Santa FRANCISCA ROMANA religiosa que, dada em casamento ainda adolescente, viveu em matrimónio durante 40 anos como esposa e mãe exemplar, admirável pela sua piedade, humildade e paciência. Nos tempos calamitosos que sobrevieram, distribuiu os seus bens pelos pobres, socorreu os enfermos e, após a morte do esposo, retirou-se para viver com as Oblatas que congregara sob a regra de São Bento em Roma. (1440)
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Nasceu
Santa FRANCISCA em
1384 e morreu em
1440. O pai, Paulo Busa di Leoni, era da nobreza romana. Sentiu-se a menina desde a infância atraída pelo aroma da pureza e obrigou-se por voto a ser religiosa. Mas, por ordem do confessor, teve de condescender com os desejos do pai, que a deu em matrimónio aos
12 anos ao jovem aristocrata Lourenço de Ponziani. Teve três filhos:
Inês e João Evangelista, que morreram em pequenos e
João Baptista que veio a perpetuar a família.
A história da nossa Santa confunde-se com a da cidade Eterna naquela época. Roma estava dividida em dois bandos que se guerreavam encarniçadamente. Os Orsini, em cuja facção ocupava elevado posto Lourenço de Ponziani, lutavam a favor do Papa, ao passo que os Colonnas, seus adversários, apoiavam Ladislau de Nápoles. Lourenço ficou gravemente ferido e, perdida a batalha por parte dos pontifícios, Ladislau entrou vitorioso em Roma e levou como reféns os filhos das famílias mais distintas. A nossa Santa viu-se obrigada a entregar seu
filho João Baptista. depressa o recuperou mas, numa segunda invasão dos napolitanos, voltou a perdê-lo, depois de ver saqueado o seu palácio.
Apesar do marido estar ferido, o filho cativo e o palácio saqueado,
FRANCISCA não perdeu a paz de alma, a resignação e o fervor, que a levavam a fazer o bem a todos. Tinha as mãos rotas; tudo o que nelas caía escapava-se em favor dos pobres e dos doentes.
Um dia a gente, estupefacta, viu-a guiando pelas ruas, junto ao foro, um burrinho carregado com um feixe de lenha e um fardo de roupa, tudo para os pobres. Os dois saques de Roma ofereceram-lhe campo vastíssimo para abrir as asas da sua caridade. Andava à procura dos desprotegidos pelos desvãos sórdidos, onde os enfermos buscavam a luz do seu sorriso; e pelos sótãos, onde se amontoavam as crianças de caras pálidas e famintas. Toda a sua missão era mitigar a dor, aliviar a pobreza.
À sua volta reuniram-se depois outra senhoras, desejosas de imitar esses impulsos generosos: ela dirigia-as espiritualmente, apartando-as das vaidades do mundo e ensinando-lhes o caminho evangélico da caridade e do sacrifício. Assim nasceu a
confraria de Oblatas Beneditinas. que habitaram depois e habitam ainda, em forma de
Terceiras conventuais, perto do Capitólio , e foram aprovadas por
EUGÉNIO IV, em
1433.
Falecendo-lhe o marido em
1436,
FRANCISCA retirou-se para a casa das
suas Oblatas, que a nomearam Superiora geral, cargo que desempenhou até à morte.
A sua vida sobressaiu pelas graças extraordinárias, com o poder de fazer milagres e de penetrar nos segredos do outro mundo.
Viu o seu anjo da guarda. Viu o inferno com o seu fogo e os seus suplícios terríveis, e o purgatório com o seu fogo claro, de tonalidade avermelhada e com os seus diversos "domicílios". Levada pela mão mesma de Deus penetrou no paraíso.
A sua visão mais alta foi, porém, a do Ser divino antes da criação dos anjos. era um círculo esplêndido e imenso que, só por si mesmo, pairava.
Debaixo do circulo infinito, o deserto do nada, e dentro deste, uma por assim dizer coluna deslumbrante, em que se reflectia a divindade. E lá umas letras: principio sem principio e fim sem fim. Depois vieram a aparecer os anjos á semelhança de flocos de neve sobre as montanhas. E
Nosso Senhor disse à vidente: «
Eu sou a profundidade do poder divino. Eu criei o céu, a terra, os rios e os mares. Eu sou a sabedoria divina. Eu sou a altura e a profundidade; a esfera imensa, a altura do amor, a caridade inestimável. pela minha obediência, fundada na humildade, remi o mundo».
Quando se tratou em
1606, no tempo de
PAULO V, de
canonizar Santa FRANCISCA ROMANA, o cardeal
São ROBERTO BELARMINO juntou ao seu voto favorável a declaração de que esta Santa - tendo vivido primeiro em virgindade e depois uma série de anos em casto matrimónio, tendo suportado os incómodos da viuvez e tendo seguido finalmente vida de perfeição no claustro - merecia tanto mais as honras dos altares, quanto mais podia ser apresentada como modelo de virtude a todas as idades e todos os estados.
No meio das ruas de Roma, quando estavam cheias de ódio e nelas ressoava o ruído das armas, espalhou ela a paz de Cristo nos corações, como anjo de paz e misericórdia.
O processo em ordem à glorificação iniciara-se no mesmo ano em que morreu a Santa; um segundo, três anos depois; e oito anos mais tarde, o terceiro. Por fim,
PAULO V marcou o
dia 29 de Maio de 1608 para a
canonização. Na Bula respectiva exalta o Papa o poder da graça na débil criatura humana, e felicita Roma onde esse poder brilhou mais que nas restantes cidades da terra.
Não só, diz o papa,
pelos exércitos de santos mártires, adornados pela púrpura do sangue, e pelas gloriosas multidões de veneráveis prelados, mas também pelos formosos coros de castas virgens e santas mulheres, favorecidas por Deus; também por isto resplandece Roma como soberana de coroa de brilhantes jóias.
Alguns dias depois da canonização em
São Pedro do Vaticano, saíram grandes procissões com a imagem da Santa e dirigiram-se: para o convento da
Porta degli Specchi; para o seu sepulcro na
Igreja de Santa Maria Nuova; e para
Santa Maria in Araceli, como Igreja do senado Romano. Também
PAULO V visitou repetidamente o sepulcro de
Santa FRANCISCA e junto dele celebrou Missa.
GREGÓRIO DE NISSENO, Santo
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Nasceu no Ponto, Mar Negro, por 335, e morreu em Nissa, cerca do ano 395. Passou toda a vida na Capadócia (Arménia Turca). Segundo já dissemos com São BASÍLIO, seu irmão mais velho, e São GREGÓRIO NAZIANZENO, seu amigo, forma a tríade dos «Capadocianos» ou «Luminares da Capadócia». Foram caracterizados com esta fórmula "BASÍLIO era o braço que actua, GREGÓRIO DE NAZIANZO a boca que fala, e GREGÓRIO DE NISSA a cabeça que pensa". Pela parte preponderante que tomou no 1º Concílio de Constantinopla (381), em que se formulou a doutrina trinitária, e pelos seus escritos, está entre os que mais contribuíram para libertar do arianismo as Igrejas orientais. Antes de entre os que mais contribuíram para libertar do arianismo as Igrejas orientais. Antes de ser bispo de Nissa (372), ensinara belas letras e vivera em matrimónio. Conserva-se do Santo um conjunto escrito considerável. As suas obras místicas encerram riquezas sem par.
40 SOLDADOS DA CAPADÓCIA, Santos
Em Sebaste, na antiga Arménia, hoje Sivas, na Turquia, a paixão dos santos quarenta soldados da Capadócia que, unidos não pelo sangue mas pela fé e obediência à vontade do Pai celeste, no tempo do imperador Licínio, depois de sofrerem os cárceres e outros cruéis tormentos, foram expostos nuns ao ar livre durante um inverno extremamente frio e obrigados a passar a noite num lago gelado; finalmente, foram-lhes quebradas as pernas e assim consumaram o seu glorioso martírio. (320)
PACIANO, Santo
Em Barcelona, Espanha, São PACIANO bispo que na pregação da fé, afirmava: «Cristão é o meu nome e católico o meu apelido». (390)
VITAL DE CASTRONUOVO, Santo
No território de Rapolla, na Lucânia, hoje na Basilicata região de Itália, São VITAL DE CASTRONUOVO monge. (993)
BRUNO, Santo
Na Morávia Oriental, hoje Alemanha, São BRUNO bispo de Querfurt e mártir que, enquanto acompanhava na Itália o imperador Otão III fascinado pelo carisma de São ROMUALDO abraçou a vida monástica e recebeu o nome de BONIFÁCIO. Depois, regressando à Alemanha e ordenado bispo pelo papa João X no decurso de uma missão apostólica foi assassinado por idólatras com 18 companheiros. (1009)
CATARINA, Santa
Em Bolonha, na Emília-Romanha região de Itália, Santa CATARINA virgem da Ordem de Santa Clara que, sendo ilustre nas artes liberais, mas ainda mais ilustre pelos dons místicos e pelas virtudes de penitência e da humildade, foi mestre das virgens consagradas. (1463)
PEDRO CH'OE HYONG e
JOÃO BAPTISTA CHON CHANG-UN, Santos
Em Nei-Ko-Ri, na Coreia, os santos mártires PEDRO CH'OE HYONG e JOÃO BAPTISTA CHON GHANG-UN pais de família que, por terem administrado o Baptismo e editado livros cristãos, foram condenados a vários suplícios e permaneceram de tal modo constantes na fé que causaram admiração aos seus perseguidores. (1866)