Caros amigos:
NOVO ANO - NOVA VIDA
Como podem verificar desde o passado dia 1, iniciei uma nova página (nº 3) na qual vou tentar transcrever através do livro O Papado - 2000 Anos de História, da autoria de Mendonça Ferreira e editado em Março de 2009 pelo Círculo de Leitores.
Esta recolha de textos é feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.
Atingi em 20 de Janeiro exactamente, o número de 200 Biografias dos primeiros 200 Papas da Igreja Católica (incluindo 33 Anti-Papas - que são discriminados na cor Vermelha).
Com a média de publicação de 10 Papas por dia = 20 dias, estão publicadas 200 biografias, faltando apenas pouco mais de 60 (o que, significa que em principio, daqui a 5 dias, no fim deste mês 31 de Janeiro) ficarão 50 editadas.
Ontem, (22/1) porém, dado o extenso número de Anti-papas que se intercalaram entre o Papa CCI - INOCÊNCIO VII e CCIV - EUGÉNIO IV - «8 Anti-papas», decidi alterar o Nº de publicações, pelo que hoje, serão publicadas apenas 5 biografias, e, por consequência a minha previsão de poder terminar no fim do corrente mês, já não poderá ser cumprida.
Por este motivo, e também porque como já disse anteriormente as biografias passarão a ser mais longas - veja-se o caso de JOÃO PAULO II, o número de publicações diárias será mais reduzido.
Assim, termine ou não até 20 de Fevereiro (data do meu aniversário) que inicialmente tinha colocado como meta, poderá não ser atingido, ou antes, poderá ser ultrapassado, mas não faz mal.
Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos...
Esta recolha de textos é feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.
Atingi em 20 de Janeiro exactamente, o número de 200 Biografias dos primeiros 200 Papas da Igreja Católica (incluindo 33 Anti-Papas - que são discriminados na cor Vermelha).
Com a média de publicação de 10 Papas por dia = 20 dias, estão publicadas 200 biografias, faltando apenas pouco mais de 60 (o que, significa que em principio, daqui a 5 dias, no fim deste mês 31 de Janeiro) ficarão 50 editadas.
Ontem, (22/1) porém, dado o extenso número de Anti-papas que se intercalaram entre o Papa CCI - INOCÊNCIO VII e CCIV - EUGÉNIO IV - «8 Anti-papas», decidi alterar o Nº de publicações, pelo que hoje, serão publicadas apenas 5 biografias, e, por consequência a minha previsão de poder terminar no fim do corrente mês, já não poderá ser cumprida.
Por este motivo, e também porque como já disse anteriormente as biografias passarão a ser mais longas - veja-se o caso de JOÃO PAULO II, o número de publicações diárias será mais reduzido.
Assim, termine ou não até 20 de Fevereiro (data do meu aniversário) que inicialmente tinha colocado como meta, poderá não ser atingido, ou antes, poderá ser ultrapassado, mas não faz mal.
Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos...
Foto actual do autor
Nº 3 3 6 1 - (3)
Texto do livro
O PAPADO - 2000 Anos de História,
do Círculo de Leitores - 2009
e compilado por Mendonça Ferreira
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NICOLAU V - Papa
Papa desde o ano 1447 a 1455
CCVI Papa
208º na Wikipedia
SÍNTESE
Nasceu em Sarzana - Itália em 15 de Novembro de 1397. Chamava-se TOMMASO PARENTUCELLI e era filho de um médico. Bispo de Bolonha em 1444. Foi legado pontifício na Alemanha. Era cardeal. Morreu em 25 de Março de 1455.
HISTÓRIA
O Cardeal PARENTUCELLI foi eleito Papa no Concilio de Basileia, em 6 de Março de 1447, tomando o nome de NICOLAU V.
Um dos cardeais presentes nesse concílio que o elegeu, o bispo do Porto, Dom ANTÃO MARTIN DE CHAVES, disse na altura: «Não foram os cardeais que o elegeram, mas o próprio Deus».
NICOLAU V foi um Papa equilibrado que promoveu a paz com as potências europeias e em 1448 firmou com FREDERICO II da Alemanha, a Concordata de Viena, que vigorou até 1803. Nela se regulava, sobretudo, o provimento dos bispados que deveriam ser feitos por eleição canónica.
Em 7 de Abril de 1449 conseguiu que o Anti-papa FÉLIX V renunciasse, acabando com o Cisma.
Em 1450 festejou o Ano Santo, encontrando-se em Roma para a canonização de São BERNARDINO DE SENA seis peregrinos que mais tarde conheceram a honra dos altares: São JOÃO DE CAPRISTANO, São JOÃO DA MARCA, São DIOGO DE ALCALÁ, São PEDRO REGALADO, Santa CATARINA DE BOLONHA e Santa RITA DE CÁSSIA.
O pontificado foi ensombrado por um acontecimento que fez tremer a Europa. Depois de em 12 de Dezembro de 1452, na Basilica de Santa Sofia, em Constantinopla, ter sido proclamada a união com a Igreja de Roma, uma agitação provocada por monges fanáticos deitou tudo a perder. Em 29 de maio de 1453 Constantinopla caía sob o domínio de Maomé II e o poderio turco espalhou-se até às portas de Viena.
NICOLAU V escreveu aos príncipes cristãos a propor uma nova Cruzada, mas apenas FILIPE o Belo, de França e o rei de Portugal Dom AFONSO V, o secundaram, pelo que a ideia se gorou. mas o papa, apreciando a adesão portuguesa, ofereceu a Dom AFONSO a Rosa de Ouro.
A verdade é que Portugal teve nessa época uma importância determinante com as conquistas no Norte de África, com os descobrimentos impulsionados pelo Infante Dom HENRIQUE e com as vitórias alcançadas por AFONSO DE ALBUQUERQUE, Dom JOÃO DE CASTRO e Dom FRANCISCO DE ALMEIDA, entre outros.
Por isso NICOLAU V encheu de benesses e privilégios a corte portuguesa.
Com a Bula Romanus Pontifex, de 8 de Janeiro de 1454, NICOLAU V que se refere ao Infante Dom HENRIQUE, escreve:«Vivamente abrasado no amor da fé e no zelo da salvação das almas» e como «verdadeiro soldado de Cristo», cuja inspiração era que «o nome gloriosíssimo do Criador fosse divulgado, exaltado e venerado por todo o universo, até aos mais remotos e desconhecidos lugares», bem como trazer «ao grémio da fé os inimigos da cruz em que fomos remidos, os sarracenos e outros infiéis».
Antes de morrer, disse para os cardeais que rodeavam o leito:
«Reformei e consolidei a Santa Igreja Romana, que encontrei devastada pela guerra e carregada de dívidas. Não só as salvei como fiz construir, para a defesa, algumas fortalezas»
«Adornei a cidade com magnificas construções e com as mais belas formas de arte, livros, quadros, utensílios de ouro e prata e precioso mobiliário para o culto. E todos os tesouros que juntei, não foi por avareza e com simonia. Antes exerci a mais magnânima liberdade na compra de numerosos livros. mandando copiar continuamente códices gregos e latinos e subsidiei homens doutos nas ciências. E tudo, fi-lo ajudado pela divina graça do Criador e graças á paz que reinou durante o meu pontificado»-.
NICOLAU V o primeiro papa do renascimento, fazia-se acompanhar nas suas viagens pelo chamados libraril, que copiavam as obras que não podia adquirir, conseguindo assim reunir obras de TERTULIANO, o De viribus Illustribus, de SUETÓNIO, o De Germania, de TÁCITO, as homilias de São LEÃO MAGNO e alguns comentários de São TOMÁS DE AQUINO.
É-lhe atribuído o início da Biblioteca Vaticana, com mais de 5000 Códices
Com inteira razão, o epitáfio do seu túmulo exalta-o como
«restaurador dos costumes, das muralhas, dos templos e dos edifícios», acrescentando:
«Aqui repousam os ossos do papa NICOLAU V, ilustre no engenho e mais ilustre na virtude. Ajudou os homens doutos, ele mais douto que todos».
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CALISTO III - Papa
Papa desde o ano 1455 até 1458
CCVII Papa
209º na Wikipedia
209º na Wikipedia
SÍNTESE
Nasceu em Jativa, perto de Valência - Espanha em 1378. Chamava-se ALFONSO BÓRGIA. Era formado em Direito Eclesiástico e Civil pela Universidade de Lérida. Foi bispo de Valência, nomeado por MARINHO V e cardeal, nomeado por EUGÉNIO IV em 1444. Morreu em 6 de Agosto de 1458.
HISTÓRIA
O cardeal era um homem de vida austera, conhecido pela prudência e firmeza das suas decisões e o seu pontificado foi dominado pela preocupação de defender a Cristandade e a civilização europeia contra a ameaça turca, que, depois de se apoderar de Constantinopla ameaçava o Leste da Europa.
O Papa enviou emissários a Inglaterra França, Alemanha, Portugal e Aragão, mas os monarcas europeus estavam ocupados com as suas lutas internas e não acederam ao seu pedido.
CALISTO III não desistiu, juntou um pequeno exército e os Húngaros venceram os Turcos em Belgrado, em Junho de 1456, o que o Papa celebrou com um Te Deum, toque de sinos e festejos populares. Prosseguiu a luta e voltou-se para outras nações, agora a Etiópia, Pérsia, Arménia e comunidades cristãs da Geórgia, sendo o principe albanês JORGE CASTRIOTA que obteve a grande vitória contra os Otomanos, em 2 de Setembro de 1457. Em memória deste triunfo, o Papa instituiu a festa da Transfiguração de Cristo, fixando-a em 6 de Agosto.
Um facto importante foi ter mandado rever o processo instaurado a JOANA D'ARC, declarando-a inocente, o que lhe valeu o favor dos Franceses e, em 1920, a sua beatificação pelo Papa BENTO XV. Contra a sua actuação evidenciou-se o seu manifesto nepotismo, incorporando a familia BÓRGIA em Roma, a disputar o poder com as tradicionais famílias romanas, pois nomeou cardeais, dois sobrinhos, um deles, RODRIGO, que seria mais tarde o Papa ALEXANDRE VI, ao sobrinho PEDRO entregou o comando do castelo de Santo Angelo.
CALISTO III além do declarado nepotismo, foi um papa movido pelo amor à Igreja e que lutou sempre contra a ameaça turca.
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PIO II - Papa
Papa de 1458 a 1464
SÍNTESE
Nasceu em Corsignano, perto de Siena, em 1405. Chamava-se ENEIAS, ou ENEAS SÍLVIO PICCOLOMINI, sendo filho de uma familia ilustre. Tinha 18 irmãos. Foi bispo de Trieste e de Siena. Morreu em Ancona, em 15 de Agosto de 1464.
HISTÓRIA
Frequentou a Universidade de Siena, sendo depois escolhido para secretário do cardeal CAPRÂNIO, que era contrário ao Papa EUGÉNIO IV, passando, em seguida, ao serviço do Bispo de Novara. levou numa juventude aventureira e dissoluta, chegando a colocar-se ao lado do Anti-papa FÉLIX V.
Passou depois ao serviço do Imperador alemão FREDERICO III, mas acabou por colocar-se ao lado de EUGÉNIO IV e enveredar pela carreira eclesiástica, recebendo ordens menores em 1446. No ano seguinte foi nomeado bispo de Trieste, escrevendo a seu respeito: «Errei muito, mas agora entro em mim, arrependido».
Diplomata sagaz, fez importantes legações na Boémia, Áustria e Hungria, e em 1456, o Papa CALISTO III eleva-o ao cardinalato.
Eleito a 19 de Agosto de 1458 foi consagrado Papa, em 3 de Setembro de 1458, com o nome de PIO II, em memória de PIO ENEIAS, da epopeia de VIRGÍLIO.
Erudito e humanista, deixou importante obra histórica e politica, tendo escrito uma espécie de diário com o título Commentari, três volumes em magnifico latim, com considerações sobre casos e pessoas e que, ao que se pensa, terá sido, possivelmente, a única autobiografia escrita por um papa.
Apoiou literatos e cientistas e fundou as universidades de Basileia, Nantes e Ingolstadt.
Na sua primeira Bula, em 1460, rejeita as ideias conciliaristas que defendera ao serviço do Anti-papa FÉLIX V e os possáveis escândalos provocados pelos seus escritos. em 1463, em nova Bula, escreve: «Arrependo-me do antigo erro, envergonho-me do que então escrevi. rejeitai ENEIAS e aceitai PIO».
Vendo que as conquistas turcas prosseguiam em direcção ao Ocidente, convoca os reis cristãos para uma nova Cruzada, mas não conseguiu que o escutassem e apoiassem.
Amargurado, PIO II, um grande Papa, que ergueu a voz contra a escravatura e a perseguição aos judeus, faleceu, vitimado por febres ardentes em Ancona, no ano de 1464 e com ele a nova Cruzada.
Papa desde o ano 1464 até 1471.
Nasceu em Veneza - Itália em 1418. Chamava-se PEDRO BARBO sendo sobrinho do Papa EUGÉNIO IV. Foi arcediago de Bolonha, bispo de Cervia e Videnza e cardeal-diácono de São Marcos. Morreu em 26 de Julho de 1471.
HISTÓRIA
Antes de ser eleito em 30 de Agosto de 1464, com o nome de PAULO II, teve de assinar perante nos cardeais eleitores o compromisso de que convocaria um Concílio em cada três anos, elevaria para 24 o número de cardeais, sem que nenhum tivesse mais de 30 anos e só um fosse seu parente e que promoveria nova Cruzada.
Depois de eleito PAULO II recusou-se a confirmar as disposições pré-eleitorais porque isso seria cercear a sua autoridade papal, o que lhe acarretou, desde logo, animosidade do clero.
Em beneficio das populações manda construir silos e açougues públicos, toma providências para a limpeza de Roma e zela pela administração da justiça.
Incrementou os festejos do carnaval, ordenando que se celebrassem ao longo da rua principal e por isso o nome actual de «corso».
Em 1466 extinguiu os departamentos papais que duplicavam serviços, encerrou o Colégio de Livreiros, que escreviam os documentos papais, e tomou medidas contra a Academia Romana, mandando prender aqueles que escrevessem contra estas medidas, como o poeta PLATINA que o ameaçou por escrito.
Os despedidos promoveram intrigas contra o papa e um tal POMPONIUS LAETU escreveu uma biografia caluniosa de PAULO II. Foi acusado de ser inimigo da ciência e das artes, o que não é verdade, pois procurou apenas opor-se ao paganismo que surgia entre os humanistas do tempo.
Sabe-se que colecionava livros de arte antiga e foi nele que chamou dois tipógrafos alemães que fundaram a primeira imprensa em Itália e criou a Libreria Editrice Vaticana.
Construiu o palácio de São Marcos, garantiu as pensões de alguns cardeais e mostrou-se dadivoso com os pobres para os quais mantinha uma farmácia com distribuição gratuita dos remédios.
Após a queda de NEGROPONTO, em 1470, ocupou-se do problema turco, mas não conseguiu reunir os monarcas cristãos contra essa ameaça.
Morreu repentinamente, com um ataque de apoplexia aos 53 anos.
Papa desde o ano 1471 até 1484.
Nasceu em Savona, Itália em 21 de Julho de 1414, numa familia modesta. Chamava-se FRANCESCO DELLA ROVERE. Entrou, ainda menino, num mosteiro franciscano. Estudou e depois leccionou nas universidades de Pavia e Bolonha. Foi procurador da sua Ordem em Roma, e provincial da Ligúria. Foi nomeado Cardeal por PAULO II , em 1467. Morreu em 12 de Agosto de 1484.
HISTÓRIA
O Cardeal Della ROVERE foi eleito Papa em 9 de Agosto de 1471 e tomou o nome de SISTO IV.
Foi num Papa demasiado mundano, portando-se mais como principe temporal que como chefe espiritual.
Mostrou excessivo nepotismo e, até certo ponto, depauperou a Igreja. Repare-se que dos 34 Cardeais que nomeou, seis eram seus sobrinhos e nem todos homens religiosos. Um deles destacou-se pelo bem, GIULIANO DELLA ROVERE, que foi em 1503 o grande Papa JÚLIO II, mas um outro, o cardeal RAFAEL RIÁRIO, assassinou GIULIANO DE MÉDICIS e apoderou-se de Florença e quando a cidade se rebelou contra o assassino, SISTO IV impôs-lhe um embargo que durou dois anos.
No entanto, nem tudo é em desfavor deste Papa mundano, pois fez também muito de bom. Cabe-lhe a restauração de obras públicas, como o Hospital do Espírito Santo, a reconstrução de várias igrejas e basilicas e novos arruamentos da cidade.
Destaca-se o seu interesse pela cultura, abrindo ao público a Biblioteca Vaticana, ampliando-a com novas salas com manuscritos e livros gregos, latinos e hebreus, especialmente de teologia, filosofia e patrística.
Chamou a Roma grandes pintores como Boticelli, Ghirlandaio, Perugino e empreendeu obras de vulto no Vaticano, destacando-se a capela Sistina, decorada por MIGUEL ÂNGELO, que a ele se deve.
Também se mostrou sempre pessoa de costumes irrepreensíveis., tendo escolhido para seu confessor o Beato AMADEU MENESES DA SILVA (1482), um austero franciscano português
Revelou-se afecto às ordens religiosas, especialmente à franciscana, estabelecendo a festa de São FRANCISCO DE ASSIS e canonizando o grande luminar da Ordem, São BOAVENTURA.
Destaca-se também a sua sincera piedade e a devoção para com a Santissima Virgem, aprovando o seu rosário e congratulando-se pelo facto de «se ter renovado esse modo ou rito devoto de orar» e aprovando-o com a sua autoridade apostólica pela Bula Ea quae ex fidellum.
Em 1475 confirmou o decreto de PAULO II quanto á celebração do Ano Santo cada 25 anos e tomou providências especiais para o de 1475, que se prolongou até à Páscoa de 1476.
Atendendo ás súplicas dos reis Católicos FERNANDO e ISABEL, SISTO IV emitiu um Bula, em 1 de Novembro de 1478, pela qual autorizava os Reis de castela e de Aragão a nomearem três prelados ou outros eclesiásticos revestidos de dignidades, quer seculares, quer regulares, e bons costumes, de mais de 40 anos de idade e teólogos ou canonistas de profissão, a cujo cargo ficasse o inquirir em todos os domínios de FERNANDO e ISABEL, acerca de hereges, apóstatas e seus fautores.
A rainha repugnava a interpretação desta Bula, mas acabou por ceder e a 17 de Outubro de 1480 foram nomeados os primeiros inquisidores: FREI MIGUEL DE MORILLO e FREI JOÃO DE SÃO MARTINHO, da Ordem dos Pregadores, fixando-se em Sevilha o primeiro tribunal.
O estabelecimento da Inquislção espanhola levou ao êxodo dos judeus para Portugal, onde foram bem recebidos por Dom JOÃO I (1471).
SISTO IV foi amigo pessoal do Rei Dom AFONSO V de Portugal, mas as suas relações com Dom JOÃO II foram algo conflituosas.
Uma obra digna de nota foi a desobstrução do aqueduto entre o Quirinal e a Fonte de Trevi.
Amante do decoro das funções litúrgicas, reorganizou o Grupo de Cantores da Capela Sistina e ditou normas minuciosas para que todas as cerimónias religiosas se celebrassem com dignidade e devoção.
Foi, segundo GREGOROVIOUS o «primeiro Papa-Rei».
Papa desde o ano 1484 até 1492.
Nasceu em Génova - Itália em 1432, filho de um senador romano. Chamava-se GIOVANNI BATTISTA CIBO. Estudou em Pádua e Roma. Foi bispo de Savona e de Molfetta e era cardeal-presbitero desde 1473, nomeado por SISTO IV. Morreu em 25 de Julho de 1492.
HISTÓRIA
O Cardeal BATTISTA CIBO foi eleito em 29 de Agosto, tomando o nome de INOCÊNCIO VIII.
Durante o conclave, o povo, temendo que o sucessor de SISTO IV fosse uma pessoa de sua familia, e apoiados pelos COLLONA, sublevou-se, chegando a incendiar um palácio de um dos sobrinhos do falecido Papa.
A verdade é que o Papa eleito também não serviu a Igreja, pois tinha alguns filhos ilegítimos e preocupou-se mais com eles do que com os seus deveres. Além do mais, foi sempre uma espécie de refém da familia de SISTO IV, que o dominava. Foi um pontífice sem nada de positivo, até ensombrado por uma Bula contra as feitiçarias, que publicou a pedido da Inquisição alemã.
Impediu o,primeiro Congresso internacional de filosofia e apologética do Cristianismo, proposto pelo jovem sábio PICO DELLA MIRANDOLA, pois entendeu que algumas das 900 teses eram suspeitas de heresia e outras de magia.
INOCÊNCIO VIII promoveu a Inquisição espanhola e designou TOMÁS DE TORQUEMADA como grande Inquisidor.
Durante a Inquisição em Espanha, os hebreus convertidos tinham-se refugiado em Portugal e TORQUEMADA pretendia apanhá-los. INOCÊNCIO VIII fez-lhe a vontade e pela Bula de 3 de Abril de 1487 ordenava a todos os príncipes cristãos que procedessem contra os judeus fugitivos de Espanha, o que todos os principes tinham desprezado.
Continuou a proteger as artes e as letras, como o seu antecessor.
Durante o pontificado, deu-se, em Espanha, a conquista de Granada, em Janeiro de 1492, acabando com o domínio árabe e em 1488, o navegador português BARTOLOMEU DIAS dobrou o Cabo da Boa Esperança.
Foi um Papa que não esteve à altura das suas responsabilidades e que na hora da morte deu mostras dum sincero arrependimento, pedindo aos cardeais que procurassem eleger um papa mais digno do que ele.
PIO II - Papa
Papa de 1458 a 1464
CCVIII Papa
210º na Wikipédia
210º na Wikipédia
SÍNTESE
Nasceu em Corsignano, perto de Siena, em 1405. Chamava-se ENEIAS, ou ENEAS SÍLVIO PICCOLOMINI, sendo filho de uma familia ilustre. Tinha 18 irmãos. Foi bispo de Trieste e de Siena. Morreu em Ancona, em 15 de Agosto de 1464.
HISTÓRIA
Passou depois ao serviço do Imperador alemão FREDERICO III, mas acabou por colocar-se ao lado de EUGÉNIO IV e enveredar pela carreira eclesiástica, recebendo ordens menores em 1446. No ano seguinte foi nomeado bispo de Trieste, escrevendo a seu respeito: «Errei muito, mas agora entro em mim, arrependido».
Diplomata sagaz, fez importantes legações na Boémia, Áustria e Hungria, e em 1456, o Papa CALISTO III eleva-o ao cardinalato.
Eleito a 19 de Agosto de 1458 foi consagrado Papa, em 3 de Setembro de 1458, com o nome de PIO II, em memória de PIO ENEIAS, da epopeia de VIRGÍLIO.
Erudito e humanista, deixou importante obra histórica e politica, tendo escrito uma espécie de diário com o título Commentari, três volumes em magnifico latim, com considerações sobre casos e pessoas e que, ao que se pensa, terá sido, possivelmente, a única autobiografia escrita por um papa.
Apoiou literatos e cientistas e fundou as universidades de Basileia, Nantes e Ingolstadt.
Na sua primeira Bula, em 1460, rejeita as ideias conciliaristas que defendera ao serviço do Anti-papa FÉLIX V e os possáveis escândalos provocados pelos seus escritos. em 1463, em nova Bula, escreve: «Arrependo-me do antigo erro, envergonho-me do que então escrevi. rejeitai ENEIAS e aceitai PIO».
Vendo que as conquistas turcas prosseguiam em direcção ao Ocidente, convoca os reis cristãos para uma nova Cruzada, mas não conseguiu que o escutassem e apoiassem.
Amargurado, PIO II, um grande Papa, que ergueu a voz contra a escravatura e a perseguição aos judeus, faleceu, vitimado por febres ardentes em Ancona, no ano de 1464 e com ele a nova Cruzada.
PAULO II - Papa
Papa desde o ano 1464 até 1471.
CCIX Papa
211º na Wikipédia
211º na Wikipédia
SÍNTESE
Nasceu em Veneza - Itália em 1418. Chamava-se PEDRO BARBO sendo sobrinho do Papa EUGÉNIO IV. Foi arcediago de Bolonha, bispo de Cervia e Videnza e cardeal-diácono de São Marcos. Morreu em 26 de Julho de 1471.
HISTÓRIA
Depois de eleito PAULO II recusou-se a confirmar as disposições pré-eleitorais porque isso seria cercear a sua autoridade papal, o que lhe acarretou, desde logo, animosidade do clero.
Em beneficio das populações manda construir silos e açougues públicos, toma providências para a limpeza de Roma e zela pela administração da justiça.
Incrementou os festejos do carnaval, ordenando que se celebrassem ao longo da rua principal e por isso o nome actual de «corso».
Em 1466 extinguiu os departamentos papais que duplicavam serviços, encerrou o Colégio de Livreiros, que escreviam os documentos papais, e tomou medidas contra a Academia Romana, mandando prender aqueles que escrevessem contra estas medidas, como o poeta PLATINA que o ameaçou por escrito.
Os despedidos promoveram intrigas contra o papa e um tal POMPONIUS LAETU escreveu uma biografia caluniosa de PAULO II. Foi acusado de ser inimigo da ciência e das artes, o que não é verdade, pois procurou apenas opor-se ao paganismo que surgia entre os humanistas do tempo.
Sabe-se que colecionava livros de arte antiga e foi nele que chamou dois tipógrafos alemães que fundaram a primeira imprensa em Itália e criou a Libreria Editrice Vaticana.
Construiu o palácio de São Marcos, garantiu as pensões de alguns cardeais e mostrou-se dadivoso com os pobres para os quais mantinha uma farmácia com distribuição gratuita dos remédios.
Após a queda de NEGROPONTO, em 1470, ocupou-se do problema turco, mas não conseguiu reunir os monarcas cristãos contra essa ameaça.
Morreu repentinamente, com um ataque de apoplexia aos 53 anos.
SISTO IV - Papa
Papa desde o ano 1471 até 1484.
CCX Papa
211º na Wikipédia
211º na Wikipédia
SÍNTESE
Nasceu em Savona, Itália em 21 de Julho de 1414, numa familia modesta. Chamava-se FRANCESCO DELLA ROVERE. Entrou, ainda menino, num mosteiro franciscano. Estudou e depois leccionou nas universidades de Pavia e Bolonha. Foi procurador da sua Ordem em Roma, e provincial da Ligúria. Foi nomeado Cardeal por PAULO II , em 1467. Morreu em 12 de Agosto de 1484.
HISTÓRIA
Foi num Papa demasiado mundano, portando-se mais como principe temporal que como chefe espiritual.
Mostrou excessivo nepotismo e, até certo ponto, depauperou a Igreja. Repare-se que dos 34 Cardeais que nomeou, seis eram seus sobrinhos e nem todos homens religiosos. Um deles destacou-se pelo bem, GIULIANO DELLA ROVERE, que foi em 1503 o grande Papa JÚLIO II, mas um outro, o cardeal RAFAEL RIÁRIO, assassinou GIULIANO DE MÉDICIS e apoderou-se de Florença e quando a cidade se rebelou contra o assassino, SISTO IV impôs-lhe um embargo que durou dois anos.
No entanto, nem tudo é em desfavor deste Papa mundano, pois fez também muito de bom. Cabe-lhe a restauração de obras públicas, como o Hospital do Espírito Santo, a reconstrução de várias igrejas e basilicas e novos arruamentos da cidade.
Destaca-se o seu interesse pela cultura, abrindo ao público a Biblioteca Vaticana, ampliando-a com novas salas com manuscritos e livros gregos, latinos e hebreus, especialmente de teologia, filosofia e patrística.
Chamou a Roma grandes pintores como Boticelli, Ghirlandaio, Perugino e empreendeu obras de vulto no Vaticano, destacando-se a capela Sistina, decorada por MIGUEL ÂNGELO, que a ele se deve.
Também se mostrou sempre pessoa de costumes irrepreensíveis., tendo escolhido para seu confessor o Beato AMADEU MENESES DA SILVA (1482), um austero franciscano português
Revelou-se afecto às ordens religiosas, especialmente à franciscana, estabelecendo a festa de São FRANCISCO DE ASSIS e canonizando o grande luminar da Ordem, São BOAVENTURA.
Destaca-se também a sua sincera piedade e a devoção para com a Santissima Virgem, aprovando o seu rosário e congratulando-se pelo facto de «se ter renovado esse modo ou rito devoto de orar» e aprovando-o com a sua autoridade apostólica pela Bula Ea quae ex fidellum.
Em 1475 confirmou o decreto de PAULO II quanto á celebração do Ano Santo cada 25 anos e tomou providências especiais para o de 1475, que se prolongou até à Páscoa de 1476.
Atendendo ás súplicas dos reis Católicos FERNANDO e ISABEL, SISTO IV emitiu um Bula, em 1 de Novembro de 1478, pela qual autorizava os Reis de castela e de Aragão a nomearem três prelados ou outros eclesiásticos revestidos de dignidades, quer seculares, quer regulares, e bons costumes, de mais de 40 anos de idade e teólogos ou canonistas de profissão, a cujo cargo ficasse o inquirir em todos os domínios de FERNANDO e ISABEL, acerca de hereges, apóstatas e seus fautores.
A rainha repugnava a interpretação desta Bula, mas acabou por ceder e a 17 de Outubro de 1480 foram nomeados os primeiros inquisidores: FREI MIGUEL DE MORILLO e FREI JOÃO DE SÃO MARTINHO, da Ordem dos Pregadores, fixando-se em Sevilha o primeiro tribunal.
O estabelecimento da Inquislção espanhola levou ao êxodo dos judeus para Portugal, onde foram bem recebidos por Dom JOÃO I (1471).
SISTO IV foi amigo pessoal do Rei Dom AFONSO V de Portugal, mas as suas relações com Dom JOÃO II foram algo conflituosas.
Uma obra digna de nota foi a desobstrução do aqueduto entre o Quirinal e a Fonte de Trevi.
Amante do decoro das funções litúrgicas, reorganizou o Grupo de Cantores da Capela Sistina e ditou normas minuciosas para que todas as cerimónias religiosas se celebrassem com dignidade e devoção.
Foi, segundo GREGOROVIOUS o «primeiro Papa-Rei».
INOCÊNCIO VIII - Papa
Papa desde o ano 1484 até 1492.
CCXI Papa
213º na Wikipédia
213º na Wikipédia
SÍNTESE
Nasceu em Génova - Itália em 1432, filho de um senador romano. Chamava-se GIOVANNI BATTISTA CIBO. Estudou em Pádua e Roma. Foi bispo de Savona e de Molfetta e era cardeal-presbitero desde 1473, nomeado por SISTO IV. Morreu em 25 de Julho de 1492.
HISTÓRIA
O Cardeal BATTISTA CIBO foi eleito em 29 de Agosto, tomando o nome de INOCÊNCIO VIII.
Durante o conclave, o povo, temendo que o sucessor de SISTO IV fosse uma pessoa de sua familia, e apoiados pelos COLLONA, sublevou-se, chegando a incendiar um palácio de um dos sobrinhos do falecido Papa.
A verdade é que o Papa eleito também não serviu a Igreja, pois tinha alguns filhos ilegítimos e preocupou-se mais com eles do que com os seus deveres. Além do mais, foi sempre uma espécie de refém da familia de SISTO IV, que o dominava. Foi um pontífice sem nada de positivo, até ensombrado por uma Bula contra as feitiçarias, que publicou a pedido da Inquisição alemã.
Impediu o,primeiro Congresso internacional de filosofia e apologética do Cristianismo, proposto pelo jovem sábio PICO DELLA MIRANDOLA, pois entendeu que algumas das 900 teses eram suspeitas de heresia e outras de magia.
INOCÊNCIO VIII promoveu a Inquisição espanhola e designou TOMÁS DE TORQUEMADA como grande Inquisidor.
Durante a Inquisição em Espanha, os hebreus convertidos tinham-se refugiado em Portugal e TORQUEMADA pretendia apanhá-los. INOCÊNCIO VIII fez-lhe a vontade e pela Bula de 3 de Abril de 1487 ordenava a todos os príncipes cristãos que procedessem contra os judeus fugitivos de Espanha, o que todos os principes tinham desprezado.
Continuou a proteger as artes e as letras, como o seu antecessor.
Durante o pontificado, deu-se, em Espanha, a conquista de Granada, em Janeiro de 1492, acabando com o domínio árabe e em 1488, o navegador português BARTOLOMEU DIAS dobrou o Cabo da Boa Esperança.
Foi um Papa que não esteve à altura das suas responsabilidades e que na hora da morte deu mostras dum sincero arrependimento, pedindo aos cardeais que procurassem eleger um papa mais digno do que ele.
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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
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O Papado - 2000 Anos de História
Ed. Círculo de Leitores - 2009
e
sites: Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, e outros
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ANTÓNIO FONSECA
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