Nº 1753-5
Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
15 de Setembro de 2013
XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc 15, 1-10
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus os publicanos e os pecadores para o ouvirem. Os fariseus e os letrados murmuravam entre eles: «Este acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes esta parábola: Se um de vós tiver cem ovelhas e perder uma, não deixa as noventa e nove no campo até encontrar a ovelha desgarrada? E quando a encontra, não a carrega sobre os ombros muito contente e chegando a casa, não reúne os amigos e os vizinhos para lhes dizer: Alegrai-vos comigo pois tinha perdido uma ovelha e encontrei-a? Eu vos digo que também haverá mais alegria no céu por um só pecador que se converta do que por 99 justos que não necessitam de se converter. Também se uma mulher tiver dez moedas e perder uma delas, não acenderá uma lanterna, varre a casa e procura com cuidado até a encontrar? E quando a encontra reúne as vizinhas para lhes dizer: Alegrai-vos comigo porque encontrei a moeda que tinha perdido? Vos digo que a mesma alegria haverá entre os anjos do céu por um só pecador que se converta.
1 – Todo o capítulo 15 do Evangelho de Lucas é dedicado a explicar a posição de Deus perante os que se perdem. Lucas explica-o agrupando três parábolas de Jesus: a ovelha perdida, a moeda perdida e o filho perdido (que chamamos "pródigo"), que aqui está omisso por razões de brevidade. A ideia central de todo o capítulo é que o Pai de Jesus não olha para os pecadores, perversos, mas sim para os que "se perdem", quer dizer: como algo a quem muito quer, que se extravia. Algo que se quer tanto, que se abraça, se festeja, quando é encontrado. O Deus de Jesus não julga, não recusa, não censura, nem vira a cara ao pecador. O Pai que nos revela Jesus, compreende sempre, acolhe e alegra-se, seja qual for o caminho por onde se perca o pecador.
2 – As religiões mantêm e potenciam a sua autoridade, fazendo opressão sobre as consciências. Para isso utilizam um instrumento potentissimo: o pecado, apresentado como "perdição", como "perversão", como "extravio" que Deus condena e castiga. Para isso manipulam os "sentimentos de culpa" atormentam as consciências e até se servem de sentimentos mágicos, relacionados como o "manchado", o "impuro" e o "sujo". E o pior do caso é que na terra, há representantes de Deus e censores da religião que, nas sociedades religiosas, têm um poder muito forte, um poder que exercem para condenar, recusar, marginalizar, excluir, inclusive tentando que os pecados sejam além de delitos castigados pelos ,poderes públicos com leis e penas, que não duvidam invadir a vida privada.
3 – Jesus rompeu com tudo isto. Fez-se amigo de pecadores e perdidos, conviveu com eles e com eles compartilhou mesas e roupa. Por isso escandalizou todos os observadores, mas também por isso abriu tantos horizontes de experança e de bondade.