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quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Nº 3 3 5 0 - (3) - O PAPADO - 2000 ANOS DE HISTÓRIA - 11 de JANEIRO de 2018,

Caros amigos:

NOVO ANO - NOVA VIDA

Como podem verificar desde o passado dia 1, iniciei uma nova página (nº 3) na qual vou tentar transcrever através do livro O Papado - 2000 Anos de História, da autoria de Mendonça Ferreira e editado em Março de 2009 pelo Círculo de Leitores. 

Esta recolha de textos é feita literalmente por mim próprio, pela ordem que se encontra no livro, desde PEDRO (São) até ao actual Papa FRANCISCO.


Atingi ontem (11 de Janeiro) pois, o número de 100 Biografias dos primeiros 100 Papas da Igreja Católica (incluindo 11 Anti-Papas - que são discriminados na cor Vermelha). 

À média de 10 Papas por dia (o que, eventualmente - e contando com as Biografias mais longas - que, nesses casos, será drasticamente reduzida apenas a Uma) esta Lista no meu Blogue poderá durar até perto do fim do Ano de 2018.

Espero que Deus me permita completar este trabalho a que decidi meter mãos... 








Foto actual do autor




Nº  3 3 5 0 - (3)




11 de JANEIRO de 2018


Texto do livro 
O PAPADO - 2000 Anos de História
do Círculo de Leitores - 2009 
e compilado por Mendonça Ferreira 


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GREGÓRIO IV - Papa 

Papa desde o ano 827.até ao ano 844.

CI Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma, no seio de uma familia nobre. Era cardeal. Morreu em Roma, em 11 de janeiro de 844.



HISTÓRIA

Foi o último papa de cultura grega eleito por unanimidade em






SÉRGIO II - Papa  

Papa desde o ano 844 até ao ano  847

CII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma oriundo de uma familia nobre, os Collona, sendo órfão desde tenra idade. Foi educado por LEÃO III na Schola Cantorum. Era arcipreste da Igreja romana. Morreu em 27 de janeiro de 847.

HISTÓRIA


Após a morte de GREGÓRIO IV, enquanto o clero e os senadores iam eleger o presbitero SÉRGIO, um diácono ambicioso, chamado JOÃO, far-se-ia aclamar por um grupo de adeptos, na Basilica de Latrão, mas ao verem-se sem apoio suficiente e ameaçados pelas milícias senatoriais, puseram-se em fuga, deixando o pretenso candidato, que foi preso e condenado à morte, valendo-lhe a intervenção do Papa eleito, que obteve a comutação da pena, transformando-a em exílio. 
Tendo a sagração sido realizada sem o consentimento imperial, Lotário ordenou a seu filho Luís, a que dera o título de rei de Itália, que avançasse sobre Roma. Ao chegar, foi recebido com toda a deferência e aceita ser coroado pelo Papa, como Luís II, rei da Lombardia.
SÉRGIO II conseguiu assim manter Roma fora de qualquer subordinação ao rei de Itália e preservar todos os seus direitos e bens eclesiásticos.
Para evitar dúvidas, diz-lhe com toda a clareza: «Consinto que os romanos prestem juramento ao seu supremo senhor, o imperador Lotário, mas nem eu nem os meus patrícios romanos permitiremos que o mesmo juramento seja prestado ao seu filho».
Uma coisa era o reconhecimento ao imperador sediado em França e outra o reconhecimento particular que pudesse equivaler a uma sujeição ou possibilidade de interferência do rei de Itália em Roma. 
Em Agosto de 846 o exército sarraceno consegue penetrar na foz do Tibre, aniquilando a guarnição pontifícia de Nova Óstia. Não entraram nas muralhas, mas fora delas saqueiam as basílicas de São Pedro e São Paulo, perdendo-se nessa altura grande parte do tesouro do culto e da história da Cristandade.
Valeu o auxilio de GUIDO DE ESPOLETO, que, chamado pelo Papa, desbaratou os muçulmanos, que retiraram para África.
A esta guerra seguiu-se uma terrível carestia de bens em Roma e Lotário, sabendo do acontecido  e não querendo que Roma lhe fugisse das mãos, organiza uma colecta para a restauração das basílicas profanadas.
SÉRGIO II mandou colocar no Pretório, em frente à Basilica de São JOÃO DE LATRÃO, A Escadaria Santa que, segundo a tradição, Santa HELENA mandara trazer da Palestina.
SÉRGIO II morreu pouco depois, sendo sepultado naquela mesma Igreja cujo saque e profanação lhe haviam despedaçado de dor o coração.




JOÃO VIII - Anti-Papa

Anti-Papa no ano 844

XII Anti-Papa




SÍNTESE


Era diácono romano.

HISTÓRIA



Por morte de GREGÓRIO IV, um diácono ambicioso, de nome JOÃO, fez-se aclamar Papa por um grupo de apaniguados facciosos, na Basilica de Latrão, antecipando-se aos senadores e patrícios que iam eleger o presbitero SÉRGIO como papa, mas, vendo-se perseguidos pelas milicias senatoriais, os seus adeptos fugiram, abandonando-o. JOÃO foi preso e condenado á morte, valendo-lhe a intervenção do papa eleito. SÉRGIO II que conseguiu mudar a sentença em exílio.
Perante esta situação, o imperador Lotário determinou que, de futuro, a eleição do papa só poderia fazer-se com autorização imperial e na presença de delegados imperiais.
Uma aventura papal que só não teve um  fim trágico porque SÉRGIO II foi bondoso e soube perdoar.




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LEÃO IV - Santo 

Papa desde o ano 847 até ao ano 855

CIII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma talvez de origem longobarda. Era Cardeal dos Santos Quatro Coroados. Morreu em Roma, em 17 de Julho de 855. Tem a sua festa a 17 de Julho.

HISTÓRIA

Foi eleito em 10 de Abril de 847, sem problemas e coroado sem a anuência do Imperador, que, no entanto, não mostrou qualquer ressentimento.
Pouco depois de eleito, a cidade foi abalada por um violento terramoto, seguido de incêndios, pondo em perigo a Basilica de São Pedro.
Entretanto Roma continuava sob a ameaça dos exércitos sarracenos que tinham acampado frente a Óstia.
São LEÃO IV pede auxilio ao duque de Nápoles e a outros chefes cristãos que conseguiram infligir uma pesada derrota aos invasores.
Celebrado o acontecimento com solenes acções de graças, São LEÃO IV compreendeu que para prevenir futuras ameaças era indispensável restaurar as muralhas e erguer um novo lanço  que abrangesse as Basílicas profanadas, o actual território do Vaticano. Nasceu assim a chamada «Cidade Leontina», em cuja construção se gastou todo om erário e bens de diversas igrejas e conventos. Concluídas em 852, as novas muralhas e torres foram solenemente benzidas, depois de o Papa, Bispos, Clero e Monges, todos descalços, terem percorrido o circuito em penitência.
Em 855, chegaram a Roma, Etelvulfo, rei de Inglaterra, com seu filho ALFREDO, para receberam a unção papal. Durante o ano de permanência na cidade, o soberano inglês ofereceu diversos donativos a São Pedro e mandou reconstruir as casas que o incêndio devorara, no bairro dos anglo-saxões.
A celebração de dois sínodos em Roma (850 e 853) atesta que São LEÃO IV para além das medidas de defesa contra os sarracenos, se preocupou igualmente com os problemas da Igreja, o que lhe mereceu os títulos de «Segundo Aureliano» e Restaurator Urbis.
São LEÃO IV foi o primeiro pontífice a datar os documentos oficiais.
Foi sepultado em São Pedro.
Durante o seu pontificado levantou-se uma sangrenta perseguição contra os cristãos da Peninsula Ibérica, sob o domínio de Abderramão II. Apesar de o culto ser tolerado, estava proibido, quer aos muçulmanos quer os cristãos, abraçar o Cristianismo. Os filhos de matrimónios mistos eram considerados muçulmanos. bastava que um cristão tivesse entrado numa mesquita para ser obrigado a tornar-se maometano, sob pena de mutilação de pés e mãos, e que um cristão tivesse injuriado Maomé ou denegrido a sua religião para ter de escolher entre a morte e a abjuração da fé. Tudo isto facilitava os pretextos para perseguir e impedir o alastramento do Cristianismo.

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BENTO III  -  Papa  

Papa desde o ano 855 até ao ano 858

CIV Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma filho de um cristão da classe média, chamado PEDRO. Era cardeal presbitero de São CALISTO. Morreu em 7 de Abril de 858.


HISTÓRIA

Caluniadores da Igreja e falsificadores de factos pretenderam colocar uma mulher, uma tal YOANA, de origem inglesa, como pontífice com o nome de JOÃO VIII.

Esta lenda absurda apenas surgiu dois séculos mais tarde, por intermédio de LEÃO IX, que lhe atribuiu origem bizantina. YOANA teria estudado em Atenas e vindo a Roma disfarçada de homem, usando o nome de JOÃO ANGÉLICO, e teria sido ordenada, vindo a ser eleita Papa, ocupando a Sé de São Pedro durante dois anos e meio, até ser descoberta quando, durante uma procissão, deu à luz nas ruas de Roma.
Não há, perante documentos, hipóteses de credibilidade para tal fábula, tanto mais que não existe concordãncia quanto ao seu nome, chamando-lhe uns YOANA, outros INÊS, GILBERTA e ainda GILÂMNCIA e JUTA.

Todos os documentos coevos ignoram semelhante lenda e colocam a eleição de BENTO III em Julho de 855, no mesmo mês em que morreu o seu antecessor. Além disso, existem vários documentos assinados por BENTO III logo nos primeiros meses do seu pontificado e ainda uma medalha cunhada com as efigies de BENTO III e do imperador Lotário, que faleceu dois meses e meio após a morte de São LEÃO IV.
A prova documental garante que São BENTO III, cardeal-presbitero de São CALISTO, foi eleito um mês e meio depois da morte de São LEÃO IV.
Na mesma altura o cardeal ANASTÁSIO, ambicioso e intriguista, que fora deposto por São LEÃO IV e pretende o Pontificado depois de manobrar os representantes do Imperador ocupa a Basilica de São Pedro e, entrando pelo Palácio de Latrão, apodera-se do Papa, despojando-o das vestes pontifícias.
O povo não aceita, subleva-se em defesa de BENTO III e os condes imperiais que o apoiavam acham mais prudente ceder e abandonar ANASTÁSIO, sendo BENTO III conduzido entre aclamações, a Santa Maria Maior. O Papa perdoou ao tresloucado anti-papa, que recolheu a um mosteiro.
O seu pontificado foi tranquilo e o Liber Pontificalis exalta-lhe a bondade e as suas ofertas às igrejas de Roma.
Foi sepultado em frente às portas principais da Basilica de São Pedro, portas que ele se tinha empenhado em restaurar depois dos roubos e danos da invasão sarracena, no pontificado de SÉRGIO II.




ANASTÁSIO  - Anti-Papa

Anti-Papa no ano 855

XIII Anti-Papa




SÍNTESE


Era cardeal. Morreu em 879.

HISTÓRIA


Eleito o Papa BENTO III, o cardeal ANASTÁSIO, que fora deposto por LEÃO IV, ambicioso e intriguista, pretende lutar pelo Pontificado e, depois de manobrar os representantes do imperador, ocupa a basílica de São Pedro, invade o Palácio de Latrão, apodera-se do papa e despoja-o das usas vestes pontifícias, pretendo substitui-lo. O povo revolta-se em defesa de BENTO III e os condes imperiais cedem e abandonam ANASTÁSIO, sendo BENTO III conduzido a Santa Maria Maior e aclamado pelo povo.
Bondosamente, BENTO III perdoa ao louco Anti-Papa, obrigando-o a recolher a um mosteiro e a fazer três dias de jejum em desagravo pelos seus desacatos e dos seus seguidores.
Mais tarde tornou-se bibliotecário da Igreja romana e foi conselheiro de vários Papas.








NICOLAU I MAGNO - Santo

Papa desde o ano 858 até ao ano 867

CV Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma, no seio da família Collona, de quem era descendente. Foi conselheiro de BENTO III. Morreu em 13 de Novembro de 867. Tem a sua festa a a 13 de Novembro.

HISTÓRIA

Foi eleito em 24 de Abril de 858 por consenso geral e com o apoio do imperador Luís II, apesar de ter recusado inicialmente, invocando a sua humildade.
O seu pontificado foi intenso e fecundo, tendo vivido como figura cimeira, com os reis, imperadores. leigos e clero a prestar-lhe obediência. Mandava nos reis e nos tiranos, graças ao seu talento de estadista, à sua profunda formação teológica e jurídica e à sua indomável energia, aliada a um claro sentimento do direito e grande sentido moral no modo de agir.
Opôs-se com autoridade a Lotário II, irmão do imperador, que rejeitou a esposa e queria casar com a amante. Lotário tinha subornado os representantes do papa no Sínodo de Metz, obtendo sentença favorável, mas NICOLAU I declara-a nula, depondo os Bispos responsáveis. Estes, porém  conseguem convencer o imperador Luís II, que, para defender a honra do irmão, se dirige com um exército a Roma para obrigar o papa a ceder ou a castigá-lo.
NICOLAU I ordena um jejum e uma procissão para obter protecção divina. Quando a procissão chega a São Pedro já lá estão as tropas imperiais, que carregam sobre o povo, Avisado das intenções do Imperador NICOLAU I refugia-se em lugar seguro.
Entretanto, morre inesperadamente um familiar do imperador que tinha atirado ao chão e quebrado a cruz da procissão e o próprio imperador adoece. NICOLAU I visita-o e o imperador abandona Roma, aceitando a decisão do pontífice.
O Papa preocupou-se com a dignidade da vida eclesiástica e monástica, como provam os sínodos de 850 e 851, mas o problema mais sério veio de Bizâncio, onde dois anos antes do início do seu pontificado. Bardas, regente na menoridade do imperador  Miguel, tinha deposto o Patriarca INÁCIO por este se ter oposto à situação imoral em que vivia, amancebado com a nora. Para suceder a INÁCIO, Bardas escolheu um leigo, FÓCIO, seu secretário de estado, o qual, contra todos os cânones, se fez ordenar e sagrar em seis dias por um bispo que estava suspenso.
Tanto a corte como Fócio enviaram a Roma habilidosas profissões de fé, inventando razões para a deposição de INÁCIO. NICOLAU I tomou uma medida prudente, enviando ao Oriente Bispos para examinarem, a causa do Patriarca deposto.
Realizou-se um sínodo, mas os legados pontifícios foram ameaçados e foi feita uma leitura viciada da carta do papa.
Informado do que se tinha passado, NICOLAU I condenou e depôs Fócio. Este, apoiado, pela corte bizantina, passou a lutar abertamente com Roma, transformando o seu caso na defesa doutrinal que empenhasse na luta  a igreja do Oriente. por isso, envia uma circular a todos os Bispos alertando-os contra as inovações da Igreja romana e a sua ingerência na disciplina eclesiástica.
Mas a divergência fundamental consistia numa suposta falsificação doutrinal do simbolo da fé, relativa ao Espírito Santo. Com efeito, enquanto para a Igreja do Oriente o Espírito Santo procedia apenas do Pai, Roma afirmava  que procedia igualmente  do Filho. Realmente, a doutrina trinitária da Igreja afirmava, à luz do Evangelho, que o Espírito Santo procedia do Pai e do Filho. como de um único principio ab aeterno. No entanto, não se tratava  de uma doutrina nova que tivesse sido introduzida contra qualquer definição anteriormente feita, pois se encontrava já explicitada no chamado simbolo Quicunque, que data dos fins do século I. 
«O Pai não foi feito, nem criado, nem gerado por nenhuma das outras Pessoas, o Filho procede apenas do Pai, gerado mas não feito nem criado; o Espírito Santo vem do Pai e do Filho, não feito, nem criado, nem gerado mas apenas procedendo».
Fócio, contudo, conseguiu fazer disso um ponto nevrálgico na rivalidade entre Bizâncio e Roma e, em conciliábulo realizado na Basilica de Santa Sofia, em 867, com a presença do Imperador, atreveu-se a proferir uma sentença de excomunhão contra o papa.
Adivinhavam-se dias difíceis, mas aconteceu o inesperado. Em Setembro desse ano, o imperador Miguel III foi assassinado e o novo imperador BASILIO depõe Fócio e chama do exílio o patriarca INÁCIO, que era muito querido do povo. A seguir envia a Roma cartas cheias de devoção e a sincera adesão ao Vigário de Cristo, pedindo a sua intromissão para tratar dos desvios doutrinais. São NICOLAU I já não teve o prazer de receber estas cartas, pois, entretanto, faleceu.
Uma das manifestações de poder da Sé Apostólica está em convocar sínodos e em aprovar as suas conclusões: «Só Roma tem o poder de declarar legítimas as conclusões de qualquer sínodo ou concílio».
Dentro desta linha e um ano antes da sua morte, envia ao recém-convertido rei dos Búlgaros, MIGUEL BÓRIS o famoso documento Reponsa Nicolai ad consulta bulgarorum, no qual responde a 108 perguntas que lhe fizera  de carácter moral, jurídico e económico, dizendo ainda: «Administrador supremo da Igreja, o papa é também o único juiz em última instância em todas as causas importantes».
Quanto às relações entre o poder civil e o religioso, a actuação de NICOLAU I mostra  claramente que havia terminado o Cesaripapismo de CARLOS MAGNO, que se considerava responsável diante de Deus pela Igreja. A concepção Carolíngia, na linha da concepção bizantina, tendia a absorver a Igreja no Estado, tal como os teóricos do século XIV pretendiam, ao invés, absorver o Estado na Igreja. NICOLAU I MAGNO distingue e demarca ambos os poderes com autonomias próprias.
Ao escrever a CARLOS, O Calvo, e a LUÍS, o Germânico, a propósito do escândalo de Lotário, e ao imperador bizantino no caso de Fócio, o que sobretudo lhes pede é que permitam a aplicação livre das leis canónicas.
Dentro da mesma lógica condena as torturas como meio de punir os condenados, bem como a guerra ofensiva.
No seu Pontificado mandou fazer a recapitulação das leis eclesiásticas, a chamada Decretali Pseudoisidoriane, redigida anos antes.
Movido pela caridade aboliu o uso de torturas nos processos judiciais e enviou missionários para cristianizar os búlgaros e o seu rei BORIS.
Mandou trasladar da Crimeia para Roma o corpo de São CLEMENTE mandando-o sepultar na Igreja que tem o seu nome.
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ADRIANO II - Papa

Papa desde o ano 867 até ao ano 872


CVI Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma em 792. Descendia da familia Collona e casado antes de ser sacerdote. Era Cardeal de São Marcos. Morreu em Roma, em 14 de dezembro de 872.

HISTÓRIA

ADRIANO II era um velho de 75 anos, cardeal de São Marcos, que foi escolhido pela sua piedade e espírito de caridade.
Logo que foi eleito, em 14 de Dezembro de 867 (*) defrontou acontecimentos dolorosos. Primeiro com Lamberto, duque de Espoleto, que atacou e pilhou Roma; depois, uma sua filha (pois era viúvo quando se tornou sacerdote), foi raptada por ELEUTÉRIO, irmão de ANASTÁSIO, bibliotecário do Papa São NICOLAU MAGNO, seu antecessor. O Papa entregou o caso à justiça e ELEUTÉRIO assassinou-lhe a filha.
Caluniado por ter concedido a amnistia a bispos exilados, vê-se obrigado a realizar um sínodo em Troyes, em 868. Com o mesmo intuito convocou alguns clérigos mais intransigentes para um banquete no Palácio de Latrão.
O seu curto pontificado - apenas cinco anos - foi importante. Condenou o Patriarca de Constantinopla, Fócio, pois reuniu um concílio em São Pedro com a assistência de enviados bizantinos, do qual saíram confirmados os decretos do papa NICOLAU MAGNO, bem como a condenação de Fócio.
No entanto, ADRIANO II entendeu que era indispensável uma solução eficaz e definitiva e convocou novo concilio ecuménico, que se realizou em Constantinopla em 869 e onde o primeiro cuidado dos legados papais, foi o de conseguir que os bispos orientais assinassem uma profissão de fé; à semelhança do antigo formulário de HORMISDAS, firmado pela Igreja grega.
Fócio, que comparecerá na quinta sessão, manteve-se inamovível, inutilizando os esforços do imperador e do Papa.
Os 27 cânones aprovados, visaram principalmente impedir o retorno dos incidentes em torno de Fócio.
Ficou estabelecida a concórdia entre Roma e Constantinopla, apesar da pressão dos Bizantinos, ciosos das prerrogativas dos seus patriarcas. Roma, contrariada, cedia quanto à dependência dos recém-convertidos búlgaros, deixando-os sob a esfera de Bizâncio.
ADRIANO II aprovou a liturgia eslava de CIRILO e METÓDIO, os quais vieram a ser canonizados. São CIRILO monge, e São METÓDIO bispo, irmãos de sangue, difundiram o Evangelho na Morávia - Checoslováquia e na Panónia - Croácia e traduziram a liturgia latina para a língua eslava, tendo morrido em 869 e 885, respectivamente em Roma e na Morávia. A sua memória celebra-se em 14 de Fevereiro e são co-padroeiros da Europa.
No pontificado de ADRIANO II, dá-se a conquista da cidade do Porto pelo conde VÍMARA PERES firmando-se o domínio cristão num território que viria a ser a base da futura nação portuguesa.

NOTA. (há 1150 anos, precisamente, na data em que  transcrevo esta biografia - 14-12-2017CURIOSAMENTE)





JOÃO VIII - Papa

Papa desde 872 até ao ano de 882


CVII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma em 812, de ascendência longobarda. Era arcediago da Igreja romana. Morreu em Roma, em 16 de Dezembro de 882, envenenado.


HISTÓRIA

Foi eleito no mesmo dia em que morreu ADRIANO II, sinal de que a sua escolha foi unânime.
Teve um pontificado dificil, porque a morte do imperador LUÍS II, que não tinha filhos, levou à fragmentação e enfraquecimento do Império, numa altura em que os sarracenos ameaçavam Roma.
Entre os dois irmãos do imperador, CARLOS, O Calvo e LUÍS o Germânico, o Papa decidiu-se pelo primeiro apressando-se a pedir-lhe auxilio contra os árabes invasores, mas, mesmo tendo sido coroado em Roma, o imperador, acossado pelo irmão e outros nobres rebeldes, não deu ouvidos ao Papa no auxílio à Cristandade e veio a morrer dois anos depois.
Entretanto os duques de Espoleto e do Sul de Itália, olhando mais aos seus interesses que ao bom da Cristandade, pactuavam com os muçulmanos.
JOÃO VIII praticamente fechado em São Pedro, toma uma atitude audaciosa e, iludindo a vigilância, consegue fugir por matar e atingir a França. Foi mais uma desilusão, porque os filhos de CARLOS o Calvo, sempre doentes, não o ajudaram.
Em 877, o papa proclamou um principio novo: «Somos nós quem deve escolher o Imperador».
Dentro destas circunstâncias, em 880, CARLOS o Gordo, é proclamado imperador da Alemanha, mas JOÃO VIII depressa viu que não podia contar com ele.
Nessa altura, os sarracenos desembarcaram em Terracina, a uns 4 quilómetros de Roma, devastando tudo e aprisionando todos. Num acto de desespero, O Papa improvisa uma esquadra  que, sob o seu comando e atacando de surpresa, consegue pôr em fuga os invasores, libertando os prisioneiros. Mesmo assim JOÃO VIII precisa de ajuda e recorre a Bizâncio. Era uma decisão perigosa, pois com a morte do Patriarca INÁCIO em 877, Fócio voltara a apossar-se da Sé Patriarcal, mas era a única via para salvar a Cristandade ameaçada.
Bizâncio, que também receava os muçulmanos, recebeu bem o Papa e o imperador Nicéforo. Focas deu ordem aos seus exércitos para atacarem e, em pouco tempo, libertaram a Itália do perigo sarraceno.
Pouco depois, em 16 de Dezembro de 882, JOÃO VIII morria assassinado por um dos seus parentes, que, despeitado pelas reformas feitas na Cúria, o terá envenenado e esmagado o crânio com um martelo.
Foi o primeiro Papa da história a ser assassinado e com este acto começa o que se chamou o «Século das Trevas».







MARINHO I - Papa

Papa desde o ano 882 até ao ano 884


CVIII Papa

SÍNTESE

Nasceu em Galese - Roma, de origem inglesa. Era bispo. Morreu em 15 de Maio de 884.


HISTÓRIA

Foi consagrado em 26 de Dezembro de 883.
Discípulo de São NICOLAU MAGNO, foi por ele enviado como legado a Constantinopla por causa dos problemas originados por Fócio
Foi auxiliar dos Papas seguintes, para os problemas do Oriente e da Bulgária e deu sempre tais provas de prudência e clarividência que o seu nome foi logo indicado para suceder a JOÃO VIII numa época em que tudo se apresentava dificil.
A sua primeira preocupação foi atenuar e resolver problemas vindos do pontificado anterior, um deles com FORMOSO bispo de Portus, que tinha sido deposto da sua sede por JOÃO VIII, que o obrigara a jurar que, no futuro, iria sempre viver como leigo. MARINHO I dispensou-o do juramento e reempossou-o como bispo de Portus.
Como o duque de Espoleto e os sarracenos se recusassem a restituir à Sé Romana os territórios de que se tinham apoderado, MARINHO I viu-se obrigado a recorrer ao imperador, que interveio para repor a legalidade, que pouco durou.
No seu pontificado houve uma incursão dos sarracenos, os quais incendiaram diversas igrejas e mosteiros, entre eles o de Monte Cassino.
A morte surpreendeu-o, repentinamente. Foi sepultado no Pórtico de São Pedro, entre a Porta Argêntea e a Porta Romana, onde ainda hoje se conserva o seu epitáfio.










ADRIANO III - Santo

Papa desde o ano 884 até ao ano 885.

CVIX Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma. Era monge beneditino. Morreu perto de Módena, em 7 de Setembro de 885. Tem a sua festa a 8 de Julho.


HISTÓRIA

Tinha o nome de AGAPITO, mas quando ascendeu ao pontificado em 19 de Maio de 884 resolveu mudá-lo para ADRIANO  (o terceiro Papa do mesmo nome), seguindo o que já tinha sido feito pelo Papa JOÃO II (533-535), que antes da eleição se chamava MERCÚRIO e foi o primeiro a adoptar esta mudança de nome que mais tarde, todos os Papas seguiram.
Viveu em contínuo sobressalto no seu breve pontificado, pois a luta dos diversos ducados italianos permitia a ameaça contínua dos sarracenos.
Resistiu aos pedidos de BASILIO, imperador de Bizâncio , a favor do patriarca Fócio, já excomungado, e foi duro nas relações com o Sacro Império Romano-Germânico, contrariando CARLOS, o Gordo, que pretendia que fosse necessária a sua autorização para a eleição de um Papa.
Perante a insistência, aceitou o convite para ir à Dieta de Worms, convocada por CARLOS, o Gordo, para resolver a sucessão ao trono imperial.
ADRIANO partiu para França e em Nonanianole, perto de Módena, faleceu, sendo sepultado no mosteiro da cidade.
Pouco tempo depois da sua morte foi proclamado Santo, mas a sua canonização foi impugnada, até que em 2 de Dezembro de 1891 (mais de 1000 anos depois...) o seu culto foi reconhecido pelo PAPA LEÃO XIII que decretou que em todos os dias 7 de Setembro se celebrasse uma missa dupla, pelos clérigos de Roma e de Módena.








ESTÊVÃO V - Papa 

Papa desde o ano 885 até ao ano 891.

CX Papa

SÍNTESE

Nasceu em Roma, oriundo de uma familia nobre e rica. Foi conselheiro do Papa JOÃO VIII. Morreu em Roma, em 14 de Setembro de 891.



HISTÓRIA

 Foi escolhido por consenso unânime do clero e do povo em 14 de Setembro de 1885, mas a sua eleição provocou o desagrado do imperador CARLOS, o Gordo, por não ter sido previamente consultado, e que chegou a tentar destitui-lo, desistindo porém dos seus intentos  por não se ver apoiado.
ESTEVÃO V, contudo, teve grande abnegação em aceitar o pontificado, pois os celeiros da cidade estavam vazios e on tesouro da Igreja esgotado, vendo-se, por isso, impossibilitado de dar os habituais donativos ao clero e escolas de Roma e de acudir ao povo faminto.
Sem olhar a tanta miséria, os duques de Salerno e de Cápua continuavam a discutir os territórios da Santa Sé, enquanto os Sarracenos aproveitavam para assolar o Lácio e a Etrúria.
Não sabendo a quem pedir ajuda, ESTEVÃO V recorre ao antigo adversário do pontificado, o duque de Espoleto, que vendo na agonia o antigo império Carolíngio e pensando, talvez, substitui-lo, acode a enfrentar e a aniquilar a ameaça sarracena. Com efeito morto o Imperador CARLOS, o Gordo, GUIDO, duque de Espoleto, consegue ser eleito rei de Itália e obtém a coroa imperial.
Entretanto, em Bizâncio, apoiado pelo imperador BASILIO, Fócio continua a atacar Roma por meio de cartas e escritos eivados de sofismas, pretendendo separar a Igreja bizantina de jurisdição do bispo de Roma e continuou até que morre o imperador e se vê compelido a abdicar e a recolher a um convento.
Amante das artes, deu um  grande impulso ao desenvolvimento artístico.
Também aboliu as provas pelo fogo e pela água, os orálios, porque considerava que tentavam Deus.
ESTEVÃO V faleceu, completamente pobre, pois até os próprios bens familiares despendeu para ajudar os necessitados.



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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto




Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.

Textos recolhidos

In

O Papado  -  2000 Anos de História 
Ed. Círculo de Leitores - 2009

e

sites: Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral, e outros






Ponte da Arrábida



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 SÃO PAULO (e Vidas de Santos) http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.com


ANTÓNIO FONSECA

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...