Nº 1542 - (3)
Desejo a continuação de
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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GREGÓRIO IV
Gregório IV
(827-844)
Também tentou evitar ser eleito, mas foi escolhido por unanimidade, sendo conduzido em triunfo desde a Basílica dos Santos Cosme e Damião para São João de Latrão, onde foi entronizado, em 20 de Setembro de 827.
Eram tempos difíceis porque faltava apoio à Santa Sé, dividida por dissensões familiares e porque os sarracenos, provenientes de África, Creta e Espanha, avançavam pelo Mediterrâneo ameaçando a península itálica. A situação torna-se mais crítica com a conquista de Palermo, na Sicília, em 831. Gregório IV manda fortificar as muralhas de Óstia, tornando-as sólidas.
Como persistissem as dissensões entre o imperador Luís Pio e seus filhos, por motivos de sucessão, passou com ele os Alpes para servir de medianeiro com Ludovico Pio, mas regressa a Roma acabrunhado com o fracasso da sua intervenção, enquanto em Compiègne um concílio de bispos franceses, partidários de Lotário, apoiam a deposição do imperador, que se recolhe ao Mosteiro de São Medardo.
Chegado a Roma, Gregório IV ergue a voz a favor do imperador deposto, admoestando Lotário pelo seu inqualificável e sacrílego procedimento para com o pai. Os próprios irmãos de Lotário se insurgiram contra ele, obrigando-o a fugir de Itália e opondo em liberdade o velho pai, Luís Pio, que, depois de declarada nula a sua deposição, cinge de novo a coroa, em 834, conservando-a até á morte em 840.
Reacendeu-se a luta entre os filhos, desfazendo o império de Carlos Magno, que se dividiu em diversos grupos étnicos: Germânia, Itália e França, sem que Gregório IV conseguisse evitá-lo.
Atribui-se a este papa a extensão da Festa de Todos os Santos a todo o Ocidente.
Apoiou e encorajou a obra missionária de Santo Anscário, nomeando-o arcebispo de Hamburgo e seu legado nos países escandinavos.
Tornou-se benemérito de Roma com a reconstrução da «Acqua Traiana» ou Aqueduto Sabatino e a reconstrução de diversas igrejas. Fomentou o desenvolvimento da agricultura, incrementando as antigas colónias rurais.
Foi sepultado em São Pedro.
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SÉRGIO II
Sérgio II
(844-847)
Após a morte de Gregório IV, enquanto o clero e os senadores iam eleger o presbítero Sérgio, um diácono ambicioso, chamado João, far-se-ia aclamar por um grupo de adeptos, na Basílica de Latrão, mas ao verem-se sem apoio suficiente e ameaçados pelos milícias senatoriais, puseram-se em fuga, deixando o pretenso candidato, que foi preso e condenado à morte, valendo-lhe a intervenção do papa eleito, que obteve a comutação da pena, transformando-a em exílio. Tendo a sagração sido realizada sem o consentimento imperial, Lotário ordenou a seu filho Luís, a quem dera o título de rei de Itália, que avançasse sobre Roma. Ao chegar, foi recebido com toda a deferência por Sérgio II, pelo que Luís deixa de lado os intentos de revindicta e aceita ser coroado pelo papa, como Luís II, rei da Lombardia.
Sérgio II conseguiu assim manter Roma fora de qualquer subordinação ao rei de Itália e preservar todos os seus direitos e bens eclesiásticos.
Para evitar dúvidas, diz-lhe com toda a clareza: «Consinto que os romanos prestem juramento ao seu supremo senhor, o imperador Lotário, mas nem eu nem os patrícios romanos permitiremos que o mesmo juramento seja prestado ao seu filho».
Uma coisa era o reconhecimento ao imperador sediado em França e outra o reconhecimento particular que pudesse equivaler a uma sujeição ou possibilidade de interferência do rei de Itália em Roma.
Em Agosto de 846 o exército sarraceno consegue penetrar na foz do Tibre, aniquilando a guarnição pontifícia de Nova Óstia. Não entraram nas muralhas, mas foram delas saqueiam as basílicas de São Pedro e São Paulo, perdendo-se nessa altura parte do tesouro do culto e da história da Cristandade.
Valeu o auxilio de Guido de Espoleto, que, chamado pelo papa, desbaratou os muçulmanos, que retiraram para África.
A esta guerra seguiu-se uma terrível carestia de bens em Roma e Lotário, sabendo do acontecido e não querendo que Roma fugisse das suas mãos, organiza uma colecta para a restauração das basílicas profanadas.
Sérgio II mandou colocar no Pretória, em frente à Basílica de São João de Latrão, a Escadaria Santa que, segundo a tradição, Santa Helena mandara trazer da Palestina.
Sérgio II morreu pouco depois, sendo sepultado naquela mesma igreja cujo saque e profanação lhe haviam despedaçado de dor o coração.
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JOÃO – (ANTIPAPA)
João
(844)
Por morte de Gregório IV, um diácono ambicioso, de nome João, fez-se aclamar papa por um grupo de apaniguados facciosos, na Basílica de Latrão, antecipando-se aos senadores e patrícios que iam eleger o presbítero Sérgio como papa, mas, vendo-se perseguidos pelas milícias senatoriais, os seus adeptos fugiram, abandonando-o. João foi preso e condenado à morte, valendo-lhe a intervenção do papa eleito, Sérgio II, que conseguiu mudar a sentença em exílio.
Perante esta situação, o imperador Lotário determinou que, de futuro, a eleição do papa só poderia fazer-se com autorização imperial e na presença com autorização imperial e na presença de delegados imperiais.
Uma aventura papal que só não teve um fim trágico porque Sérgio II foi bondoso e soube perdoar.
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Post colocado em 26-1-2013 – 11H00
ANTÓNIO FONSECA