Nº 1717-4
Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
18 de Agosto de 2013
XX DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc 12, 49-53
Jesus causa de dissensões - «Vim lançar fogo sobre a terra; e que quero Eu se não que ele já se tenha ateado? Tenho de receber um baptismo, e que angústias as minhas até que ele se realize! Julgais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não, digo-vo-lo Eu, foi antes a divisão. Porque daqui por diante estarão cinco divididos numa só casas: Três contra dois e dois contra três; dividir-se-ão o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe, contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».
1 – Discutem os entendidos se as duas primeiras imagens que apresenta este evangelho, a do fogo e a do baptismo, foram pronunciadas por Jesus imediatamente antes das duras palavras sobre a divisão na família. Seja o que for deste problema histórico, o facto é que Lucas uniu as duas imagens mencionadas com o problema da divisão familiar. Sem dúvida, Lucas deve ter visto nisso uma relação que unia estas matérias, tirados do ensinamento de Jesus.Que relação pode haver em tudo isto?
2 – O fogo é um elemento que pode ser factor de destruição ou de purificação. Segundo o testemunho do Evangelho de Tomé, de Orígenes e de Dídimo, o fogo vê-se aqui como uma força positiva de transformação. E enquanto o baptismo, se se comparar com Mt 10, 38, quer dizer que, para Jesus, ser baptizado é igual a ser crucificado, ou seja, sofrer e morrer pelo povo (O. Cullmann). Portanto, Jesus diz que ele trouxe uma força de transformação, que leva, se for necessário, ao conflito e à morte. Assim via Jesus a sua missão e sua vida neste mundo.
3 – Suposto isto, compreende-se que uma força assim, tal como funcionam as instituições deste mundo, desencadeia inevitavelmente conflito e divisão. E isto é que se apalpa na instituição com que mais nos relacionamos desde o preciso momento em que vimos a este mundo: a família. Como é sabido, a instituição familiar está vivendo, em nosso tempo, um processo de mudança muito profundo Mas pensemos no que era a família tradicional, a chamada «família patriarcal», toda ela centrada em torno do seu fundamental, o pai de família, pai e patriarca que acumulava todos os direitos e poderes do grupo familiar. Aquele modelo de família não estava organizado sobre a base do amor, mas sim do poder e da economia. Quer dizer, a família era, antes do mais, uma unidade económica (A. Giddens). O que criava uns laços de dependência que não eram sãos e transparentes, mas sim servis e humilhantes. Pois bem, se o que Jesus quis, antes de tudo, foi humanizar este mundo e quem nele vive, isso envolve um processo que traz inevitavelmente consigo a luta e o conflito da liberdade. Em poucas palavras: o projecto do Evangelho é o projecto da humanização, baseada sobre os pilares básicos do amor e da liberdade. Este projecto custa, às vezes, sangue, suor e lágrimas, mas vale a pena.
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Compilação (e tradução dos comentários) por António Fonseca
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NOTA FINAL:
Continuo a esclarecer que os comentários aos textos do Evangelho, aqui expressos, são de inteira responsabilidade do autor do livro A RELIGIÃO DE JESUS e, creio eu… apenas retratam a sua opinião – e não a minha ou de qualquer dos meus leitores, que eventualmente possam não estar de acordo com ela. Eu apenas me limito a traduzir de espanhol para português os Comentários.
NEM EU NEM NINGUÉM ESTÁ OBRIGADO A ESTAR DE ACORDO.
Mais uma nota ainda:
Estes são os meus endereços atuais:
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Post para publicação em 18-8-2013 - 10,45 h
Até lá, se Deus quiser.
António Fonseca
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