22 de abril
Dia do Descobrimento do Brasil
O descobrimento do Brasil, em 1500, foi o resultado de uma influente e próspera marinha mercante portuguesa, que desbancou potências da época, como Génova e Veneza.
A tradição náutica portuguesa foi iniciada pelo infante D. Henrique, o navegador, que fundou, em 1433, uma escola de navegação - a Escola de Sagres -, ao sul de Portugal. Nela, ele reuniu os melhores geógrafos, cartógrafos, cientistas e navegadores. O grande desenvolvimento da navegação deu-se mediante o esforço conjunto desses intelectuais e em razão de vários artefatos que auxiliaram os navegadores, como a rosa-dos-ventos, o astrolábio, o quadrante e a balestilha, além do aperfeiçoamento da bússola, da cartografia e da construção de embarcações mais eficientes, como as caravelas.
O maior rival de Portugal era a Espanha, que também fundara escolas de navegação, lançando-se ao Atlântico em busca de novas rotas comerciais para as Índias, onde florescia o comércio de especiarias, jóias, porcelanas e tecidos finos. Nessa época, a cidade de Constantinopla hoje, (Istambul) era a principal rota comercial, via Mediterrâneo. A cidade, porém, havia sido tomada pelo império turco, e o comércio estava fechado para as nações ocidentais.
Vasco da Gama, navegador português, foi o primeiro a contornar a África e chegar às Índias. As diversas descobertas em solo africano geraram, entre Portugal e Espanha, uma disputa territorial que culminou com o Tratado de Tordesilhas, o qual dividia o mundo e as terras descobertas entre as duas nações. Assim, mesmo antes de ser descoberto, boa parte do território brasileiro já pertencia a Portugal.
Dom Manuel, o venturoso, enviou expedições ao mar, em busca de novas terras para transformá-los em colônias. No dia 22 de abril de 1500, um marinheiro português avistou a densa mata litorânea de uma terra inexplorada. Pedro Álvares Cabral, comandante da esquadra portuguesa, desembarcou nas terras, acreditando trata-se de um monte, que denominou Monte Pascoal. Pero Vaz de Caminha documentou tal facto em uma carta, enviada ao rei de Portugal. Era o primeiro registro da terra que foi chamada de Ilha de Vera Cruz, Terra de Santa Cruz e, finalmente, Brasil.
Posted: 03 May 2009 01:17 AM PDT
3 de maio
Dia do Pau-Brasil
Em 1500, quando Pedro Álvares Cabral descobriu o Brasil, Pero Vaz de Caminha descreveu a terra numa certa: "[...] mataria que é tanta, e tão grande, tão densa e de tão variada folhagem, que ninguém pode imaginar". Dentre tantas árvores, os portugueses descobriram uma riqueza que, para eles, parecia inesgotável: o pau-brasil. Os índios brasileiros já utilizavam essa árvore para confeccionar arcos e flechas e para pintar enfeites com o corante vermelho intenso extraído de sua polpa. A técnica foi ensinada aos portugueses pelos próprios índios, que também foram encarregados de cortar, aparar, arrastar as árvores até o litoral e colocá-las nos navios a serem enviados à Europa.
O ciclo econômico do pau-brasil teve início em 1503; até trinta anos após a chegada dos portugueses, era esse o único recurso explorado. Nesse período, calcula-se que foram exploradas trezentas toneladas de madeira por ano, sempre com aumento nos anos subseqüentes. A importância do pau-brasil era tão grande, que nossa terra, depois de receber o nome de Ilha de Vera Cruz e Terra de Santa Cruz, foi baptizada oficialmente de Brasil.
Em razão da intensa devastação das matas do litoral brasileiro em busca do pau-brasil, foi elaborada, em 1542, a primeira Carta-Régia, que estabeleceu normas para o corte da madeira e punição pelo seu desperdício. Essa foi a primeira medida criada para defender as florestas brasileiras. Não estava ligada à ameaça do desequilíbrio da natureza, mas visava impedir a saída dessa riqueza sem o controle da Corte portuguesa.
A norma jamais foi cumprida. Em 1605, foi incluído um Regimento, que fixava a exploração em seiscentas toneladas por ano, com o objetivo de limitar a oferta de madeira na Europa e manter, assim, os preços elevados. Durante o Império, outras proibições surgiram sem resultado, como a Carta de Lei, de Outubro de 1827, na qual foram delegados poderes aos juízes de paz das províncias para fiscalizarem as matas e interditarem o corte das madeiras de construção em geral.
Em 1920, o presidente Epitácio Pessoa, preocupado com a preservação e a restauração das matas, disse: "Dos países cultos dotados de matas e ricas florestas, o Brasil é talvez o único que não possui um código florestal". O primeiro Código Florestal Brasileiro foi criado pelo decreto no 23.793, de 23/1/1934, que considerava as florestas como bem de interesse comum a todos os habitantes do país, classificando-as em protetcoras, remanescentes, modelo e de rendimento, e proibindo o exercício de atividades contra a fauna e a flora dos parques nacionais. O artigo 29 proibia a derrubada das árvores "de folhagem perene, como o joazeiro, a oiticica e outras", sem fazer menção ao pau-brasil, que continuou a ser explorado. As florestas permaneceram sem amparo das leis, em razão de a Constituição não lhes dar respaldo.
Foi necessária a quase extinção do pau-brasil para que fosse reconhecido oficialmente na história brasileira. Em 1961, o presidente Jânio Quadros aprovou um projeto que declarava o pau-brasil como árvore símbolo nacional e o ipê-amarelo como flor símbolo. Mais tarde, por meio da lei no 6.607, de 7/12/1978, foi ratificado o pau-brasil como a árvore nacional, e instituído o Dia do Pau-Brasil
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http://quiosqueazul.blogspot.com
NOTA:
No passado sábado, dia 3 de Maio, era para ter publicado algo sobre a Descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral, em 1500, pois segundo o que aprendi na História de Portugal, esse é o dia oficial dessa ocorrência, embora de facto os portugueses tivessem chegado lá antes - a 22 de Abril, segundo o site de Quiosque Azul, que acima transcrevo -. Isto talvez seja uma diferença de opiniões, - não tão relevante quanto isso... mas quanto a mim, mas o que interessa é que foi há 509 anos que as terras de Vera ou de Santa Cruz, foram pisadas pela primeira vez por Pedro Álvares Cabral e não será uma diferença de dias que poderá causar pruridos a quem quer que seja, penso eu...
António Fonseca
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