Felipe e Santiago o Menor, Santos
S. FILIPE foi natural de Betsaida, na margem do lago da Galileia. Tinha casa, mulher e três filhas pequenas quando Jesus o chamou para o apostolado com aquele “segue-Me”, que nos deixou S. João no Evangelho. Desde esse momento, Filipe não vive senão para Jesus e para a sua causa. Logo que vê um amigo seu, chamado Natanael, comunica-lhe a alegre notícia de ter encontrado o Messias. Sente-se tão cheio de autoridade e força de Jesus, que às dificuldades que lhe opõe Natanael não responde senão com estas lacónicas e profundas palavras: Vem e vê. Sabia muito bem Filipe que ouvir e conhecer Jesus era decisivo para as almas de boa vontade. E não se equivocou. Natanael ficou também subjugado pelo Mestre. S. Filipe volta a aparecer na primeira multiplicação dos pães, junto ao lago da Galileia. O Senhor quere-o provar e pergunta-lhe: «Filipe, como havemos de dar de comer a toda esta gente?» Filipe não pensava no milagre; olhou para os presentes, fez um cálculo e chegou à conclusão de que o salário de 200 operários não bastaria para começar a dar de comer a tanta gente. Deve ter sido homem simples e bondoso. Na segunda-feira da semana santa, um grupo de gregos queria falar com Jesus e dirigiu-se a Filipe para obter audiência. No discurso da última ceia intervém ainda S. Filipe com perguntas e respostas de grande ingenuidade. Não sabe ainda que o Filho e o Pai têm a mesma natureza. Quando Jesus pondera tanto as excelências e vantagens da união e conhecimento do Pai, diz-Lhe: «Senhor, mostra-nos o Pai e isto nos basta». «Filipe, responde-lhe Jesus, quem Me vê a Mim, vê o Pai». Depois da Ascensão volta a ouvir-se uma vez o nome de S. Filipe, entre os Apóstolos que esperam a vinda do Espírito Santo. A seguir desaparece e somente pela tradição sabemos que esteve na Frígia e morreu na sua capital, Hierápolis. Lá se lhe venerava, no século II, o sepulcro, e o de duas filhas que a Deus consagraram a virgindade. A terceira foi enterrada em Éfeso. A maior parte dos documentos antigos afirma que S. Filipe morreu mártir no tempo de Domiciano (81-96). S. João Crisóstomo diz que o sepulcro de S. Filipe em Hierápolis foi sempre célebre pelos milagres. S. TIAGO O MENOR, chamado assim pelas estatura ou pela idade, tem um título que o torna credor de especial veneração: é parente do Senhor, segundo a carne. Nasceu em Canaã, perto de Nazaré. Sua mãe, Maria, e seu pai, Cléofas, pertencem à mesma família que S. José. É talvez sobrinho de S. José por parte do pai. Tinha um irmão que se chamava Judas, distinto do traidor. Os dois foram escolhidos para o apostolado. Depois não se fala de S. Tiago, senão para ser dito que o Senhor lhe apareceu nos dias da Ressurreição. Junto com Nossa Senhora e os outros Apóstolos, espera no cenáculo a vinda do Espírito Santo, que o unge e o consagra para o cargo que vai desempenhar, de primeiro bispo de Jerusalém; isto, ou por eleição dos outros Apóstolos, como diz S. Jerónimo, ou por designação particular do Senhor, como lemos em Santo Epifânio e S. João Crisóstomo. A sua presença e atividade em Jerusalém foi realmente providencial. S. Paulo considera-o coluna fundamental daquela comunidade, mãe de todas as Igrejas. Judeus e cristãos inclinavam-se diante dele pelo amor que tinha à lei e pela grande austeridade. Todos o consideravam com respeito ao vê-lo passar magro, descalço e extenuado; todos o escutavam reverentes, quando falava de Jesus crucificado como “porta” pela qual se chega até ao Deus Pai.A sua oração era contínua e fervorosa. era visto no templo, à entrada do Sancta Sanctorum, com o rosto inclinado até ao chão.O seu zelo ultrapassou a Igreja de Jerusalém. escrever uma carta católica dirigida às “Doze tribos da dispersão”, exortando à perseverança, que é “a coroa da vida”, à resignação na pobreza e à generosidade e caridade na riqueza. «O irmão de condição humilde glorifique-se na sua exaltação e o rico na sua humilhação, porque ele passará como a flor da erva; porque assim como o Sol desponta com ardor e a erva seca e a sua flor cai, perdendo toda a beleza, assim murchará também o rico nos seus caminhos». A fé para S. Tiago é “graça sobrenatural, dom perfeito que desce de cima, do pai das luzes e regenera pela palavra da verdade”, mas não se desenvolve a sua virtude redentora, senão se a “palavra plantada na alma lançar dela todo o lodo do pecado, fazendo germinar frutos de justiça, de paz e de misericórdia”. Diante da corrupção dos grandes do seu povo, sente-se profeta e anuncia-lhes os castigos que hão-de vir sobre Jerusalém: “E agora vós, ó ricos, chorai em altos gritos por causa das desgraças que virão sobre vós. As vossas riquezas estão apodrecidas e os vossos vestidos estão comidos pelas traça. O vosso ouro e a vossa prata enferrujaram-se e a sua ferrugem dará testemunho contra vós: devorará a vossa carne como o fogo. Entesourastes nos últimos dias! O salário dos trabalhadores, que ceifaram os vossos campos, foi defraudado por vós, e clama: e os clamores dos ceifeiros chegaram aos ouvidos do Senhor dos exércitos. Vivestes na terra rodeados de volúpias e delícias; cevastes os vossos corações para o dia de matança”. Todas estas previsões se haviam de cumprir muito depressa, no ano 70, quando os exércitos de Tito e Vespasiano rodeassem as muralhas de Jerusalém e a fome corresse por todas as casas e palácios, até ao ponto de algumas mães chegaram a matar os próprios filhos para se alimentarem com as suas carnes inocentes. Antes, porém, tinha de morrer o profeta. Deus queria coroar-lhe a vida com a vitória dos mártires. No ano 62, por ocasião da morte de Festo, Procurador de Roma, houve um momento de exaltação nacionalista. S. Tiago foi preso pelos judeus e lançado de cima da muralha do templo. Hoje venera-se o seu túmulo na torrente do Cedrão, perto da Basílica da Agonia. www.jesuitas.pt
Felipe e Santiago o Menor, Santos
Santa Cruz
Festa
Santa Cruz
Etimologicamente significa “o mesmo”. Vem da língua latina. Hoje se celebra em Granada e no mundo o dia da Cruz. Uma preciosa festa popular que arranca desde o dia em que se encontrou a Santa Cruz no ano 326. Quase todas as festas têm uma origem religiosa. Há alguns que na actualidade as querem converter simplesmente em culturais, abandonando seu fundamento religioso. Eusébio de Cesareia foi um grande historiador daqueles tempos. Conta em seus livros que o General Constantino não era crente mas tinha muito respeito aos cristãos por sua paz e o bem que faziam em todos os sítios. Antes de uma dura batalha contra Magêncio – chefe de Roma -, teve um sonho em que pôde contemplar uma cruz luminosa e uma voz que lhe dizia: "Com este sinal vencerás" E sem ter a menor dúvida de seu triunfo, pôs em todos os estandartes e bandeiras a cruz. E arengando às tropas lhes dizia:"Confio em Cristo em quem crê minha mãe Elena". Ao ganhar a batalha, chegou bem cedo a ser imperador. Decretou o cessar da perseguição aos cristãos e à liberdade religiosa. Há, além disso, outros escritores célebres como santo Ambrósio e João Crisóstomo que afirmam que Elena foi a Jerusalém em busca da Cruz do Senhor. Os arqueólogos se empregaram a fundo neste trabalho. Ao cabo de algum tempo, encontraram três cruzes. ¿Qual era a de Jesús? A resposta a deu uma mulher que estava muito enferma. Ao tocar a Cruz, ficou curada. Elena e o bispo de Jerusalém juntamente com muitos crentes, a levaram em procissão pelas ruas da cidade. Na raiz destes acontecimentos se implantou esta festa por todo o orbe cristão. Ultimamente, ao fazer-se a reforma do calendário litúrgico, desapareceu como festa. Mas o povo, sempre simples, a segue celebrando. Por exemplo em Granada é festa. Desta forma, se mantém viva a tradição.
México é um dos lugares onde está mais arraigada a celebração da Santa Cruz. Quando os primeiros evangelizadores chegaram a estas terras, punham cruzes nas novas construções de igrejas, conventos e casas de oração. A desnudez dos madeiros não era bem recebida pelos oriundos do lugar, pelo que preferiram pintá-las com cores chamativas e adorná-las com flores e fitas.Isto se segue fazendo hoje com todo o respeito. Cada 3 de maio, não há construção que não tenha festa. Todos os trabalhadores (pedreiros, peões, arquitetos, engenheiros) convivem numa ceia com suas famílias. Durante sua última viagem a este país, o Papa (hoje Beato) João Paulo II benzeu um monumento com o tema da Santa Cruz. Desde este ponto uma importante empresa cimenteira organiza cada ano uma magna peregrinação à Basílica de Guadalupe e outra organiza um convívio no Estádio Azul, de futebol. Todo o dia se escutam foguetes pelos arrabaldes desta grande cidade de México, e o mesmo sucede em outros lugares do país, sobretudo em Veracruz (que significa a Cruz Verdadeira, Vera-Cruz) no sul este de México. Felicidades a todos os que levam o nome de Cruz, que aqui se aplica tanto a homens como a mulheres! Comentários ao P. Felipe Santos: fsantossdb@hotmail.com
Eduardo José Rosaz, Beato
De família abastada, veio ao mundo em Susa (Itália), a 15 de Fevereiro de 1830. Recebeu a educação e primeira instrução na casa paterna, dada pelos pais, bons católicos, e por um professor particular. Continuou os estudos em Turim e por último num colégio de Soluzzo. Andando nos 19 anos, tendo falecido os pais e julgando ser chamado para o sacerdócio, entrou no seminário de Susa, mas pouco depois teve de procurar um clima mais benigno para a saúde. Por essa razão foi para a cidade de Nice, na França. No Sábado Santo de 1854 recebeu a ordem de diácono, e na vigília da festa da Santíssima Trindade foi ordenado sacerdote. Nessa altura, tomou os seguintes propósitos: Promover o bem do povo em todas as coisas; reservar para si os encargos, prescindindo de todos os incómodos; levar por diante com boa vontade o que se refere ao bem da alma ou do corpo dos fieis; estar à disposição, pronta e gratuitamente, dos sacerdotes; exercer qualquer género de apostolado da melhor maneira possível. Depois da ordenação sacerdotal, entregou-se à acção pastoral em Susa, empregando o tempo em ouvir confissões, pregar a palavra de Deus por meio de missões, tríduos, prática das quarenta horas, bem como ensinar o catecismo às crianças e jovens. Desempenhou , além disso, as funções de capelão das cadeias (1863), reitor do liceu da cidade (1866), director espiritual das irmãs de S. José de Oulx (1869-1871) e reitor do seminário diocesano (1874-78). Por carta apostólica, assinada em Roma a 15 de Janeiro de 1878, foi elevado a Bispo de Susa. No novo cargo de tamanha responsabilidade, continuou com a vida de oração, meditação, estudo da doutrina sagrada, exercícios espirituais, que fazia todos os anos em particular ou juntamente com o clero da diocese. Pôs particular empenho na formação dos padres e leigos. seis vezes percorreu todas as paróquias da diocese, mesmo as mais afastadas nos montes, com vias de acesso difíceis. Era o bom pastor que não abandonava as ovelhas. Escreveu bastantes cartas pastorais e levou a termo numerosos projectos de apostolado. Favoreceu a impressão de revistas e livros católicos. Lutou denodadamente contra o liberalismo, que se difundia por toda a parte e atacava os direitos da Igreja. A sua casa estava sempre aberta para todos, sobretudo para os padres que vinham de longe. Não os deixava sair sem partilhar da própria mesa. Nos casos de grandes calamidades, como a cólera-morbo e chuvas torrenciais, era o primeiro a socorrer as vítimas, dando do que era seu e não se envergonhando de pedir esmolas, inclusive em outras dioceses. Para ajudar as meninas e jovens abandonadas, fundou a Congregação das Irmãs de S. Francisco de Susa, que depois também tomaram conta de pessoas idosas e doentes. No dia 2 de Fevereiro de 1903, ele mesmo aprovou com decreto episcopal, para a diocese de Susa, o seu instituto, e preparou-lhes constituições apropriadas.Seguiu e fielmente S. Francisco de Assis, sobretudo pelo caminho da pobreza e da humildade. Rico por nascimento, viveu sempre pobre. Sobressaiu nele o amor à Sagrada Eucaristia e à Santíssima Virgem. Durante a sua vida teve a alegria e o privilégio de privar da amizade de quatro santos: S. João Baptista Vianney (1786-1859), S. José Cafasso (1811-1860), Santa Maria José Rosselo (1811-1880) e S. João Bosco (1815-1888). Pôde até assistir à morte deste último, que faleceu em Turim no dia 31 de Janeiro, com 73 anos e meio. Com quase essa mesma idade viria a morrer D. Eduardo José Rozaz. de facto, nos começos de 1903, um ataque súbito anunciava-lhe que o seu fim estava próximo. No dia 26 de Abril ainda se demorou com a juventude do liceu de Susa, distribuindo alguns doces. depois disse ao prefeito: «A ti confio estes jovens. É a obra mais bela, mais santa e mais notável que se realiza na vida. Devem fazer-se todos os esforços para a juventude ser cristãmente educada». Este foi o seu testamento. No dia 2 de Maio pediu o sacramento da Unção e o Sagrado Viático. No dia seguinte de manhã, rodeado de vários sacerdotes, adormeceu no Senhor. As suas virtudes heroicas foram aprovadas no dia 22 de Março de 1986. Recebeu as honras da beatificação a 14 de Julho de 1991.AAS 78 81986) 1178-82; 84 (1992) 947-9; DIP 7, 2028. www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it
Beatificada no dia 11 de setembro de 1984, durante a visita de João Paulo II ao Canadá, veio ao mundo a 12 de maio de 1840, na povoação de Santa Margarida de Blairfindie, no estado de Quebeque (Canadá). Baptizada no mesmo dia, deram-lhe os nomes de Alódia Virginia. Recebeu da mãe a primeira educação cristã, que aperfeiçoou no colégio das religiosas da Congregação de Nossa Senhora de Laprairie. Fez a primeira comunhão aos 12 anos, como era costume naquele tempo. Em 1854 ingressou no noviciado das Marianitas de Santa Cruz, com o nome de Irmã Maria de Santa Leónia. Aos 22 de Agosto de 1857 fez os votos, perante o P. Basilio Moreau, fundador da Congregação. Apesar de não ter uma saúde por aí além, encarregaram-na de cuidar das residências paroquiais em diversas freguesias. Foi, depois para os Estados Unidos da América tomar conta de órfãos e servir de secretária da Superiora do asilo. Permaneceu nesse posto 8 anos. Quando a Congregação a que pertencia, deixou em França, de cuidar das residências paroquiais, para se dedicar ao ensino, as religiosas dos Estados Unidos separaram-se da casa-mãe e formaram um Instituto autónomo denominado Irmãos de Santa Cruz. A Irmã Leónia aderiu ao novo Instituto por ele conservar o trabalho inicial de auxilio aos párocos. Quando o P. Camilo Lefebvre, fundador do colégio de S. José de Memramcook, pediu-lhe para formar na vida religiosa as jovens que ele havia chamado para cuidar dos diversos serviços da casa, ela para lá partiu com outra Irmã, no dia 22 de Setembro de 1874. Sob a sua direcção o Instituto consolidou-se. Não lhe faltaram oposições, mas em 1880 os membros do capítulo da congregação de Santa Cruz deram-lhe a sua aprovação. Depois de 20 anos na cidade de Memramcook, a casa-mãe e o noviciado mudaram para Sherbrooke, em 1885. No dia 26 de Janeiro do ano seguinte, o Bispo dessa cidade publicou o decreto de ereção canónica. A 2 de Outubro de 1904, a Serva de Deus por instâncias do Prelado, abandonou o hábito da Congregação das Irmãs de Santa Cruz, às quais estava juridicamente ligada, e vestiu o hábito da Congregação que ela mesma havia fundado com o nome de irmãzinhas da Sagrada Família. No dia 5 de Maio de 1905, por indulto Apostólico de S. Pio X, ficou livre de todas as obrigações para com a Congregação das irmãs de Santa Cruz e pôde assim mais expeditamente aderir às Regras do seu Instituto. A Serva de Deus, que sempre procurou servir o Senhor com todo o seu coração, custasse o que custasse - e não foram pequenos nem poucos os sofrimentos que teve de suportar – viu coroados de êxito, os seus próprios trabalhos. A Congregação contava 635 Irmãs em 40 casas, educadas a auxiliar os Sacerdotes, material e espiritualmente. Podia, pois, partir para os braços do Pai quando Ele quisesse. Assim sucedeu, quase inopinadamente, a 3 de maio de 1912. Deixou vários volumes de escritos que revelam quanto ela procurou viver na presença de Deus e fazer tudo apoiada n’Ele. mas o presente mais valioso que legou às suas Filhas e à Igreja foi o exemplo duma vida santa, que Deus confirmou com milagres que a levaram às honras dos altares. AAS 59 (1967) 451-3; 73 (1981) 211-14; 77 (1985) 397-403
Carta do Superior Geral dos Jesuítas, datada de Roma, a 19-1-1987, anunciando a beatificação: “O P. Rupert Mayer foi um varão extraordinário. O que a outros parecia impossível, conseguiu-o ele com amor verdadeiramente engenhoso. O P. Rupert Mayer foi como um profeta: o que para muitos, no seu tempo, era impenetrável e ambíguo, ele depressa o viu com toda a claridade. Era o P. Mayer homem dotado de grande amor; amor tenaz e rico de recursos. O seu era um valor agressivo; e não pôs de lado o político. A sua sensibilidade para com a injustiça era incorruptível e impediu que ele estivesse calado. Foi vigoroso defensor dos pobres, amigo deles e inimigo declarado de toda a injustiça. Foi sobretudo no tempo intermédio entre as duas guerras mundiais que esta testemunha critica e valorosa da fé apresentou uma figura profética, que sempre constituiu um repto. Foi este o juízo que dele formaram os seus irmãos jesuítas. A 5 de Maio do presente ano (1987) o Papa João Paulo II, beatificará em Munique, este irmão nosso, pertencente à Província da Alemanha Superior. Deste modo, satisfaz o Santo Padre o desejo de muitos fieis que, tanto em Munique e na Alemanha, como noutras regiões, se empenharam porque este grande sacerdote e jesuíta alcançasse na Igreja o reconhecimento próprio dos “santos”, nos quais, de maneira particular, nos manifestou Deus a sua obra salvífica neste mundo. Mas quem era o P. Rupert Mayer? A sua vida e a sua figura conservam, na actualidade, para nós jesuítas, uma mensagem singularmente viva. É cópia do que as últimas Congregações Gerais para nós formularam como traços típicos da nossa vocação inaciana. Nascido a 23 de Janeiro de 1876 em Estugarda, no sudoeste da Alemanha, recebeu em 1899 a ordenação sacerdotal. Tendo sido coadjutor duma paróquia, entrou em 1900 no Noviciado da Companhia em Felkirch (Áustria). Como então a nossa Ordem está proibida na Alemanha, teve de fazer os estudos no estrangeiro. Terminados estes, principiou sendo Sócio do Mestre de Noviços e depois durante vários anos, foi missionário popular na Alemanha, Áustria e Suiça. Em 1912 chamaram-no a Munique para tomar o cuidado especial dos “imigrados”. Foi ajudante da fundação duma Congregação de religiosas dedicadas ao cuidado das famílias. Ao desencadear-se a guerra mundial de 1914, ficou sendo capelão militar. Por causa duma grave ferida, perdeu, em fins de 1916, a perna esquerda. E em 1917, estava de novo em Munique, dedicado à pastoral. Exerceu o ministério sacerdotal como pregador e confessor na nossa igreja de S. Miguel, ocupando-se incansavelmente dos mais necessitados. Em 1921 foi nomeado Director da Congregação Mariana de Homens. Em 1925 introduziu os serviços religiosos na estação do caminho de ferro, para os excursionistas dos domingos. Em 1937 foi encarcerado e condenado pela primeira vez, e foi-o duas vezes mais em 1938 e em 1939, sendo em seguida confinado no campo de concentração de Oranienburgo, perto de Berlim. Por último, desde 1940, foi-lhe dado como local de prisão domiciliária a Abadia beneditina de Ettal, na Baviera Superior, até ao fim da guerra, em, Maio de 1945. Voltou então para Munique, onde morreu, enquanto celebrava a Sagrada Eucaristia, no dia de Todos os Santos de 1945. Este extremo da sua vida sacerdotal e jesuitica estava cimentado na unidade interior. Da profundidade da sua pessoa brotavam-lhe as convicções, que expressava, imperturbável, nas palavras e nas ações. Estava interiormente ancorado em Deus: isto levava-o a discernir os espírito e tornava-o capaz de sair sem condições em defesa dos direitos de Deus e dos homens. A exclamação de S. Paulo “Ai de mim se não proclamar o Evangelho” (I Cor 9, 16) era também realidade para ele. “Não posso calar-me”, era lema que inspirava o seu compromisso em favor da verdade espezinhada. As suas últimas palavras foram: “O Senhor… o Senhor”. Morreu enquanto pregava, anunciando Aquele em torno de quem tinha girado toda a sua vida: “Senhor, como quiseres, quando quiseres, o que quiseres e enquanto Tu o quiseres… assim se faça”, esta a sua oração favorita. A entrega em defesa da verdade não se limitou apenas a palavras. Todo o seu falar ia acompanhado por um amor prático do próximo. A vida do P. Rupert Mayer constituiu síntese convincente do anúncio do Evangelho e do compromisso em favor dos pobres e dos oprimidos. Viveu de muitas maneiras “o amor preferencial pelos pobres”. Nos pobres encontrava ele o Senhor em pessoa. Nisto é para nós modelo. E também o é noutro aspecto; na Congregação Mariana formava ele leigos convictos das suas responsabilidades, que foram os seus colaboradores, extraordinariamente ativos na propaganda da fé, no compromisso em favor dos perseguidos e na ajuda aos necessitados. A atuação do P. Mayer ensina-nos, além disso, exemplarmente, o esforço constante para acomodar o nosso apostolado às circunstâncias do momento e a empreender novas iniciativas, de acordo com as exigências duma época em mudança. Na carta que o Santo Padre me entregou em Paray-le-Monial, encarece vivamente diante de nós a devoção ao Sagrado Coração de Jesus, que tão profundamente está ligada aos Exercícios Espirituais de Santo Inácio. Esta devoção deve unir-nos pessoalmente com Nosso Senhor Jesus Cristo. O P. Rupert Mayer pode abrir-nos os olhos para compreendermos os frutos a brotarem dessa devoção. O seu “conhecimento interno” do Senhor tornou-o capaz de chegar a ser aquilo que foi “em favor dos outros”. Desejo para todos nós que a beatificação do nosso irmão nos estimule a indagarmos de novo o mistério da nossa vocação de jesuítas e ilumine os traços da mesma, vocação que ele viveu exemplarmente no seu tempo, tempo que se estende até ao nosso.” www.jesuitas.pt
Alexandre I, Santo
VI Papa e mártir
Alejandro I, Santo
Nasceu em Roma, no Bairro de São Lourenço, por volta do ano 75. Chamava-se Alexandre, filho dum cidadão romano do mesmo nome. Era um homem culto e foi discípulo de Plutarco e de Plínio, o Moço. Morreu mártir, em 3 de Maio de 115. Tem a sua festa a 3 de Maio. Com apenas 30 anos foi colocado à frente da Igreja, o que se atribui à sia competência e santidade. terá consagrado , por escrito, determinações de ordem litúrgica, como: consagração com pão ázimo; mistura de uma gota de água no vinho; duas leituras obrigatórias na celebração da eucaristia, uma das epístolas, outra dos Evangelhos; celebração de uma única missa por dia e água benta, tanto no baptismo, como para uso dos fiéis. Conservam-se três epístolas de Santo Alexandre, recolhidas no Tomo I dos Concílios, com os seus decretos. Consagrou cinco bispos, seis presbíteros e dois diáconos. No seu pontificado, o imperador Trajano viu-se perante o crescimento do número de cristãos, em quantidade tal que era impossível prendê-los a todos, mas manteve a condenação à morte para os que, sendo denunciados, não quisessem apostatar. O célebre bispo Santo Inácio, de Antioquia, foi uma das vítimas desta determinação imperial (ano 110). O governador Aureliano mandou encarcerar o jovem bispo Alexandre e ele, mesmo preso, realizou milagres. Aureliano, furioso, mandou que Alexandre e os presbíteros Evêncio e Teódulo fossem atirados a um forno e queimados, para que as suas mortes servissem de exemplo, mas os três saíram, do forno tão são como tinham entrado. Aureliano, perante o milagre, perdeu a cabeça e mandou degolar Evêncio e Teódulo e que espetassem ferros nos membros de Alexandre para que a sua morte fosse mais dolorosa. Os três morreram martirizados a 3 de maio de 115, sendo Adriano o Imperador. Os corpos forma enterrados fora da cidade, na Via Nomentana, a sete milhas de Roma e mais tarde trasladados para a Igreja de Santa Sabina, no convento dos padres dominicanos. Do livro “O Papado – 2000 anos de história”, de Mendonça Ferreira – Círculo de Leitores. Ver também livro Santos de cada dia, de www.jesuitas.pt; www.es.catholic.net e www.santiebeati.it
Emília Bicchieri, Beata
Dominicana
Emília Bicchieri, Beata
A Beata Emília Bicchieri nasceu em Vercelli em 1238. Havendo perdido a sua mãe a muito tenra idade, se pôs sob a especial protecção da Mãe de Deus. Não acedeu aos planos de seu pai que a queria casar, e o convenceu para que lhe construísse um convento, o primeiro da ordem regular de terceiras dominicanas, de que se converteu em abadessa com a idade de vinte anos. Havendo sido eleita prioresa contra sua vontade, governou com tacto e habilidade, teve a sabedoria de não ordenar a ninguém o que ela própria não faria. Chamava a atenção pela frequência com que comungava (algo não comum nesses dias). Se lhe atribuem muitos êxtases, visões e milagres. Morreu no dia de seu aniversário natalício, em 3 de Maio, na idade de setenta e cinco anos. Seu culto foi aprovado em 1769. Suas relíquias são zelosamente custodiadas na Catedral de Berzelli
Estanislao Soltys (Kazimierczyk), Beato
Sacerdote
Estanislao Soltys (Kazimierczyk), Beato
Louis Soltys nasceu em 27 de Setembro de 1433 em Kazimiers (Polónia) no seio de uma família de profundas raízes cristãs, seus pais foram Maciej e Jadwiga Soltys, que lhe providenciaram uma boa educação na fé. Logo após seus estudos superiores recebeu seus doutorados em teologia e filosofia de Universidade de Jagiello, (Cracóvia, Polónia). Ingressou na Ordem dos Canónicos Regulares Lateranenses em 1456, dedicando sua vida à Eucaristia e ao cuidado dos enfermos e dos pobres, tomando o nome Estanislao Kazimierczyk. Como sacerdote foi reconhecido como um grande pregador e confessor. Prior e mestre de noviços no seu mosteiro. Professor de filosofia e teologia. Amigo de São Juan de Kanty. Tal como sucede a muitos santos, a gente que o conhecia o considerava um santo em vida, enquanto o Padre Estanislao via sua própria vida como uma luta constante por alcançar a santidade. Ingressou na casa do Pai em 3 de Maio de 1489 na sua povoação natal, Kazimiers. João Paulo II confirmou seu culto em 18 de Abril de 1993. Em 19 de Dezembro de 2009 S.S. Bento XVI autorizou a promulgação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão do Beato Estanislao, ainda está pendente se indique a data da canonização.
Juvenal de Narni, Santo
bispo
Juvenal de Narni, Santo
São Gregório Magno no Diálogo (IV, 12) e na Homiliae in Evangelium, recorda a um Bispo de Narni, de nome Juvenal (Giovenale), qualificando-o de mártir. Mas o Lanzoni observa que este pontífice dá o título de mártir ainda aos bispos que não morreram pela fé. O mesmo Gregório recorda o sepulcro de são Juvenal em Narni. O Martirológio de Floro e de Adone o mencionam com esta indicação: "Natale sancti Juvenalis episcopi et confessoris". Também existe uma vida de são Juvenal, escrita depois do Século VII, de escasso valor histórico, segundo a qual, era de origem africana e, ordenado pelo Papa Dâmaso, foi o primeiro Bispo de Narni. Sempre segundo esta vida, foi sepultado na porta superior da cidade, sob a via Flaminia, em 7 de Agosto de 376. Se crê que exercia a medicina antes de ser consagrado bispo de Narni e que salvou esta povoação da invasão dos sármatas fazendo baixar fogo do céu sobre eles. Os hagiógrafos não lhe dão o título de mártir, mas sim o de confessor. O sepulcro de são Juvenal sobre o que foi construído um oratório atribuído a seu sucessor Máximo, foi muito venerado na antiguidade e ainda se conserva na Catedral de Narni. A inscrição não é antiga. O autor da Vida do Papa Virgílio (537-555), no "Liber Pontificalis" fala de um mosteiro que Belisário fundou perto de Orte, dedicando-o a São Juvenal. No século IX, o corpo de são Juvenal foi transportado a Lucca, junto com os dos santos Cásio e Fausta mas em, seguida foi restituída a Narni. Fossano, diocese pertencente à província de Cuneo, venera a são Juvenal como seu protetor, pretendendo que suas relíquias se conservam ali, mas podem ser as de outro santo do mesmo nome.
Ventura de Spello, Santo
Confessor
Ventura de Spello, Santo
Etimologicamente significa “augúrio”. Vem da língua latina. Quando se voltam a abrir as feridas do passado, ¿te atreverias a perdoar inclusive a aqueles que já não estão nesta terra? ¿Amas só a aqueles que te amam? Isto o pode fazer qualquer sem necessidade do Evangelho. Rezar por aqueles que te fazem dano não é qualquer coisa. Foi um confessor do século XIV. É um nome bastante raro no calendário, e procede da Idade Média. Significa “sorte” e se punha para a desejar ao recém nascido. É mais frequente o nome composto de Boaventura, que o levou o famoso teólogo franciscano de Bagnoreggio. O mais célebre com este nome viveu na região italiana da Umbría. Morreu mártir em 1250. É possível que por devoção a este santo, o de hoje, na longínqua Spello, recebesse seu nome. Spello se levanta sobre o monte Subasio, entre Assis e Foligno. Era já antiga: onze séculos às suas costas. Aqui nasceu Ventura. Descendia de uma família chamada Spellicci. Todavia segue sua genealogia viva na realidade. Ele não foi franciscano, contra o que se pode pensar. Estando em Roma, recebeu o hábito dos “Crucíferos”, uma Ordem que suprimiria mais tarde o Papa Alejandro VI. Ele estudou em Roma, concretamente, no mosteiro da Fontana de Trevi.
Todo o mundo o conhecia porque levava uma grande cruz pendurada ao peito. Mas nunca explicou que aquela cruz era o símbolo do martírio e do sacrifício. Como era homem de oração e de trabalho para os demais, fundou na sua cidade um albergue para peregrinos. Morreu no ano 1300. ¡Felicidades a quem leve este nome!
90644 > Beato Adamo di Cantalupo in Sabina
51675 > Sant' Alessandro I Papa e martire
51740 > Sant' Ansfrido di Utrecht Vescovo e confessore MR
94132 > Beato Arnaldo de Rossinol Mercedario
51720 > San Conlaedo Vescovo di Kildare MR
92248 > Beato Edoardo Giuseppe Rosaz Vescovo MR
90767 > Beata Emilia Bicchieri Domenicana MR
51710 > Santi Evenzio, Alessandro e Teodulo Martiri MR
20950 > San Filippo Apostolo - Festa MR
94044 > Santi Filippo e Giacomo il Minore Apostoli
21000 > San Giacomo il Minore Apostolo - Festa MR
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