fe -escribe-, si amo realmente a Nuestro Señor, me resultará fácil construir soledad en el fondo de mi corazón y, sobre todo, amar esa soledad y quedarme sola, solamente con Jesús». El 13 de agosto de 1896, fiesta de San Juan Berchmans, toma el hábito religioso de manos del padre Rabussier, fundador del instituto. Más tarde expresará los sentimientos que por entonces la animaban: «Que en el futuro, mi corazón, semejante a una bola de cera, sencillo como un niño pequeño, se deje revestir por la obediencia, por cualquier voluntad de virtuoso placer divino, sin oponer más resistencia que la de querer dar siempre más». Durante el noviciado, sor Eugenia realiza varias veces los Ejercicios Espirituales de San Ignacio, aprendiendo a vivir familiarmente con Jesús, María y José. Pues los Ejercicios son una escuela de intimidad con Dios y con los santos. En el transcurso de las meditaciones y contemplaciones que propone, San Ignacio invita a su discípulo a situarse en el corazón de las escenas evangélicas para ver a las personas, para escuchar lo que dicen, para considerar lo que hacen, "como si estuviéramos presentes". Por ejemplo, el misterio de la Navidad (nº 114): «Veré [...] a Nuestra Señora, a José, a la sirvienta y al Niño Jesús después de nacer. Permaneceré junto a ellos, los contemplaré, los serviré en lo que necesiten con toda la diligencia y con todo el respeto de los que soy capaz, como si estuviera presente». San Ignacio nos anima a practicar esa familiaridad incluso en las actividades más triviales del día, como la de comer: «Mientras nos alimentamos, observemos como si lo viéramos con nuestros propios ojos a Jesús nuestro Señor tomando también su alimento con sus Apóstoles. Contemplemos de qué modo come, cómo bebe, cómo mira y cómo habla; y esforcémonos por imitarlo» (nº 214). Eugenia es seducida por la simplicidad de esa práctica, que tanto encaja con su deseo de vivir en la intimidad de la Sagrada Familia; y escribe lo siguiente: «Amar esa composición de lugar significa estar desde muy temprano en el corazón de la Santísima Virgen». O bien: «Nunca me encuentro sola, sino que estoy siempre con Jesús, María y José». Un día dirigió esta hermosa plegaria a Nuestro Señor: «¡Oh, Jesús! Dime en qué consistía tu pobreza, qué buscabas con tanta diligencia en Nazareth... Concédeme la gracia de abrazar con toda mi alma la pobreza que tu amor tenga a bien enviarme». También nosotros podemos hablarle a menudo a Jesús en lo íntimo de nuestro corazón, preguntándole cómo practicó la humildad, la bondad, el perdón, la mortificación y todas las demás virtudes, y rogándole a continuación que nos conceda la gracia de imitarlo. El 8 de septiembre de 1897, sor Eugenia pronuncia sus votos religiosos; en el transcurso de la ceremonia, el padre Rabussier pronuncia una homilía sobre la infancia espiritual. La nueva profesa descubre en ello un estímulo para progresar en esa vía, y se fija en dos aspectos que le parecen esenciales para alcanzar "la sencillez del niño": la humildad y la obediencia. Para sor Eugenia, la humildad es el medio de atraer "las miradas de Jesús". En una ocasión, es reprendida severamente a causa de un trabajo de costura mal hecho, pero la labor en cuestión no era suya... A pesar de que su naturaleza se rebele contra ello, sor Eugenia calla; podría justificarse, explicar la equivocación... pero prefiere unirse al silencio de Jesús, que también fue acusado en falso. En la humillación encuentra una ocasión de "crecer en la sumisión", lo que para ella es un verdadero éxito: «La gente del mundo, escribe, intenta tener éxito en sus deseos de agradar y de hacerse notar. Pues bien, Nuestro Señor también a mí me permite que tenga éxitos en la vida espiritual. Cada humillación, por muy pequeña que sea, es para mí un verdadero éxito en el amor de Jesús, con tal que lo acepte de todo corazón». Ser humilde consiste igualmente en no desanimarse ante las propias debilidades, las caídas o los defectos, sino ofrecerlo todo a la misericordia de Dios, especialmente en el sacramento de la Penitencia, procedimiento habitual para recibir el perdón de Dios. «¡Bendita miseria! Cuanto más la amo, también más Nuestro Señor la ama y se rebaja hacia ella para tener piedad y concederle misericordia», exclama sor Eugenia ante sus incapacidades. La humildad va pareja a la obediencia. San Pablo nos dice de Jesús que se humilló a sí mismo, obedeciendo hasta la muerte (Flp 2, 8). Sor Eugenia ve en la obediencia "el fruto de la humildad y su forma más verdadera", y escribe: «Quiero obedecer para humillarme y humillarme para amar más». Obedecer a Dios, a sus mandamientos, a su Iglesia, a quienes tienen un cargo, es en verdad amar a Dios. Si me amáis, decía Jesús a sus discípulos, guardaréis mis mandamientos. El que ha recibido mis mandamientos y los guarda, ese es el que me ama; y el que me ama, será amado de mi Padre; y yo le amaré y me manifestaré a él (Jn 14, 15 y 21). «Más que una virtud, la obediencia es la madre de las virtudes», escribe San Agustín (PL 62, 613). San Gregorio Magno aporta esta hermosa frase: «Solamente la obediencia produce y mantiene las demás virtudes en nuestros corazones» (Morales 35, 28). Y, como nos enseña San Benito: «Cuando obedecemos a los superiores, obedecemos a Dios» (Regla, cap. 5). Sin embargo, el ejercicio de toda virtud debe estar dirigido por la prudencia, la cual permite discernir, en particular, los límites de la obediencia. Así, cuando una orden, una prescripción o una ley humana se oponen manifiestamente a la ley de Dios, el deber de obediencia deja de existir: «La autoridad es postulada por el orden moral y deriva de Dios. Por lo tanto, si las leyes o preceptos de los gobernantes estuvieran en contradicción con aquel orden y, consiguientemente, en contradicción con la voluntad de Dios, no tendrían fuerza para obligar en conciencia (Juan XXIII, Pacem in terris, 11 de abril de 1963). [...] La primera y más inmediata aplicación de esta doctrina hace referencia a la ley humana que niega el derecho fundamental y originario a la vida, derecho propio de todo hombre. Así, las leyes que, como el aborto y la eutanasia, legitiman la eliminación directa de seres humanos inocentes están en total e insuperable contradicción con el derecho inviolable a la vida inherente a todos los hombres, y niegan, por tanto, la igualdad de todos ante la ley» (Juan Pablo II, Evangelium vitæ, 72). Ante semejantes prescripciones humanas, recordemos la frase de San Pedro: Hay que obedecer a Dios más que a los hombres (Hch 5, 29). Aparte de las órdenes que no podríamos cumplir sin cometer pecado, se debe obediencia a las autoridades legítimas. A fin de seguir más cerca a Jesús y de trabajar para la salvación de las almas, Sor Eugenia trata de obedecer con gran perfección, para cumplir en todo momento la voluntad de Dios Padre, imitando a Nuestro Señor, que dijo: El Hijo no puede hacer nada por sí mismo, sino lo que ve hacer al Padre: lo que hace él, lo hace igualmente el Hijo (Jn 5, 19). No hago nada de mí mismo; sino que según me enseñó el Padre, así hablo (Jn 8, 28). Nada más pronunciar los votos, la joven religiosa es destinada a Aubervilliers, en las afueras de París, a una casa dedicada a la evangelización de los obreros. Se encariña con el corazón de los niños, consiguiendo de ese modo aquietar sus travesuras, que no faltan en su auditorio. ¿Cuál es su secreto? La paciencia, la dulzura y la bondad. Los resultados que consigue son inesperados. Como apóstol que es, sor Eugenia suscita apóstoles. Uno de aquellos pequeños, conquistado por las clases de catecismo, sueña con ganarse a sus compañeros; consigue reunir a quienes encuentra por la calle, los hace subir a su habitación y, ante un crucifijo, les pregunta: «¿Quién crucificó a Jesús?» Y, si la respuesta tarda demasiado en llegar, añade emocionado: «Nosotros, que lo hemos matado a causa de nuestros pecados. Hay que pedirle perdón». Entonces, todos caen de rodillas y recitan desde el fondo de sus corazones actos de contrición, de agradecimiento y de amor. Sor Eugenia hace partícipes a los niños de su amor hacia María. Un día, su amor encendido por Nuestra Señora le mueve a exclamar: «Amar a María, amarla siempre cada vez más. La amo porque la amo, porque es mi Madre. Ella me lo ha dado todo; me lo da todo; es ella la que me lo quiere dar todo. La amo porque es toda hermosura, toda pureza; la amo y quiero que cada uno de los latidos de mi corazón le diga: ¡Madre mía Inmaculada, bien sabes que te amo!». Durante el verano de 1902, sor Eugenia sufre los primeros efectos de la enfermedad que se la llevaría de este mundo: la tuberculosis. Empieza entonces un doloroso calvario que durará dos años, y que acabará santificándola uniéndola mucho más a Jesús crucificado. Encuentra un gran consuelo meditando sobre la Pasión. «¿Sufre mucho?, le pregunta un día la enfermera. -Es horrible, responde la enferma, pero lo quiero tanto... al Sagrado Corazón... ¿cuándo vendrá?... ¿Cuándo?...» En medio de la oración, Jesús le hace comprender que, para seguir siendo fiel en medio de los sufrimientos, debe "abrazar la práctica de la infancia espiritual", "ser un niño pequeño con Él en la pena, en la oración, en el combate y en la obediencia". Hasta el último momento la guían la confianza y el abandono. Tras una hemorragia especialmente fuerte, recae agotada, sintiendo cómo se le escapa la vida y, sin perder ni un momento la sonrisa en el rostro, dirige la mirada a una imagen del Niño Jesús. El 27 de junio de 1904, sor Eugenia acoge en medio de una gran paz el anuncio de su partida hacia el cielo, recibiendo el sacramento de los enfermos y la sagrada Comunión. El 2 de julio, las crisis de asfixia son cada vez más penosas; a una religiosa se le ocurre la idea de encender en la capilla una pequeña lámpara a los pies de la estatua del Corazón Inmaculado de María, consiguiendo que la Madre del cielo otorgue a la moribunda un poco de alivio. La hora de la liberación está próxima. Alguien le acerca un retrato del Niño Jesús, ante cuya imagen sor Eugenia exclama: «¡Jesús!... ¡Jesús!... ¡Jesús!...» y su alma emprende el vuelo hacia el cielo. El cuerpo de aquella joven evangelizadora parece tener doce años, y una hermosa sonrisa ilumina su rostro. «¡Rezaré por todas en el cielo!», había prometido a sus hermanas. Pidámosle que nos guíe por el camino de la infancia espiritual hasta el Paraíso, "el Reino de los Pequeños"; allí nos espera con la multitud de los santos. A ella le rezamos, así como a San José, por Usted y por sus seres queridos, vivos y difuntos. Fue beatificada por S.S. Juan Pablo II el 20 de noviembre de 1994. Reproducido con autorización expresa de Abadía San José de Clairval
• Pedro de Luxemburgo, Beato
Bispo
Pedro de Luxemburgo, Beato
Pedro, filho do conde Guy de Luxemburgo e da condessa Mahaut de Châtillon, nasceu no castelo de Ligny-en-Barrois, em Lorraine, em 20 de Julho de 1369. Ficando órfão muito pequeno, aos oito anos foi enviado a estudar a Paris. Foi um aluno precoce e brilhante, com gosto pelo canto e a dança, mas também piedoso e místico. Se confessava todos os dias, era caritativo com os pobres, e pacificador numa universidade turbulenta. Em 1380, durante vários meses foi deixado em Calais, como refém dos ingleses, em troca da libertação de seu irmão mais velho. Tenía solamente quince años cuando, por intervención de su hermano fue nombrado obispo de Metz. Acepta par obediencia, pero con desagrado. Situaciones conflictivas pronto le obligan a abandonar su diócesis y a regresar a su ciudad natal. Hecho cardenal-diácono por el pape de Avignon Clemente VII, es ordenado diácono en la Pascua de 1384 en la catedral de Notre-Dame de Paris en donde era canónigo. Según los deseos del papa, fue a Avignon para residir en la corte pontificia. Desde hacía ya seis años, el gran cisma de Occidente dividía a la Iglesia, y el joven cardenal, que sufría muchísimo ese desgarramiento, hizo todo lo que estaba en su poder para ponerle fin. Con este fin, pasaba noches enteras en oración, se imponía ayunos y grandes mortificaciones, diciendo: "La Iglesia de Dios no puede esperar nada de los hombres, ni de la ciencia ni de las fuerzas armadas, es por la piedad, la penitencia y las buenas obras que debe recuperarse y así será. Vivamos de forma de atraer la misericordia divina" . Marcado por el sufrimiento y por una débil salud, profesaba tan gran devoción por la Pasión y la Cruz de Cristo, que, en ocasión de una visita a Châteauneuf-du-Pape, le valió la gracia de una visión estática de Jesús crucificado. En 1386, su salud provoca muy serias inquietudes y debe residir en Villeneuve, del otro lado del Rhône. Relevado desde entonces de toda obligación, pasa largo tiempo orando en la Chartreuse, cerca de donde se aloja. Pero sus fuerzas declinan rápidamente, pues el mal se agravaba; sin embargo él se mantenía calmo, paciente, poco exigente y siempre sonriente. No habiendo cumplido aún los 18años, murió el 2 de julio de 1387, murmurando: "Es en Jesucristo mi Salvador y en la Virgen María donde yo pongo todas mis esperanzas". A su pedido, fue enterrado en Avignon en el cementerio Saint-Michel de los pobres. En seguida sobre su tumba se multiplicaron los milagros y su reputación de santidad no deja de crecer, ocasionando la apertura del proceso de canonización. Sin embargo, por diversas vicisitudes históricas, no fue beatificado hasta el 9 de abril de 1527 por el papa Clemente VII. Sus reliquias, conservadas hasta la Revolución en la iglesia del Convento de los Celestinos edificado para guardarlas, se veneran desde 1854 en la iglesia Saint-Didier de Avignon, en Châteauneuf-du-Pape y en Ligny-en-Barrois. Su sombrero de cardenal, su dalmática y su estola de diácono todavía se pueden ver en la iglesia Saint Pedro de Avignon. San Francisco de Sales, que le profesaba una gran devoción desde su infancia, fue a rezar junto a su tumba en noviembre de 1622, justo un mes antes de su muerte.
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90172 > Santi Liberato, Bonifacio, Servio, Rustico, Rogato, Settimo e Massimo Martiri 2 luglio MR
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Compilação e tradução parcial de algumas das biografias, por
António Fonseca