sábado, 29 de janeiro de 2011

Nº 29 - 29 DE JANEIRO DE 2011 - SANTOS DO DIA - 3º ANO

 

Nº 1261

SANTO JULIÃO e

SANTA BASILISSA

Mártires (304)

Santos com o nome de Julião há nada menos de 43. Poucos nomes, como de Julião, tanto atraíram a santidade. Em contraste com um Julião Apóstata e um Julião Sofista, há 43 Juliões Santos, Santos Confessores, Santos Mártires, Santos Bispos, Santos Eremitas e Santos Monges. Santos, como podemos ver, senhores de castelos e até homicidas. Jácopo da Vorágine, na sua Legenda Áurea, narra as histórias, não de um, mas de cinco Sãos Juliões, reunidos na data de 27 de Janeiro. A história mais famosa, repetidamente contada, e até pintada durante a Idade Média com particularidades sempre novas, foi a de S. Julião assassino da mãe e do pai. Durante uma caçada, um veado predissera-lhe que mataria os pais. Por isso o jovem, aterrorizado, não voltou a casa. Foi para longe, mas teve sorte, pois casou-se com uma castelã, viúva e muito rica. Os pais, todavia, não o vendo regressar, empreenderam, uma viagem para descobrir o filho. Finalmente chegaram cansados ao castelo, onde a mulher de Julião, quando soube que eram os pais do marido, estando ele ausente, hospedou-os no próprio quarto. “Assim aconteceuconta Jácopo de Vorágine - que amanhecendo, a castelã partiu para a Igreja: e Julião, voltando nesse entrementes, entrou no quarto desejando acordar a esposa; mas vendo que dormiam dois juntos, pensou que a mulher estivesse com um adúltero; sem mais, puxou da espada e matou-os a ambos”. A fim de pagar o terrível e involuntário delito, Julião, acompanhado pela fiel esposa, , saiu do castelo e pôs-se a levantar, na margem do rio, um hospital para peregrinos. Mas, vestido mesmo de peregrino, chegou um  ano que lhe disse: “Ó Julião, o Senhor mandou-me ter contigo para dizer-te que aceitou a tua penitência, e que vós ambos dentro em breve dormireis em paz”. É por si evidente que esta figura, popular e pitoresca, não é personagem histórica. O seu perfil foi traçado com as histórias de vários santos, Juliões ou não, e a lenda do Santo parricida e matricida, além do Beato Jácopo de Vorágine, encontrou, entre os seus ilustres propagadores, também Santo Antonino, o grande Arcebispo da Florença quatrocentista. Mas a origem da lenda de São Julião está no Santo venerado hoje,  que viveu no Egipto, no fim  do século III e princípios do IV, e terminou como mártir juntamente com a mulher Basilissa, palavra grega que significa “princesa”. Os esposos, cristãos exemplares, mantiveram-se em perfeita castidade e santificaram-se no exercício das virtudes. O Egito inteiro era, naqueles tempos, viveiro de fé e de caridade, e os nossos dois castos esposos não foram exceção a tal programa. Abriram, de facto, em sua casa um  hospício para os doentes e necessitados. S. Julião dedicava o zelo ao cuidado dos homens; Santa Basilissa ao das mulheres; estas viviam em pavilhão à parte. Mas sobre tais obras de bem e de cristã civilização caiu a espada perseguidora de Diocleciano, que reinou de 248 a 305. Caiu uma espada – como a do S. Julião da lenda, parricida e matricida – porque voltada contra a fé em Deus e contra o amor do próximo, pais de toda a paz terrena e da felicidade eterna. O martírio dos dois foi infligido em Alexandria, pelo ano de 304, e nele receberam a coroa, não só os dois esposos hospitaleiros e cheios de toda a caridade, mas também, um grupo completo de 34 cristãos o Egito – todos fieis e generosos – com o Julião e Basilissa. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

SÃO CONSTÂNCIO

Bispo, mártir (178)

Constâncio, jovem cristão, notável pelo espírito de mortificação e pela generosidade com os pobres, foi chamado aos trinta anos para governar a Igreja de Perugia, na Itália, e cumpriu todas as obrigações de um pastor zeloso. Sendo Imperador Marco Aurélio, foi preso uma primeira vez por ter recusado sacrificar aos ídolos. Encerrado nas termas, que foram aquecidas até à mais alta temperatura, não se sentiu mal e converteu os seus guardas que lhe deram a liberdade para que pudesse ensinar. Chamado a comparecer de novo, sob acusação de os ter pervertido, foi condenado a andar sobre carvão em brasa; nenhum suplicio o pôde levar a renegar a fé. Mas liberto miraculosamente, foi preso pela terceira vez e, por último, decapitado (pelo ano de 178). No seu túmulo realizaram-se prodígios. Constâncio, considerado um dos primeiros bispos de Perugia, aparece a 29 de Janeiro no martirológio jeronimiano. Admite-se o facto do martírio, mas o que se disse das transladações do corpo fica no campo das conjecturas. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

SANTO GILDAS, o SÁBIO

Confessor (570)

Gildas de Rhuys, Santo

Gildas de Rhuys, Santo

Natural da Escócia e ordenado sacerdote cerca do ano de 518, este grande apóstolo mostrou o seu zelo na Irlanda e na Bretanha. Converteu muitas almas e reformou vários mosteiros. Veem-se ainda as ruínas daquele que fundou na península de Rhuis (Morbihan). Na juventude tinha-se aplicado ao estudo da filosofia e das belas artes. sentindo o fim próximo, retirou-se para a ilha de Houat (Morbihan(), a fim de se preparar para a morte. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

Fuentes: santiebeati.it
sagradafamilia.devigo.net
mercaba.wordpress.com

SANTO SULPÍCIO SEVERO

Confessor (406 ou 432)

Sulpicio  Severo, Santo

Sulpício Severo, Santo

Nasceu em Agen (França), pelo ano de 353. Com uns 55 anos, abandonou a brilhante situação de advogado e separou-se da mulher para se voltar inteiramente para Deus. Todos o condenaram menos Bássula, a sogra, que lhe fez doação duma propriedadezinha perto de Carcassonne, bem em conformidade com a sua nova vocação. Sulpício passou nela o resto da vida, compondo numerosas obras, correspondendo-se assiduamente com S. Paulino de Nola, S. Jerónimo e outras personagens célebres. A biografia do seu mestre e amigo S. Martinho é o único documento histórico que temos sobre o “convertedor da Gália”. Infelizmente, todos os hagiógrafos o imitaram, acumulando, a seu exemplo, prodígios e milagres. Sulpício morreu com 50 anos ou com 80? Há dúvida. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também www.santiebeati.it e www.es.catholic.

BEATA ARCÂNGELA GIRLANI

Religiosa (1495)

Joana Girlani, nascida en Trino, perto de Monferrato, mostrou felizes disposições para a virtude. Admitida no Carmo de Parma, distinguiu-se pela humildade, paciência e amabilidade. Encarregada de fundar também um Carmo em Mântua, nele teve frequentes êxtases e, ao cabo de 3 anos, lá morreu, a 25 de Janeiro de 1495. Os primeiros testemunhos do seu culto desapareceram , mas, feitas, novas investigações, esse culto foi confirmado em 1863. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

SANTO AQUILINO

Mártir

Em Milão festeja-se Santo Aquilino, a quem os arianos cortaram a cabeça com uma espadeirada. Assim ganhou a coroa do martírio. Aquilino, natural da Baviera, fez os estudos em Colónia, onde o bispo ordenou sacerdote, o elevou a cónego regular e a preboste do cabido da sua catedral. Por morte desse bispo, pôs-se em fuga para não ter de assumir o cargo episcopal. Seguiu para Paris e de lá para Milão, trabalhando sobretudo na conversão dos arianos. Destes, os que se obstinavam no erro, acabaram por lhe dar a morte enquanto ele rezava na igreja ambrosiana. Há quem defenda o seu martírio em 584, mas outros referem 784. Os milaneses veneram-lhe as relíquias na igreja de S. Lourenço. Há talvez alguma confusão entre Aquilino de Colónia e Aquilino de Milão. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

BEATA BOLESLAVA MARIA LAMENT

Fundadora (1862-1946)

Boleslava María Lament, Beata

Boleslava María Lament, Beata

Fundadora da Congregação
de Irmãs da Sagrada Família

"”Não nos cansemos de praticar o bem, pois, a seu tempo, colheremos, se não tivermos desfalecido. Portanto, enquanto temos tempo, pratiquemos o bem para com todos, mas principalmente para com os irmãos na fé” (Gál 6, 9-10). A perseverança em fazer o bem foi uma das características da Serva de Deus, Boleslava Maria Lament, que veio ao mundo em Lowicz (Polónia), a 3 de Julho de 1862. Depois dos estudos secundários na sua terra, foi para Varsóvia especializar-se em costura. Munida de diploma, voltou para Lowicz e abriu uma casa de confecções. Todavia, movida pelo Espírito Santo, sentiu-se chamada a consagrar-se plenamente a Deus na vida religiosa. E assim, em 1884, com uma sua irmã mais nova, entrou na Congregação da Família de Maria, que, por razões políticas do tempo, funcionava na clandestinidade. Findo o noviciado, fez os votos temporários e ocupou-se de diversas obras em algumas casas do Instituto. Contudo, depois de alguns anos, sentiu que essa não era a sua vocação e, por conselho do confessor, saiu com  a intenção de ingressar num convento de clausura. Mas os planos de Deus eram outros e, aconselhada por outros Padres, acabou por dedicar-se a cuidar de crianças e jovens em perigo de perder a fé nos bairros degradados de Varsóvia. Nesses anos juntou-se à Ordem Terceira de S. Francisco e cooperou com o Beato Honorato de Baiala Podlaska, seu diretor espiritual. Em Outubro de 1905, com  a cooperação do P. Félix Wiercinski, S.J., fundou na Bielo-Rússia a Congregação das Irmãs Missionárias da Sagrada Família, que se dedicam especialmente à obra em prol da unidade das Igreja Ortodoxa com a Igreja Católica e ao apostolado educativo e caritativo junto dos mais pobres. João Paulo II, no dia 5 de Junho de 1991, na homilia que proferiu no ato da beatificação, dá-nos uma síntese da vida e obra desta religiosas extraordinária: «Há 45 anos, aqui em Bialystok, morreu a Serva de Deus Boleslava Lament (…) de beneficência educativos e outros centros de assistência espiritual na longínqua Petroburgo, em Mohylew, em Zytomiers, e – depois da primeira guerra mundial – especialmente na terra de Pinsk, de Bialistoque e de Vílnio. Levava avante a sua obra entre contrariedades constantes: por duas vezes viveu a perda total do património da Congregação por ela fundada; muitas vezes coube-lhe, a ela e às suas Irmãs de hábito, trabalhar sofrendo fome e sem um a casa própria. Naqueles momentos costumava confortar-se com o conhecido lema da espiritualidade inaciana: “tudo para a maior glória de Deus”. Os últimos cinco anos de vida, ela transcorreu-os paralisada – com grande paciência e imersa na oração. Durante toda a sua vida distinguiu-se por uma particular sensibilidade à miséria humana, interessando-se  especialmente pela sorte dos marginalizados, das pessoas postas, como se diz, à margem da vida, ou até mesmo levadas ao mundo do crime. No profundo sentido de responsabilidade para toda a Igreja, Boleslava viveu dolorosamente a laceração da unidade da Igreja. Ela própria experimentou múltiplas divisões, e até os ódios nacionais e confessionais, que se tornaram ainda mais profundos por causa das relações politicas da época. Por este motivo, o objetivo principal da sua vida e da Congregação por ela fundada era e é ainda a unidade da Igreja, aquela unidade pela qual Cristo orou na Quinta-feira Santa, no Cenáculo: ‘Pai santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós’ (Jo 17, 11)» Antes da sua morte, que ocorreu a 29 de Janeiro de 1946. o Instituto estava bem consolidado, tendo até uma casa na cidade de Roma. AAS 83 (1991) 620-3; L’OSS. ROM. 16.6.1991.Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

Afraates, (Santiago) Santo

  Escritor Anacoreta

Afraates, Santo

Afraates, (Santiago) Santo

  • Martirológio Romano: Perto de Antioquia de Síria (hoje na Turquia), santo Afraates, anacoreta, que, nascido e formado entre os persas, seguindo as pegadas dos magos se converteu ao Senhor em Belém e se retirou a Edessa, vivendo numa pequena casa fora das muralhas. Mais tarde, com sua pregação e seus escritos defendeu a fé católica contra os arianos (c. 378). Etimologicamente: Afraates = Aquele que veio de África, é de origem latina.

O mais antigo dos Padres da Igreja de Síria, é Santo Afraates, chamado "o Sábio persa" pelos escritores sírios posteriores. Muito pouco é o que conhecemos sobre sua vida, De seus escritos podemos concluir que nasceu no paganismo e que, ao converter-se, abraçou a vida religiosa ou de asceta. Pouco tempo depois aparece já como figura prócere dentro da Igreja de Síria. Afraates mudou seu nome pelo de Santiago. Ignoramos se isto aconteceu ao batizar-se, ou se teve lugar apenas ao ser consagrado bispo, conforme um costume oriental, e não precisamente ao iniciar-se nas ordens sagradas. O nome de Santiago explicaria satisfatoriamente o que tanto Genádio como o tradutor das obras de Afraates para arménio o confundissem com Santiago de Nísibe.
Sobre a duração de sua vida e a data de sua morte não temos dado algum preciso. Sem embargo, atendo-nos à ciência de que ele faz alarde, a sua experiência, o conhecimento da Sagrada Escritura, é verosímil admitir que era de idade avançada quando, em 340, iniciava na Pérsia o rei Sapor a perseguição contra os cristãos. Por outro lado, Bar-Hebraeus nos apresenta o escritor sírio como contemporâneo do bispo de Seleucia-Ctesifón, Papas. Ora Papas, promotor de tantos distúrbios na Igreja de Mesopotâmia, morria, segundo a cronologia de Bar-Hebraeus, em 335. Estes dados concordam com os que o mesmo Afraates nos tem transmitido em suas obras. Apoiados em tais pormenores nos permitimos propor duas datas que encerram a vida do escritor sírio: 280?-350?  Afraates é autor unicamente de 23 tratados ou demonstrações, chamados erroneamente por alguns escritores homilias. Cada um destes tratados começa por uma letra do alfabeto siríaco, segundo a ordem própria do alfabeto. As compôs na Pérsia sob o reinado de Sapor. A forma e vivacidade de seu estilo nos urge a pensar, qual lugar de redação, naquelas províncias iranianas fronteiriças com o Império romano. Esta obra, dada a conhecer por W. Cureton em 1855, tem o grande mérito de ser o escrito mais antigo que possuímos integramente em siríaco (ou sírio). Abarca diversos temas de carácter teológico, ascético e disciplinar. Vários tratados são de controvérsia. Polemiza com os judeus, que possuíam na Pérsia e Mesopotâmia grandes e célebres escolas desde o tempo do cativeiro. Afraates finge como interlocutor um "doutor judeu" cujos argumentos vai refutando com brilhantismo. Das 23 demonstrações nove as escreveu contra a estirpe israelita, tocando nelas aqueles temas que mais caracterizam a religiosidade do povo escolhido: circuncisão, Páscoa, o sábado, alimentos legais, vocação dos gentios, Cristo filho de Deus, virgindade, perseguição e restauração da nação judia. Outras dez são de carácter ascético-moral e expõe temas tão sugestivos como o da fé, caridade, jejum, ascetas, penitentes, humildade, etc. Dois são circunstanciais, exortando numa delas ao clero e povo de Seleucia e Ctesifón, e na outra sermoneia sobre as guerras. Outras duas, por fim, são de sabor dogmático, discutindo com os hereges em torno à ressurreição, a morte e os últimos acontecimentos do fim do mundo. Compôs as dez primeiras demonstrações em 336-337; as doze seguintes em 343-344 e a última em Agosto de 345. Realmente a obra de Afraates é uma síntese de toda a doutrina cristã. Desde o ponto de vista da teologia o labor do escritor sírio é pobre, sobretudo se se a compara com a de seus contemporâneos gregos e latinos. Sem embargo, tem a seu favor a grande valia de ser o testemunho mais antigo da fé de seu país. É indiscutível também que sobre as matérias por ele tratadas sua autoridade é considerável, porque vivia afastado do mundo romano e das controvérsias doutrinais que surgiram a consequência do concílio de Nicea. Afastado da contenda, Santo Afraates, cumprindo a missão do bom pastor, se esforça por viver sua fé e por fazê-la  viver em todos os que o rodeiam. Seus comentários à Escritura são simples, mas eficazes e penetrantes. A obra de Afraates não está isenta de erros doutrinais, mas não é mancha nenhuma; seus pontos de vista foram logo compartilhados por Santo Efrém e outros escritores da época. Pese a estes insignificantes desacertos dogmáticos Afraates é um grande defensor da ortodoxia e o conhecimento de seus escritos presta o teólogo uma boa ajuda. Fala com bastante segurança acerca de Deus, Santíssima Trindade, Jesus Cristo, sacramentos e alma. A Santíssima Virgem dedica poucas linhas, como, em geral, todos os escritores sírios, mas nos oferece um precioso testemunho quando confessa sua perpétua virgindade e maternidade divina. Maria, nos diz Santo Afraates, agradou mais a Deus que todos os justos. Outro grande pilar sobre o que se levanta a grandeza de Maria é sua humildade. Os anjos, mensageiros de Deus, lhe servem, lhe apresentam as orações dos homens, guardam aos indivíduos e aos povos e conduzem a humanidade ao juízo. Afraates é um defensor vigoroso da divindade de Jesús e de sua filiação divina; sustenta também, com não menor pujança, a divindade do Espírito Santo. Ainda que com terminologia imprecisa sua doutrina é abertamente conforme aos cânones de Nicea. Esplêndido é mesmo assim o testemunho sobre o primado de São Pedro. Santiago e São João, nos diz, são as colunas da Igreja, mas São Pedro é o fundamento. Um segundo aspecto que não pode olvidar-se na obra de Santo Afraates é o interesse que oferece ao filólogo e ao historiador. Nos escritos do primeiro dos Padres sírios o filólogo tem em suas mãos a obra mais antiga da literatura siríaca; lhe há-de interessar necessariamente a gramática e o léxico como ponto de partida da tradição manuscrita deste país; outras obras, a Bíblia por exemplo, não são mais que traduções e não obras originais.  O historiador profano advertirá na obra de nosso Santo as controvérsias com os gnósticos e judeus, e não poucas alusões aos acontecimentos da época. O historiador eclesiástico encontrará em Santo Afraates as origens do monacato oriental, vestígios da hierarquia e organização da comunidade cristã desta época, clericado, sacramentos, festas e culto. Outra faceta do Santo, a mais descuidada pelos escritores, é o considerá-lo como um grande mestre de vida espiritual. Suas demonstrações sobre a fé, caridade, penitência, jejum, oração, humildade. etc., resumem simplicidade e unção e despedem fogo. Tem um sentido tão maravilhoso da mesura e da bondade que recorda a doçura de São Francisco de Sales. E a doutrina espiritual de Santo Afraates se faz ainda mais importante porque tem um carácter exclusivamente cristão; nosso Santo não há sido influenciado por nenhuma filosofia, um acontecimento raro entre gregos e sírios. Santo Afraates é modelo e um exemplar bem alto do sacerdote consagrado a seu ministério. Viveu intensamente a vida de santidade, ensinou a fé, la pregou e polemizou por defendê-la. Se entregou sem reserva a evangelizar a seu País. Feito todo para todos, com justiça a Igreja o inclui entre seus santos e com orgulho sua pátria o venera entre seus heróis.

• Radegunda de Treviño, Santa
Virgem

Radegunda de Treviño, Santa

Radegunda de Treviño, Santa

Se desconhece tudo o que se refere a seu nascimento. O martirológio romano a chama Radegundis e é uma das gloriosas virgens que há dado Espanha. Aparece como a última religiosa do mosteiro de são Paulo, em Burgos, que pertenceu à Ordem Premostratense. A extrema pobreza levou à extinção deste mosteiro que ficou anexado ao de são Miguel de Treviño. Levada por seus desejos tem contra si a pouca saúde que desfruta e os poucos meios de que dispõe para tão longo, perigoso e custosa viagem; mas  o fervor pode mais que os medos. Saciada e cheia de agradecimento ao Senhor, animada pelos beijos postos nas ruas que pisaram os mártires, venerados os monumentos, regressa com numerosas relíquias. Agora só quer solidão e retiro. Junto ao mosteiro de São Miguel habita numa pobre e mísera habitação que tem uma pequeníssima janela por onde pode presenciar os santos ofícios da igreja. Não mudaria aquele sitio pelo melhor palácio. Só pensa em ser agradável a seu Divino Esposo. Vive como os antigos anacoretas do deserto e a gente do povo comenta com assombro suas penitências, jejum e oração. Morre em 29 de Janeiro do ano 1152, quando reina em Castela Alfonso VI e é papa Eugénio III.  É sepultada na igreja de São Miguel de Treviño onde suas relíquias são veneradas através dos séculos.

• Pedro Nolasco, Santo
Presbítero e Fundador

Pedro Nolasco, Santo

Pedro Nolasco, Santo

Presbítero e Fundador da Ordem da Bem-aventurada Maria de la Merced

Martirológio Romano: Em Barcelona, em Espanha, são Pedro Nolasco, presbítero, que com são Ramón de Penhafort e o rei Jaime I de Aragão fundou, segundo se crê, a ordem da Bem-aventurada Maria de la Merced, para a redenção dos cativos. Se entregou ardentemente com trabalho e esforço a procurar a paz e a libertar do jugo da escravidão os cristãos, no tempo dos infiéis (1258). Nasce em Barcelona, Espanha, 1189. Aos 15 anos sofre a morte de seu pai e se dispõe a repartir santamente seus muitos bens ao que sua mãe assenta. Anos mais tarde, estando em idade de se casar, peregrina a Monserrate. Ali, aos pés da Virgem, pôde compreender melhor o vazio das vaidades mundanas e o tesouro que é a vida eterna. Prometeu então à Virgem manter-se puro e dedicar-se a seu serviço. Eram tempos em que os muçulmanos saqueavam as costas e levavam os cristãos como escravos para África. A horrenda condição destas vítimas era indescritível. Muitos por isso perdiam a fé pensando que Deus os havia abandonado. Pedro Nolasco era comerciante. Decidiu dedicar sua fortuna à libertação do maior número possível de escravos. Recordava a frase do evangelho: "Não armazena sua fortuna nesta terra onde os ladrões a roubam e a poeira a devora e o mofo a corrói. Armazena sua fortuna no céu, onde não há ladrões que roubem, nem poeira que devore nem óxido que as danifique" Mt 6,20. Em 1203 o laico São Pedro Nolasco iniciava em Valência a credenciou de cativos, redimindo com seu próprio património a 300 cativos. Forma um grupo disposto a pôr em comum seus bens e organiza expedições para negociar redenções. Sua condição de comerciantes lhes facilita a obra. Comerciavam para resgatar escravos. Quando se lhes acabou o dinheiro formam grupos –confrarias - para recolher a "esmola para os cativos". Mas chega um momento em que a ajuda se esgota. Pedro Nolasco planeia entrar em alguma ordem religiosa ou retirar-se ao deserto. Entra numa etapa de reflexão e oração profunda. A noite de 1 para 2 de Agosto do ano 1218, a Virgem apareceu a Pedro Nolasco. Segundo uma tradição duvidosa, também apareceu a Virgem a São Raimundo de Peñafort, e ao rei Jaime I de Aragão, e lhes comunicou aos três em separado seu desejo de fundar uma ordem para redimir cativos.  O facto é que a Virgem Maria moveu profundamente o coração de Pedro Nolasco para fundar a ordem da Merced e formalizar o trabalho que ele e seus companheiros faziam já por 15 anos. Em 10 de Agosto de 1218 no altar maior da Catedral de Barcelona, em presença do rei Jaime I de Aragão e do bispo Berenguer de Palou, se cria a nova instituição. Pedro e seus companheiros vestiram o hábito e receberam o escudo com as quatro barras vermelhas sobre um fundo amarelo da coroa de Aragão e la cruz branca sobre fundo vermelho, titular da catedral de Barcelona. Pedro Nolasco reconheceu sempre a Maria Santíssima como a autêntica fundadora da ordem mercedária. Sua padroeira é a Virgem da Merced. "Merced" significa "misericórdia".(Mais sobre a Virgem de la Merced e São Nolasco).  A nova ordem foi laica nos primeiros tempos. Sua primeira localização foi o hospital de Santa Eulália, junto ao palácio real. Ali recolhiam a indigentes e a cativos que regressavam de terras de mouros e não tinham para onde ir. Seguiam o trabalho que já antes faziam de criar consciência sobre os cativos e recolher dinheiro para os libertar. Eram acompanhados com frequência de ex-cativos, já que, quando um era resgatado, tinha obrigação de participar durante algum tempo neste serviço. Normalmente iam cada ano em expedições redentoras. São Pedro continuou suas viagens pessoalmente em busca de escravos cristãos. Na Argélia, África, o fizeram prisioneiro mas conseguiu sua liberdade. Aproveitando seus dons de comerciante, organizou com êxito por muitas cidades colectas para os escravos. Os frades faziam, além dos três votos da vida religiosa, pobreza, castidade e obediência, um quarto: dedicar sua vida a libertar escravos. Ao entrar na ordem os membros se comprometiam a ficar em lugar de algum cativo que estivesse em perigo de perder a fé, em caso que o dinheiro não alcançasse a pagar sua redenção. Entre os que ficaram como escravos está São Pedro Ermengol, um nobre que entrou na ordem após uma juventude dissoluta. Este quarto voto distinguiu a nova comunidade de mercedários.  O Papa Gregório Nono aprovou a comunidade e São Pedro Nolasco foi nomeado Superior Geral.  O rei Jaime dizia que se havia logrado conquistar a cidade de Valência, isso se devia às orações de Pedro Nolasco. Cada vez que obtinha algum triunfo o atribuía às orações deste santo. Antes de morrer, aos 77 anos (em 25 de Dezembro de 1258), pronunciou o Salmo 76: "Tu, oh Deus, fazendo maravilhas, mostraste teu poder aos povos e com teu braço hás resgatado aos que estavam cativos e escravizados". Sua intercessão logrou muitos milagres e o Papa Urbano VIII o declarou santo em 1628. A missão redentora a continua hoje a família mercedária através de seus institutos religiosos e associações de laicos. É também a missão de todo bom cristão.

Bronislao Boaventura Markiewicz, Beato

Bronislao Buenaventura Markiewicz, Beato

Bronislao Buenaventura Markiewicz, Beato

Fundador da
Congregação de São Miguel Arcanjo

Data de beatificação: 19 de junho de 2005 pelo Cardeal Jozef Glemp em representação do Papa Bento XVI. Bronislao Markiewicz nasceu em 13 de julho de 1842 em Pruchnik, Polónia, na atual arquidiocese de Przemyśl da Igreja latina, sexto de onze filhos de Juan Markiewicz, burgomestre da cidade, e Mariana Gryziecka. Recebeu em sua família uma sólida formação religiosa. Mais tarde, durante seus estudos clássicos em Przemyśl, experimentou uma certa vacilação na fé devido, em grande parte, o ambiente fortemente antirreligioso que reinava na escola. Logrou, sem embargo, superar cedo recobrando serenidade e paz interior. O jovem Bronislao, conseguido o diploma de licenciatura e sentindo-se chamado por Deus ao sacerdócio, em 1863, entrou no Seminário Maior de Przemyśl. Ao acabar os estudos, foi ordenado sacerdote em 15 de setembro de 1867. Depois de seis anos de trabalho pastoral, na qualidade de vigário, na paróquia de Harta e na Catedral de Przemyśl, com o desejo de se preparar ainda mais para trabalhar com a juventude, estudou durante dois anos pedagogia, filosofia e história na Universidade de Leópolis e de Cracóvia. Em 1875 foi nomeado pároco em Gac e em 1877 em Blazowa. Em 1882 lhe foi confiado o ensino de teologia pastoral no Seminário Maior de Przemyśl.
Sentindo-se chamado também à vida religiosa, no mês de novembro de 1885, partiu para Itália e entrou nos Salesianos, onde teve a alegria de encontrar a São João Bosco, em cujas mãos fez os votos religiosos em 25 de março de 1887. Como salesiano desenvolveu diversos cargos confiados por seus Superiores e tratou de os realizar com dedicação e zelo. Devido à austeridade de vida e à diversidade do clima, em 1889 P. Bronislao adoeceu gravemente de tisica, estando à beira da morte. Recuperado da enfermidade, decorreu a convalescença, sempre em Itália,até que, em 23 de março de 1892, com a permissão de seus Superiores, regressou a Polónia onde assume o cargo de pároco de Miejsce Piastowe, na diocese de origem Przemyśl. Além da atividade paroquial ordinária, Padre Bronislao Markiewicz dedicou-se no espírito de São João Bosco, à formação da juventude pobre e órfã. Para ela abriu em Miejsce Piastowe um Instituto, em que oferecia a seus educandos tanto ajuda material como espiritual, preparando-os para a vida com a formação profissional nas escolas abertas no mesmo Instituto. Em 1897 decide fundar, com tal objetivo, duas novas Congregações religiosas baseadas na espiritualidade de São João Bosco, adaptando suas regras ao específico do próprio carisma. Recebido novamente entre o clero da diocese de Przemyśl Padre Markiewicz continuou a atividade de pároco e de diretor do Instituto (Sociedade) ao que pôs por nome Templanza y trabajo (erigido em 1898), tratando de obter sua aprovação como Congregação religiosa, sob a proteção de São Miguel Arcanjo, com um ramo masculina e outro feminino. A aprovação foi concedida só algum ano depois de sua morte: em 1921 o ramo masculino e em 1928 o feminino. Padre Bronislao continuou, sempre com a aprovação e a bênção do bispo, são José Sebastián Pelczar, sua atividade de formador dos jovens e de rapazes órfãos e abandonados, servindo-se da ajuda de colaboradores a cuja preparação e formação contribuiu ele mesmo constantemente. Já em Miejsce Piastowe havia oferecido casa e formação a centenas de rapazes dando-se a eles inteiramente. Desejoso de fazer ainda mais em seu favor, no mês de agosto de 1903, P. Markiewicz abriu uma nova casa em Pawlikowice, perto de Cracóvia, onde encontraram casa e possibilidades de formação espiritual e profissional mais de 400 órfãos. A dedicação total aos rapazes, a abnegação heroica de si mesmo, o trabalho enorme por realizar, chegaram a consumir bem cedo as forças de Padre Markiewicz minando sua saúde, já muito comprometida elas moléstias sofridas em Itália. Tudo isso o conduziu rapidamente ao fim de sua peregrinação terrena, em 29 de Janeiro de 1912. Antes e depois de sua morte, foi considerado um homem fora do comum. Crescendo cada vez mais a fama de santidade de padre Bronislao, os Superiores dos dois Institutos religiosos de São Miguel Arcanjo, fundados por ele, pediram ao bispo de Przemyśl formalizar o processo de beatificação de seu Fundador que teve inicio em 1958. Acabado o item da Causa, em 2 de julho de 1994, em presença do Santo Padre João Paulo II, foi promulgado o decreto de heroicidade das virtudes de Padre Bronislao Markiewicz e dez anos depois, precisamente em 20 de dezembro de 2004, o decreto sobre o milagre obrado por Deus por intercessão de Padre Bronislao. Abria-se assim o caminho para sua beatificação.

Villana de Bottis, Beata

Mãe de família, 

Villana de Bottis, Beata

Villana de Bottis, Beata

Martirológio Romano: Em Florença, cidade da Toscana (Itália), beata Villana (Vilana) de Bottis, mãe de família, que, abandonando a vida mundana que levava, vestiu o hábito das Irmãs da Penitência de Santo Domingo e distinguiu-se por sua assídua meditação de Cristo crucificado, pela austeridade de vida e por pedir esmola pela rua em favor dos pobres (1361). Data de beatificação; culto confirmado a 27 de março de 1824 pelo Papa Leão XII.

Nasceu em Florença em 1322; seu pai era um rico e conhecido mercador. Viveu uma adolescência serena e religiosa, mas seu matrimónio com Rosso Benintendi (1351) a pôs em contacto com o faustoso e frívolo ambiente florentino que pareceu tê-la feito esquecer-se de Deus.A portentosa visão do demónio, quando se preparava ante o espelho para participar numa festa mundana, foi o principio de uma conversão exemplar.Acudiu aos frades dominicanos de Santa María Novella, movida pelo arrependimento, a confessar seus pecados, para depois buscar com uma vida humilde e penitente expiar sua vida passada.Tomou o hábito das irmãs da Penitência de santo Domingo e iniciou uma nova vida sob a direção dos frades de santo Domingo, de quem, segundo seu biógrafo frei Jerónimo di Giovanni, era "devotíssima".Se dedicou ao estudo da Sagrada Escritura e a contemplação de Cristo crucificado, a quem Vilana invocava frequentemente como: "Cristo Jesús, amor meu crucificado".Sua austeridade de vida influiu entre as demais mulheres de seu ambiente e muitas decidiram a imitá-la. Fervorosa com Deus e generosa com os necessitados, distribuiu todos seus bens para os pobres e pediu esmola para eles pelas ruas de Florença.Adornada de méritos morreu com 20 anos somente em 29 de Janeiro de 1361. Seu corpo foi exposto à veneração pública durante muitos dias na igreja dominicana de Santa María Novella e ali foi sepultada, amortalhada segundo sua vontade com o hábito dominicano, num formoso sepulcro marmóreo.

Serrano (Astúrio Anulino), Santo

Serrano (Asturio Anulino), Santo

Serrano (Asturio Anulino), Santo

As primeiras noticias sobre Astúrio -o Astúrico Anulino- são proporcionadas por Santo Ildefonso de Toledo na sua obra "De viris illustribus", composta nos anos de seu episcopado (657-667). Ali reúne as biografias de catorze antecessores seus na cadeira toledana, onde assinala a Astúrio o nono lugar na sucessão dos bispos de Toledo, em cuja sede sucedeu a Audencio. Em qualquer caso, o texto de Santo Ildefonso tem sido mal interpretado geralmente pelos historiadores de Alcalá.. Disse assim o bispo toledano: "Foi (Astúrio) bem-aventurado em seu episcopado e digno de um milagre, porque mereceu encontrar em seu sepulcro terreno os corpos daqueles a quem ia a unir-se no céu. Com efeito, quando desempenhava o bispado de sua sede, se conta que foi advertido por revelação divina para que indagasse sobre uns mártires sepultados no município complutense que está situado a quase sessenta milhas de sua cidade. Acudiu rapidamente e encontrou ocultos, sob o peso do túmulo e esquecido do tempo, aqueles que mereciam a luz e a glória de ser conhecidos na terra. Uma vez descobertos, não quis voltar a sua sede. Dedicado ao serviço e devoção dos santos, terminou seus dias. Não obstante, enquanto viveu ninguém ocupou sua sede. Por isso, segundo a tradição, é considerado como o nono bispo de Toledo e primeiro de Complutum". Uma leitura detida do relato clarifica bastante as confusões acumuladas ao longo do tempo pelos distintos tratadistas do tema. A intervenção sobrenatural aparece muito matizada por Santo Ildefonso e reduzida á sua condição de tradição oral quando diz "...se conta que...".Também deixa muito claro Santo Ildefonso o lugar onde se achavam os restos dos mártires, "em seu sepulcro...", e "...ocultos sob o peso do túmulo" com o que devem descartar-se todas as interpretações posteriores sobre uma busca e achado por sorte ou casual. Estas mesmas palavras revelam a existência em tempos de Astúrio da "cella martyris" ou seus patentes restos. Finalmente, a respeito ao lugar ocupado por Astúrio nos episcopológios toledano e complutense, já adverte Santo Ildefonso que esse nono lugar na cadeira toledana e o primeiro na complutense eram considerados "segundo a tradição", evitando assim qualquer afirmação categórica. Deve advertir-se que situar a Astúrio como primeiro bispo de Complutum constitui um erro, pois o Concílio I de Zaragoza, celebrado em 380, recolhe em suas Atas a firma de "Ampélio, bispo complutense", enquanto que a firma de Astúrio não se documenta até ao Concílio I de Toledo do ano 397, lo que indica que em Cómpluto houve bispos anteriores a Astúrio. Em troca, se deve ser este último considerado como renovador e impulsionador do culto aos santos Justo e Pastor, pois seguindo o texto de Santo Ildefonso as relíquias dos mártires estavam ocultas "sob o peso do túmulo e esquecimento do tempo...", o que revela uma decadência na sua veneração pública. E ainda que em nenhum lugar do texto menciona expressamente Santo Ildefonso os nomes de Justo e Pastor, todos os autores admitem que o santo se refere a eles por não existir referência alguma a nenhum outro mártir complutense nesta época. Pode-se documentar a Astúrio como bispo de Toledo no ano 397 e, seguindo a Santo Ildefonso, sua à sede de Toledo e sua passagem à Complutense teve lugar num data difícil de determinar, ainda que distintos autores, segundo os Anais Complutenses, o situem nos anos 398 e 400 ou 402. Mas não deve esquecer-se que os Anais tomam como fonte frequente para este período aos Falsos Cronicones. Geralmente se aceita o ano 412 como ano da trasladação de Astúrio para Cómpluto. Por sua parte, Ambrósio de Morales afirma que o achado dos restos dos Santos Meninos teve lugar entre 407 e 414, o que resulta muito mais verosímil se aceitamos a ocultação das relíquias e destruição da "cella martyris"por volta das invasões de 409. Ambrósio de Morales completa o relato dizendo que Astúrio, depois de encontrar os corpos já não quis regressar a Toledo e ficou em Complutum como bispo. Deixou as relíquias no lugar original de seu enterramento e mandou construir para elas uma arca de jaspe de 12 pés de largura por 4 de altura que, no seu tempo (1568), se encontrava bastante deteriorada. Com todas as reservas que as fontes nos oferecem, e atendendo à lógica na cronologia dos factos, não resulta estranho pensar que Astúrio ordenasse a construção de um novo templo em honra dos mártires no lugar onde em origem foram mortos e sepultados. Talvez em 1 de novembro de 424 - morria em Complutum, Astúrio Anulino, sendo enterrado no templo que havia mandado construir sobre o lugar do martírio dos Santos Meninos (Justo e Pastor). Quatro séculos depois seu corpo, junto com o do bispo de Toledo São Julião, foi levado para Oviedo, onde recebeu culto sob o nome de Santo Astúrio Serrano ou São Serrano. Assim seguiu o mesmo caminho que muitas relíquias de santos e mártires que foram levadas para o norte durante a perseguição a os moçárabes de Abd-el Rhamán II. Seguramente pela toponímia Astúrio foi levado para as Astúrias.

• Outros Santos e Beatos
Completando o santoral deste dia

Santos Sarbélio, presbítero, e Bebaia, mártires

Na cidade de Edessa, em Osroene (hoje Turquia), santos mártires Sarbélio, presbítero, e Bebaia, sua irmã, que, batizados pelo santo bispo Barsimeo, por Cristo padeceram o martírio (c. 250).

Santos Papías e Mauro, mártires

Em Roma, no cemitério Maior da via Nomentana, santos mártires Papías e Mauro, soldados (c. s. III).

São Constâncio, bispo

Na cidade de Perusa, na Umbría (hoje Itália), são Constâncio, bispo (c. s. III).

Santos Juventino e Maximino, mártires

Em Antioquia de Síria (hoje na Turquia), santos Juventino e Maximino, mártires, que foram coroados com o martírio em tempo do imperador Juliano o Apóstata (363).

São Valério, bispo

Em Tréveris, cidade da Gália Bélgica (hoje Luxemburgo), são Valério, segundo bispo que governou esta sede (s. III ex.).

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RECOLHA, TRANSCRIÇÃO E TRADUÇÃO DE ESPANHOL PARA PORTUGUÊS POR

ANTÓNIO FONSECA

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Nº 28 - 28 DE JANEIRO DE 2011 - SANTOS DO DIA - 3º ANO

 

Nº 1260

SÃO TOMÁS DE AQUINO

Doutor da Igreja (1225-1274)

Tomás de Aquino, Santo

Tomás de Aquino, Santo

Presbítero e Doutor da Igreja

Não foi Tomás dos santos mais desfigurados por lendas ingénuas ou tradições biográficas. Mas as suas dimensões de gigante do pensamento costumam levar a que seja muito fragmentariamente conhecido. Não desejaríamos passar em silêncio aspetos muito humanos da sua vida. Apresenta-se como natureza vigorosa, de dimensões atléticas no corpo e de energias esforçadas na alma. Síntese perfeita duma herança lombarda por linha paterna, de Aquino, e normanda pela materna, dos condes de Teate. Último filho varão de família numerosa: doze irmãos, guerreiros e cavaleiros, poetas e teólogos, abadessas ou madres. Recebeu dos monges negros de Monte Cassino a primeira instrução. Vicissitudes de guerra entre o Pontificado e o Império levam-no a continuar os estudos na Universidade de Nápoles, onde teve ocasião de conhecer a Ordem de S. Domingos, para a qual veio a orientar-se aos 19 anos. Renunciou ao próprio eu e entregou-se generosamente ao chamamento. Mas encontrou obstinada oposição familiar. Supera com suave diplomacia os afagos insistentes da mãe – a condessa Teodora – e das amadas irmãs; esforçado e valente se manterá diante da violência brutal dos irmãos guerreiros, quando, brandindo, um tição incandescente, afugentará a insinuante provocação duma má mulher, que lhe fora  trazida.- “Esta vitória valeu, à Igreja toda, a santidade e ciência de Tomás”, viria a dizer um Pontífice Romano. Anos mais tarde, tornará inúteis as ofertas, decididas e aprovadas pelo Papa, da abadia mitrada de Monte Cassino e da sé arquiepiscopal de Nápoles. Nos desígnios de Deus sobre jovem tão excepcional , não só têm decisiva importância os dotes extraordinários de inteligência vivíssima e de laboriosidade infatigável; mas também a trajetória da sua formação pausada e lento enriquecerá essas possibilidades, fazendo-as atingir proporções absolutamente inesperadas. Com 19 anos de idade e 14 de estudos, chega ao ambiente de formação profunda da Ordem Dominicana, cujo tema ninguém melhor do que Tomás soube formular depois de o viver: “Contemplar e transmitir o futuro da contemplação!"”. Roma e Bolonha, Nápoles e Roccasecca forma o cenário de um noviciado muito especial. A Ordem, com visão certeira, levá-lo-á a continuar os estudos de teologia em aulas de melhor estilo; S. Tiago de Paris, e principalmente Colónia durante quatro anos de transcendental importância junto dum mestre, também excepcional , Alberto Magno. A Bíblia e os Padres da Igreja, as sentenças e os teólogos , a ciência natural e a renovação aristotélica da filosofia, foram penetrando, fecundantes, naquele Tomás singular. depressa chegaria à cátedra universitária.  Desde os dias infantis começara a atormentá-lo aquela profunda interrogação: “Quem é Deus?”. Não era inquietação de dúvida mas ansiedade crescente de saber e amor esforçado de verdade. A síntese do que foi a sua vida de estudante descreve-a Tomás nestes certeiros conselhos a um estudante: “Pureza requintada de consciência; aplicação incansável nas horas de estudo, esforço para compreender a fundo tudo o que se lê e ouve; trabalho para vencer toda a dúvida e chegar à certeza; refugiar-se quanto possível na sala de armas de espírito”. Se o estudante Tomás sobressaiu pelo talento, também, conquistava pela humildade. Primeiramente, o serviço do próximo e a ajuda particular aos companheiros. Depressa atinge o mais alto magistério. Começa em Colónia e passa em seguida para o Estudo geral de S. Tiago, em Paris. Religioso como era, teve ali de aguentar os ataques de Guilherme do Santo Amor e dos outros mestres seculares. Regulares e seculares debatiam-se duma maneira que, à distância de séculos, nos parece bem ridícula. Nessa altura, o papa Alexandre IV, informado, deu a Tomás, com 31 anos de idade, a “licentia docendi!”, a licença mais alta de ensinar, consagração dos seus méritos. Mas a situação esteve longe de acalmar com  isso; e o Papa interveio de novo, mandando à Faculdade receber Tomás de Aquino no seu seio, com plenitude de honras e direitos. Três anos durou este seu primeiro magistério em Paris, que andou junto a outras ocupações, bem diversas do ensino. redigiu também nessa altura os Comentários à Sagrada Escritura e ao Mestre das Sentenças, os tratados De Trinitate e De veritate, e começou a Summa contra gentiles. Depois de tomar parte no capítulo geral da Ordem, em que ajudou a organizar os estudos filosóficos e teológicos, voltou à Itália, onde foi teólogo e consultor pontifício, professor com enorme êxito e corretor dos estudos filosóficos aristotélicos entre os dominicanos. depois terminou a Summa contra Gentiles e começou a glossa escrituristica Catena aurea e a Summa Theologica. Na França de novo, envolve-se em batalhas de ideias mais aguerridas que a primeira; defende Aristóteles de inquinamentos do árabe Averrois. E termina a Summa Theologica, obra transcendental, em 1272. Compõe ainda outros tratados. Alcança o máximo do prestigio na corte do rei S. Luís, Mas o clima de desordens e greves entre os alunos tornam a interromper as suas tarefas docentes. E volta à pátria, pedindo para reger uma cátedra na Universidade de Nápoles. Estando S. Tomás a orar com todo o fervor aos pés dum Crucifixo, ouviu estas palavras do Senhor: “Escreveste bem de mim, Tomás; que recompensa desejas?” E ele respondeu logo àquela voz: “Senhor, não quero outra recompensa, senão Vós mesmo”. Atingida a maturidade, entra agora mais nos problemas da vida quotidiana. tem de ocupar-se em ajudar uma irmã que enviuvara, em solucionar problemas da sua família dominicana, e dedica-se muito à pregação apostólica. Canta liturgicamente as glórias do Santíssimo Sacramento no oficio da festa do Corpo de Deus. Sobre o mesmo assunto prega em Roma diante do Papa. E prega nas basílicas romanas ao povo; a respeito dos sermões de Paixão e Ressurreição em Santa Maria Maior, foi escrito este comentário “Comoveu o povo até às lágrimas quando falava da paixão de Cristo; e no dia de Páscoa, levou-o até aos maiores transportes de alegria, associando-se ao incontivel gozo da Santíssima Virgem pela ressurreição de seu Filho”. A respeito de pregações em Nápoles conserva-se este testemunho: “A multidão debatia-se para o escutar, ouvindo-o com tanta atenção e reverência como se falasse o próprio Deus”. Um dia, a seguir a uma iluminação sobrenatural durante a Missa, deixou de escrever porque tudo lhe parecia “palha” ao lado do que tinha contemplado. Também, deixará de pregar e de falar com os homens, para se abismar no diálogo direto com Deus. Assim passou os últimos dias . Fora sempre, como foi escrito, “homem contemplativo de modo admirável”. Sabedoria , caridade e paz foram as três qualidades características da sua vida espiritual, como escreve um dos seus modernos apologistas. Chamado pelo Papa, ia a caminho do II Concílio de Lião quando faleceu no mosteiro cisterciense de Fossa Nuova. Isto a 7 de Março de 1274. Foi canonizado em 1323. Em 1567, S. Pio V elevou-o a Doutor da Igreja. E em 1879 foi constituído, por Leão XIII, patrono especial de todas as universidades católicas; e por Pio XI, em 1923, de todas as escolas católicas. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

• Valero (Valério), Santo
Bispo de Zaragoza

Valero (Valerio), Santo

Valero (Valério), Santo

Martirológio Romano: Comemoração de são Valério ou Valero, bispo de Zaragoza, na Hispânia Tarraconense (hoje Espanha), que tomou parte no primeiro Concílio de Illiberis e, conduzido a Valência junto com são Vicente, morreu no desterro (305/315). Os nomes de Valeriano, Valério e Valero procedem da nobre estirpe romana dos Valérios, e derivam do verbo valere, de onde procede também o nome de Valentim. Em todos eles subjaz a ideia de valente, forte, eficaz, vigoroso. São Valero, foi eleito bispo de Zaragoza, em 290, e dedicou sua vida a pregar a fé cristã e evangelizar a seus fieis. Havia nascido em Zaragoza e morreu desterrado em Anet (Eure e Loira), no ano 315. Seu biógrafo, o poeta cristão-romano Prudêncio, conta-nos que pertencia à família consular dos Valérios. Alcançou uma longa longevidade.Teve de resistir durante seu episcopado, a perseguição de Diocleciano e Maximiano. Mas digno herdeiro da tradição de força dos cristãos, sabendo, como os mártires que o haviam precedido, que estava arriscando sua vida, não deixou nunca de pregar e de reconfortar aos perseguidos. É o santo patrono da cidade de Zaragoza. Chegou a ouvidos de Daciano, governador de Hispânia, que o bispo Valero e seu diácono Vicente pregavam abertamente a fé cristã. Mandou detê-los e conduzi-los carregados de cadeias a Valência, onde ele residia. Não se arredou Valero ante Daciano; mas este, que entendia que fazer mártires cristãos fortalecia a fé que pretendia desarraigar, em vez de a debilitar; e não desejando assanhar-se com um pobre ancião, condenou-o ao desterro, retendo preso em Valência a seu discípulo e diácono Vicente, a que cruelmente martirizou. Estrela Já publicado em 22 de janeiro. De sua vida foram-nos transmitido poucos dados, o que não é estranho, tendo em conta que estamos nos inícios do século IV. Os últimos anos de seu episcopado não podia cumprir com o cargo da pregação, por um problema na língua, pelo que foi chamado "o tartamudo". Mas encontrou um magnífico ajudante no diácono Vicente, São Vicente Mártir, que foi trazido por seus pais desde Huesca, para que o educasse. Como dissemos anteriormente nesta época, em princípios do século IV, todo o cristão era uma clara ameaça para o império romano e Diocleciano e Maximino desencadearam uma cruel perseguição contra a Igreja, principalmente contra bispos, presbíteros e diáconos. Valero e Vicente foram levados prisioneiros a Valência para ser julgados por um tribunal. Vicente encontrou o martírio e Valero foi desterrado a Enate, povo próximo a Barbastro. Como São Valero por seu problema de locução, não se pronunciou ante o tribunal valenciano, tomou Vicente a palavra e dirigiu sua atenção principal para ele, e pagou com a vida seu discurso, sendo São Valero desterrado. Sabemos que esteve presente no primeiro Concílio espanhol de que existe notícia: o de Elvira, em Granada. Prudêncio, em seu Peristéphanon nos diz que Vicente, natural de Huesca e martirizado em Valência era seu diácono. Juntos foram presos em Zaragoza e o acompanhou no seu cativeiro até à cidade de Turia durante a perseguição de Diocleciano, e onde salvou a vida, talvez em vista de sua velhice. Houve mais de um bispo césar-Augustino com o nome de Valero, na Idade Antiga. E não há dúvida - pelas Atas do Concílio de Elvira - acerca de que era um Valero que governava a diocese Cesar-augustina no começo do século IV. Valero se retirou ao povo de Anet, onde se entregou uns doze anos à oração e penitência no templo que havia feito edificar em honra de seu diácono o mártir Vicente, uma vez conhecido seu martírio, até seu falecimento no ano 315. Morreu cheio de anos e méritos. Seu corpo foi sepultado perto de Anet, no castelo de Strada, de onde foi trasladado a Rota em 1065 e dali a Zaragoza em 1170 por ordem do rei Afonso II de Aragão. Depois da invasão muçulmana, quando acabava de nascer o Reino de Aragão, chegaram noticias de que se haviam descoberto seus restos nos Pirenéus. Se supôs que o bispo havia sido exilado àquelas terras pouco hospitalárias. Em 1050, o que se acreditou que era seu corpo venerável foi levado à sede episcopal de Roda de Isábena, então cabeça eclesial de Aragão. Suas relíquias, então muito veneradas e solicitadas, sofreram várias mudanças, sobretudo durante a ocupação de Espanha pelos árabes. Estiveram primeiro no castelo de Estrada e posteriormente foram trasladados para Roda de Isábena, então cabeça eclesial de Aragão. Quando as tropas de Afonso I e de Gastón de Bearn entraram em Zaragoza em 1118, a restauração da diocese cristã exigia a presença física das relíquias de São Valero. O capítulo de Roda foi generoso e enviou, em sucessivos momentos, primeiro um braço e, mais tarde, em 1170, já sob o cetro de Afonso II, o crânio do bispo confessor. Quando Dom Pedro de Luna foi eleito papa, presenteou a Seo, em 1397, o relicário para guardar o crânio do bispo patrono e protetor de Zaragoza. Feito por ourives e esmaltadores da oficina de Avinhão, em prata sobredourada e com pedrarias, é uma das melhores peças góticas que guarda Aragão  Um retrato de São Valero, que reproduz os rasgos de Bento XIII, se guarda no Museu Capitular de Zaragoza. Sua festividade se celebra o dia 29 de Janeiro na cidade de Zaragoza, sendo este dia o postre popular de todos os zaragozanos o típico "Roscón de San Valero". Já é tradição que na praça do Pilar se reparte cada ano um grande roscón benzido e repartido entre 10.000 pessoas e que se coloca às 10 da manhã na Praça do Pilar. Comentários ao autor: jmarti@ciberia.es Vimos (em 25 de Janeiro) como Valério se salvou momentaneamente, devido ao seu tartamudear e à eloquência do diácono Vicente. Mas houve unicamente uma espera. O processo foi retomado na semana seguinte, e o Bispo de Saragoça foi condenado à deportação. Julga-se que foi exilado para Anet (Aragão) e que aí morreu uns 10 anos mais tarde (por 315). Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

• Julião de Cuenca, São
Bispo,

Julián de Cuenca, San

Julián de Cuenca, San

Bispo de Cuenca

Martirológio Romano:Na cidade de Cuenca, em Castela a Nova, em Espanha, são Julião, bispo. Foi o segundo bispo desta cidade, uma vez recuperada de mãos dos muçulmanos, e, egrégio por seu modo de viver, distinguiu-se por repartir entre os pobres os bens da Igreja, trabalhando com suas mãos para obter o sustento diário (c. 1207).

Foi o segundo bispo de Cuenca - desde 1198 a 1208-, depois de D. Juan Yáñez. Nasceu em meados do século XII. Em família nobre burguesa, quando Burgos era a cabeça de Castela. Inicia sua educação na escola catedralícia da época, onde se refugia a ciência junto ao clérigo do mosteiro, aplicando-se com esmero às artes liberais. Em Palência cursa estudos superiores. Estudioso, sério e formal, impressiona aos professores e se faz notar entre os alunos por sua ciência e piedade.
Terminados seus estudos é nomeado professor de filosofia e teologia quando somente tem 24 anos. Esta situação é um caso excepcional no centro que o bispo Pôncio converteu em Estudo, Alfonso VIII elevou à categoria de Universidade e o papa Urbano VI enriqueceu com todos os privilégios da universidade de Paris.  Na docência queimará dez anos de sua vida. Ocupa uma habitação funcional que é por sua vez lugar de repouso-estudo-oratório, e ali faz além disso cestos que são parte de sua esmola aos pobres: os dá para que com sua venda se ajudem a viver. Aos 35 anos se retira a Burgos com a intenção de se preparar ao sacerdócio abandonando a fama, a honra e prestígio que se ganhou com a docência. Vive com o fiel criado Lesmes na margem do Arlanzón em intensa vida de oração, mortificação e estudo até que em 1166 é ordenado sacerdote. Os arredores da capital burguesa são os primeiros beneficiados de seu apostolado. Mas em pouco tempo decide ampliar o campo de sua pregação. Com um crucifixo, uma estampa da Virgem e uma muda está convertido em missionário terras abaixo até a Córdoba muçulmana ¡Quanto bem fez com sua bem formada cabeça! Está missionando em Toledo quando o arcebispo Dom Martín López o nomeia arcediago da catedral.  A excursão missionária durou vinte anos. Agora, na nova situação, alterna as tarefas de governo com a pregação, a administração dos sacramentos, e a santa mania de fabricar cestinhas para os pobres, junto à oração e penitência que ama vivamente e a que se dedica de modo especial uma temporada em determinados dias cada ano. Alfonso VIII o obriga a aceitar a diocese de Cuenca à morte de seu primeiro bispo. Em 1196 é consagrado bispo vencida sua resistência. E começa um novo cargo pastoral na hostil e brava serra, o alto da Alcarria e os lhanos da Mancha onde tem de cuidar do complexo mosaico de muçulmanos, judeus e cristãos que sua diocese encerra. Se preocupou de modo especial dos sacerdotes que são sua mão larga para levar a Cristo ao povo. A caridade com os pobres, e a atenção aos descarrilados destacam bases que conseguem para Deus uma parcela cristã. Os biógrafos fazem sobressair dois momentos de sua vida de pastor nos que demonstrou virtudes heroicas: a fome e a peste que sofreu o povo e nas que sua generosidade e entrega não teve limite a favor de seus fieis. Morre em 1208. Seus atributos são com propriedade episcopais, a mitra e o báculo a que se acrescenta um cesto testemunha de sua caridade. Ordinariamente se oi representa sentado ante sua mesa de trabalho. Ao longo de sua vida se complementam o intelectual e o pastoral, a teoria se faz prática, o espírito informa a vida, e as palavras não se ficam ocas mas que se juntam com as obras. Foi o homem de Deus que serviu a Igreja estando onde se necessitava e no momento oportuno. Aparte ficam os fastos apócrifos que adornam sua vida com prodígios sobrenaturais desde sua entrada no mundo e existentes só na imaginação de quem teve a sã pretensão de exaltar a figura do santo. São Julián não os necessitava.

• José Freinademetz, Santo
  Missionário

José Freinademetz, Santo

José Freinademetz, Santo

Martirológio Romano: Na cidade de Daijiazhuang, na província de Shandong, ao sul de China, beato José Freinademetz, presbítero da Sociedade do Verbo Divino, que trabalhou incansavelmente na evangelização daquela região (1908). Giuseppe (José) Freinademetz nasceu em 15 de Abril de 1852 em Oies, uma pequena paragem de cinco casas entre os Alpes Dolomitas do norte de Itália. Batizado no mesmo dia de seu nascimento, herdou de sua família uma fé simples mas tenaz.  Já durante seus estudos teológicos no seminário maior diocesano de Bresanone começou a pensar seriamente nas «missões estrangeiras» como uma possibilidade para sua vida. Ordenado sacerdote em 25 de Julho de 1875, foi destinado à comunidade de San Martino di Badia, muito perto de sua casa natal, onde cedo ganhou o coração de seus paisanos. Sem embargo, a inquietação missional não o havia abandonado. Apenas dois anos depois de sua ordenação se pôs em contacto com o P. Arnoldo Janssen, fundador da casa missional que pronto se converteria oficialmente na «Congregação do Verbo Divino». Com a permissão de seu bispo, José chegou à casa missional de Steyl em Agosto de 1878. Em 2 de Março de 1879 recebeu a cruz missional e partiu para a China junto a outro missionário verbita, o P. Juan Bautista Anzer. Cinco semanas depois desembarcaram em Hong Kong, onde passaram dois anos preparando-se para a missão que lhes foi indicada en Shantung del Sur, uma província com 12 milhões de habitantes e só 158 batizados. Foram anos duros, marcados por viagens longas e difíceis, assaltos de bandoleiros e árduo trabalho para formar as primeiras comunidades cristãs. Tão cedo como conseguia pôr em pé uma comunidade, chegava do bispo a ordem de deixar tudo e recomeçar em outro lugar. José compreendeu rapidamente a importância que tinham os laicos comprometidos para a primeira evangelização, sobretudo como catequistas. A sua formação dedicou muitos esforços e preparou para eles um manual catequístico em chinês. Ao mesmo tempo, junto com Anzer que já havia sido nomeado bispo, se empenhou na preparação, atenção espiritual e formação permanente de sacerdotes chineses e dos outros missionários. Toda sua vida esteve marcada pelo esforço de se fazer chinês entre os chineses, ao ponto de escrever a seus familiares: «Eu amo a China e os chineses; no meio deles quero morrer, e entre eles ser sepultado». Em 1898 o trabalho incessante e as muitas privações cobraram seu preço. Enfermo da laringe e com um princípio de tuberculose, por insistência do bispo e dos co-irmãos, passou um tempo no Japão, em espera de recuperar a saúde. Voltou a China algo recuperado, ainda que não curado. Em fins de 1907, enquanto administrava a diocese em ausência do bispo que havia tido que viajar a Europa, se desatou uma epidemia de tifo. José, como bom pastor, prestou sua assistência incansável, até que ele mesmo contraiu a enfermidade. Voltou imediatamente a Taikia, sede da diocese, onde morreu em 28 de Janeiro de 1908. O sepultaram sob la duodécima estação da Via Crucis e sua tumba se voltou pronto um ponto de referência e peregrinação para os cristãos. Freinademetz soube descobrir e amar profundamente a grandeza da cultura do povo a que havia sido enviado. Dedicou sua vida a anunciar o Evangelho, mensagem do Amor de à humanidade, e a encarnar esse amor na comunhão de comunidades cristãs chinesas. Animou a essas comunidades a abrir-se em solidariedade com o resto do povo chinês. Entusiasmou a muitos chineses para que fossem missionários de seus paisanos como catequistas, religiosos, religiosas e sacerdotes. Sua vida inteira foi expressão do que foi seu lema: «O idioma que todos entendem é o amor». Foi beatificado por Paulo VI em 19 de Outubro de 1975 e canonizado por João Paulo II em 5 de Outubro de 2003.
Reproduzido com autorização de Vatican.va

• Bartolomé Aiutamicristo de Pisa, Beato Religioso Camaldulense,

Bartolomé Aiutamicristo de Pisa, Beato

Bartolomé Aiutamicristo de Pisa, Beato

Martirológio Romano: No mosteiro de são Frediano, perto de Pisa, na Toscana (hoje Data de beatificação: Culto confirmado pelo Papa Pío IX o ano 1857.

O beato Bartolomé Aiutamicristo, monge camaldulense, proveio de uma antiga e nobre família pisana, mas foi mais ilustre pela santidade de sua vida, santidade confirmada pelos milagres realizados durante sua vida e após a sua morte, que aconteceu em 28 de Janeiro de 1224. Não é que se fizesse camaldulense porque temesse que a torre de seu povo viesse abaixo, (na realidade durante sua vida a torre de Pisa só tinha três dos seis pisos atuais). Nem porque temesse que a ira de Deus lhe caísse em cima, mas porque ouviu dizer que os monges fundados por São Romualdo sorriam sempre. Não se fez sacerdote porque dizia que ele nunca aprenderia a pregar. O Irmão Bartolomeu do mosteiro de São Frediano falava pouco, mas suspirava muito «Aiutami Cristo» (Ajuda-me Cristo), e com esse sobrenome passou à história.

• Julião Maunoir, Beato
  Sacerdote Jesuíta

Julián Maunoir, Beato

Julián Maunoir, Beato

Martirológio Romano: No lugar de Plévin, da Bretanha Menor, em França, beato Julián Maunoir, presbítero da Companhia de Jesus, que se entregou por espaço de quarenta e dois anos às missões populares por todos os lugares e aldeias da província (1683). Não se pode dizer que os católicos de outras nações ignoram a história religiosa de França no século XVII, mas é indubitável que um dos aspectos menos conhecidos de essa história é o trabalho dos missionários no interior do país. Todo o mundo está atento às atividades de um monsieur Olier, em Paris, ou de um São Vicente em todo o território francês; mas são muito menos conhecidas as atividades de um São João Eudes na Normandia, de um São Pedro Fourrier em Lorena, de um P. Juan Lejeune no Limousin, ou Languedoc e a Provença, de um São João Francisco de Regis em Velai e Vivarés, e em geral de todas as missões da Bretanha. Sem embargo, segundo opina Henri Brémond, estas últimas foram as mais frutuosas de todas e, certamente, as mais pitorescas. Entre os missionários da Bretanha se destacam o beneditino Miguel Le Nobletz e o P. Julián Maunoir. Julián havia nascido na diocese de Reims em1606 e ingressou na Companhia de Jesus, em 1625. Sem dúvida que se tem exagerado a impiedade e barbárie dos bretões daquela época e a negligência de seu clero; mas isso não tira fossem extremamente supersticiosos, brutais, turbulentos e ao mesmo tempo, muito abertos à mensagem evangélica. A região que produziu tantos piratas foi também a terra de Armelle Nicolás e dos calvários barrocos e das estátuas da Baja Bretanha. Os místicos abriram o caminho aos missionários. E o P. Bernard, S. J., e Dom Le Nobletz, atraíram a atenção de Julián Maunoir nesse campo e o aconselharam que aprendesse o idioma bretão. O P. Maunoir chegou a dominá-lo em brevíssimo tempo. Há certas analogias entre a Bretanha católica e as regiões protestantes de Gales e Cornwall. A propósito das missões bretãs, Henri Brémond usa a palavra inglesa "revival" (renovação), e faz menção de Bunyan e do "Pilgrim´s Progress". O historiador anglicano das missões de Cornwall, o defunto canónico Gilbert Doble, titulou sua curta biografia de Julián Maunoir "El John Wesley da Bretanha". É muito instrutiva a comparação entre a biografia do P. Maunoir, escrita por Séjourné, e o "Diário" de John Wesley, assim como a comparação entre este "Diário" e o do beato Julián Maunoir. Quando o P. Maunoir começou a trabalhar na Bretanha, em 1640, havia só outros dois missionários. A sua morte, ocorrida quarenta e três anos mais tarde, havia mais de mil. Renán haveria de queixar-se, mais tarde, de que seus antepassados haviam sido "jesuitizados" e desnacionalizados pelos missionários procedentes de outras regiões de França.  A realidade é que houve apenas um punhado de jesuítas, dos que a maioria eram bretões, e um forte contingente do clero bretão que cooperou com os padres da Companhia e se submeteu espontaneamente à rigorosa disciplina que lhes impôs o P. Maunoir. Pelo demais, a técnica do trabalho missional havia sido ideada por um bretão não jesuíta, Miguel Le Nobletz, a quem se tem chamado "o último dos bardos".  A tarefa consistia, antes de tudo,na instrução religiosa; "a pregação emocional", capaz de arrastar as multidões num momento dado, só se empregou como instrumento secundário. Os missionários se ajudavam ma sua tarefa com imagens a cores, algumas das quais se conservam ainda na biblioteca de Quimper. Se tratava de ilustrações da Paixão, do Pai nosso, dos pecados capitais, etc., sob as diferentes alegorias do Cavaleiro Errante, das Seis Cidades de Refúgio, das Três Árvores... Com isto, despertava a imaginação popular e as qualidades poéticas do espírito humano. As imagens, a vivência e o sentido de humor dos comentários feitos pelos missionários era o que fazia pensar a Henri Brémond em Bunyan. Mas além disso, havia representações com quadros plásticos viventes. Daí se originaram as famosas procissões em que se representava, por exemplo, a Paixão do Senhor. O P. Maunoir pregava e os atores encarnavam sua palavra, enquanto que "os ouvintes soluçavam de emoção". Alguns se queixaram da emotividade de tais atos, mas os bispos bretões apoiaram o missionário. Outro dos métodos era o emprego de cantos religiosos, dos quais alguns eram já tradicionais e outros haviam sido compostos por ele mesmo. Provavelmente só nos ficou um, tal como ele o escreveu, e deve confessar-se que na tradução de bretão para francês, perde muito de sua graça original. O certo é que Julião tinha o dom de versificar com grande sentimento e que os cânticos religiosos constituíam um factor importante nas missões bretãs. Ao emprego do idioma local se acrescenta a devoção aos santos bretões da antiguidade. A região de Sto. Corentin, na diocese de Quimper, foi o campo predileto do P. Maunoir. Como a lenda dos santos celtas está cheia de milagres –alguns deles comovedores, outros fantásticos e ainda pouco edificantes entre os realmente convincentes-, assim a evangelização levada a cabo por Julião, foi apoiada por numerosos milagres e prodígios. O P. Boschet, S. J., que escreveu a primeira biografia do beato em 1697, havia estudado uma narração de seus milagres; seu comentário foi o seguinte: "Me pareceram tão extraordinários que não pôde por menos que suspeitar que o autor havia exagerado a realidade para glorificar ao servo de Deus". Sem embargo, depois de haver feito investigações, o cepticismo do P. Boschet diminuiu muito. ¿ Porquê surpreender-se de que a renovação do Cristianismo na Bretanha haja sido confirmada com milagres semelhantes aos que acompanharam sua introdução no mundo? ( Desde o ponto de vista humano, o P. Maunoir não era especialmente inteligente e tinha certa tendência à credulidade; mas era, por sua vez, um verdadeiro chefe que se fazia obedecer, um organizador de primeira talha e um homem de grande visão. Boa parte do êxito de suas missões se deve a que as dirigiu tanto aos pastores, como às ovelhas. O ponteiro para comentar as imagens, converteu-se na arma distintiva de seus missionários e num símbolo do dedo que assinalava o caminho. Durante os Exercícios Espirituais que precederam a sua ordenação, Julião de Maunoir escreveu, acabando de comungar: "Senti um zelo extraordinário pela salvação das almas e um grande desejo de trabalhar por elas com todos os meios possíveis. A voz do Senhor repetia em meu coração: ´Eu trabalhei, chorei, sofri e morri por elas´." Estas palavras resumem a vida de Julião. Depois de sua morte, ocorrida em Plévin de Cournouaille, em 28 de Janeiro de 1683, os peregrinos acudiram em massa a beijar aqueles pés que haviam viajado por toda a Bretanha e levaram até seus últimos rincões a mensagem evangélica. Foi beatificado por Pío XII em 20 de maio de 1951.

• María Luísa Montesinos Orduña, Beata
Virgem e mártir

María Luisa Montesinos Orduña, Beata

María Luísa Montesinos Orduña, Beata

Martirológio Romano: Na localidade de Picassent, na província de Valência, em Espanha, beata María Luisa Montesinos Orduña, virgem e mártir, a qual, durante a perseguição contra a fé, teve parte na vitória de Cristo pelo martírio (1937). Fiel laica da arquidiocese de Valência, nasceu em 3 de março de 1901 e em tal cidade foi batizada dois dias depois. Recebeu o sacramento da confirmação em 18 de março de 1907, na pequena idade de 6 anos, na igreja de Santo André apóstolo. Educada no colégio de religiosas, conseguiu uma boa cultura geral. Sua vida se orientou pelo serviço de possuir genitor. Entrou na Associação Católica Espanhola e participou como cidadã a celebração eucarística, distinguindo-se por outro lado por sua devoção mariana. Foi uma catequista ativa, se dedicou aos enfermos e à caridade para com os pobres. Após a explosão da guerra civil espanhola e da feroz perseguição religiosa que atravessou a Espanha, María Luisa doou a vida para defender sua fé em Cristo. Com ela também foram martirizados: seu pai, uma irmã, dois irmãos e uma tia. O martírio teve lugar em 28 de janeiro de 1937 em Picassent, em Valência. O Papa João Paulo II em 11 de março de 2001 elevou à honra e glória dos altares a 233 vítimas da mesma perseguição, entre eles a Beata María Luisa Montesinos Orduña, que hoje se festeja o aniversário de seu martírio.
Para ver mais sobre estes 233 mártires faz "click" AQUI

• Olympia (Olga) Bidá, Beata
  Religiosa e Mártir

Olympia (Olga) Bidá, Beata

Olympia (Olga) Bidá, Beata

Martirológio Romano: No campo de concentração de Kharsk, perto de Tomsk, na região de Sibéria, na Rússia, beata Olímpia (Olga) Bidà, virgem e mártir, da Congregação das Irmãs de São José, que durante a perseguição antirreligiosa suportou toda a classe de provas por amor a Cristo (1952). Olga nasceu no ano 1903 na aldeia de Tsebliv (região de Aviv).  Monja da Congregação das Religiosas de São José, se sabe que realizou sua atividade religiosa na aldeia de Zhuzhil.  Depois em 1945, durante a perseguição comunista, sua atividade apostólica foi ajudar as comunidades no labor pastoral já que vários clérigos foram levados às cadeias pelo soviete. Em abril de 1950, Sor Olympia foi também capturada junto com Sor Laurência enquanto  assistiam ao enterro de um fiel defunto.  Em 27 de maio de 1950 foi declarada culpável da atividade antissoviética e portanto, deportada em Kharsk e Sibéria, onde morreu por problemas de saúde e a falta total de assistência médica, em 28 de Janeiro de 1952 na idade de 49 anos.  Beatificada em 27 de junho de 2001, junto com 24 mártires ucranianos pelo Papa João Paulo II no Hipódromo (Lviv) durante sua peregrinação apostólico à gloriosa terra de Ucrânia.  Olympia (Olha) Bidá, religiosa ucraniana, que foi beatificada por João Paulo II em Leopoli (Lviv) junto com outros 24 mártires do comunismo em 27 de junho de 2001.  Foi beatificada dentro de um grupo integrado por:

Mykolay Charneckyj, Bispo, 2 Abril - Josafat Kocylovskyj, Bispo, 17 Novembro  - Symeon Lukac, Bispo, 22 Agosto  - Basílio Velyckovskyj, Bispo, 30 Junho - Ivan Slezyuk, Bispo, 2 Dezembro  - Mykyta Budka, Bispo, 28 Setembro  - Gregório (Hryhorij) Lakota, Bispo, 5 Novembro  - Gregório (Hryhorij) Khomysyn, Bispo, 28 Dezembro  - Leonid Fedorov, Sacerdote, 7 Março  - Mykola Konrad, Sacerdote, 26 Junho  - Andrij Iscak, Sacerdote, 26 Junho  - Román Lysko, Sacerdote, 14 Outubro  - Mykola Cehelskyj, Sacerdote, 25 Maio  - Petro Verhun, Sacerdote, 7 Fevereiro  - Alejandro (Oleksa) Zaryckyj, Sacerdote, 30 Outubro  - Klymentij Septyckyj, Sacerdote, 1 Maio  - Severijan Baranyk, Sacerdote, 28 Junho  - Jakym Senkivskyj, Sacerdote, 28 Junho  - Zynovij Kovalyk, Sacerdote, 30 Junho  - Vidal Vladimir (Vitalij Volodymyr) Bajrak, Sacerdote, 16 Maio  - Ivan Ziatyk, Sacerdote, 17 Maio  - Tarsicia (Olga) Mackiv, Monja, 18 Julho  - Olympia (Olha) Bidà, Soror, 28 Janeiro  - Laurentia (Leukadia) Harasymiv, Monja, 26 Agosto  - Volodymyr Pryjma, Laico, 26 Junho

(as datas indicadas correspondem às de seu martírio)

 

• Moisés Tovini, Beato
Janeiro 28   -  Sacerdote

Moisés Tovini, Beato

Moisés Tovini, Beato

Nasceu em Cividate Camuno (Brescia) em 27 de dezembro de 1877. Seu padrinho de batismo foi seu tio paterno, o advogado José Tovini (beatificado em 20 de setembro de 1998), que com sua vida evangélica influiu muito também nas decisões de Moisés. Seus pais, Eugénio Tovini e Domenica Malaguzzi, depois do nascimento de Moisés tiveram outros sete filhos. Uma vez terminada a escola primária, graças à boa posição económica de sua família, Moisés prosseguiu os estudos secundários primeiro no instituto Venerável Luzzago de Brescia, logo no colégio episcopal Santo Defendente de Romano Lombardo e por último, no colégio de Celana de Bérgamo. Naqueles anos amadureceu sua vocação. Aos 15 anos foi admitido no colégio do seminário de Brescia. Desde outubro de 1897 até outubro de 1898 realizou na dita cidade o serviço militar no corpo de infantaria. No final de seus estudos, recebeu a ordenação sacerdotal na catedral de Brescia em 9 de junho de 1900. Desempenhou seu ministério, durante alguns meses, como capelão em Astrio de Breno. Logo, para completar sua formação, foi enviado a Roma, onde conseguiu o doutorado em matemáticas, o doutorado em filosofia e a licenciatura em teologia. Por aqueles anos realizou um intenso apostolado em duas igrejas da periferia de Roma, frequentadas pelos pobres de Agro Romano: Cervelletta e Riposo. Em 1904 voltou à sua diocese, e foi um dos primeiros três sacerdotes oblatos da congregação diocesana da Sagrada Família, formada por sacerdotes seculares a disposição do bispo. Ali desempenhou o cargo de superior durante vários anos. O compromisso principal de sua vida foi o colégio do seminário. Primeiro ensinou matemáticas e filosofia, e a partir de 1908, após conseguir o doutorado em Milão, também apologética e dogmática. Professor apreciado, gozava da estima do mundo laico por sua preparação cultural e científica. Em 1914, no Ateneu de ciências de Brescia, pronunciou uma conferência, que teve muito êxito, sobre os últimos adiantamentos em cosmologia. No período da primeira guerra mundial o bispo encomendou-lhe durante quase um ano o cuidado pastoral da paróquia de Provaglio d´Iseo, e logo o da de Tórbole: em ambas demostrou ser um pastor de almas zeloso e caritativo. Além do ensino, dedicou-se à obra catequística diocesana, contribuindo em grande medida â formação dos catequistas nas paróquias cidadãs e a habilitação dos mestres para o ensino da religião nas escolas públicas. Foi particularmente valiosa sua junção à Ação católica, de 1921 a 1926, como conciliário da junta diocesana. Eram tempos difíceis para a associação, que encontrou nele um guia sábio e apreciado.
Entre os diversos encargos que dom Moisés desempenhou na cúria, figuram: membro do tribunal eclesiástico, examinador sinodal, censor de livros e canónico da catedral. Em 1926 foi nomeado reitor do seminário. Foram anos difíceis por causa de algumas incompreensões com seus colaboradores, que o consideravam demasiado bom com os seminaristas; mas sua dedicação à obra educativa dos futuros sacerdotes foi total. Em sua primeira homilia como reitor indicou aos seminaristas o caminho da santidade, seguindo três grandes amores: a Eucaristia, a Virgem Imaculada e o Papa. Após uma breve enfermidade, sobrelevada com mansidão e humildade, morreu em 28 de Janeiro de 1930 na clínica bresciana dos Irmãos de São João de Deus. Seu corpo recebeu sepultura no cemitério de sua cidade natal, mas, ao ir aumentando sua fama de santidade, foi trasladado para a igreja paroquial, onde actualmente se custodia e venera. Em 1963 se introduziu sua causa de canonização. Em abril de 2003 se reconheceram suas virtudes heroicas. Em 19 de dezembro de 2005 Bento XVI aprovou o decreto referente ao milagre em favor de dom Giovanni Flocchini, que havia sido aluno do novo beato. Foi beatificado em 17 de setembro de 2006.
Reproduzido com autorização de Vatican.va

• Outros Santos e Beatos
Completando el santoral deste dia,

São João, abade

No mosteiro de Réome, no território de Langres, em Neustria (hoje França), são João, presbítero, varão devoto de Deus, que presidiu durante algum tempo a uma comunidade monástica segundo a Regra de santo Macário (c. 554).

São Jacobo, eremita

Comemoração de são Jacobo, eremita na Palestina, que se escondeu longo tempo numa tumba para levar vida penitente (s. VI).

Santos Agata Lin Zhao, Jerónimo Lu Tingmei e Lorenzo Wang Bing, catequistas mártires

Na cidade de Maokou, na província de Guizhou, em China, santos Agata Lin Zhao, virgem, Jerónimo Lu Tingmei e Lorenzo Wang Bing, mártires, que, sendo catequistas, em tempo do imperador Wenzongxian foram denunciados como cristãos e condenados a ser decapitados (1858).

38885 > Santi Agata Lin Zhao, Gerolamo Lu Tingmei e Lorenzo Wang Bing Martiri  MR
92683 > Beato Bartolomeo Aiutamicristo da Pisa Religioso Camaldolese  MR
91756 > San Carlomagno Imperatore 
91871 > Sant' Emiliano di Trevi Vescovo 
31100 > Beata Gentile Giusti Madre 
91627 > San Giacomo Eremita in Palestina  MR
93938 > Beato Giovanni de Medina Mercedario 
38860 > San Giovanni di Reome Abate  MR
38870 > San Giuliano di Cuenca Vescovo  MR
38880 > Beato Giuliano Maunoir Sacerdote gesuita  MR
33800 > San Giuseppe Freinademetz Missionario  MR
38890 > Beata Maria Luisa Montesinos Orduna Vergine e martire MR
94967 > San Meallan di Cell Rois 
90655 > Beata Olimpia (Olha Bidà) Religiosa e martire ucraniana  MR
22550 > San Tommaso d'Aquino Sacerdote e dottore della Chiesa  - Memoria MR

HTTP://ES.CATHOLIC.NET/SANTORAL; WWW.SANTIEBEATI.IT; WWW.JESUITAS.PT

Compilação de

António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 659 - SÉRIE DE 2024 - Nº (136) - SANTOS DE CADA DIA - 15 DE MAIO DE 2024 - NÚMERO ( 1 9 1 )

  Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 136º  Número da S...