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Julho-2018
Nº 3 6 2 9
Série - 2018 - (nº 2 9 1)
17 de OUTUBRO de 2018
SANTOS DE CADA DIA
11º A N O
LOUVADO SEJA PARA SEMPRE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
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Todos os Católicos com verdadeira Fé,
deverão Comemorar e Lembrar
os Santos e Beatos de cada dia, além de procurar seguir os seus exemplos
deverão Comemorar e Lembrar
os Santos e Beatos de cada dia, além de procurar seguir os seus exemplos
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INÁCIO DE ANTIOQUIA, Santo
Memória de Santo INÁCIO bispo e mártir, que foi discípulo do apóstolo São JOÃO e segundo sucessor de São PEDRO no governo da Igreja de Antioquia. Condenado às feras no tempo do imperador Trajano, foi conduzido a Roma, onde consumou o seu glorioso martírio. Durante a viagem, experimentando a ferocidade dos guardas, semelhante à dos leopardos, escreveu sete cartas a várias Igrejas, nas quais exorta os irmãos a servir a Deus em união com os bispos e a não impedirem que ele fosse imolado como vítima por Cristo. (107)
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Se se pudesse falar de campeões do martírio, como símbolo do testemunho máximo do cristão, eu proporia, para ocupar esse lugar, Santo INÁCIO DE ANTIOQUIA. A sua amável figura, amassada com doçura, mística e valentia, desconhecendo o medo à dor e à morte, resplandece, desde os tempos apostólicos, como farol e convite para todos os que têm de sofrer para se mostrarem fiéis a Jesus Cristo. O seu retrato está envolto em luz celestial , não pelo extraordinário dos milagres ou de qualquer forma de prodígios, mas pela sobrenatural, simplicidade do seu proceder, movendo-se unicamente no mundo da fé, a partir do qual adquire lógica indomável aquilo que, aos nossos olhos humanos, parece encerrar aterradoras perspectivas de dor.
Além disso, Santo INÁCIO é, sem pretendê-lo, o cantor do seu próprio martírio. As suas cartas apaixonadas, de estilo único, continuam a ser vivas, agitando o leitor, que descobre nelas o rugido das feras, o bater das garras que tiram sangue, o ranger dos ossos triturados e todo o horror do circo romano, em que pereciam as primícias do Cristianismo convertidas em semente de sangue, cuja esplêndida colheira recolheu a história. Mas estes horrores perdem em Santo INÁCIO os seus tons repulsivos, para se transformarem em canto de glória. Não é a morte cruel, mas o martírio por Jesus Cristo; não é o sofrimento, mas a oferta duma hóstia pacifica aquilo que ali se retrata. A crueldade fica sepultada na caridade, a morte é entrada triunfal na vida eterna e a ignominia da condenação fica convertida em apoteose de imortalidade. As cartas do santo bispo de Antioquia que hoje nos comovem, certamente constituiriam, para os cristãos dos séculos de perseguição, para aqueles que sabiam estar destinados para morte violenta, uma incitação ao combate, uma fonte pura de fortaleza e de esperança, porque nelas estava presente a eternidade, iluminando a passagem tenebrosa desta vida para a outra.
INÁCIO é cognominado de THEOPHÓROS, portador de Deus. O MARTYRIUM, que relata a sua vida, atribuiu ao santo bispo - ao apresentar-se voluntariamente em Antioquia a Trajano, orgulhoso este pelo seu triunfo militar contra os Dácios - o seguinte diálogo que, se historicamente não parece genuíno, reflecte a verdade da sua vida.
Trajano pergunta-lhe:
«Quem és tu, demónio mísero, que tanto empenho pões em transgredir as minhas ordens e persuades outros a transgredi-las, para que miseramente pereçam?»
Responde INÁCIO:
«Ninguém pode chamar demónio mísero ao portador de Deus, sendo que os demónios fogem, dos servos de Deus. Mais, se por ser eu objecto de aborrecimentos para os demónios, me chamas mau contra eles, estou conforme contigo, pois, tendo Cristo, rei celestial, comigo, desfaço todas as ciladas dos demónios».
Disse Trajano:
«Quem é THEOPHÓROS ou portador de Deus»?
Respondeu INÁCIO:
«O que tem a Cristo no seu peito...»
Nada sabemos com certeza dos primeiros anos de INÁCIO. A lenda, todavia, aureolando a sua figura, viu nele aquele menino de que São MATEUS conta:
«Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus, e perguntaram-Lhe:
"Quem é o maior no reino dos Céus?"
Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles e disse:
"Em verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no reino dos Céus. Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no reino dos céus. Quem receber um menino como este em meu nome, é a Mim que recebe . Mas se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim seria preferivel que lhe suspendessem em volta do pescoço uma mó de moinho, das movidas pelos jumentos, e o lançassem nas profundezas do mar" (Mt 18, 1-6).
A fé em Santo INÁCIO é completa, com formulações dum credo que preludia já o símbolo de Niceia:
«Assim, pois, fechai os vossos ouvidos, escreve aos Tralenses, onde quer que se vos fale fora de Jesus Cristo, que é da linhagem de David e filho de Maria: que nasceu verdadeiramente e comeu e bebeu; foi verdadeiramente perseguido sob Pôncio Pilatos e verdadeiramente crucificado e morto, à vista dos moradores do céu e da terra e do inferno. O qual em verdade também ressuscitou dentre os mortos por virtude do seu Pai, que, à semelhança sua, nos ressuscitará também a nós, crentes n'Ele. Sim, o seu Pai nos ressuscitará em Jesus Cristo, fora de quem não teremos a vida verdadeira» (Tral. IX)
As cartas de INÁCIO podem considerar-se como a «segunda formulação doutrinal cristã»; nelas reflecte-se o que pensavam os cristãos da segunda geração, a imediatamente posterior aos apóstolos. está nelas toda a doutrina evangélica e paulina, elaborada, profundamente compartilhada e aceite, matizada diante dos ataques dos primeiros desvios heréticos, desejosos de romper a unidade, tanto jerárquica como doutrinal. A semelhança de doutrina não é tanto repetição de textos quanto principio idêntico, do qual brotam as fórmulas sem citações, mas com a coincidência exacta de quem vive na alma a mesma fé e as mesmas verdades, todas emanadas da mesma fonte, Jesus Cristo.
Por isso, o pensamento de Santo INÁCIO está centrado na união com Cristo dentro da Igreja:
«Como o amor não consente calar-se a respeito de vós, daí veio determinar-me a exortar-vos a correr à uma para o pensamento de Deus. Com efeito, ao modo de Jesus Cristo, vida nossa inseparável, é o pensamento do Pai; assim os bispos, estabelecidos pelos confins da terra, estão no pensamento de Jesus Cristo» (Eph III, 3)
É o inventor da palavra católica aplicada à Igreja.
«Nas cartas de INÁCIO - escreve L. de Grandmaison - enlaça-se pela primeira vez o epíteto glorioso de Católica ao nome da Igreja:
"Onde aparece o Bispo, aí está a multidão, de maneira que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica" (Smyrn. VIII, 2)
Desta maneira, o Bispo encarna a sua Igreja particular, exactamente como a grande Igreja é a Encarnação continuada do Filho de Deus. Não julgaríamos estar a ler um dos campeões da unidade eclesiástica do nosso tempo, um Adan Moehle, um Jaime Balmes, um Eduardo Pie?»
Mostra-nos deste modo Santo INÁCIO que no seu tempo, fins do século I, a estrutura e o pensamento sobre a Igreja estão completos e amadurecidos. Bispos, presbiteros e diáconos constituem a hierarquia tripartida, sobre a qual se apoia a realidade do Cristianismo. É necessário permanecermos unidos a esta hierarquia para viver dentro do espírito de Cristo.
«Por conseguinte, da maneira que o Senhor nada fez sem contar com o seu Pai, feito como estava uma coisa com Ele - nada, digo, nem por Si mesmo nem pelo seus apóstolos -; assim vós nada façais também sem contar com o vosso bispo e com os anciãos; nem trateis de colorir, como louvável, nada que façais por vós somente, mas sim reunidos em comum; haja uma só oração, uma só esperança na caridade, na alegria sem mancha, que é Jesus Cristo; melhor que Ele nada existe» (Mag. VII, i).
Sem esta hierarquia não existe a Igreja:
«Por vossa parte, escreve aos Tralenses, todos haveis também de respeitar os diáconos como a Jesus Cristo. O mesmo digo do Bispo, que é a figura do Pai, e dos anciãos (presbiteros) que representam o senado de Deus e a aliança ou colégio dos Apóstolos. Tirados estes, não há nome de Igreja» (Tral. III, I)
Santo INÁCIO foi detido e condenado a ser devorado pelas feras em Roma. Ouvida a sentença, o Santo responde:
«Dou-te graças, Senhor, porque Te dignaste honrar-me com perfeita caridade para conTigo, prendendo-me juntamente com o apóstolo PAULO, em cadeias de ferro...» (Mart. II. 8)
Não há nesta atitude nada que se pareça com o orgulho do revolucionário ou com a rigidez do rebelde. Não existe a menor partícula de protesto contra os poderes temporais, nem sequer contra as leis. A disposição do mártir cristão é coisa inédita e única na história. A serenidade e o valor são mantidos por uma visão sobrenatural interna, na consciência de cumprir uma missão: a de ser testemunha - isso significa mártir - de Jesus Cristo, fazendo-se semelhante a Ele no seu sacrifício. Assim o afirma o nosso bispo, escrevendo aos fiéis de Éfeso:
«Logo que ficastes informados que vinha eu, da Síria - carregado de cadeias, pelo nome comum e nossa comum esperança, confiando que, pelas vossas orações, conseguirei lutar em Roma contra as feras para poder ser discípulo - apressaste-vos a sair para me ver». (Eph. 1. 1).
Desde o momento da sua detenção, podemos seguir passo a passo os de Santo INÁCIO, devido à preciosa colecção das suas sete cartas autênticas, escritas durante a peregrinação que fez como preso. Com ZÓZIMO e RUFO, outros dois cristãos condenados como ele, e guardados por um pelotão de soldados, embarcam em Selêucia, porto de Antioquia para arribarem às costas da Cilícia ou Panfília, continuando desde aí outra parte da viagem por terra. Estes ásperos caminhos da Ásia Menor - poucos anos antes percorridos por São PAULO, fazendo sementeira de cristandades - seriam para Santo INÁCIO novas provas da sua ansiada semelhança com o grande Apóstolo. As fervorosas comunidades daquelas terras transformam a viagem em ronda triunfal de admiração e de caridade.
Ao chegar a Esmirna, toda a comunidade cristã, presidida pelo seu Bispo São POLICARPO discipulo pessoal de São JOÃO EVANGELISTA sai a recebê-lo e presta-lhe homenagem como se fosse Jesus Cristo em pessoa. devido a esta recepção, escrever-lhes-á mais tarde:
«Eu glorifico a Jesus Cristo, Deus, que é quem até esse ponto vos fez sábios; pois muito bem me dei conta de quão preparados estais com fé indestrutível, bem assim como se estivésseis pregados, em carne e em espírito, sobre a cruz de Jesus Cristo, estivésseis assegurados na caridade pelo sangue do mesmo Cristo. É que vos vi cheios de certeza no que diz respeito a Nosso Senhor» (Esm. 1)
Outras comunidades vêm saudá-lo e ajudá-lo com a maior caridade. Algumas delas ficam enriquecidas com as suas cartas: Éfeso, Trales e Magnésia. Escreve-as de Esmirna, como também a enviada aos fiéis de Roma. Esta carta, documento único e impressionante da literatura universal, merece menção à parte.
Teve Santo INÁCIO conhecimento de que os romanos tratavam de interpor toda a sua influência para salvar-lhe a vida: e alarma-se profundamente, porque essa caridade é o mesmo que apartá-lo do martírio, da sua anelada meta. Para evitar esta possibilidade escreve a famosa carta. O próprio RENAN viu-se obrigado a comentá-la assim:
«A mais viva fé e a sede ardente da morte não inspiraram nunca traços tão apaixonados. O entusiasmo dos mártires, que foi durante 200 anos o espírito dominante de todo o Cristianismo, recebeu do autor desta peça extraordinária a sua expressão mais exaltada».
Seria necessário copiar a carta inteira, mas, não sendo possível, uns parágrafos darão a ideia de uma altura celestial.
Depois de saudar a Igreja de Roma, dando testemunho do seu lugar na hierarquia - ao dizer «que preside na capital do território dos romanos» e está «posta na cabeça da caridade», títulos preciosos para provar que a Igreja de Roma era considerada já como Cabeça da Cristandade - escreve:
«Por fim, à força de orações a Deus, consegui ver os vossos rostos divinos, e de tal maneira o alcancei que me é concedido mais do que pedia. Com efeito, encadeado por Jesus Cristo, tenho esperança de ir-vos saudar, se for vontade do Senhor fazer-me a graça de chegar até ao fim. Porque os começos, sem dúvida, bem postos estão, contanto que obtenha graça para alcançar sem impedimento a herança que me toca. E é que temo com razão a vossa caridade, não seja ela quem me prejudique. Porque para vós na verdade, coisa fácil é fazerdes o que pretendeis; para mim, pelo contrário, se vós não tendes consideração comigo, vai ser-me dificil alcançar a Deus... O facto é que nem eu terei nunca ocasião de alcançar a Deus, nem vós, só com vos calardes, podeis pôr a vossa assinatura em obra mais bela. Porque, se vós vos calardes quanto a mim, eu converter-me-ei em palavra de Deus; mas, se vos deixardes levar pelo amor à minha carne, ficará tudo outra vez em mera voz humana. Não me procureis outra coisa senão permitir que me imole a Deus, enquanto há ainda um altar preparado, a fim de, formando um coro pela caridade, cantardes ao Pai por meio de Jesus Cristo, por ter Deus feito a graça, ao Bispo da Síria, de chegar até ao Ocidente depois de o ter mandado chamar do Oriente. Como é belo que o sol da minha vida, ao sair do mundo, se transponha para Deus, a fim de n'Ele eu amanhecer»!
«Pelo que a mim me toca, escrevo a todas as Igrejas, e diante de todas encareço que estou pronto a morrer de boa vontade por Deus, contanto que vós não mo impeçais. Eu vo-lo suplico: mão mostreis para comigo uma benevolência inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, por meio das quais me é dado alcançar Deus. Trigo sou de Deus, e pelos dentes das feras hei-de ser moído, afim de ser apresentado como limpo pão de Cristo. Afagai, pelo contrário, as feras, para se converterem em sepulcro meu e não deixarem sinal do meu corpo; assim, depois da minha morte, não serei molesto a ninguém. Aquando o mundo já não vir sequer o meu corpo, então serei verdadeiro discipulo de Jesus Cristo. Pedi a Cristo por mim, para que por esses instrumentos consiga ser sacrifício para Deus. Não vos dou ordens como PEDRO e PAULO. Eles foram apóstolos, eu não sou senão um condenado à morte: eles foram livres, eu, até ao presente, sou escravo. Mas, se conseguir sofrer o martírio, ficarei sendo liberto de Jesus Cristo e ressuscitarei livre n'Ele. E é agora que aprendo, encadeado como estou, a não ter desejo algum».
«Desde a Síria até Roma estou já a lutar com as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, atado como estou a dez leopardos, quer dizer, a um pelotão de soldados que, mesmo com benefícios que lhes são feitos, se tornam piores. Agora sim, com os seus maus tratos, aprendo eu a ser melhor discipulo do Senhor, embora nem por isto me tenha por justificado».
«Oxalá eu goze das feras que estão para mim destinadas e que faço votos se mostrem velozes para comigo! Eu mesmo as atiçarei para que me devorem rapidamente, e não seja eu como alguns, a quem, cheias de medo, elas não se atrevam a tocar. E se elas não quiserem aquilo que de boa vontade se lhes oferece, eu mesmo as obrigarei. Perdoai-me, eu sei o que me convém. Agora começo a ser discípulo. Nenhuma coisa, visível nem invisível, seja posta diante de mim por má vontade, impedindo-me alcançar Jesus Cristo. Fogo e cruz, e manadas de feras, quebras dos meus ossos, desconjuntamentos de membros, triturações de todo o meu corpo, tormentos atrozes do diabo, tudo venha sobre mim, unicamente sob a condição de eu alcançar Jesus Cristo».
«Porque vos escrevo agora com ânsias de morte. O meu amor está crucificado e já não há em mim fogo que busque alimentar-se de matéria; mas sim, em troca, há uma água viva que murmura dentro de mim e do íntimo me está dizendo: "Vem para o Pai". Não sinto prazer pela comida corruptível nem me atraem os deleites desta vida. Quero o pão de Deus, que é a carne de Jesus Cristo, da linhagem de David, o seu sangue quero por bebida, que é amor incorruptível».
Partindo de Esmirna, toca em Alexandria de Troas, donde escreve aos filadélfios, aos esmirniotas e a POLICARPO, bispo destes últimos. Seguem viagem, parando também em Filipos; atravessam a Macedónia. Tornam a embarcar em Dirráquio, rodeiam o Sul da Itália, desembarcando em Óstia.
Em Roma estavam no fim umas festas nunca vistas, para comemora o triunfo de Trajano, conseguido dos Dácios no ano de 106. Duraram cento e vinte e três dias, e nelas morreram dez mil gladiadores e doze mil feras. A 18 de Dezembro do ano seguinte, 107, foram lançados às feras ZÓZIMO e RUFO, os dois companheiros de Santo INÁCIO e dois dias mais tarde, o santo bispo de Antioquia.
As suas poucas relíquias corporais foram enviadas para Antioquia, Mas as verdadeiras relíquias imortais foram as suas cartas; sobre elas escreveu o Padre J. HUBY:
«INÁCIO entregue às feras no tempo de Trajano, é o exemplar do pontífice entusiasta e o modelo de mártir. É a realização viva das palavras apostólicas:
Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim... Desejo ser desfeito e estar em Cristo.
As suas insistências não comoveram menos a Igreja que as de São PAULO e em certas frases, mil vezes citadas, parece estar concentrado todo o espírito dos mártires».
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
São BALDUÍNO, arcediago de Laon, na França, foi assassinado pela gente de Ebroino, governador do palácio da Nêustria, que o tinha como partidário da Austrásia. Sua irmã ANSTRUDA, que também hoje é celebrada, sepultou-o solenemente na abadia de Nossa Senhora de Laon, de que era abadessa: e BALDUÍNO ficou passando por mártir.
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
GILBERTO, cognominado o Grande, era de origem inglesa. Veio a ser abade do mosteiro cisterciense de Ourscamp, na França; foi eleito abade de Cister depois do concílio de Tours (1162) e colocado assim à frente duma Ordem que se tornava grande potência europeia. Tomava o governo em tempos difíceis: o poder civil elevava-se contra os direitos da Igreja e causava cismas. Estas circunstâncias levaram GILBERTO a tomar partido pelo seu compatriota TOMÁS BECKET, arcebispo da Cantuária, em 1162, contra Henrique VII o Plantageneta. BECKET refugiou-se entre os cistercienses de Pontigny - a algumas léguas de Sens. seguia os ofícios deles, vestido de cógula branca. Mas Henrique ameaçou expulsar os Cistercienses da Inglaterra, se Pontigny continuasse a esconder o traidor. Becket passou assim para entre os Beneditinos de Sens.
«Os prelados são servidores de Deus, o rei deve-os acarinhar», escrevia um clérigo francês numa Vida de São TOMÁS, morto em 1170 e canonizado pouco depois. Mas, na Alemanha como na Inglaterra, o papado defrontava-se com «reis» rebeldes, como Frederico I Barba-Roxa. A Ordem cisterciense não regateou o seu concurso ao papa Alexandre III, que lhe ficou por isso reconhecidíssmo.
Morreu GILBERTO a 17 de Outubro de 1168 em Tolosa - (Toulouse). Foi enterrado em Cister. Diz-se que lhe retiveram a cabeça em Tolosa.
OSEIAS, Santo
Comemoração de Santo OSEIAS profeta que, não só com palavras mas com a própria vida, anunciou ao infiel povo de Israel o Senhor como Esposo sempre fiel e de infinita misericórdia.
AMANDO e JUNIANO, Santos
No território de Limoges, Aquitânia. hoje França, os santos AMANDO e seu discípulo São JUNIANO eremitas. (séc. VI)
MARTINIANO, SATURIANO mais 2 IRMÃOS e MÁXIMA, Santos
GALO DE ARBON, Santo
MUMOLINO DE NOYON, Santo
Em Noyon, na Nêustria, hoje França, São MUMOLINO bispo que sendo monge ajudou Santo AUDOMARO na missão evangelizadora e depois sucedeu a Santo ELÍGIO na sede episcopal. (680)
LULO DE MAGONZA, Santo
No mosteiro de Heresfeld, na Francónia da Germânia, hoje Alemanha, São LULO bispo de Mogúncia que, sendo companheiro e colaborador de São BONIFÁCIO na obra de evangelização, foi por ele ordenado bispo para que fosse um mestre para os presbiteros, um doutor da Regra para os monges um pregador fiel e pastor pata o povo cristão.(1786)
No território de Retz, perto de Nantes, França, São VITAL eremita. (séc. VIII)
GAUDERICO DE MIREPOIS, Santo
No território de Mirepois, junto aos Pirenéus, na Gália,. hoje França, São GAUDERICO agricultor insigne pela sua devoção à Mãe de Deus. (900)
BONITA DE BRIOUDE, Santa
Em Brioude, Ardenas, Aquitânia, França, Santa BONITA virgem. (SÉC. ix)
ANASTÁSIO DE CLUNY, Santo
Em Pamiers,. junto aos Pirenéus , França, Santo ANASTÁSIO monge que, natural de Veneza, abraçou a vida eremítica na ilha de Tombelaine, perto de Mont-Saint-Michel , depois a vida monástica em Cluny, finalmente a vida na solidão durante os últimos anos da sua vida. (1085)
BELTRÃO DE COMINGES, Santo
Em Cominges, junto aos Pirenéus, França, São BELTRÃO bispo que, por indicação do papa São GREGÓRIO VII trabalhou arduamente para a reforma da Igreja, reconstruiu a sua cidade abandonada e em ruínas e edificou junto à catedral um claustro e um cabido de Cónegos Regrantes segundo a Regra de Santo Agostinho. (1123)
GERARDO DE CLARAVAL, Beato
No mosteiro de Igny, região de Reims, França, o passamento do Beato GERARDO DE CLARAVAL abade que foi assassinado por um iníquo monge durante uma visita a este cenóbio. (1177)
JESUS VILLAVERDE ANDRÉS, Beato
Em Madrid, Espanha, o beato JESUS VILLAVERDE ANDRÉS, presbitero da< Ordem dos Pregadores e mártir. (1936)
ANICETO KOPLINSKI, Beato e
JOSÉ JANKOWSKI, Beato
Perto de Cracóvia, Polónia, no campo de concentração de Auschwitz, os beatos ANICETO KOPLINSKI da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e JOSÉ JANKOWSKI da Sociedade do Apostolado Católico,. presbiteros e mártires que, durante a ocupação militar da sua pátria por sequazes de uma nefanda doutrina hostil aos homens e a fé cristã, deram testemunho da sua fé em Cristo até à morte, um na câmara de gás, o outro assassinado pelos guardas do campo. (1941)
AGOSTINHO THEVARPARAMPIL "KUNJACHAN", Beato
Em Ramapuram, localidade de Palai, na Índia, o Beato AGOSTINHO THEVARPARAMPIL "KUNJACHAN", presbitero. (1973)
BONONATO MARIMBONI, Beato
Cavaliere laico, il Beato Bononato Marimondi visse a lungo nel convento mercedario di Sant'Eulalia in Lérida (Spagna).Con energica fede combatté valorosamente contro i mori e le sue virtù furono molto apprezzate dai cavalieri suoi confratelli che alla sua morte lo venerarono come Beato.
L'Ordine lo festeggia il 16 ottobre..
Martirologio Romano: Nel territorio di Toul in Francia, sant’Elifio, che si tramanda abbia ricevuto la corona del martirio.
FERDINAND PEREZ e LUIGI BLANC, Santos
I due spagnoli San Ferdinando Perez di Castiglia e San Luigi Blanc d'Aragona, entrarono nell'Ordine della Mercede come cavalieri laici e nell'anno 1250 furono nominati redentori. In quello stesso anno vennero inviati a redimere a Tunisi in Africa e mentre stavano navigando verso la meta furono catturati dai pirati turchi. Spogliati dei beni per la redenzione fu imposto loro di abiurare la fede in Cristo ma rimasero costanti nel loro credo; furono torturati ed infine gettati in mare con grosse pietre legate al collo. Raggiunsero così la corona dei martiri.
L'Ordine li festeggia il 16 ottobre.
FORTUNATO DE CASEI, Santo
San Fortunato è un legionario romano, africano, originario dell’Alto Egitto al confine con la Nubia, che poco più che ventenne, nel 286, coronò la sua fede col martirio in quello che oggi è il Vallese svizzero.
Nelle valli alpine settembre regala ancora giornate luminose, che profumano d’estate l’azzurro intenso del cielo terso, e insieme annunciano gli imminenti rigori dell’inverno, che incombe nell’aria via via più frizzante. Così doveva essere anche nella tarda estate dell’anno 286 nella valle di Agaunum, dove aveva posto il campo la legione Tebea, nelle aspre gole di monti selvaggi, confine della civiltà romana e via che univa la pianura padana alla valle del Reno: in quella che per noi oggi è la Svizzera meridionale, più precisamente il Vallese e la conca di Saint Moritz. Avvolti nella rossa clamide per difendersi dai venti autunnali e appoggiate al pilum, le sentinelle scrutavano le creste dei monti da cui avrebbero potuto scendere improvvisi e feroci i Bagaudi. Dalla primavera dell’anno precedente infatti i Bagaudi, agricoltori e pastori immiseriti dalla voracità dei governatori, riuniti in grosse bande percorrevano le campagne incendiando, saccheggiando, distruggendo; erano guidati da Amando ed Eliano, che sognavano di costituire sotto di sé un impero celtico, avevano sconvolto le Gallie ed ora minacciavano l’Italia. L’imperatore Diocleziano per combatterli aveva scelto fra i suoi generali uno dei più valorosi, Marco Aurelio Massimiano, illirico come lui, e lo aveva nominato “Cesare”, associandolo a sé nel governo dell’impero. Dall’Egitto era stata trasferita in fretta anche la legione Tebea, costituita da uomini valorosi, abituati a combattere per la gloria di Roma; erano i fedeli custodi dei confini meridionali dell’impero ed ora si trovavano nelle fredde terre del nord a fronteggiare barbari sanguinari. Venivano dalla valle del Nilo, erano stati arruolati nei villaggi attorno a Tebe d’Egitto, nei deserti della Nubia e giù fino alle cateratte del grande fiume e agli altipiani d’Etiopia. Erano figli dell’Africa e ne portavano i segni caratteristici nel colore della pelle e nei tratti del volto, erano figli della grande civiltà egizia che si esprimeva in loro in nobiltà e fierezza, erano soprattutto figli della Chiesa, Cristiani di una delle terre di più antica evangelizzazione, dove il Vangelo già era risuonato in età apostolica. Maurizio era il comandante in capo, Candido, Vittore ed Essuperio erano gli alti ufficiali, Alessandro custodiva, come signifero, le insegne da battaglia della legione; tra i militi vi era anche Fortunato. Il vento soffiava dalle cime delle Alpi, gelido e sinistro quasi fosse un presagio di morte, mentre i legionari ripensavano alle assolate distese del deserto nubiano, alle acque solenni del Nilo che scendevano a fecondare il loro paese, ai tanti volti cari lasciati al di là del mare. L’araldo giunse al campo con l’ordine di marcia, si dovevano levare le tende e partire, perché Massimiano aveva deciso di sferrare l’ultimo definitivo attacco volto a spezzare la resistenza dei ribelli, prima che le nevi dell’inverno coprissero i valichi e rendessero impraticabili i passi. Per propiziarsi l’esito della battaglia il comandante supremo ordinava a tutte le sue legioni di offrire sacrifici agli dei di Roma, ciascuna nel proprio campo, quella sera stessa prima della partenza. Un silenzio gravido di attesa scese su quei soldati, si guardarono uno ad uno, compagni di cento battaglie, qualcuno toccò sotto il giustacuore le cicatrici delle ferite ricevute nella difesa dell’impero; alla fine il silenzio fu rotto dalla voce del comandante: “Nessuno può dubitare in terra della nostra fedeltà a Roma e al suo imperatore: le zagaglie etiopiche e le lance numide, le spade nabatee e le asce barbariche non ci hanno mai fermato. Nessuno deve però dubitare in Cielo della nostra fedeltà a Cristo Signore: siamo Cristiani e non sacrificheremo mai agli idoli, agli dei falsi e bugiardi, che altro non sono che demoni oscuri!”. A quelle parole seguì un frastuono di spade che battevano sugli scudi; col consueto grido di guerra i legionari Tebei si preparavano all’ultima battaglia, quella del martirio; poi deposero le armi e attesero il carnefice. Caddero per primi gli ufficiali, poi venne l’ordine della prima decimazione, a cui seguì una seconda ed infine lo sterminio a colpi di clava dell’intera legione. Fortunato pregava con gli occhi levati in alto, guardava l’azzurro luminoso che in quel giorno era così simile al suo cielo africano: fra poco sarebbe entrato al cospetto del suo Signore; lui, giovane legionario egiziano, avrebbe ricevuto la corona dei martiri, avrebbe stretto in pugno la palma della vittoria.
Non sappiamo come il corpo di San Fortunato venne trasferito dal luogo del martirio. Forse lo raccolse e lo custodì un commilitone. Di certo sappiamo che fu sepolto nelle catacombe romane di San Callisto fino al 1746, quando il cardinale Guadagni, vicario di Papa Benedetto XIV per la città di Roma, ne ordinò la riesumazione e l’esposizione nella Collegiata romana di Santa Maria in Via Lata. Da Santa Maria in Via Lata le reliquie di San Fortunato giunsero a Casei nel 1765, come dono della Santa Sede al Prevosto dell’Insigne Collegiata, ai canonici e alla comunità casellese, tramite il vescovo di Tortona mons. Giuseppe Ludovico de Anduxar. Non deve meravigliare questo gesto, se si considera che la Parrocchia di Casei, fino al Prevosto don Bianchi agli inizi del 1900, fu di “collazione papale”, cioè il suo parroco era nominato direttamente da Roma con bolla papale e per potervi essere designato un sacerdote doveva esibire un titolo accademico in teologia conseguito presso una facoltà romana, come attesta un documento dell’archivio parrocchiale, datato 1806. All’epoca della traslazione a Casei di San Fortunato risale la preziosa urna che custodisce le reliquie e in quell’occasione le ossa del capo frantumate (indizio del martirio avvenuto a colpi di clava, come si usava fare presso l’esercito romano in occasione delle decimazioni) vennero inserite nella sagoma in gesso del teschio, poi rivestito con l’elmo.b
Si tratta di un santo di cui molto si è parlato e scritto in tutti i sinassari orientali, nei Vangeli, epistole dei Santi Padri, vangeli apocrifi e martirologi sia orientali che occidentali. Tutta questa massa di citazioni ha determinato la combinazione di tre diversi personaggi in cui viene identificato.
Nel primo caso si tratta di un soldato che con un colpo di lancia squarciò il costato di Cristo sulla croce, il suo nome deriverebbe appunto dalla lancia; nel secondo caso è identificato con il centurione che era presente alla morte di Gesù e che commosso da ciò che vede, ne afferma la divinità, unica voce favorevole in un coro d’insulti e scherni; nel terzo caso Longino sarebbe il centurione che comandava il picchetto di soldati messo a guardia del sepolcro del crocifisso che comunque secondo alcuni testi, sarebbero gli stessi che avevano presenziato alla crocifissione.
La tradizione orientale celebra Longino come il centurione che riconobbe la divinità di Gesù e ne custodì il sepolcro; quella occidentale lo celebra sia come il soldato del colpo di lancia, sia come il centurione che afferma la divinità sotto la croce.
Ambedue le tradizioni dicono che Longino abbandona la milizia, viene istruito nella fede dagli apostoli e se ne va a Cesarea di Cappadocia dove conduce una vita di santità, prodigandosi per la conversione dei gentili, ed infine subisce il martirio morendo decapitato.
Tuttavia la passio del martire diventa ancora diversa fra le due tradizioni: in quella latina egli è un soldato isaurico che viene arrestato e processato dal preside di Cesarea di Cappadocia, Ottavio che a sua volta si converte come pure il suo segretario Afrodisio che subisce anch’egli il martirio; in quella greca egli è nativo di Cesarea dove infatti si ritira in un possedimento paterno, poi sobillato dai giudei, Ponzio Pilato lo accusa all’imperatore come disertore e lo fa uccidere da due sicari, la testa del martire viene portata a Gerusalemme e mostrata a Pilato e poi gettata nell’immondizia, in seguito viene recuperata da una vedova miracolosamente guarita dalla cecità.
Un antichissimo testo letterario, il primo che parla di Longino, cioè l’Ep. XVII, 15 di s. Gregorio Nisseno (m. 394 ca.) riporta fra l’altro che già nel secolo IV, Longino era considerato l’evangelizzatore della Cappadocia come gli Apostoli singolarmente lo erano di altre regioni.
È incredibile il numero dei giorni del calendario in cui viene ricordato, i vari martirologi, sinassari, calendari orientali, codici ecc. lo ricordano in giorni diversi nei mesi di marzo, ottobre, novembre ed altri.
Il Martirologio Romano seguendo quello Geronimiano lo celebra il 15 marzo mentre gli orientali, anche in questo divisi, in massima parte lo celebrano il 16 ottobre.
Gli artisti in ogni tempo sono stati attratti dalla singolarità del personaggio e abbinandolo alla scena della crocifissione con lancia o senza lancia, l’hanno immortalato nelle loro opere; è importante ricordare che nella grande basilica di S. Pietro, alla base di uno dei quattro enormi piloni che sorreggono l’immensa cupola e che circondano lo spazio dell’altare con il baldacchino del Bernini, vi è la grande statua di s. Longino, dello stesso Bernini, centurione che per primo riconobbe la divinità di Cristo.
Nella diocesi di Mantova la sua memoria si celebra il 15 marzo.
Nata nel 1291 presso Schenkenzell nel Kinzigtal (Selva nera) da una famiglia di contadini, a due anni, colpita da una deformazione fisica, s'associò alle beghine di Oberwolfach. Dopo vent'anni di vita povera e mortificata, su ispirazione divina, Lutgarda eresse un convento per trentaquattro religiose secondo la regola di s. Francesco, per la cui fondazione ella stessa raccolse i fondi necessari questuando; ben presto la comunità ospitò settanta membri. Dopo l'incendio del monastero (1327) Lutgarda si mise all'opera per ricostruirlo chiedendo aiuti anche in Alsazia, in Svizzera e da Agnese d'Ungheria a Kónigsfelden. Ottenne ad Avignone (1332) la conferma della sua Comunità regolare del Terz'Ordine, trasformata poi (1376) in monastero di Clarisse e secolarizzata nel 1803.
Lutgarda si distinse nella meditazione della vita e della passione del Signore e nella preghiera per la Chiesa in seguito ai contrasti dei papi d'Avignone con Ludovico il Bavaro e per la Chiesa si offerse quale vittima d'espiazione. Devotissima al S. Cuore e zelante per il sollievo delle anime purganti, Lutgarda raccomandò queste pratiche religiose alle sue suore. "Assidua nel pregare per la conversione dei peccatori, un giorno vide l'immagine del Crocifisso grondante sangue da tutte le ferite, e poi molta gente rifugiarsi nel Cuore di lui".
Nell'estrema povertà del convento, Lutgarda con le sue suore godette di gioia soprannaturale. Morta nel 1348 fu sepolta nella chiesa, già conventuale, ora parrocchiale, di Wittichen. Ancora oggi numerosi pellegrini visitano la sua tomba specialmente il 16 ottobre, giorno della festa. Il culto non è confermato. .
INÁCIO DE ANTIOQUIA, Santo
Memória de Santo INÁCIO bispo e mártir, que foi discípulo do apóstolo São JOÃO e segundo sucessor de São PEDRO no governo da Igreja de Antioquia. Condenado às feras no tempo do imperador Trajano, foi conduzido a Roma, onde consumou o seu glorioso martírio. Durante a viagem, experimentando a ferocidade dos guardas, semelhante à dos leopardos, escreveu sete cartas a várias Igrejas, nas quais exorta os irmãos a servir a Deus em união com os bispos e a não impedirem que ele fosse imolado como vítima por Cristo. (107)
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
Se se pudesse falar de campeões do martírio, como símbolo do testemunho máximo do cristão, eu proporia, para ocupar esse lugar, Santo INÁCIO DE ANTIOQUIA. A sua amável figura, amassada com doçura, mística e valentia, desconhecendo o medo à dor e à morte, resplandece, desde os tempos apostólicos, como farol e convite para todos os que têm de sofrer para se mostrarem fiéis a Jesus Cristo. O seu retrato está envolto em luz celestial , não pelo extraordinário dos milagres ou de qualquer forma de prodígios, mas pela sobrenatural, simplicidade do seu proceder, movendo-se unicamente no mundo da fé, a partir do qual adquire lógica indomável aquilo que, aos nossos olhos humanos, parece encerrar aterradoras perspectivas de dor.
Além disso, Santo INÁCIO é, sem pretendê-lo, o cantor do seu próprio martírio. As suas cartas apaixonadas, de estilo único, continuam a ser vivas, agitando o leitor, que descobre nelas o rugido das feras, o bater das garras que tiram sangue, o ranger dos ossos triturados e todo o horror do circo romano, em que pereciam as primícias do Cristianismo convertidas em semente de sangue, cuja esplêndida colheira recolheu a história. Mas estes horrores perdem em Santo INÁCIO os seus tons repulsivos, para se transformarem em canto de glória. Não é a morte cruel, mas o martírio por Jesus Cristo; não é o sofrimento, mas a oferta duma hóstia pacifica aquilo que ali se retrata. A crueldade fica sepultada na caridade, a morte é entrada triunfal na vida eterna e a ignominia da condenação fica convertida em apoteose de imortalidade. As cartas do santo bispo de Antioquia que hoje nos comovem, certamente constituiriam, para os cristãos dos séculos de perseguição, para aqueles que sabiam estar destinados para morte violenta, uma incitação ao combate, uma fonte pura de fortaleza e de esperança, porque nelas estava presente a eternidade, iluminando a passagem tenebrosa desta vida para a outra.
INÁCIO é cognominado de THEOPHÓROS, portador de Deus. O MARTYRIUM, que relata a sua vida, atribuiu ao santo bispo - ao apresentar-se voluntariamente em Antioquia a Trajano, orgulhoso este pelo seu triunfo militar contra os Dácios - o seguinte diálogo que, se historicamente não parece genuíno, reflecte a verdade da sua vida.
Trajano pergunta-lhe:
«Quem és tu, demónio mísero, que tanto empenho pões em transgredir as minhas ordens e persuades outros a transgredi-las, para que miseramente pereçam?»
Responde INÁCIO:
«Ninguém pode chamar demónio mísero ao portador de Deus, sendo que os demónios fogem, dos servos de Deus. Mais, se por ser eu objecto de aborrecimentos para os demónios, me chamas mau contra eles, estou conforme contigo, pois, tendo Cristo, rei celestial, comigo, desfaço todas as ciladas dos demónios».
Disse Trajano:
«Quem é THEOPHÓROS ou portador de Deus»?
Respondeu INÁCIO:
«O que tem a Cristo no seu peito...»
Nada sabemos com certeza dos primeiros anos de INÁCIO. A lenda, todavia, aureolando a sua figura, viu nele aquele menino de que São MATEUS conta:
«Naquele momento, os discípulos aproximaram-se de Jesus, e perguntaram-Lhe:
"Quem é o maior no reino dos Céus?"
Ele chamou um menino, colocou-o no meio deles e disse:
"Em verdade vos digo: Se não voltardes a ser como as criancinhas, não podereis entrar no reino dos Céus. Quem, pois, se fizer humilde como este menino será o maior no reino dos céus. Quem receber um menino como este em meu nome, é a Mim que recebe . Mas se alguém escandalizar um destes pequeninos que crêem em Mim seria preferivel que lhe suspendessem em volta do pescoço uma mó de moinho, das movidas pelos jumentos, e o lançassem nas profundezas do mar" (Mt 18, 1-6).
A fé em Santo INÁCIO é completa, com formulações dum credo que preludia já o símbolo de Niceia:
«Assim, pois, fechai os vossos ouvidos, escreve aos Tralenses, onde quer que se vos fale fora de Jesus Cristo, que é da linhagem de David e filho de Maria: que nasceu verdadeiramente e comeu e bebeu; foi verdadeiramente perseguido sob Pôncio Pilatos e verdadeiramente crucificado e morto, à vista dos moradores do céu e da terra e do inferno. O qual em verdade também ressuscitou dentre os mortos por virtude do seu Pai, que, à semelhança sua, nos ressuscitará também a nós, crentes n'Ele. Sim, o seu Pai nos ressuscitará em Jesus Cristo, fora de quem não teremos a vida verdadeira» (Tral. IX)
As cartas de INÁCIO podem considerar-se como a «segunda formulação doutrinal cristã»; nelas reflecte-se o que pensavam os cristãos da segunda geração, a imediatamente posterior aos apóstolos. está nelas toda a doutrina evangélica e paulina, elaborada, profundamente compartilhada e aceite, matizada diante dos ataques dos primeiros desvios heréticos, desejosos de romper a unidade, tanto jerárquica como doutrinal. A semelhança de doutrina não é tanto repetição de textos quanto principio idêntico, do qual brotam as fórmulas sem citações, mas com a coincidência exacta de quem vive na alma a mesma fé e as mesmas verdades, todas emanadas da mesma fonte, Jesus Cristo.
Por isso, o pensamento de Santo INÁCIO está centrado na união com Cristo dentro da Igreja:
«Como o amor não consente calar-se a respeito de vós, daí veio determinar-me a exortar-vos a correr à uma para o pensamento de Deus. Com efeito, ao modo de Jesus Cristo, vida nossa inseparável, é o pensamento do Pai; assim os bispos, estabelecidos pelos confins da terra, estão no pensamento de Jesus Cristo» (Eph III, 3)
É o inventor da palavra católica aplicada à Igreja.
«Nas cartas de INÁCIO - escreve L. de Grandmaison - enlaça-se pela primeira vez o epíteto glorioso de Católica ao nome da Igreja:
"Onde aparece o Bispo, aí está a multidão, de maneira que, onde estiver Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica" (Smyrn. VIII, 2)
Desta maneira, o Bispo encarna a sua Igreja particular, exactamente como a grande Igreja é a Encarnação continuada do Filho de Deus. Não julgaríamos estar a ler um dos campeões da unidade eclesiástica do nosso tempo, um Adan Moehle, um Jaime Balmes, um Eduardo Pie?»
Mostra-nos deste modo Santo INÁCIO que no seu tempo, fins do século I, a estrutura e o pensamento sobre a Igreja estão completos e amadurecidos. Bispos, presbiteros e diáconos constituem a hierarquia tripartida, sobre a qual se apoia a realidade do Cristianismo. É necessário permanecermos unidos a esta hierarquia para viver dentro do espírito de Cristo.
«Por conseguinte, da maneira que o Senhor nada fez sem contar com o seu Pai, feito como estava uma coisa com Ele - nada, digo, nem por Si mesmo nem pelo seus apóstolos -; assim vós nada façais também sem contar com o vosso bispo e com os anciãos; nem trateis de colorir, como louvável, nada que façais por vós somente, mas sim reunidos em comum; haja uma só oração, uma só esperança na caridade, na alegria sem mancha, que é Jesus Cristo; melhor que Ele nada existe» (Mag. VII, i).
Sem esta hierarquia não existe a Igreja:
«Por vossa parte, escreve aos Tralenses, todos haveis também de respeitar os diáconos como a Jesus Cristo. O mesmo digo do Bispo, que é a figura do Pai, e dos anciãos (presbiteros) que representam o senado de Deus e a aliança ou colégio dos Apóstolos. Tirados estes, não há nome de Igreja» (Tral. III, I)
Santo INÁCIO foi detido e condenado a ser devorado pelas feras em Roma. Ouvida a sentença, o Santo responde:
«Dou-te graças, Senhor, porque Te dignaste honrar-me com perfeita caridade para conTigo, prendendo-me juntamente com o apóstolo PAULO, em cadeias de ferro...» (Mart. II. 8)
Não há nesta atitude nada que se pareça com o orgulho do revolucionário ou com a rigidez do rebelde. Não existe a menor partícula de protesto contra os poderes temporais, nem sequer contra as leis. A disposição do mártir cristão é coisa inédita e única na história. A serenidade e o valor são mantidos por uma visão sobrenatural interna, na consciência de cumprir uma missão: a de ser testemunha - isso significa mártir - de Jesus Cristo, fazendo-se semelhante a Ele no seu sacrifício. Assim o afirma o nosso bispo, escrevendo aos fiéis de Éfeso:
«Logo que ficastes informados que vinha eu, da Síria - carregado de cadeias, pelo nome comum e nossa comum esperança, confiando que, pelas vossas orações, conseguirei lutar em Roma contra as feras para poder ser discípulo - apressaste-vos a sair para me ver». (Eph. 1. 1).
Desde o momento da sua detenção, podemos seguir passo a passo os de Santo INÁCIO, devido à preciosa colecção das suas sete cartas autênticas, escritas durante a peregrinação que fez como preso. Com ZÓZIMO e RUFO, outros dois cristãos condenados como ele, e guardados por um pelotão de soldados, embarcam em Selêucia, porto de Antioquia para arribarem às costas da Cilícia ou Panfília, continuando desde aí outra parte da viagem por terra. Estes ásperos caminhos da Ásia Menor - poucos anos antes percorridos por São PAULO, fazendo sementeira de cristandades - seriam para Santo INÁCIO novas provas da sua ansiada semelhança com o grande Apóstolo. As fervorosas comunidades daquelas terras transformam a viagem em ronda triunfal de admiração e de caridade.
Ao chegar a Esmirna, toda a comunidade cristã, presidida pelo seu Bispo São POLICARPO discipulo pessoal de São JOÃO EVANGELISTA sai a recebê-lo e presta-lhe homenagem como se fosse Jesus Cristo em pessoa. devido a esta recepção, escrever-lhes-á mais tarde:
«Eu glorifico a Jesus Cristo, Deus, que é quem até esse ponto vos fez sábios; pois muito bem me dei conta de quão preparados estais com fé indestrutível, bem assim como se estivésseis pregados, em carne e em espírito, sobre a cruz de Jesus Cristo, estivésseis assegurados na caridade pelo sangue do mesmo Cristo. É que vos vi cheios de certeza no que diz respeito a Nosso Senhor» (Esm. 1)
Outras comunidades vêm saudá-lo e ajudá-lo com a maior caridade. Algumas delas ficam enriquecidas com as suas cartas: Éfeso, Trales e Magnésia. Escreve-as de Esmirna, como também a enviada aos fiéis de Roma. Esta carta, documento único e impressionante da literatura universal, merece menção à parte.
Teve Santo INÁCIO conhecimento de que os romanos tratavam de interpor toda a sua influência para salvar-lhe a vida: e alarma-se profundamente, porque essa caridade é o mesmo que apartá-lo do martírio, da sua anelada meta. Para evitar esta possibilidade escreve a famosa carta. O próprio RENAN viu-se obrigado a comentá-la assim:
«A mais viva fé e a sede ardente da morte não inspiraram nunca traços tão apaixonados. O entusiasmo dos mártires, que foi durante 200 anos o espírito dominante de todo o Cristianismo, recebeu do autor desta peça extraordinária a sua expressão mais exaltada».
Seria necessário copiar a carta inteira, mas, não sendo possível, uns parágrafos darão a ideia de uma altura celestial.
Depois de saudar a Igreja de Roma, dando testemunho do seu lugar na hierarquia - ao dizer «que preside na capital do território dos romanos» e está «posta na cabeça da caridade», títulos preciosos para provar que a Igreja de Roma era considerada já como Cabeça da Cristandade - escreve:
«Por fim, à força de orações a Deus, consegui ver os vossos rostos divinos, e de tal maneira o alcancei que me é concedido mais do que pedia. Com efeito, encadeado por Jesus Cristo, tenho esperança de ir-vos saudar, se for vontade do Senhor fazer-me a graça de chegar até ao fim. Porque os começos, sem dúvida, bem postos estão, contanto que obtenha graça para alcançar sem impedimento a herança que me toca. E é que temo com razão a vossa caridade, não seja ela quem me prejudique. Porque para vós na verdade, coisa fácil é fazerdes o que pretendeis; para mim, pelo contrário, se vós não tendes consideração comigo, vai ser-me dificil alcançar a Deus... O facto é que nem eu terei nunca ocasião de alcançar a Deus, nem vós, só com vos calardes, podeis pôr a vossa assinatura em obra mais bela. Porque, se vós vos calardes quanto a mim, eu converter-me-ei em palavra de Deus; mas, se vos deixardes levar pelo amor à minha carne, ficará tudo outra vez em mera voz humana. Não me procureis outra coisa senão permitir que me imole a Deus, enquanto há ainda um altar preparado, a fim de, formando um coro pela caridade, cantardes ao Pai por meio de Jesus Cristo, por ter Deus feito a graça, ao Bispo da Síria, de chegar até ao Ocidente depois de o ter mandado chamar do Oriente. Como é belo que o sol da minha vida, ao sair do mundo, se transponha para Deus, a fim de n'Ele eu amanhecer»!
«Pelo que a mim me toca, escrevo a todas as Igrejas, e diante de todas encareço que estou pronto a morrer de boa vontade por Deus, contanto que vós não mo impeçais. Eu vo-lo suplico: mão mostreis para comigo uma benevolência inoportuna. Permiti-me ser pasto das feras, por meio das quais me é dado alcançar Deus. Trigo sou de Deus, e pelos dentes das feras hei-de ser moído, afim de ser apresentado como limpo pão de Cristo. Afagai, pelo contrário, as feras, para se converterem em sepulcro meu e não deixarem sinal do meu corpo; assim, depois da minha morte, não serei molesto a ninguém. Aquando o mundo já não vir sequer o meu corpo, então serei verdadeiro discipulo de Jesus Cristo. Pedi a Cristo por mim, para que por esses instrumentos consiga ser sacrifício para Deus. Não vos dou ordens como PEDRO e PAULO. Eles foram apóstolos, eu não sou senão um condenado à morte: eles foram livres, eu, até ao presente, sou escravo. Mas, se conseguir sofrer o martírio, ficarei sendo liberto de Jesus Cristo e ressuscitarei livre n'Ele. E é agora que aprendo, encadeado como estou, a não ter desejo algum».
«Desde a Síria até Roma estou já a lutar com as feras, por terra e por mar, de noite e de dia, atado como estou a dez leopardos, quer dizer, a um pelotão de soldados que, mesmo com benefícios que lhes são feitos, se tornam piores. Agora sim, com os seus maus tratos, aprendo eu a ser melhor discipulo do Senhor, embora nem por isto me tenha por justificado».
«Oxalá eu goze das feras que estão para mim destinadas e que faço votos se mostrem velozes para comigo! Eu mesmo as atiçarei para que me devorem rapidamente, e não seja eu como alguns, a quem, cheias de medo, elas não se atrevam a tocar. E se elas não quiserem aquilo que de boa vontade se lhes oferece, eu mesmo as obrigarei. Perdoai-me, eu sei o que me convém. Agora começo a ser discípulo. Nenhuma coisa, visível nem invisível, seja posta diante de mim por má vontade, impedindo-me alcançar Jesus Cristo. Fogo e cruz, e manadas de feras, quebras dos meus ossos, desconjuntamentos de membros, triturações de todo o meu corpo, tormentos atrozes do diabo, tudo venha sobre mim, unicamente sob a condição de eu alcançar Jesus Cristo».
«Porque vos escrevo agora com ânsias de morte. O meu amor está crucificado e já não há em mim fogo que busque alimentar-se de matéria; mas sim, em troca, há uma água viva que murmura dentro de mim e do íntimo me está dizendo: "Vem para o Pai". Não sinto prazer pela comida corruptível nem me atraem os deleites desta vida. Quero o pão de Deus, que é a carne de Jesus Cristo, da linhagem de David, o seu sangue quero por bebida, que é amor incorruptível».
Partindo de Esmirna, toca em Alexandria de Troas, donde escreve aos filadélfios, aos esmirniotas e a POLICARPO, bispo destes últimos. Seguem viagem, parando também em Filipos; atravessam a Macedónia. Tornam a embarcar em Dirráquio, rodeiam o Sul da Itália, desembarcando em Óstia.
Em Roma estavam no fim umas festas nunca vistas, para comemora o triunfo de Trajano, conseguido dos Dácios no ano de 106. Duraram cento e vinte e três dias, e nelas morreram dez mil gladiadores e doze mil feras. A 18 de Dezembro do ano seguinte, 107, foram lançados às feras ZÓZIMO e RUFO, os dois companheiros de Santo INÁCIO e dois dias mais tarde, o santo bispo de Antioquia.
As suas poucas relíquias corporais foram enviadas para Antioquia, Mas as verdadeiras relíquias imortais foram as suas cartas; sobre elas escreveu o Padre J. HUBY:
«INÁCIO entregue às feras no tempo de Trajano, é o exemplar do pontífice entusiasta e o modelo de mártir. É a realização viva das palavras apostólicas:
Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim... Desejo ser desfeito e estar em Cristo.
As suas insistências não comoveram menos a Igreja que as de São PAULO e em certas frases, mil vezes citadas, parece estar concentrado todo o espírito dos mártires».
SOLINA ou ZÉLIA,, Santa
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
Diz-se que deixou a região da sua naturalidade, o Poitou, na França para ir viver em Chartres, junto dum santuário da Virgem Maria. Lá, segundo se diz também, foi martirizada numa das perseguições dos primeiros séculos.
BALDUÍNO,, Santo
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
São BALDUÍNO, arcediago de Laon, na França, foi assassinado pela gente de Ebroino, governador do palácio da Nêustria, que o tinha como partidário da Austrásia. Sua irmã ANSTRUDA, que também hoje é celebrada, sepultou-o solenemente na abadia de Nossa Senhora de Laon, de que era abadessa: e BALDUÍNO ficou passando por mártir.
GILBERTO, Beato
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga
GILBERTO, cognominado o Grande, era de origem inglesa. Veio a ser abade do mosteiro cisterciense de Ourscamp, na França; foi eleito abade de Cister depois do concílio de Tours (1162) e colocado assim à frente duma Ordem que se tornava grande potência europeia. Tomava o governo em tempos difíceis: o poder civil elevava-se contra os direitos da Igreja e causava cismas. Estas circunstâncias levaram GILBERTO a tomar partido pelo seu compatriota TOMÁS BECKET, arcebispo da Cantuária, em 1162, contra Henrique VII o Plantageneta. BECKET refugiou-se entre os cistercienses de Pontigny - a algumas léguas de Sens. seguia os ofícios deles, vestido de cógula branca. Mas Henrique ameaçou expulsar os Cistercienses da Inglaterra, se Pontigny continuasse a esconder o traidor. Becket passou assim para entre os Beneditinos de Sens.
«Os prelados são servidores de Deus, o rei deve-os acarinhar», escrevia um clérigo francês numa Vida de São TOMÁS, morto em 1170 e canonizado pouco depois. Mas, na Alemanha como na Inglaterra, o papado defrontava-se com «reis» rebeldes, como Frederico I Barba-Roxa. A Ordem cisterciense não regateou o seu concurso ao papa Alexandre III, que lhe ficou por isso reconhecidíssmo.
Morreu GILBERTO a 17 de Outubro de 1168 em Tolosa - (Toulouse). Foi enterrado em Cister. Diz-se que lhe retiveram a cabeça em Tolosa.
OSEIAS, Santo
Comemoração de Santo OSEIAS profeta que, não só com palavras mas com a própria vida, anunciou ao infiel povo de Israel o Senhor como Esposo sempre fiel e de infinita misericórdia.
AMANDO e JUNIANO, Santos
No território de Limoges, Aquitânia. hoje França, os santos AMANDO e seu discípulo São JUNIANO eremitas. (séc. VI)
MARTINIANO, SATURIANO mais 2 IRMÃOS e MÁXIMA, Santos
Comemoração dos santos MARTINIANO e SATURIANO mártires na África Setentrional, com DOIS IRMÃOS SEUS que durante a perseguição dos Vândalos no tempo do rei ariano Genserico, eram escravos de um vândalo e tinham sido convertidos à fé de Cristo por Santa MÁXIMA virgem, sua companheira de escravidão. Pela sua constância na fé católica, foram fustigados e feridos até aos ossos com varas nodosas e depois enviados para o desterro dos mouros exilados, onde foram condenados à morte por terem convertido alguns deles à fé de Cristo. Quanto a Santa MÁXIMA liberta depois de superar muitas tribulações, morreu em paz num mosteiro, como mãe de muitas virgens. (séc. V)
GALO DE ARBON, Santo
Perto de Arbon, na Germânia, hoje na Suiça, São GALO presbitero e monge que, foi recebido ainda adolescente por São COLUMBANO no mosteiro de Bangor, na Irlanda, propagou diligentemente o Evangelho nesta região e ensinou aos seus irmãos a disciplina monástica. Descansou no Senhor quase centenário. (645)
MUMOLINO DE NOYON, Santo
Em Noyon, na Nêustria, hoje França, São MUMOLINO bispo que sendo monge ajudou Santo AUDOMARO na missão evangelizadora e depois sucedeu a Santo ELÍGIO na sede episcopal. (680)
LULO DE MAGONZA, Santo
No mosteiro de Heresfeld, na Francónia da Germânia, hoje Alemanha, São LULO bispo de Mogúncia que, sendo companheiro e colaborador de São BONIFÁCIO na obra de evangelização, foi por ele ordenado bispo para que fosse um mestre para os presbiteros, um doutor da Regra para os monges um pregador fiel e pastor pata o povo cristão.(1786)
VITAL DE RETZ, Santo
No território de Retz, perto de Nantes, França, São VITAL eremita. (séc. VIII)
GAUDERICO DE MIREPOIS, Santo
No território de Mirepois, junto aos Pirenéus, na Gália,. hoje França, São GAUDERICO agricultor insigne pela sua devoção à Mãe de Deus. (900)
BONITA DE BRIOUDE, Santa
Em Brioude, Ardenas, Aquitânia, França, Santa BONITA virgem. (SÉC. ix)
ANASTÁSIO DE CLUNY, Santo
Em Pamiers,. junto aos Pirenéus , França, Santo ANASTÁSIO monge que, natural de Veneza, abraçou a vida eremítica na ilha de Tombelaine, perto de Mont-Saint-Michel , depois a vida monástica em Cluny, finalmente a vida na solidão durante os últimos anos da sua vida. (1085)
BELTRÃO DE COMINGES, Santo
Em Cominges, junto aos Pirenéus, França, São BELTRÃO bispo que, por indicação do papa São GREGÓRIO VII trabalhou arduamente para a reforma da Igreja, reconstruiu a sua cidade abandonada e em ruínas e edificou junto à catedral um claustro e um cabido de Cónegos Regrantes segundo a Regra de Santo Agostinho. (1123)
GERARDO DE CLARAVAL, Beato
No mosteiro de Igny, região de Reims, França, o passamento do Beato GERARDO DE CLARAVAL abade que foi assassinado por um iníquo monge durante uma visita a este cenóbio. (1177)
JESUS VILLAVERDE ANDRÉS, Beato
Em Madrid, Espanha, o beato JESUS VILLAVERDE ANDRÉS, presbitero da< Ordem dos Pregadores e mártir. (1936)
ANICETO KOPLINSKI, Beato e
JOSÉ JANKOWSKI, Beato
Perto de Cracóvia, Polónia, no campo de concentração de Auschwitz, os beatos ANICETO KOPLINSKI da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e JOSÉ JANKOWSKI da Sociedade do Apostolado Católico,. presbiteros e mártires que, durante a ocupação militar da sua pátria por sequazes de uma nefanda doutrina hostil aos homens e a fé cristã, deram testemunho da sua fé em Cristo até à morte, um na câmara de gás, o outro assassinado pelos guardas do campo. (1941)
AGOSTINHO THEVARPARAMPIL "KUNJACHAN", Beato
Em Ramapuram, localidade de Palai, na Índia, o Beato AGOSTINHO THEVARPARAMPIL "KUNJACHAN", presbitero. (1973)
... E AINDA ...
BONONATO MARIMBONI, Beato
Cavaliere laico, il Beato Bononato Marimondi visse a lungo nel convento mercedario di Sant'Eulalia in Lérida (Spagna).Con energica fede combatté valorosamente contro i mori e le sue virtù furono molto apprezzate dai cavalieri suoi confratelli che alla sua morte lo venerarono come Beato.
L'Ordine lo festeggia il 16 ottobre..
EDVIGES, Santa
I genitori Bertoldo e Agnese, di alta nobiltà bavarese, la preparano a un matrimonio importante, facendola studiare alla scuola delle monache benedettine di Kitzingen, presso Würzburg. E a 16 anni, infatti, Edvige sposa a Breslavia (attuale Wroclaw, in Polonia) il giovane Enrico il Barbuto, erede del ducato della Bassa Slesia. Quattro anni dopo, Enrico succede al padre Boleslao e così lei diventa duchessa. Questo territorio slesiano fa parte ancora del regno di Polonia, ma si sta germanizzando.I suoi duchi, già dal tempo di Federico Barbarossa (morto nel 1190) gravitano nell’orbita dell’Impero germanico; la feudalità locale è invece di stirpe polacca, come la maggioranza degli abitanti, ai quali però si sta mescolando una forte immigrazione di tedeschi. Edvige mette al mondo via via sei figli: Boleslao, Corrado, Enrico detto il Pio, Agnese, Sofia e Gertrude. E si rivela buona collaboratrice del marito nel difficile governo del ducato: guadagna la simpatia dei sudditi polacchi imparando la loro lingua, promuove l'assistenza ai poveri, come fanno e faranno molte altre sovrane; ma con una differenza: lei vive la povertà in prima persona, giorno per giorno, con le regole severe che si impone, eliminando dalla sua vita tutto quello che può distinguerla da una donna di condizione modesta. A cominciare dall’abbigliamento. I biografi parlano degli abiti usati che indossa, delle calzature logore, delle cinture simili a quelle dei carrettieri. È poco fortunata con i figli, che non avranno rapporti affettuosi con lei, e che moriranno quasi tutti ancora giovani, tranne Gertrude. Suo marito, Enrico il Barbuto, muore nel 1238, e gli succede il figlio Enrico il Pio, che già nel 1241 viene ucciso in combattimento contro un’incursione mongola presso Liegnitz (attuale Legnica). Disgrazie in serie, dunque. Ma i biografi dicono che lei le affronta ogni volta senza lacrime. Forse perché è tedesca.E fors’anche perché è molto legata all’ambiente monastico del tempo, con tutto il suo rigore. (Alle molte preghiere e pie letture, Edvige accompagna anche penitenze fisiche durissime). Eppure, quando si ritrova sola, non pensa di “fuggire dal mondo” subito, entrando in monastero. No, prima bisogna pensare ai poveri, come dirà alla figlia Gertrude, non per motivi di buona politica, ma perché i poveri sono “i nostri padroni”. E questo linguaggio richiama «la spiritualità degli Ordini mendicanti e in particolare quella dei Francescani, tra i quali Edvige, negli ultimi anni della sua esistenza, scelse il proprio confessore» (A. Vauchez, La santità nel Medioevo, ed. Il Mulino). Entra infine nel monastero cistercense di Trebnitz (l’attuale Trzebnica) fondato da lei nel 1202. E qui vive da monaca. Anzi, da monaca superpenitente. Muore anche da monaca, chiedendo di essere sepolta nella tomba comune del monastero. Tedeschi e polacchi di Slesia sono concordi nel chiamarla santa: nel 1262, sotto papa Urbano IV, incomincia la causa per la sua canonizzazione, e nel 1267 papa Clemente IV la iscrive tra i santi. Il corpo sarà in seguito trasferito nella chiesa del monastero. |
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ELÍFIO, Santo
Martirologio Romano: Nel territorio di Toul in Francia, sant’Elifio, che si tramanda abbia ricevuto la corona del martirio.
FERDINAND PEREZ e LUIGI BLANC, Santos
I due spagnoli San Ferdinando Perez di Castiglia e San Luigi Blanc d'Aragona, entrarono nell'Ordine della Mercede come cavalieri laici e nell'anno 1250 furono nominati redentori. In quello stesso anno vennero inviati a redimere a Tunisi in Africa e mentre stavano navigando verso la meta furono catturati dai pirati turchi. Spogliati dei beni per la redenzione fu imposto loro di abiurare la fede in Cristo ma rimasero costanti nel loro credo; furono torturati ed infine gettati in mare con grosse pietre legate al collo. Raggiunsero così la corona dei martiri.
L'Ordine li festeggia il 16 ottobre.
FORTUNATO DE CASEI, Santo
San Fortunato è un legionario romano, africano, originario dell’Alto Egitto al confine con la Nubia, che poco più che ventenne, nel 286, coronò la sua fede col martirio in quello che oggi è il Vallese svizzero.
Nelle valli alpine settembre regala ancora giornate luminose, che profumano d’estate l’azzurro intenso del cielo terso, e insieme annunciano gli imminenti rigori dell’inverno, che incombe nell’aria via via più frizzante. Così doveva essere anche nella tarda estate dell’anno 286 nella valle di Agaunum, dove aveva posto il campo la legione Tebea, nelle aspre gole di monti selvaggi, confine della civiltà romana e via che univa la pianura padana alla valle del Reno: in quella che per noi oggi è la Svizzera meridionale, più precisamente il Vallese e la conca di Saint Moritz. Avvolti nella rossa clamide per difendersi dai venti autunnali e appoggiate al pilum, le sentinelle scrutavano le creste dei monti da cui avrebbero potuto scendere improvvisi e feroci i Bagaudi. Dalla primavera dell’anno precedente infatti i Bagaudi, agricoltori e pastori immiseriti dalla voracità dei governatori, riuniti in grosse bande percorrevano le campagne incendiando, saccheggiando, distruggendo; erano guidati da Amando ed Eliano, che sognavano di costituire sotto di sé un impero celtico, avevano sconvolto le Gallie ed ora minacciavano l’Italia. L’imperatore Diocleziano per combatterli aveva scelto fra i suoi generali uno dei più valorosi, Marco Aurelio Massimiano, illirico come lui, e lo aveva nominato “Cesare”, associandolo a sé nel governo dell’impero. Dall’Egitto era stata trasferita in fretta anche la legione Tebea, costituita da uomini valorosi, abituati a combattere per la gloria di Roma; erano i fedeli custodi dei confini meridionali dell’impero ed ora si trovavano nelle fredde terre del nord a fronteggiare barbari sanguinari. Venivano dalla valle del Nilo, erano stati arruolati nei villaggi attorno a Tebe d’Egitto, nei deserti della Nubia e giù fino alle cateratte del grande fiume e agli altipiani d’Etiopia. Erano figli dell’Africa e ne portavano i segni caratteristici nel colore della pelle e nei tratti del volto, erano figli della grande civiltà egizia che si esprimeva in loro in nobiltà e fierezza, erano soprattutto figli della Chiesa, Cristiani di una delle terre di più antica evangelizzazione, dove il Vangelo già era risuonato in età apostolica. Maurizio era il comandante in capo, Candido, Vittore ed Essuperio erano gli alti ufficiali, Alessandro custodiva, come signifero, le insegne da battaglia della legione; tra i militi vi era anche Fortunato. Il vento soffiava dalle cime delle Alpi, gelido e sinistro quasi fosse un presagio di morte, mentre i legionari ripensavano alle assolate distese del deserto nubiano, alle acque solenni del Nilo che scendevano a fecondare il loro paese, ai tanti volti cari lasciati al di là del mare. L’araldo giunse al campo con l’ordine di marcia, si dovevano levare le tende e partire, perché Massimiano aveva deciso di sferrare l’ultimo definitivo attacco volto a spezzare la resistenza dei ribelli, prima che le nevi dell’inverno coprissero i valichi e rendessero impraticabili i passi. Per propiziarsi l’esito della battaglia il comandante supremo ordinava a tutte le sue legioni di offrire sacrifici agli dei di Roma, ciascuna nel proprio campo, quella sera stessa prima della partenza. Un silenzio gravido di attesa scese su quei soldati, si guardarono uno ad uno, compagni di cento battaglie, qualcuno toccò sotto il giustacuore le cicatrici delle ferite ricevute nella difesa dell’impero; alla fine il silenzio fu rotto dalla voce del comandante: “Nessuno può dubitare in terra della nostra fedeltà a Roma e al suo imperatore: le zagaglie etiopiche e le lance numide, le spade nabatee e le asce barbariche non ci hanno mai fermato. Nessuno deve però dubitare in Cielo della nostra fedeltà a Cristo Signore: siamo Cristiani e non sacrificheremo mai agli idoli, agli dei falsi e bugiardi, che altro non sono che demoni oscuri!”. A quelle parole seguì un frastuono di spade che battevano sugli scudi; col consueto grido di guerra i legionari Tebei si preparavano all’ultima battaglia, quella del martirio; poi deposero le armi e attesero il carnefice. Caddero per primi gli ufficiali, poi venne l’ordine della prima decimazione, a cui seguì una seconda ed infine lo sterminio a colpi di clava dell’intera legione. Fortunato pregava con gli occhi levati in alto, guardava l’azzurro luminoso che in quel giorno era così simile al suo cielo africano: fra poco sarebbe entrato al cospetto del suo Signore; lui, giovane legionario egiziano, avrebbe ricevuto la corona dei martiri, avrebbe stretto in pugno la palma della vittoria.
Non sappiamo come il corpo di San Fortunato venne trasferito dal luogo del martirio. Forse lo raccolse e lo custodì un commilitone. Di certo sappiamo che fu sepolto nelle catacombe romane di San Callisto fino al 1746, quando il cardinale Guadagni, vicario di Papa Benedetto XIV per la città di Roma, ne ordinò la riesumazione e l’esposizione nella Collegiata romana di Santa Maria in Via Lata. Da Santa Maria in Via Lata le reliquie di San Fortunato giunsero a Casei nel 1765, come dono della Santa Sede al Prevosto dell’Insigne Collegiata, ai canonici e alla comunità casellese, tramite il vescovo di Tortona mons. Giuseppe Ludovico de Anduxar. Non deve meravigliare questo gesto, se si considera che la Parrocchia di Casei, fino al Prevosto don Bianchi agli inizi del 1900, fu di “collazione papale”, cioè il suo parroco era nominato direttamente da Roma con bolla papale e per potervi essere designato un sacerdote doveva esibire un titolo accademico in teologia conseguito presso una facoltà romana, come attesta un documento dell’archivio parrocchiale, datato 1806. All’epoca della traslazione a Casei di San Fortunato risale la preziosa urna che custodisce le reliquie e in quell’occasione le ossa del capo frantumate (indizio del martirio avvenuto a colpi di clava, come si usava fare presso l’esercito romano in occasione delle decimazioni) vennero inserite nella sagoma in gesso del teschio, poi rivestito con l’elmo.b
LONGINO, Santo
Si tratta di un santo di cui molto si è parlato e scritto in tutti i sinassari orientali, nei Vangeli, epistole dei Santi Padri, vangeli apocrifi e martirologi sia orientali che occidentali. Tutta questa massa di citazioni ha determinato la combinazione di tre diversi personaggi in cui viene identificato.
Nel primo caso si tratta di un soldato che con un colpo di lancia squarciò il costato di Cristo sulla croce, il suo nome deriverebbe appunto dalla lancia; nel secondo caso è identificato con il centurione che era presente alla morte di Gesù e che commosso da ciò che vede, ne afferma la divinità, unica voce favorevole in un coro d’insulti e scherni; nel terzo caso Longino sarebbe il centurione che comandava il picchetto di soldati messo a guardia del sepolcro del crocifisso che comunque secondo alcuni testi, sarebbero gli stessi che avevano presenziato alla crocifissione.
La tradizione orientale celebra Longino come il centurione che riconobbe la divinità di Gesù e ne custodì il sepolcro; quella occidentale lo celebra sia come il soldato del colpo di lancia, sia come il centurione che afferma la divinità sotto la croce.
Ambedue le tradizioni dicono che Longino abbandona la milizia, viene istruito nella fede dagli apostoli e se ne va a Cesarea di Cappadocia dove conduce una vita di santità, prodigandosi per la conversione dei gentili, ed infine subisce il martirio morendo decapitato.
Tuttavia la passio del martire diventa ancora diversa fra le due tradizioni: in quella latina egli è un soldato isaurico che viene arrestato e processato dal preside di Cesarea di Cappadocia, Ottavio che a sua volta si converte come pure il suo segretario Afrodisio che subisce anch’egli il martirio; in quella greca egli è nativo di Cesarea dove infatti si ritira in un possedimento paterno, poi sobillato dai giudei, Ponzio Pilato lo accusa all’imperatore come disertore e lo fa uccidere da due sicari, la testa del martire viene portata a Gerusalemme e mostrata a Pilato e poi gettata nell’immondizia, in seguito viene recuperata da una vedova miracolosamente guarita dalla cecità.
Un antichissimo testo letterario, il primo che parla di Longino, cioè l’Ep. XVII, 15 di s. Gregorio Nisseno (m. 394 ca.) riporta fra l’altro che già nel secolo IV, Longino era considerato l’evangelizzatore della Cappadocia come gli Apostoli singolarmente lo erano di altre regioni.
È incredibile il numero dei giorni del calendario in cui viene ricordato, i vari martirologi, sinassari, calendari orientali, codici ecc. lo ricordano in giorni diversi nei mesi di marzo, ottobre, novembre ed altri.
Il Martirologio Romano seguendo quello Geronimiano lo celebra il 15 marzo mentre gli orientali, anche in questo divisi, in massima parte lo celebrano il 16 ottobre.
Gli artisti in ogni tempo sono stati attratti dalla singolarità del personaggio e abbinandolo alla scena della crocifissione con lancia o senza lancia, l’hanno immortalato nelle loro opere; è importante ricordare che nella grande basilica di S. Pietro, alla base di uno dei quattro enormi piloni che sorreggono l’immensa cupola e che circondano lo spazio dell’altare con il baldacchino del Bernini, vi è la grande statua di s. Longino, dello stesso Bernini, centurione che per primo riconobbe la divinità di Cristo.
Nella diocesi di Mantova la sua memoria si celebra il 15 marzo.
LUTGARDA DE WITTICHEN, Beata
Nata nel 1291 presso Schenkenzell nel Kinzigtal (Selva nera) da una famiglia di contadini, a due anni, colpita da una deformazione fisica, s'associò alle beghine di Oberwolfach. Dopo vent'anni di vita povera e mortificata, su ispirazione divina, Lutgarda eresse un convento per trentaquattro religiose secondo la regola di s. Francesco, per la cui fondazione ella stessa raccolse i fondi necessari questuando; ben presto la comunità ospitò settanta membri. Dopo l'incendio del monastero (1327) Lutgarda si mise all'opera per ricostruirlo chiedendo aiuti anche in Alsazia, in Svizzera e da Agnese d'Ungheria a Kónigsfelden. Ottenne ad Avignone (1332) la conferma della sua Comunità regolare del Terz'Ordine, trasformata poi (1376) in monastero di Clarisse e secolarizzata nel 1803.
Lutgarda si distinse nella meditazione della vita e della passione del Signore e nella preghiera per la Chiesa in seguito ai contrasti dei papi d'Avignone con Ludovico il Bavaro e per la Chiesa si offerse quale vittima d'espiazione. Devotissima al S. Cuore e zelante per il sollievo delle anime purganti, Lutgarda raccomandò queste pratiche religiose alle sue suore. "Assidua nel pregare per la conversione dei peccatori, un giorno vide l'immagine del Crocifisso grondante sangue da tutte le ferite, e poi molta gente rifugiarsi nel Cuore di lui".
Nell'estrema povertà del convento, Lutgarda con le sue suore godette di gioia soprannaturale. Morta nel 1348 fu sepolta nella chiesa, già conventuale, ora parrocchiale, di Wittichen. Ancora oggi numerosi pellegrini visitano la sua tomba specialmente il 16 ottobre, giorno della festa. Il culto non è confermato. .
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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto
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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
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Textos recolhidos
In
MARTIROLÓGIO ROMANO
Ed. Conferência Episcopal Portuguesa - MMXIII
e através dos sites:
Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral,
e do Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial de Braga, além de outros, eventualmente
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Também no que se refere às imagens que aparecem aqui no fim das mensagens diárias, são recolhidas aleatoriamente ou através de fotos próprias que vou obtendo, ou transferindo-as das redes sociais e que creio, serem livres.
Quanto às de minha autoria, não coloco quaisquer entraves para quem quiser copiá-las
ANTÓNIO FONSECA