S. PAULO (e Vidas de Santos)

domingo, 26 de maio de 2013

Nº 1663-4 - A Religião de Jesus - DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE - 26 de Maio de 2013

Nº 1663-4

Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca

O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.

26 de Maio de 2013

DOMINGO DA SANTÍSSIMA TRINDADE

Jo 16, 12-15

«Ainda tenho muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis suportar agora. Quando vier o Espírito da Verdade, Ele guiar-vos-á para a verdade total, porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e anunciar-vos-á o que há-de vir. Ele glorificar-Me-á, porque há-de receber do que é Meu, para vo-lo anunciar. Tudo quanto o Pai tem é Meu, para vo-lo anunciar. por isso vos disse que há-de receber do que é Meu, para vo-lo anunciar».

1 – Os teólogos têm repetido insistentemente que Deus é sempre mais (Deus semper maior) do que nós, os seres humanos, podemos pensar sobre Ele. Esta expressão tem sido uma fórmula que tenta expressar a nossa incapacidade para alcançar o conhecimento do próprio ser de Deus, quer dizer, de como é Deus em Si. Isso a nós, mortais, não é possível. O problema com que se tem encontrado a teologia cristã tem sido o problema da sua própria incoerência Porque, por um lado, vimos afirmando que Deus é o que transcende, mas, ao mesmo tempo, nos temos posto a explicá-lo como se o conhecêssemos. Talvez nisso se tenha manifestado o nosso anseio de encontrar o que nunca nesta vida poderemos conhecer.

2 – É verdade que no NT Deus se nos revela como Pai, como Jesus o Filho, com o Espírito. Daí, a teologia deduziu que em Deus há três pessoas realmente distintas, que, sem embargo, são um mesmo e único Deus. No fundo, não é questão de números, mas sim o desejo e a necessidade de intercomunicação e doação mútua que temos nós, os humanos, e que queremos ver em Deus, como modelo exemplar da nossa mútua doação. K. Rahner falou, ao explicar este complicado assunto, da Trindade “imanente” (a que não podemos alcançar) e a Trindade «económica» (a que está ao nosso alcance porque nela encontramos o modelo de entrega mútua entre nós).

3 – Não se trata, neste dia, de entender o que jamais poderemos compreender. Trata-se de ver, na doação, na igualdade, na comunicação das pessoas divinas, o modelo exemplar do que deve ser a nossa convivência. Viver para os outros, uma vida que é doação e comunicação. Jamais solidão, nunca isolamento, sempre abertura e claridade. A fé em Deus feita ética do que existe para os outros.