S. PAULO (e Vidas de Santos)

domingo, 19 de maio de 2013

Nº 1656-4 - A Religião de Jesus - DOMINGO DE PENTECOSTES - 19 de Maio de 2013

Nº 1656-4

Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca

O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.

19 de Maio de 2013

DOMINGO DE PENTECOSTES

Jo 20, 19-23

Na tarde desse dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas de casa onde os discípulos se achavam juntos, com medo dos judeus, veio Jesus pôr-se no meio deles e disse-lhes: «A paz seja convosco». Dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Alegraram-se os discípulos, vendo o Senhor. E Ele disse-lhes de novo: «A paz seja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos».

1 – A festividade de Pentecostes é, depois da Ressurreição, a mais importante para a Igreja. Porque neste dia os cristãos celebram a presença de Deus e de Jesus, na humanidade toda, pela força do Espírito de Deus. As leituras litúrgicas deste dia remetem-nos, antes de mais, a duas convicções fundamentais: 1) A presença do Espírito no mundo é presença que nos transporta Paz e portanto, tudo quanto seja superação de violência, confrontação, agitação na intimidade de cada ser humano. 2) Esta presença do Espírito recorda-nos também a neutralização do espírito de Babel. Trata-se do mito bíblico (Gn 11, 1-9; Act 2, 1-11) da dispersão dos homens e dos povos, a incapacidade de poderem entender-se, a divisão e a incessante conflitualidade neste mundo.

2 – A força que o Espírito de Deus, quando se faz presente, dá-nos a paz e restabelece o mútuo entendimento. Mas o importante é saber como atua o Espírito para conseguir tais e tão complicados objetivos. Para saber isso, ajudará saber que no NT, «espírito» é um termo que se utiliza em quatro sentidos: 1) O «Espírito de Deus”. 2) O «espírito do homem». 3) O «espírito do mundo” o “do mal” (Rm 11, 8; 1 Co 2, 12; Ef 2, 2; 2 Tm 1, 7). 4) O “sopro destruidor” de Deus. (2 Ts 2, 8) que remete ao AT (Esd 11,4). Os dois primeiros significados são os que importam. Mas o problema que aqui se apresenta aos estudiosos é que, na maioria dos textos, não é possível saber com certeza se em tal caso se fala do Espírito ou do espírito. Quer dizer, não podemos saber se se refere ao Espírito de Deus ou ao espírito humano. O que parece indicar que existe uma profunda correspondência entre o Espírito e o espírito. O que nos vem a dizer que o Espírito de Deus atua e se faz presente no espírito do ser humano.

3 – A conclusão é clara e motivadora: sempre que o espírito humano trabalha e luta pela paz. a concórdia, o mútuo entendimento, o empenho por compreender o outro ou simplesmente por o escutar, o trabalho para acabar com as desigualdades (que são as que mais nos dividem e nos enfrentam)…, tudo o que vá nessa direção é a prova, que podemos ter de que o Espírito de Deus está entre nós, nos guia, nos conduz, nos fortalece. Tudo o que assim não seja isso, fica em pietismos enganadores e em falácias espirituais que para nada servem.