quarta-feira, 8 de agosto de 2012

nº 1371-3 - (221-12) - SANTOS DE CADA DIA - 8 de agosto de 2012


Nº 1360 (210-12) 28 de julho de 2012
SANTOS NAZÁRIO e CELSO
Santi Nazario e Celso
Mártires (século I)
Celso significa «alto, elevado». Nazário pode ter tido origem oriental, semítica. Há sobre estes santos uma Paixão em latim e em grego, sem valor. O nosso martirológio, segundo ela, faz de Celso um puer, um rapazinho; mas, em 1777, um cirurgião considerado examinou o corpo de S. Celso e declarou que o mártir devia ter mais de 20 anos. Depois da morte de Teodósio (395), Santo Ambrósio mandou trazer para Milão, para a basílica dos Apóstolos, o corpo de S. Nazário, que estava num jardim fora dos muros da cidade. Pôde-se ver a cabeça do mártir, separada do corpo, bem conservada, e o sangue ainda muito fresco. Segundo o biógrafo de Santo Ambrósio, Paulino, colocou-se o corpo de Nazário num esquife; e os presentes foram seguindo o bispo Ambrósio até ao local do jardim onde repousava Celso. Estava num lugar em que Ambrósio não costumava ir rezar, e Paulino perguntou a si mesmo se o local não lhe foi revelado pelo Céu. Havia todavia, entre os guardas do jardim, uma tradição seguindo a qual se encontravam lá tesouros escondidos – e que mais belos tesouros que estes corpos de mártires? Depois de se transferir o corpo de Nazário para a basílica dos Apóstolos, o Bispo tomou a palavra. Mas um possesso começou a gritar: «Ambrósio tortura-me!». E o prelado voltou-se para ele: «Cala-te demónio. Não é Ambrósio que te tortura, mas a fé dos santos, e a tua inveja, pois vês homens subir ao cume de onde tu caíste». E o desgraçado pôs-se quieto. Santo Ambrósio mandou colocar uma inscrição métrica, por si redigida, no templo: Dizia: «A Nazário, mártir, Ambrósio fundou e consagrou ao Senhor este templo com relíquias que o nome dos Apóstolos honra. Em forma de cruz está o templo, a vitória de Cristo fez este templo. A imagem sagrada e triunfal marca este lugar. Na capela-mor do templo está Nazário que teve uma vida fecunda, e o solo ergue-se debaixo das relíquias do mártir. Onde a cruz eleva a sua cabeça sagrada sobre a dupla curvatura, aí está a capela-mor do templo e da casa de Nazário, que desfruta de eterna paz, vencedor pela sua piedade. A cruz que foi a sua alma, é ainda o seu asilo». A tradução procurou transmitir o que o estilo lapidar de Ambrósio encerra de embaraçado. Caput, que aparece três vezes, significa tanto «cabeça» como «altar-mor». A tradição milanesa coloca a morte dos dois santos em 28 de Julho. O encontro das relíquias festeja-se a 10 de Maio, segundo um calendário milanês do século XI. Sempre se julgou em Milão que não foi levado o corpo de Celso para a basílica dos Apóstolos, mas se encontrava na igreja junto da qual o bispo Landolfo, no século X, fundou um mosteiro. A glória dos velhos santos milaneses ficou um tanto eclipsada pela dos mártires descobertos por santo Ambrósio: Gervásio e Protásio, Nazário e Celso. Conquistaram celebridade muito para além da Itália; as relíquias deles, sobretudo as do primeiro grupo, foram muito solicitadas. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. - Áudio da RadioRai:
SÃO VÍTOR I
San Vittore I
Papa (199)
Terá nascido na África. O pai ter-se-á chamado Félix. O Líber Pontificalis, nossa principal fonte, com a História Eclesiástica de Eusébio e o De viris de S. Jerónimo, nota ter ele tido um pontificado de dez anos, dois meses e dez dias. Sucedeu ao papa Eleutério, pelo ano de 189, no tempo do imperador Cómodo. Morreu provavelmente durante o império de Septímio Severo, por volta de 199. O Líber diz que foi mártir, mas nenhum texto e nenhum documento confirmam esta asserção, seguida por alguns. Vítor, com um sínodo romano, excomungou  Teódoto, curtidor de Bizâncio, que via em Cristo, só um homem e não um Deus. A heresia montanista, monopolizando as efusões do Espírito e o reinado do Paráclito propagava-se em Roma. Iria ser condenada pelo papa Zeferino, cerca do ano 200. O Líber informa que Vítor fixou a celebração da Páscoa no domingo; era o uso romano bem antes de Vítor! O que é verdade é que o bispo de Roma promoveu a reunião de sínodos provinciais contra as igrejas da Ásia, chamadas catorzimais, por fixarem a Páscoa no dia 14 do Nisã judaico, ao passo que em Roma e noutros sítios era no domingo seguinte. As respostas deram razão a Vítor, mas os Asiáticos estavam bem apegados à sua tradição. O bispo de Éfeso, Polícrates, escreveu ao Bispo de Roma em nome dos seus colegas: «Não me deixo intimidar… Antes obedecer a Deus que aos homens». Muito impressionado, Vítor pensou em excomungar os cristãos da Ásia. Mas Ireneu de Lião conseguiu detê-lo; uma vez que a fé era a mesma, não devia haver ruptura devido a um ponto de observância. No seu De viris, S. Jerónimo escreveu que S. Vítor foi o primeiro dos escritores cristãos a utilizar o latim. Na verdade, bem parece que ele se mostrou campeão vigoroso do espírito latino,romano, ocidental. O seu duelo com o venerável Polícrates é, a este propósito , bem, significativo. O Bispo de Roma apresenta-se como chefe e atua como tal. O Líber Pontificalis atribui-lhe a criação de clérigos supranumerários (sequentes). Terá promovido doze bispos em diversos lugares. Foi enterrado num 28 de Julho, cerca do ano 200, no Vaticano, ao lado do bem-aventurado apóstolo Pedro. Florus, e os martirológios que dele derivam, colocaram S. Vítor, em 20 de Abril. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. - Áudio da RadioVaticana:
SANTO INOCÊNCIO I
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Papa (417)
Nascido em Albano, estava-lhe reservado um pontificado atormentado mas que marcaria uma época decisiva na história da Igreja – a hegemonia pontifícia que substituiu o Império romano decadente. Atestam-no, de modo eloquente, as decretais empenhadas em estabelecer entre as Igrejas de Itália, Gália e Espanha uma uniformidade de normas morais, canónicas e litúrgicas. No campo dogmático, afirma dever ser conservado por todos o que fora transmitido por Pedro, príncipe dos Apóstolos, à Igreja Romana, ao mesmo tempo que, no campo jurisdicional , se pode apelar para ela, mesmo das determinações dos concílios provinciais. A Igreja do início do século V estava destinada uma dolorosa provação. Os bárbaros do norte, os Visigodos, provenientes da Escandinávia e Alemanha, depois de algumas tentativas de invasão mal sucedidas, conseguem entrar pelo norte de Itália, comandados por Alarico, no ano 410. Roma seria devastada por um impiedoso saque que deixa a cristandade desorientada e estarrecidas. Como era possívelperguntavam.-se os cristãosque concluída a cristianização oficial do império romano, Deus permitisse que tudo se afundasse na mais horrenda catástrofe? Para levantar os ânimos, escreve Santo Agostinho, bispo de Hipona, no norte de África, os dez primeiros livros da sua obra imorredoira: A Cidade de Deus – grandiosa concepção filosófica e teológica da História, através da luta entre a cidade de Deus, (cidade celeste de perfeição ideal , inatingível neste mundo) e a cidade terrena, cúmulo de imperfeições e misérias. Um discípulo seu, o historiador e teólogo Paulo Orósio, nascido em Braga pelo ano 385 (dois anos antes da conversão do grande doutor da Igreja), fugindo à perseguição dos Suevos, refugia-se em Hipona, atraído pela fama de Santo Agostinho, e escreve, na mesma linha e com a mesma finalidade, um tratado sobre a destruição de Roma – reflexo do grande pavor e desconcerto que se abatera sobre a cristandade. Deus, no entanto, velava sobre o seu povo e aconteceu o que parecia impossível: Alarico morre e o seu sucessor, Ataulfo, casando-se com uma irmã do imperador Honório, entra em acordo com ele, comprometendo-se a reconquistar as Gálias e a Espanha, fugidas ao império romano. Chegados a Espanha, e apesar de arianos até meados do século V, os visigodos respeitam a jerarquia e instituições do catolicismo já estabelecido, talvez porque, apesar de dominadores, se sentiam em minoria, o que permite à Igreja hispânica refazer-se das devastação anterior dos Vândalos. Mas, em Roma, aliviada do pesadelo dos bárbaros, a Igreja via-se acometida pela heresia pelagiana. Originário da Grã-Bretanha, Pelágio surge com fama de asceta, a pregar uma doutrina aliciante. A graça ficava reduzida ao simples exemplo de Cristo, que atuava apenas como estimulante, e a redenção, esvaziada de sentido, não passava de um chamamento a uma vida mais perfeita, a conquistar com as próprias forças. O homem poderia, sem qualquer auxílio sobrenatural, praticar obras sobrenaturalmente boas e alcançar a visão beatifica. Contra semelhante doutrina, ao mesmo tempo absurda e aliciante, erguer-se-ia S. Jerónimo no seu refúgio de Belém, secundado por Paulo Orósio que, a conselho de Santo Agostinho, se dirigira a Belém para consultar o exímio escriturista. Mas o principal paladino antipelagiano seria santo Agostinho, que enfrenta a heresia com tal denodo que levaria os concílios milivitano e cartaginês a condená-la sem hesitação, no ano 416 – condenação que Inocêncio I, a pedido do grande doutor da Igreja, confirmaria com excomunhão contra os principais responsáveis. Foi nessa altura, ao receber a resposta do Papa, que Santo Agostinho proferiu a célebre frase: Roma Locut est, causa finita est – «Roma falou, está encerrada a questão». seria o último ato oficial de Inocêncio I, que faleceu a 12 de Março de 417.  Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
SÃO PEDRO POVEDA CASTROVERDE
San Pedro Poveda Castroverde
Fundador (1874-1936)
Nasceu em Linares (Jaen, Espanha), a 3 de Dezembro de 1874. A sua vida decorre num período particularmente complexo e dramático para a Espanha e para a Europa. Desde muito pequeno sentiu vocação para o sacerdócio. É ordenado em Guadix (Granada), onde trabalha com os «coveiros», que viviam em covas escavadas na montanha. Funda escolas e planifica uma verdadeira elevação espiritual e cultural daquelas pessoas. O seu itinerário está vinculado a vários outros lugares da geografia espanhola: Linares, Jaen, Covadonga (Astúrias), Madrid, cidade onde exerce uma ação incisiva e completa. Em Covadonga amadurece Poveda a convicção na força transformadora da educação, colocando a pessoa humana no centro de toda a educação educativa. Pensando no momento histórico e na secularização que se ia impondo na Espanha, vislumbra na força integradora de fé e ciência o futuro de uma presença cristã, comprometida nas mediações educativas e culturais. Dentro destas perspectiva vê claramente a importância de formar pessoas que comunguem neste ideal, o que há-de ter como fruto a Instituição Teresiana, fundada por ele em 1911.Assim oferecia à Igreja um novo modelo de santidade laical: cristãos que combinam, um forte compromisso evangélico com uma presença social ativa, nas várias atividades em que a sua vida se desenrola. Em Linares e Jaen, aonde regressa depois da estadia em Covadonga, começa a germinar a semente em pequenos grupos educativos – as Academias de Santa Teresa – , especialmente concebidas para a educação académica da mulher. estas Academias hão-de espalhar-se por toda a Espanha. Pedro Poveda é nomeado capelão real e parte para Madrid, o que lhe permite estender a sua ação a toda a Espanha. Imediatamente cria em Madrid várias atividades, todas elas destinadas à formação universitária de mulheres. A vida de Poveda é alimentada por um forte sentido de Igreja, revelando uma grande disponibilidade para os ministérios que lhe eram pedidos, mesmo que tivesse que deixar outras tarefas já começadas. A sua espiritualidade é de encarnação, profundamente cristocêntrica, e ancorada no momento que lhe é dado viver. Homem atento ao presente, comprometido com ele, faz da sua existência um diálogo carregado de humanismo, mas também impregnado de coerência evangélica. Poveda vive na Eucaristia diária a sua entrega ao Senhor e o seu mistério de ressurreição e vida, faz-se com Ele pão partido e sangue derramado para a vida do mundo. Com efeito, Pedro, em 1936, há-de entregar a sua vida pela fé. Em 1993, o Papa João Paulo II declara-o modelo de santidade para a Igreja e beatifica-o. O mesmo Papa virá a canonizá-lo a 4 de Maio de 2003. Numerosos Centros têm o seu nome e mais de 4000 homens e mulheres realizam a sua missão, de acordo com o carisma teresiano, em 4 continentes. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
Catalina Tomás, Santa
Monja, 28 de julio
Nazario y Celso, santos
Mártires, 28 de julio
Pedro Poveda Castroverde, Santo
Sacerdote y Mártir, 28 de julio
Sansón de Dol, Santo
Abad y Obispo, 28 de julio
Germán Martín Martín, Beato
Sacerdote y Mártir, 28 de julio
Inocencio I, Santo
XL Papa, 28 de julio
Jaime Hilario (Manuel Barbal Cosán), Santo
Mártir Lasallista, 28 de julio
Melchor de Quirós, Santo
Obispo y Mártir, 28 de julio
Víctor I, Santo
XIV Papa, 28 de julio
José Caselles Moncho y José Castell Camps, Beatos
Mártires Salesianos, 28 de julio
Manuel Segura, Beato
Mártir, 28 de julio
92516 > Sant' Acacio (Acazio) di Mileto Martire 28 luglio MR
Sant' Acacio (Acazio) di Mileto
64625 > Sant' Alfonsa dell'Immacolata Concezione (Anna Muttathupadathu) Clarissa dell’India 28 luglio MR
Sant' Alfonsa dell'Immacolata Concezione (Anna Muttathupadathu)
90464 > Sant' Arduino di Ceprano Sacerdote 28 luglio
Sant' Arduino di Ceprano
94222 > Beato Astolfo Lobo Vescovo 28 luglio
Beato Astolfo Lobo
92113 > San Botvido di Svezia Martire 28 luglio MR
San Botvido di Svezia
64670 > San Cameliano di Troyes Vescovo 28 luglio MR
San Cameliano di Troyes
93636 > Beata Chiara (Sancia di Maiorca) Regina di Sicilia 28 luglio
Beata Chiara (Sancia di Maiorca)
91746 > Beato Davide Carlos Fratello Scolopio, martire 28 luglio MR
Beato Davide Carlos
93424 > Beato Emanuele Segura Martire 28 luglio MR
Beato Emanuele Segura
94003 > Beato Germano Martin Martin Sacerdote salesiano, martire 28 luglio
Beato Germano Martin Martin
90243 > San Giacomo Ilario (Emanuele) Barbal Cosàn Religioso martire 28 luglio MR
San Giacomo Ilario (Emanuele) Barbal Cosàn
92913 > Beati Giuseppe Caselles Moncho e Giuseppe Castell Camps Sacerdoti salesiani e martiri 28 luglio MR
Santi Martiri della Tebaide d'Egitto
93420 > San Melchiorre Garcia Sanpedro Vescovo e martire 28 luglio MR
San Melchiorre Garcia Sanpedro
64650 > Santi Nazario e Celso Martiri 28 luglio MR
Santi Nazario e Celso
91486 > San Pedro Poveda Castroverde Fondatore, martire 28 luglio MR
Santi Procoro, Nicanore, Timone, Parmenas e Nicola 1 Santi Procoro, Nicanore, Timone, Parmenas e Nicola 2
94001 > Beato Sabino Hernandez Laso Sacerdote salesiano, martire 28 luglio
Beato Sabino Hernandez Laso
91716 > San Sansone Abate e vescovo di Dol 28 luglio MR
San Sansone
90137 > San Vittore I Papa e martire 28 luglio MR
San Vittore I
sites utilizados: www.es.catholic.net/santoral e www.santiebeati.it, e, ainda os textos do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
Compilação de
António Fonseca

Nº 1371-2 - (221-12) - SANTOS DE CADA DIA - 8 DE AGOSTO DE 2012

Nº 1359- 27 DE JULHO DE 2012
SÃO PANTALEÃO
Sant Pantaleone

Mártir (século III)
Médico e mártir de Cristo, nascido em Nicomédia de Bitínia, na atual Turquia, filho de Eustóquio, gentio, e de Êubola, cristã. Falecendo a mãe, Pantaleão, foi aplicado pelo pai aos estudos de retórica, filosofia e medicina. Durante a perseguição, travou amizade com um sacerdote, exemplo de virtude, Hermolau, que o persuadiu de Nosso Senhor Jesus Cristo ser o autor da vida e o senhor da verdadeira saúde. Um dia que se viu diante duma criança morta por uma víbora, disse para consigo: «Agora verei se é verdade o que Hermolau me diz». E, segundo isto, diz ao menino: «Em nome de Jesus Cristo, levanta-te; e tu, animal peçonhento, sofre o mal que fizeste». Levantou-se a criança e a víbora ficou morta; em vista disso, Pantaleão converteu-se e recebeu logo o santo baptismo. As milagrosas curas que em nome de Jesus Cristo realizava excitaram a inveja dos outros médicos, que o acusaram de cristão diante do imperador Maximiano (286-305); este mandou aplicar ao santo toda a espécie de tormentos. A glória deste glorioso atleta foi muito celebrada pelos fiéis, que lhe veneraram religiosamente as relíquias e levantaram ao seu nome muitos templos. É um dos Santos Auxiliadores (8 de Agosto). O corpo de S. Pantaleão, segundo se crê, foi trazido para a cidade do Porto, no século XV, por cristãos arménios, e conservava-se ainda na catedral. Diz-se que as relíquias do mártir foram roubadas e abandonadas pelos ladrões da arca metálica em que estavam; e acrescenta-se que foram passadas para uma arca de madeira, colocada por trás do altar-mor; mas ninguém as viu, nem mesmo durante as últimas obras de restauro da sé. Deixou em 1981 de ser o padroeiro da cidade, e celebra-se neste dia. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Áudio em  RadioVaticana:
BEATA MARIA MADALENA MARTINENGO
Beata Maria Maddalena (Margherita) Martinengo
Religiosa (1687-1736)
A nossa Beata nasceu em 1687, dos condes de Barco, em Bréscia, na Lombardia. Nasceu muito fraca, tanto que imediatamente a batizaram. A mãe morreu cinco meses mais tarde. Passado pouco tempo, o pai casou-se de novo. Aos cinco anos andava ela bem vestida, chamava as atenções e com isso envaidecia-se, mas não gostava de brincar e apreciava o estudo. Aos sete anos já lia o breviário romano, em latim concerteza. Tornara-se piedosa; aparecia com o ofício de Nossa Senhora ou o terço na mão. Aos dez anos entrou como interna na casa das ursulinas de Santa Maria dos Anjos. «Deixei de boa vontade a casa paterna, escreveu ela nas suas notas autobiográficas, para me dar toda a Deus no santo claustro». Ao receber a primeira comunhão, a hóstia caiu no chão, entre ela e a grade; apanhou-a logo, mas pareceu-lhe que o Senhor não queria vir ao seu coração. Começou bem cedo a oferecer grandes penitências: orações prolongadas de noite, no maior frio; enxergão com pedaços de madeira, pedras e espinhos; caminhar descalça sobre cascalho e urtigas, até deitar sangue. Impressionava-se com as imundícies que às vezes via no mosteiro; paras se vencer, tudo isso beijava. Pedia às companheiras que lhe batessem muito, pois o merecia. Nessa altura, não julgava a obediência necessária, em matéria de penitência; e sendo pequena a vigilância sobre ela, seguia a inclinação, julgando fazer bem. O crucifixo servia-lhe de modelo, animador e juiz. «Tudo o que ouvia ler na Vida dos Santos, propunha-me copiá-lo na minha». Mais tarde, para reproduzir um ponto da paixão dos santos Crispim e Crispiniano, espetou agulhas entre a carne e as unhas das mãos e dos pés, e conservou estas vinte torturas, durante três horas. Passados dois anos, foi para o convento do Espírito Santo, onde lhe começaram a chamar Santinha (Santarella). Ao cabo de três anos de internato, voltou à casa da família. Os irmãos procuraram-lhe romances e foi obrigada a vestir-se com elegância. Pensava-se em lhe encontrar noivo, mas ela queria conservar-se virgem por amor de Deus. e o pai teve de capitular diante de tal firmeza. Viu um dia Santa Teresa e Santa Clara discutirem, diante de Nossa Senhora, a respeito da sua vocação. Mas o cinzento de Santa Clara venceu o branco de Santa Teresa: A nossa donzela tomaria o duro hábito das pobres clarissas. Fez experiências nos fins de 1704 e princípios de 1705; mas era austeridade demasiada. Finalmente, a 8 de Setembro de 1705, tomou em Bréscia o hábito das capuchinhas, ficando a chamar-se Irmã Madalena. A saúde mantinha-se fraca, dormia mal: «Levantava-me, mais cansada do que me deitava na véspera». Caiu gravemente doente, mas curou-se. Os seus escrúpulos de consciência persistiam. Por fim, viu Nosso Senhor, em vestes pontifícias, que lhe dizia: «Absolvo-te completamente de todos os teus pecados». Fez um tríplice voto: de procurar o mais perfeito, o mais custoso e o mais intensamente «capuchinho». Esta contemplativa não desestimava, por outro lado, rezar cem Ave-Marias com genuflexões, todos os sábados. E mais rezava nas grandes circunstâncias. Não compreendia que se temesse a morte. No caso de vir a falecer dentro e poucas horas, dizia ela: «Pôr-me-ia como criança nos braços do meu Deus e absolutamente nada temeria». Gostava de meditar sobre a sua padroeira Madalena, que, segundo a liturgia romana, confundia com a pecadora perdoada, de S. Lucas (cap. 7). Como ela, ardia a Beata hoje celebrada. Assim cantava o seu mal: «O martírio do amor é, meu Deus, o que me faz sofrer. Anseio por Te amar, ó meu Deus. Mas o meu amor não iguala o meu desejo… Desejar eu e não poder, por Ti só derreter-me a cada momento, Jesus ? Tu não sofreste tal tormento». A esta pena sublime juntou-se durante algum tempo incompreensão dum confessor. A sua piedade tornava-se cada vez mais profunda. Sofria ao ver um padre celebrar o santo sacrifício apressadamente , atrapalhando as palavras. O Senhor disse-lhe um  dia: «Esquece-te, como se realmente não existisses». Era terrivelmente engenhosa para encontrar sofrimentos; mas, desde que religiosa, não prescindia da licença. De noite rezava, por horas a fio, com os braços estendidos. Punha na comida fel de peixe. Tomava a disciplina algumas vezes por uma hora, e o sangue corria. Mergulhava espinhos no corpo, em particular na cabeça. No Inverno, dormia de janela aberta e os dentes batiam-lhe; às vezes passava a noite no jardim. Tinha um cilício de ferro com 500 pontas, e cadeias apertadas nos braços. E usava por vezes outro cilício menos benigno, de lâminas de ferro branco, que a esfolavam profundamente; espetava agulhas no corpo, etc.. São proezas de faquir, dir-se-á. O que é certo é que ela sofria cruelmente com estas torturas inventadas, como testemunho de amor a Cristo Crucificado. Mas o grande empenho era a obediência, a morte da vontade própria. Dizia que a profissão a decapitara; tinha entrado no mosteiro com a cabeça nas mãos, como se representa S. Dinis. Gostava de obedecer a todas, de se fazer menina (bambina). Quem escolhera para ser humilde serva das suas Irmãs foi nomeada três vezes mestra das noviças, abadessa em 1732 e de novo em 1736, embora estivesse doente. Exerceu também o cargo de porteira e de vigária. Embora dissesse «O nada não faz nada», era julgada inutilizável! Servia de proteção ao mosteiro; se era anunciada a peste para breve, vinha-lhe uma dor tremenda de dentes, e a peste afastava-se. Às noviças mandava ler e reler a Regra, as Constituições, o Legendário Franciscano e os Anais dos irmãos menores capuchinhos. Pedia a união de todos os corações, para amarem a Deus: «Amá-lo com um só coração, é pouquíssimo, é pouquíssimo!» Para 15 de Fevereiro (santos Faustino e Jovita, patronos de Bréscia), os «filósofos» do local quiseram inaugurar um casino. Durante a manifestação, o animador da ímpia iniciativa caiu moribundo; converteu-se, porém, antes de expirar. Entretanto, a irmã Maria Madalena orava. De repente parou, com uma alegria radiosa, dizendo: «A graça está concedida!». A graça era a festa sacrílega interrompida e o filósofo reconduzido a deus. Gostava do «silêncio alegre, afável, bom; das palavras humildes, doces e santas». Antes de falar era precisos, segundo ela, fazer a pergunta se as palavras se podiam escrever, a seguir à letra N do dicionário:«necessidade». Já doente, foi reeleita abadessa, e 15 dias mais tarde faleceu, a 27 de Julho de 1736, aos quarenta e nove anos, e trinta e dois de vida religiosa. Em 1738, apareceu uma dissertação dum médico que lhe tinha examinado o cadáver. É admirável, escrevia ele, que as agulhas no corpo não tenham dado nem inflamação, nem úlceras nem gangrena. Maria Madalena Martinengo foi beatificada por Leão XIII, a 3 de Junho de 1900. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
www.es.catholic.net/santoral
Aurélio, Félix, Liliosa e Jorge, Mártires

Santa Natália
San Simeone Sitilista il Vecchio
Beato Filippo Hernandez Martinez, Zaccaria Abadia Buesa e Giacomo Ortiz Alzueta
Beato Modesto Vegas Vegas
San Celestino I
Beato Andrea Jimenez Galera Sacerdote salesiano
Beato Andrea di Phu Yen
Sant' Antusa dell’Onoriade Vergine, fondatrice 
Sant' Antusa dell’Onoriade
Sant' Arnaldo di Lione
San Bertoldo di Garsten Abate benedettino
San Bertoldo di Garsten 
Áudio da RadioVaticana: e da RadioMaria:

San Celestino I
Santi Clemente di Ochrida, Gorazdo, Nahum, Saba e Angelario.2  Santi Clemente di Ochrida, Gorazdo, Nahum, Saba e Angelario3Santi Clemente di Ochrida, Gorazdo, Nahum, Saba e Angelario4Santi Clemente di Ochrida, Gorazdo, Nahum, Saba e Angelario
San Desiderato di Besancon
Sant' Ecclesio Celio
San Fronimio di Metz
San Galattorio di Lescar 
Beato Giacomo Papocchi da Montieri
Beato Gioachhino Vilanova Camallonga 
Santa Giustina Vergine e martire
Santa Giustina
Beato Guglielmo Davies 
Beata Lucia Bufarali di Amelia
Beata Maria Clemenza di Gesù Crocifisso (Elena) Staszewska
Beata Maria della Passione (Maria Grazia Tarallo) 
Beato Nevolone Eremita 
Beato Nevolone
Sant' Orso Abate 
Sant'Orso
San Raimondo Zanfogni, detto Palmerio
Beato Roberto Sutton 
Santi Sette Dormienti di Efeso
San Simeone di Egee Diacono e stilita
San Simeone di Egee
Sant' Ugo di Lincoln Fanciullo martire
Sant'Ugo di Lincoln
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Compilação de
António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...