Feliz Ano de 2017
Interior da Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso
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Nº 3133
Série - 2017 - (nº 159)
8 de JUNHO de 2017
SANTOS DE CADA DIA
10º A N O
LOUVADO SEJA PARA SEMPRE
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
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Todos os Católicos com verdadeira Fé,
deverão Comemorar e Lembrar
os Santos e Beatos de cada dia, além de procurar seguir os seus exemplos
deverão Comemorar e Lembrar
os Santos e Beatos de cada dia, além de procurar seguir os seus exemplos
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MARIA DO DIVINO CORAÇÃO
(Maria Droste zu Vischering), Beata
No Porto, Portugal., a Beata MARIA DO DIVINO CORAÇÃO (Maria Droste zu Vischering), virgem da Congregação das Irmãs da Caridade do Bom Pastor , que promoveu admiravelmente a devoção ao Sagrado Coração de Jesus. (1899)
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
No dia 1 de Novembro de 1975, o Papa PAULO VI inscreveu mais um nome no Catálogo dos Bem-aventurados: o de MARIA DROSTE ZU VISCHERING, que em religião se chamou Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
As canonizações e beatificações dos homens e mulheres que viveram heroicamente a sua fé e irradiaram no seio da Igreja o amor de Deus na extraordinária vivência dos carismas do espírito, próprios de cada um deles, têm-se multiplicado nos últimos tempos, a ponto de algumas delas nos passarem, talvez desapercebidas. Esta multiplicidade é na Igreja vivo testemunho da infalível assistência de Cristo, que nestes dias tão conturbados pelo ódio e paixões humanas, desperta nela almas tão ardentes e puras na prática heroica de todas as virtudes cristãs.
Mas a beatificação da IRMÃ MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, lídima glória de tão benemérita Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, a alemã por nascimento e portuguesa pelo coração, tem para Portugal especial significado. A Portugal dedicou ela, por chamamento divino, o melhor da sua curta vida. Viveu palpitantemente as alegrias e angústias da Igreja na nossa terra, num período bem agitado da sua história, nos últimos anos do século XX. Toda a sua espiritualidade, máscula e terna, altamente mística e profundamente humana ao mesmo tempo, hauriu-a ela no Coração de Jesus.
A Devoção ao Coração de Jesus
Coração designa o que há de mais íntimo e profundo no ser hum,ano, a essência do mesmo ser. Quando o Senhor Se nos mostra ostentando no peito o Coração abrasado em chamas, quer fazer-nos sentir ao vivo a palavra de São JOÃO: «Deus é Amor» (1 Jo 4, 16), e Jesus é a encarnação sensível desse amor; quer fazer-nos entrar pelos sentidos que toda a vitalidade, todo o dinamismo do seu ser humano radica no seu Coração todo amor; tudo n'Ele foi inspirado pelo amor infinito para com o Pai e para com os homens, seus irmãos. Quer mostrar-nos também que as nossas relações e toda a nossa actividade humana só podem ter valor aos seus olhos se irromperem dum coração que ame.
A Beata MARIA DROSTE bebeu esta devoção com o leite materno. Já seus pais, profundamente cristãos, a viviam intensamente, e souberam-na comunicar aos seus filhos e familiares.
Foi numa vida de felicidade, de pureza e austeridade que ela se preparou para a mais íntima e mística união esponsal com o Coração de Jesus. Numa manhã, festa do Coração de Jesus, na capela do solar de Darfeld, diante da estátua que lhe era tão querida, depois de comungar, ouviu distintamente «aquela voz interior que eu não conhecia ainda, mas que hoje me é tão familiar: "Tu serás a esposa do meu Coração". Não posso dizer o que senti naquele momento. Senti-me consternada, aniquilada, confundida, e ao mesmo tempo inundada nas ondas do seu amor. Que felizes momentos! Esposa do seu coração!... eu tão pobre e miserável!... A partir deste momento eu já não podia pensar senão no Coração de Jesus como meu Esposo... Que intimidade entre nós! Vivia com Ele, dizia-lhe tudo, e Ele era sempre cheio de misericórdia e de bondade para comigo».
Consagração
A perfeita caridade traduz-se pela entrega total da pessoa ao Coração de Jesus - a consagração.
Fomos consagrados pelo Baptismo. Consagração é realização e exigência do nosso Baptismo, mas aquilo que nos foi dado ontologicamente no Baptismo tem de se ir desenvolvendo, com o avivar da consciência e o esforço pela vida fora.
A consagração ao Sagrado Coração é precisamente esta tomada de consciência da realidade cristã no ponto central da nossa pertença pessoal, por amor, a Jesus. A devoção ao Seu Coração divino faz-nos descobrir as raízes mesmas do culto cristão, faz-nos cair na conta do que é a própria essência do Cristianismo.
A consagração é exigência primária desta devoção, é a expressão do amor pessoal que se reveste do carisma que o Espírito Santo dá a cada um. Em FRANCISCO DE ASSIS converte-o no jogral enamorado de Deus, cantando os divinos louvores nos braços da Pobreza, sua Dama. A INÁCIO DE LOYOLA transformou-o no soldado fiel, apaixonado da Maior Glória de Deus. Em MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, a consagração reveste o carácter esponsal da reparação amorosa: «Serás a esposa do meu Coração», do Coração que se lhe apresenta profundamente magoado pelos espinhos da ingratidão humana.
Reparação
Consagração e reparação são a exigência primária da devoção ao Coração de Jesus. Vivem-se em unidade - consagração reparadora: uma vida que se entrega para ser vivida com Cristo e em Cristo pela cruz. E por isso toda a colaboração na obra redentora do Coração de Jesus tem de estar vinculada com a cruz.
Uma tarde, passeando meditativamente pelas alamedas do jardim do seu solar, «senti vivamente, escreveu ela, que o Senhor me dizia que teria de sofrer muito por Ele»... «Jesus falou-me dos sofrimentos por que passava, vendo-Se abandonado de todos, e pediu-me Lhe fizesse companhia. Disse-me que O aflige sobretudo o abandono de muitos sacerdotes...»
Como este, encontramos inúmeros desabafos íntimos nas páginas da sua autobiografia, escritas em obediência ao seu Confessor - TEOTÓNIO VIEIRA DE CASTRO, que foi mais tarde patriarca de Goa.
Há momentos na história das almas que marcam uma vida toda; momentos em que a graça do Espírito irrompe sobre elas em avalanche, operando nelas uma nova conversão, de bem para melhor. Um desses golpes extraordinários do amor do Coração de Jesus, parece ter-se dado na IRMÃ MARIA DO DIVINO CORAÇÃO ao passar por Manresa, a caminho de Portugal.
Ia ela de viagem para o novo destino a que Deus a chamara, com o coração angustiado de saudades, na incerteza do desconhecido em que ia entrar, mas na decisão firme de se dar toda à realização dos desígnios misteriosos aonde Ele a levava. A 12 de Fevereiro de 1894, passa pela Santa Cueva de Manresa. A figura do grande penitente de Manresa - Santo INÁCIO - encantava-a e subjugava-a.
Foi no ardor desta oblação para o sacrifício que ela entrou em Portugal. Ela amou-o porque era a terra aonde o Coração de Jesus a conduzira, Era o altar onde ela ia imolar-se por Deus e pelas almas.
Voltando mais tarde a Munster, escrevia: «A viagem segue o curso normal, tranquilo. Mas no fundo do coração sinto saudades do nosso pobre Portugal, e especialmente da minha cela junto da querida capela. Nada no mundo pode substituir para mim aquele lugar».
O sacrifício só tem valor se for revestido de carácter reparador. Só é redentor se for levado pelo amor, em união com o sacrifício de Cristo. Vida reparadora é a vida do Redentor que tem de ser baptizado com um baptismo de sangue, e suspira por ele, embora em sua natureza humana sinta repugnâncias da morte. Vida do Redentor que Se dá às almas pecadoras, e Se identifica de tal modo com elas que faz seus os pecados elas, por elas faz penitência, sofre e morre.
MARIA DROSTE vem a Portugal para sofrer, porque, consciente da sua vocação de Irmã do Bom Pastor, vem salvar as almas, colaborar com Cristo crucificado na salvação das almas que, em Lisboa e no Porto, Ele lhe quis confiar. E por isso a cama vai ser a sua cruz redentora, na maior parte do tempo passado na nossa terra, vai ser o altar do seu sacrifício.
Perguntando ela ao Senhor porque é que prolongava os seus sofrimentos e a sua doença, ouviu esta resposta: «Resgatei o género humano pela cruz, e é pela cruz que santifico as almas. Quanto mais Eu ligo uma alma à Cruz, e quanto mais semelhante Eu a torno a Mim, tanto mais estreitamente Me uno com ele. Os sofrimentos dos meus eleitos completam a obra da minha Redenção».
A Cruz é pois o altar dos eleitos do Coração de Jesus.
Mas este altar é para MARIA DROSTE não só imolação duma vítima e consumir-se por amor, mas pregação viva, exercício activo de apostolado a conquistar as almas. Por três longos anos, imóvel e afogada em dores, fazia-se transportar na sua cama portátil à sala de visitas, onde diariamente passava horas e horas a atender pessoas de todas as classes, que procuravam a «Santinha alemã» para receber dela consolação e alento. Dessa cama dirigia ainda toda a actividade e negócios da casa dumas 175 internadas, com uma energia e prudência extraordinárias.
Sofrimento, oração, apostolado e actividade doméstica, eis a vivência real da consagração de MARIA DROSTE ao Divino Coração.
Consagração do mundo ao Sagrado Coração
Mas não chegara ainda a hora para aquele corpo diáfano, e como que espiritualizado, pronunciar o seu consummatum est. Ainda não estava completada a sua missão. O Coração de Jesus queria, no dealbar do século XX afogar o mundo numa avalanche de graça e de misericórdia. E para isso queria que o papa, seu Vigário na terra, com os Bispos e todos os católicos, membros conscientes e responsáveis de toda a família humana, lhe fizessem solenemente a consagração do mundo inteiro. É a Irmã DO DIVINO CORAÇÃO a eleita de Deus para ser a apóstola desta Consagração. É ela que tem de se dirigir ao Papa com uma missão divina para toda a Igreja, como outrora Santa CATARINA DE SENA.
Mas o sinal da autenticidade da sua missão divina é precisamente o recrudescer dos seus padecimentos. E quando pela terceira vez o Coração Divino se dirige à Irmã MARIA a pedir a intervenção ela junto de LEÃO XIII, pergunta-lhe ainda «se estava disposta a suportar toda a espécie de sofrimentos, humilhações e desprezos».
«Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, ficará só: mas se morrer, dará muito fruto.- Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo aborrece a sua vida, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém quer servir-Me que Me siga: e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo» (Jo 12, 24-26).
De Munster até ao Porto
Para os leitores que desconheçam ainda a sua admirável figura, apresentamos a sua vida em traços muito esquemáticos:
Filha dos condes de DROSTE ZU VISCHERING, nasceu em Munster, na Vestefália - Alemanha, a 8 de Setembro de 1863. Passou a infância no castelo de Darfeld, não longe daquela cidade, no seio duma família profundamente cristã.
«Desde a mais tenra idade, escreve ela, senti a dita de ser filha da Santa Igreja».
No Natal de 1883 consagra-se a Deus pelo voto de castidade perpétua. E Ele apodera-Se dela e marca-lhe a consagração com o sinal da cruz, fazendo-a passar por dilatada e penosa doença. Com o espírito embalado por longo tempo em sonhos de heroísmo missionário, no dia 1 de Julho de 1888, esperando na igreja paroquial a sua vez de se confessar, ouve subitamente a voz do Senhor: «Tens de entrar no convento do Bom Pastor».
Com a vocação irrompe na sua alma inocente a ânsia de salvar a juventude extraviada, ânsia tão intensa quanto era intenso o horror por toda a impureza. A obra da regeneração ou da preservação da mulher em perigo é, com efeito, o campo especifico do apostolado da Congregação do Bom Pastor.
A 10 de Janeiro de 1889 toma o hábito religioso no convento de Munster, no mesmo dia em que, no Carmelo de Lisieux, TERESA DO MENINO JESUS recebeu o dela.
Professou a 29 de Janeiro de 1891.
Após três anos de total dedicação ao apostolado das penitentes, próprio do seu Instituto, é enviada a Portugal em 1894. Tinha 31 anos de idade.
Depois de três meses passados em Lisboa, chega ao Porto como Superiora do Recolhimento do Bom Pastor, na Rua do Vale Formoso - Paranhos, a 17 de Maio de 1894. De lá, escreve ela, pouco depois: «Vivemos numa situação angustiosa. A casa está em ruínas, devorada por dívidas que nos sufocam. Vejo, porém, e sinto que Deus está comigo, e assim cresce, cada dia mais, a minha coragem, embora por vezes isto seja difícil de suportar... Só temos em causa cinco ou seis marcos, e temos de alimentar 120 pessoas... Sinto-me tão portuguesa, que não me importo com tanto desconforto, tanto frio e tanta humildade...»
E a sua tenacidade, aliada a uma absoluta confiança no Coração de Jesus, realiza o milagre de transformar aquela casa e comunidade em ruínas num florescente jardim de Deus.
A 21 de Maio de 1896, cai de cama, esgotada de trabalho, para nunca mais se levantar: uma osteomielite que a paralisa e martiriza com dores atrozes constantes. É nesta longa, heroica crucifixão, que a irmã MARIA se imola pelos,pecadores, pelos sacerdotes, pela Igreja, por Portugal. «Muitas vezes na minha doença, quando senti ardentes desejos de morrer, Nosso Senhor, duma imagem dos Passos, me dizia: "Então queres que Eu leve sozinho a cruz de Portugal?" (Carta de 20.11.1896).
Às 3 horas da tarde do dia 8 de Junho de 1899, ao hino das primeiras vésperas da festa do Coração de Jesus, quando por todo o mundo católico se fazia o tríduo solene de preparação para a consagração ao mesmo Divino Coração, a vítima de Paranhos consumava o seu sacrifício. No dia 11, o Papa LEÃO XIII realizava aquilo que ele mesmo declarou ser o «acto mais grandioso do seu Pontificado» - a Consagração do mundo inteiro ao Sagrado Coração de Jesus.
Este acto foi-lhe pedido por Cristo. A mensageira transmissora da mensagem de Cristo foi a Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
ERMESINDE
Repousam as suas venerandas relíquias em Ermesinde, na Igreja do Coração de Jesus, erecta pelas suas filhas em cumprimento do desejo ardente da Bem-aventurada, expresso por solene promessa. Na primeira sexta-feira de Julho (ou Agosto) de 1897, recebeu ela ordem do Senhor: «Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças. Depois disse-me que queria que esta Igreja fosse sobretudo um lugar de reparação pelos sacrilégios, e para atrair graças e bençãos sobre o clero».
A construção deste templo foi uma das suas últimas preocupações. Ela mesma, no seu leito de dor, mal podendo segurar um lápis entre os dedos, traçou as linhas arquitectónicas.
Não quis o Senhor dar-lhe em vida a alegria de ver realizado o seu sonho. Realizaram-no as suas filhas em Ermesinde,
Este templo começaram a erguê-lo em Paranhos, junto à casa da rua de Vale Formoso, onde a Bem-aventurada falecera. A revolução de 1910 veio interromper a construção. Mas a premente recomendação da Irmã MARIA não se apagou no coração das Irmãs do Bom Pastor. «No caso de morrer antes de ter edificado a Igreja, peço às minhas muito amadas Irmãs e Filhas espirituais... dêem cumprimento à promessa que hoje faço para assim corresponder aos desejos de Nosso Senhor, e consolar o seu divino Coração».
E cumpriram.
Em Ermesinde ergue-se majestosa a igreja do Coração de Jesus. Sob as suas abóbodas repousam agora as relíquias da Bem-aventurada. Ali, diante da Hóstia consagrada em constante exposição, ajoelham perpetuamente almas em adoração reparadora. Ao vê-las sente-se ainda o palpitar ardente da Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
«Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças». O lugar de reparação está erecto. A palavra do Senhor não falhará!
.
NOVE IRMÃS GÉMEAS
GENEBRA, VITÓRIA, EUFÉMIA, MARINHA, MAREJANA, GERMANA, BASÍLIA, QUITÉRIA e LIBERATA (ou VILGEFORTE), Santas
No dia 1 de Novembro de 1975, o Papa PAULO VI inscreveu mais um nome no Catálogo dos Bem-aventurados: o de MARIA DROSTE ZU VISCHERING, que em religião se chamou Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
As canonizações e beatificações dos homens e mulheres que viveram heroicamente a sua fé e irradiaram no seio da Igreja o amor de Deus na extraordinária vivência dos carismas do espírito, próprios de cada um deles, têm-se multiplicado nos últimos tempos, a ponto de algumas delas nos passarem, talvez desapercebidas. Esta multiplicidade é na Igreja vivo testemunho da infalível assistência de Cristo, que nestes dias tão conturbados pelo ódio e paixões humanas, desperta nela almas tão ardentes e puras na prática heroica de todas as virtudes cristãs.
Mas a beatificação da IRMÃ MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, lídima glória de tão benemérita Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, a alemã por nascimento e portuguesa pelo coração, tem para Portugal especial significado. A Portugal dedicou ela, por chamamento divino, o melhor da sua curta vida. Viveu palpitantemente as alegrias e angústias da Igreja na nossa terra, num período bem agitado da sua história, nos últimos anos do século XX. Toda a sua espiritualidade, máscula e terna, altamente mística e profundamente humana ao mesmo tempo, hauriu-a ela no Coração de Jesus.
A Devoção ao Coração de Jesus
Coração designa o que há de mais íntimo e profundo no ser hum,ano, a essência do mesmo ser. Quando o Senhor Se nos mostra ostentando no peito o Coração abrasado em chamas, quer fazer-nos sentir ao vivo a palavra de São JOÃO: «Deus é Amor» (1 Jo 4, 16), e Jesus é a encarnação sensível desse amor; quer fazer-nos entrar pelos sentidos que toda a vitalidade, todo o dinamismo do seu ser humano radica no seu Coração todo amor; tudo n'Ele foi inspirado pelo amor infinito para com o Pai e para com os homens, seus irmãos. Quer mostrar-nos também que as nossas relações e toda a nossa actividade humana só podem ter valor aos seus olhos se irromperem dum coração que ame.
A Beata MARIA DROSTE bebeu esta devoção com o leite materno. Já seus pais, profundamente cristãos, a viviam intensamente, e souberam-na comunicar aos seus filhos e familiares.
Foi numa vida de felicidade, de pureza e austeridade que ela se preparou para a mais íntima e mística união esponsal com o Coração de Jesus. Numa manhã, festa do Coração de Jesus, na capela do solar de Darfeld, diante da estátua que lhe era tão querida, depois de comungar, ouviu distintamente «aquela voz interior que eu não conhecia ainda, mas que hoje me é tão familiar: "Tu serás a esposa do meu Coração". Não posso dizer o que senti naquele momento. Senti-me consternada, aniquilada, confundida, e ao mesmo tempo inundada nas ondas do seu amor. Que felizes momentos! Esposa do seu coração!... eu tão pobre e miserável!... A partir deste momento eu já não podia pensar senão no Coração de Jesus como meu Esposo... Que intimidade entre nós! Vivia com Ele, dizia-lhe tudo, e Ele era sempre cheio de misericórdia e de bondade para comigo».
Consagração
A perfeita caridade traduz-se pela entrega total da pessoa ao Coração de Jesus - a consagração.
Fomos consagrados pelo Baptismo. Consagração é realização e exigência do nosso Baptismo, mas aquilo que nos foi dado ontologicamente no Baptismo tem de se ir desenvolvendo, com o avivar da consciência e o esforço pela vida fora.
A consagração ao Sagrado Coração é precisamente esta tomada de consciência da realidade cristã no ponto central da nossa pertença pessoal, por amor, a Jesus. A devoção ao Seu Coração divino faz-nos descobrir as raízes mesmas do culto cristão, faz-nos cair na conta do que é a própria essência do Cristianismo.
A consagração é exigência primária desta devoção, é a expressão do amor pessoal que se reveste do carisma que o Espírito Santo dá a cada um. Em FRANCISCO DE ASSIS converte-o no jogral enamorado de Deus, cantando os divinos louvores nos braços da Pobreza, sua Dama. A INÁCIO DE LOYOLA transformou-o no soldado fiel, apaixonado da Maior Glória de Deus. Em MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, a consagração reveste o carácter esponsal da reparação amorosa: «Serás a esposa do meu Coração», do Coração que se lhe apresenta profundamente magoado pelos espinhos da ingratidão humana.
Reparação
Consagração e reparação são a exigência primária da devoção ao Coração de Jesus. Vivem-se em unidade - consagração reparadora: uma vida que se entrega para ser vivida com Cristo e em Cristo pela cruz. E por isso toda a colaboração na obra redentora do Coração de Jesus tem de estar vinculada com a cruz.
Uma tarde, passeando meditativamente pelas alamedas do jardim do seu solar, «senti vivamente, escreveu ela, que o Senhor me dizia que teria de sofrer muito por Ele»... «Jesus falou-me dos sofrimentos por que passava, vendo-Se abandonado de todos, e pediu-me Lhe fizesse companhia. Disse-me que O aflige sobretudo o abandono de muitos sacerdotes...»
Como este, encontramos inúmeros desabafos íntimos nas páginas da sua autobiografia, escritas em obediência ao seu Confessor - TEOTÓNIO VIEIRA DE CASTRO, que foi mais tarde patriarca de Goa.
Há momentos na história das almas que marcam uma vida toda; momentos em que a graça do Espírito irrompe sobre elas em avalanche, operando nelas uma nova conversão, de bem para melhor. Um desses golpes extraordinários do amor do Coração de Jesus, parece ter-se dado na IRMÃ MARIA DO DIVINO CORAÇÃO ao passar por Manresa, a caminho de Portugal.
Ia ela de viagem para o novo destino a que Deus a chamara, com o coração angustiado de saudades, na incerteza do desconhecido em que ia entrar, mas na decisão firme de se dar toda à realização dos desígnios misteriosos aonde Ele a levava. A 12 de Fevereiro de 1894, passa pela Santa Cueva de Manresa. A figura do grande penitente de Manresa - Santo INÁCIO - encantava-a e subjugava-a.
Foi no ardor desta oblação para o sacrifício que ela entrou em Portugal. Ela amou-o porque era a terra aonde o Coração de Jesus a conduzira, Era o altar onde ela ia imolar-se por Deus e pelas almas.
Voltando mais tarde a Munster, escrevia: «A viagem segue o curso normal, tranquilo. Mas no fundo do coração sinto saudades do nosso pobre Portugal, e especialmente da minha cela junto da querida capela. Nada no mundo pode substituir para mim aquele lugar».
O sacrifício só tem valor se for revestido de carácter reparador. Só é redentor se for levado pelo amor, em união com o sacrifício de Cristo. Vida reparadora é a vida do Redentor que tem de ser baptizado com um baptismo de sangue, e suspira por ele, embora em sua natureza humana sinta repugnâncias da morte. Vida do Redentor que Se dá às almas pecadoras, e Se identifica de tal modo com elas que faz seus os pecados elas, por elas faz penitência, sofre e morre.
MARIA DROSTE vem a Portugal para sofrer, porque, consciente da sua vocação de Irmã do Bom Pastor, vem salvar as almas, colaborar com Cristo crucificado na salvação das almas que, em Lisboa e no Porto, Ele lhe quis confiar. E por isso a cama vai ser a sua cruz redentora, na maior parte do tempo passado na nossa terra, vai ser o altar do seu sacrifício.
Perguntando ela ao Senhor porque é que prolongava os seus sofrimentos e a sua doença, ouviu esta resposta: «Resgatei o género humano pela cruz, e é pela cruz que santifico as almas. Quanto mais Eu ligo uma alma à Cruz, e quanto mais semelhante Eu a torno a Mim, tanto mais estreitamente Me uno com ele. Os sofrimentos dos meus eleitos completam a obra da minha Redenção».
A Cruz é pois o altar dos eleitos do Coração de Jesus.
Mas este altar é para MARIA DROSTE não só imolação duma vítima e consumir-se por amor, mas pregação viva, exercício activo de apostolado a conquistar as almas. Por três longos anos, imóvel e afogada em dores, fazia-se transportar na sua cama portátil à sala de visitas, onde diariamente passava horas e horas a atender pessoas de todas as classes, que procuravam a «Santinha alemã» para receber dela consolação e alento. Dessa cama dirigia ainda toda a actividade e negócios da casa dumas 175 internadas, com uma energia e prudência extraordinárias.
Sofrimento, oração, apostolado e actividade doméstica, eis a vivência real da consagração de MARIA DROSTE ao Divino Coração.
Consagração do mundo ao Sagrado Coração
Mas não chegara ainda a hora para aquele corpo diáfano, e como que espiritualizado, pronunciar o seu consummatum est. Ainda não estava completada a sua missão. O Coração de Jesus queria, no dealbar do século XX afogar o mundo numa avalanche de graça e de misericórdia. E para isso queria que o papa, seu Vigário na terra, com os Bispos e todos os católicos, membros conscientes e responsáveis de toda a família humana, lhe fizessem solenemente a consagração do mundo inteiro. É a Irmã DO DIVINO CORAÇÃO a eleita de Deus para ser a apóstola desta Consagração. É ela que tem de se dirigir ao Papa com uma missão divina para toda a Igreja, como outrora Santa CATARINA DE SENA.
Mas o sinal da autenticidade da sua missão divina é precisamente o recrudescer dos seus padecimentos. E quando pela terceira vez o Coração Divino se dirige à Irmã MARIA a pedir a intervenção ela junto de LEÃO XIII, pergunta-lhe ainda «se estava disposta a suportar toda a espécie de sofrimentos, humilhações e desprezos».
«Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, ficará só: mas se morrer, dará muito fruto.- Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo aborrece a sua vida, conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém quer servir-Me que Me siga: e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo» (Jo 12, 24-26).
De Munster até ao Porto
Para os leitores que desconheçam ainda a sua admirável figura, apresentamos a sua vida em traços muito esquemáticos:
Filha dos condes de DROSTE ZU VISCHERING, nasceu em Munster, na Vestefália - Alemanha, a 8 de Setembro de 1863. Passou a infância no castelo de Darfeld, não longe daquela cidade, no seio duma família profundamente cristã.
«Desde a mais tenra idade, escreve ela, senti a dita de ser filha da Santa Igreja».
No Natal de 1883 consagra-se a Deus pelo voto de castidade perpétua. E Ele apodera-Se dela e marca-lhe a consagração com o sinal da cruz, fazendo-a passar por dilatada e penosa doença. Com o espírito embalado por longo tempo em sonhos de heroísmo missionário, no dia 1 de Julho de 1888, esperando na igreja paroquial a sua vez de se confessar, ouve subitamente a voz do Senhor: «Tens de entrar no convento do Bom Pastor».
Com a vocação irrompe na sua alma inocente a ânsia de salvar a juventude extraviada, ânsia tão intensa quanto era intenso o horror por toda a impureza. A obra da regeneração ou da preservação da mulher em perigo é, com efeito, o campo especifico do apostolado da Congregação do Bom Pastor.
A 10 de Janeiro de 1889 toma o hábito religioso no convento de Munster, no mesmo dia em que, no Carmelo de Lisieux, TERESA DO MENINO JESUS recebeu o dela.
Professou a 29 de Janeiro de 1891.
Após três anos de total dedicação ao apostolado das penitentes, próprio do seu Instituto, é enviada a Portugal em 1894. Tinha 31 anos de idade.
Depois de três meses passados em Lisboa, chega ao Porto como Superiora do Recolhimento do Bom Pastor, na Rua do Vale Formoso - Paranhos, a 17 de Maio de 1894. De lá, escreve ela, pouco depois: «Vivemos numa situação angustiosa. A casa está em ruínas, devorada por dívidas que nos sufocam. Vejo, porém, e sinto que Deus está comigo, e assim cresce, cada dia mais, a minha coragem, embora por vezes isto seja difícil de suportar... Só temos em causa cinco ou seis marcos, e temos de alimentar 120 pessoas... Sinto-me tão portuguesa, que não me importo com tanto desconforto, tanto frio e tanta humildade...»
E a sua tenacidade, aliada a uma absoluta confiança no Coração de Jesus, realiza o milagre de transformar aquela casa e comunidade em ruínas num florescente jardim de Deus.
A 21 de Maio de 1896, cai de cama, esgotada de trabalho, para nunca mais se levantar: uma osteomielite que a paralisa e martiriza com dores atrozes constantes. É nesta longa, heroica crucifixão, que a irmã MARIA se imola pelos,pecadores, pelos sacerdotes, pela Igreja, por Portugal. «Muitas vezes na minha doença, quando senti ardentes desejos de morrer, Nosso Senhor, duma imagem dos Passos, me dizia: "Então queres que Eu leve sozinho a cruz de Portugal?" (Carta de 20.11.1896).
Às 3 horas da tarde do dia 8 de Junho de 1899, ao hino das primeiras vésperas da festa do Coração de Jesus, quando por todo o mundo católico se fazia o tríduo solene de preparação para a consagração ao mesmo Divino Coração, a vítima de Paranhos consumava o seu sacrifício. No dia 11, o Papa LEÃO XIII realizava aquilo que ele mesmo declarou ser o «acto mais grandioso do seu Pontificado» - a Consagração do mundo inteiro ao Sagrado Coração de Jesus.
Este acto foi-lhe pedido por Cristo. A mensageira transmissora da mensagem de Cristo foi a Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
ERMESINDE
Repousam as suas venerandas relíquias em Ermesinde, na Igreja do Coração de Jesus, erecta pelas suas filhas em cumprimento do desejo ardente da Bem-aventurada, expresso por solene promessa. Na primeira sexta-feira de Julho (ou Agosto) de 1897, recebeu ela ordem do Senhor: «Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças. Depois disse-me que queria que esta Igreja fosse sobretudo um lugar de reparação pelos sacrilégios, e para atrair graças e bençãos sobre o clero».
A construção deste templo foi uma das suas últimas preocupações. Ela mesma, no seu leito de dor, mal podendo segurar um lápis entre os dedos, traçou as linhas arquitectónicas.
Não quis o Senhor dar-lhe em vida a alegria de ver realizado o seu sonho. Realizaram-no as suas filhas em Ermesinde,
Este templo começaram a erguê-lo em Paranhos, junto à casa da rua de Vale Formoso, onde a Bem-aventurada falecera. A revolução de 1910 veio interromper a construção. Mas a premente recomendação da Irmã MARIA não se apagou no coração das Irmãs do Bom Pastor. «No caso de morrer antes de ter edificado a Igreja, peço às minhas muito amadas Irmãs e Filhas espirituais... dêem cumprimento à promessa que hoje faço para assim corresponder aos desejos de Nosso Senhor, e consolar o seu divino Coração».
E cumpriram.
Em Ermesinde ergue-se majestosa a igreja do Coração de Jesus. Sob as suas abóbodas repousam agora as relíquias da Bem-aventurada. Ali, diante da Hóstia consagrada em constante exposição, ajoelham perpetuamente almas em adoração reparadora. Ao vê-las sente-se ainda o palpitar ardente da Irmã MARIA DO DIVINO CORAÇÃO.
«Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças». O lugar de reparação está erecto. A palavra do Senhor não falhará!
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NOVE IRMÃS GÉMEAS
GENEBRA, VITÓRIA, EUFÉMIA, MARINHA, MAREJANA, GERMANA, BASÍLIA, QUITÉRIA e LIBERATA (ou VILGEFORTE), Santas
(Embora esta narrativa seja muito longa, e normalmente eu não a transcreveria na sua totalidade - como aliás tenho feito muitas vezes - penso que é de interesse geral para quem me lê e, como tal, transcrevo-a na totalidade. AF)
Celebrando-se hoje na arquidiocese de Braga a memória facultativa de Santa QUITÉRIA, transferimos para este dia a «notícia» geral que traz sobre as 9 irmãs gémeas o «Ano Cristão» do Padre Croiset (tradução do Padre Matos Soares), no dia 18 de Julho, sob o título «Santa MARINHA, Virgem e Mártir».
Damos,. tirando-a da mesma obra, a «notícia» sobre Santa QUITÉRIA, que pertence a 8 de Junho.
O mesmo «Ano Cristão», no dia 16 de Agosto, acrescenta que as relíquias de Santa EUFÉMIA, uma das nove Irmãs, se encontram na cidade de Orense desde meados do século XII: e diz ainda, a 20 de Julho, que neste dia se comemorava Santa LIBERATA ou VILGEFORTE.
1) Santa MARINHA, Virgem e mártir, e 8 irmãs
Nenhum documento existe com valor histórico sobre a vida desta Santa. O Martirológio Romano faz comemoração dela nesta dia, dizendo que foi martirizada na Galiza. Os Bolandistas dizem que foi martirizada junto de Orense.
Não queremos privar os leitores duma das mais interessantes criações da imaginação popular sobre hagiografia. refere-se a ela ao nascimento e vida de nove irmãs, uma das quais era MARINHA. reproduzimos o que em 1722 publicou o monge beneditino de Pombeiro, Fr. BENTO DE ASCENSÃO.
«Pelos anos da era de Cristo, 120, nasceu Santa QUITÉRIA na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império Romano, a qual se compunha de parte da antiga Lusitânia e da parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga. Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito ilustres, porém idólatras e gentias.
O Altíssimo, por um milagre da sua Providência, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu ventre nove meninas contra a ordem comum dos partos. Completados os nove meses, Cálcia (que na ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano, que andava viajando pela Península) deu à luz as nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado.
Vendo-se Cálcia mãe de nove filhas, dadas à luz dum só parto, dominada pela superstição, ou pelos, prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar: por isso, que causa horror até às mesmas feras. para se subtrair às sátiras do mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma.
Comunica o seu execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido ao parto, a CITA, devota donzela e cristã oculta, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite , saísse do paço e fosse mergulhar as nove meninas em um dos poços do rio Este, que corre nos subúrbios de Braga.
Querendo, pois, e determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de grandes males tirar grandes bens, inspirou no coração da virtuosa Cita o desejo de salvar a vida do corpo, e dar a vida ás almas de tão belas e formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução, o seu piedoso intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a Santo OVÍDIO, arcebispo de Braga, (ver 3 de Junho), o qual, administrando-lhes o Sacramento do Baptismo, lhes pôs os nomes seguintes:
GENEBRA, VITÓRIA, EUFÉMIA, MARINHA, MARCIANA ou MAREJANA, GERMANA, BASÍLIA, QUITÉRIA e LIBERATA ou VILGEFORTE,
como outros lhe chamam .
Depois que as santas meninas foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva Cita procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o Santo Arcebispo (Santo OVÍDIO) de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do corpo, como ao desenvolvimento do espírito.
A religiosa educação, que as nove meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades do mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus Cristo.
A sua vida virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das noive meninas.
Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento e a bárbara determinação de sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma, por meio do sagrado baptismo; em agradecimento de tão grandes benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de todo o mundo e habitar juntas na mesma casa, como em clausura, para assim melhor servirem e agradaram a Deus, resistirem com maior fortaleza aos seus inimigos, e crescerem mais na virtude e na castidade com o exemplo umas das outras.
Obtida a aprovação e o consentimento do Santo Arcebispo OVÍDIO, a quem respeitavam e obedeciam, com,o seu mestre, director e pai, viveram alguns anos, estas amantes esposas de Jesus Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas na sua casa, como num convento, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida de cada um um raro espelho de santidade, para todos os cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra coisa, senão na santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas passavam naquele retiro. Todos se admiravam de que - entre tanta formosura, prudência e outros dons da natureza - houvesse tanta virtude, tanto recolhimento, resguardo e cautela.
Abrasadas estas santas meninas no fogo do amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas voto de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele Soberano Senhor que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as livrara da morte, que sua mãe lhes mandara dar, criando-as e sustentando-as até ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e empenhando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquela tenra idade, estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos corpos, e abrasadas das almas com as chamas da caridade e com o fogo do Amor Divino.
Esta foi a criação e a virtuosa vida destas nove irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu, imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os serafins no amor, e finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença do seu Divino Esposo, por meio de ilustre palma do martírio, e para o conseguirem dirigiam ao céu fervorosas súplicas. estas foram atendidas e os seus desejos satisfeitos.
Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo. Em Braga, e mais terras sujeitas ao Império Romano, se publicou solenemente, mandando-se nele com pena de morte , que se adorassem os ídolos e extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou ás mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com ordens determinantes para obrigarem os fiéis a adorarem os falsos ídolos, e quando eles não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os castigos.
Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e becos de Braga, se dirigiam à casa onde viviam as nove irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens, certificados de que elas eram cristãs, as levaram presas à presença do Régulo Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide, situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância da praça de Valença.
Com muita alegria caminhavam as santas meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de ainda não as reconhecer por suas filhas, ficou logo muito impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das nove donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes perguntas relativas à sua pátria, país e religião que professavam, e se estavam resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam, aos Imperadores, adorando os deuses imortais, conservadores do seu império.
Santa GENEBRA tomou a palavra e respondeu em nome de todas:
«A nossa pátria, senhor, é a cidade de Braga; se desejais saber donde descendemos, podeis acreditar que em nossas veias circula o sangue da principal nobreza desta provincia; pois que todas somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte...»
«Enquanto à religião que professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com quem nos desposamos pelo Baptismo; e que todas estamos resolvidas e prontas a dar o sangue das próprias veias pela confissão do seu Santo Nome, ainda que à custa dos maiores tormentos».
Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu nascimento, e o modo como escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo ciente da sua criação, dos seus propósitos e da resolução em que todas perseveraram firmes, e concluiu dizendo:
«Aqui estamos na tua presença; dispõe de nós como melhor ter parecer».
E tanto ela como as irmãs ficaram com uma aprazível e celeste serenidade.
Não há termos com que se possa explicar a impressão que esta noticia produziu no coração do Régulo Bracarense. Recorda-se de algumas coisas passadas, que o movem a acreditar o que ouvira... Atílio muda de cor por diferentes vezes... Não pode encobrir a inquietação que sente dentro do peito... Suspende logo o acto judicial, e manda retirar os ministros, ficando só com as meninas e com Cita, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia, sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a GENEBRA. Cálcia fica cheia de confusão e de medo, e ainda mais, quando ouve da boca de Cita, o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida às almas daquelas inocentes... Cálcia não se atreve a negar, antes confessa tudo como tinha sucedido.
Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe soltaram as rédeas aos afectos naturais... Abraçam, uma por uma, as ternas meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade para as persuadir que, abjurando o Cristianismo, adorassem os ídolos,... Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas, o amor e desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém as nove meninas, com uma firmeza e constância inabalável, desprezaram todas as promessas, e permaneceram firmes na sua resolução.
Vendo o Régulo frustrados todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram a fim de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, á força dos tormentos mais esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império.
Serenou Cálcia estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de rogos, que se lhes desse algum tempo para consideraram aquilo que deviam escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de serem reconhecidas por suas filhas, e destinadas para esposas dalguns mancebos nobres, formosos e ricos; e de comum acordo as deixaram sós, encerradas num dos salões do seu palácio.
Depois que seus pais se retiraram, as nove meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe suplicaram com toda a candura das suas almas angélicas, que lhes inspirasse o modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições; nem temerem a morte, que por instantes as esperava. as suas preces foram prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão; desce um Anjo do Senhor, que vem confortar as suas fiéis esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que estão, de apostatar a religião santa, lhes intima da parte de Deus a ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção que o Senhor lhe inspirar.
O mesmo Anjo, que lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém desse fé da ausência delas. Caminharam, todas juntas por algum tempo, por entre as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedida, Santa LIBERATA levantando os olhos ao céu, proferiu a seguinte súplica:
«Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas num dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida de graça, pedimo-Vos, Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra».
Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé, responderam : Ámen.
Deram os últimos abraços umas às outras, em sinal de reciproco amor, e como quem se despedia para não se tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas meninas, dirigindo-se cada uma para onde o Divino Esposo a encaminhou, e apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa QUITÉRIA, com algumas pessoas que a acompanhavam: todas as mais conseguiram evadir-se para diferentes terras.
Santa MARINHA - Foi encaminhada pelo Divino Espírito para a Galiza. Aí, depois de ter servido a uma lavradeira, perto da cidade dê Orense, foi depois perseguida por ser cristã. Primeiramente açoitaram-na até lhe dilacerarem as carnes. Em seguida foi descarnada com pentes de ferro. depois encarcerada numa escura masmorra, sendo aí visitada e curada por um Anjo. Queimaram-lhe depois as costas e os peitos com ferros em brasa, e prendendo-a de pés e mãos a lançaram num tanque de água donde saindo milagrosamente livre, foi metida numa fornalha embravecida com chamas, as quais, separando-se para os lados, nem sequer a tocaram levemente. Foi por isso degolada em Águas Santas, perto da cidade de Orense, na Galiza, onde El-Rei Dom Afonso, o Magno, mandou edificar uma Igreja dedicada ao seu culto.
Santa VITÓRIA - Esta santa foi martirizada na cidade de Córdova, Espanha, com tormentos esquisitos. passou pelo fogo, pela roda de navalhas, e por fim morreu crivada de setas no ano de 138, tendo 16 anos de idade.
Santa GENEBRA - Esta santa padeceu pelo Divino Redentor e foi martirizada no ano 130. Diz-se que o seu martírio fora na antiquíssima cidade de Tide e que esta extinta cidade existiu perto de Valença do Minho, e fora a capital de Lima e Minho. Nada se sabe do seu martírio.
Santa LIBERATA - Esta santa retirou-se para o deserto e padeceu o martírio da Cruz; uns dizem que em Miragaia - Porto, outros que em Castelo Branco, e o padre Cardoso, no seu Dicionário geográfico, diz que fora em Águas Santas, uma légua para o norte da cidade do Porto, no sítio onde rebentou uma fonte chamada santa, pelos efeitos milagrosos com que eram beneficiados os doentes que a ela concorriam.
Santa EUFÉMIA - Retirou-se para as terras do Gerês, onde viveu dois anos. depois, sendo perseguida por causa de Cristo, foi presa, açoitada e em seguida encerrada num cárcere e aí milagrosamente curada por um anjo. depois, pendurada pelos cabelos numa figueira. Em seguida, precipitada duma alta penedia na mesma serra, e por fim degolada. As suas preciosas relíquias conservam-se na Sé de Orense.
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Santa MARCIANA ou MAREJANA - Diz-se que esta Santa terá padecido o martírio na cidade de Toledo no ano de 155.
Santa BASÍLICA - São três as opiniões dos autores sobre o lugar do martírio desta santa. Uns afirmam que padecera em Sirmo, antiga cidade de Betisa; outros, que fora martirizada na Síria; e Cerqueira Pinto é de opinião que esta santa padecera o martírio com algumas das irmãs em Águas Santas, junto ao Porto.
Santa GERMANA - Uns dizem que esta santa fora martirizada em África, e outros, em Águas Santas. Nada se sabe a tal respeito.
Santa QUITÉRIA - Foi martirizada em Monte Pombeiro, junto de Margaride - Felgueiras.
2) Santa QUITÉRIA, virgem e mártir
Santa QUITÉRIA nasceu em Braga. Seu pai era pagão; por isso empregava todos os esforços para a afastar da religião cristã. Umas vezes a eram carícias, outras ameaças. Tudo, porém foi baldado.
A jovem QUITÉRIA, não podendo suportar por mais tempo os maus tratos do seu crudelíssimo pai, fugiu de casa, em direcção a uma montanha próxima, onde por muito tempo levou uma vida toda angélica, entregando-se à contemplação.
Mereceu de Deus a graça de andar sempre visivelmente acompanhada do seu Anjo custódio, com quem frequentemente falava. Além disso, tinha colóquios não menos frequentes com outros Anjos. Nesta feliz vida lhe ia decorrendo a existência, até que, finalmente, um Anjo lhe anunciou a aproximação do tempo suspirado em que emigraria para o Esposo. Exultando com a mensagem, QUITÉRIA abandonou a montanha, asilo abençoado onde escapou às tempestades do século, e, voltando à casa paterna, encontrou dois nobilíssimos jovens que pretendiam a sua mão.
A Santa menina, que tinha já consagrado a sua virgindade ao Esposo Celeste, Jesus, recusou-se a tal. Por isso, mandada carregar de cadeias por seu cruel pai, foi empurrada para uma enxovia.
Mas eis que um Anjo desce a confortá-la e, enquanto mutuamente se recreiam em suavíssimos colóquios, uma luz celeste e penetrante banha o cárcere. Era a Virgem Mãe que, cortejada por níveos coros de virgens e radiante multidão de espíritos angélicos, trazia um vaso de aromáticos perfumes, derramando-os abundantemente sobre QUITÉRIA. Ofereceu-lhe. além disso, uma cruz e um anel, significando aquela a vitória que dentro em breve ganharia sobre os inimigos, este os desposórios espirituais com Jesus. E Nossa Senhora desapareceu. Então o Anjo manda-a sair do cárcere e oferece-se simultaneamente para a acompanhar ao monte columbário (Monte Pombeiro), lugar que o Senhor destinara para teatro do seu martírio.
Saiu QUITÉRIA e dirigiu-se para lá.
No cume do mesmo havia uma capelinha dedicada ao Principe dos Apóstolos. Aí QUITÉRIA, juntamente com outras virgens, entregou-se à oração e aos jejuns, dispondo-se desta forma para receber a coroa do martírio.
Mas Atílio, seu pai, e Germano, um dos jovens pretendentes à sua mão, vendo-se iludidos pela fuga da virgem, enviaram servos a procurá-la, com ordens para, caso a encontrassem, lhe aconselharem o regresso à casa paterna e o casamento. Após muitas pesquisas, QUITÉRIA foi encontrada. Seu pai, ardendo de ira, mandou-a decapitar por um tal Dumas, apóstata. O renegado trespassou com inúmeros golpes o corpo virginal de QUITÉRIA. O seu corpo sagrado foi sepultado pelos cristãos na capela de São PEDRO.
CARLOS SPÍNOLA e Companheiros RODOLFO ACQUAVIVA, ISABEL FERNANDES, seu filho INÁCIO, SEBASTIÃO KIMURA, ANTÓNIO KYUNI, GONÇALO FUSAI, TOMÁS AKABOSHI, PEDRO SAMPO, NMIGUEL SAITÔ, LUÍS KAWARA e JOÃO YAMAGÚCHI, e ainda JOÃO BAPTISTA MACHADO DE TÁVORA, FRANCISCO PACHECO, DIOGO DE CARVALHO, MIGUEL DE CARVALHO, VICENTE DE SANTO ANTÓNIO e DOMINGOS JORGE, Santos
Texto do livro de SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga::
Em Julho de 1867, beatificou PIO IX duzentas e cinco pessoas, glória das Missões e cristandades das terras do Sol Nascente.
Chegaram lá os primeiros portugueses em 1543, precisamente no ano seguinte ao da chegada de São FRANCISCO XAVIER à Índia. Seis anos depois, entrava por aquelas ilhas a radiosa e quase impetuosa Missão Xaveriana que, em expansão sucessiva, sofreu, ao fim de meio século, o primeiro embate da perseguição que nos legou os primeiro 26 mártires do Japão, a 5 de fevereiro de 1597 (Ver 6 de Fevereiro - S. PAULO MIKI, S. PEDRO BAPTISTA e companheiros MARTINHO DE AGUIRRE, FRANCISCO BLANCO, FRANCISCO DE SÃO MIGUEL, GONÇALO GARCIA e FILIPE DE JESUS, JOÃO DE GOTO, TIAGO KISAI - mais 3 crianças LUÍS, 12 anos, ANTÓNIO e TOMÉ, 15 anos).
Mais ou menos solapada, e sempre instigada e soprada pelos bonzos, estarrecidos com os contínuos progressos do Cristianismo,a perseguição voltou a reacender-se e intensificar-se pelos primeiros anos de 1600, ferindo com os seus golpes mais certeiros os missionários, geralmente não japoneses, e visando ao mais pronto extermínio de suas numerosas e florescentes cristandades. A grande tribulação prolongou-se por bom quarto de século.
No ano de 1622, no mesmo lugar e no mesmo dia, obtiveram a gloriosíssima coroa do martírio, em Nagásaqui, no Japão, 22 religiosos de diversas ordens e 30 cristãos seculares de todas as idades e condições. De tão luzido esquadrão era chefe o Beato CARLOS SPÍNOLA, sacerdote da Companhia de Jesus, italiano de nação, oriundo da família dos marqueses de Tassarolo, uma das mais ilustres da cidade de Génova.
CARLOS SPÍNOLA, nascido em 1564, passou os primeiros anos em companhia de seu tio, o Cardeal FILIPE SPÍNOLA, bispo de Nola. Quando deliberava sobre o estado que devia abraçar, chegou à Europa a notícia do martírio do Beato RODOLFO ACQUAVIVA e seus ditos companheiros, a quem os gentios deram a morte na ilha de Salsete, junto à cidade de Goa. Inflamado CARLOS SPÍNOLA no desejo de obter coroa igual à do glorioso filho dos duques de Átri, determinou entrar na Companhia de Jesus, cujo Instituto em efeito abraçou aos 19 anos de idade.
Desde os primeiros dias de noviciado, levou vida de extraordinário fervor, para desse modo se preparar para o martírio, único objecto de suas santas ambições. Acabados os estudos em Milão, e ordenado sacerdote, alcançou, à força de instantes rogos, a graça de ser enviado às missões do Japão, para as quais se embarcou em Lisboa, a 10 de Abril de 1596. A sua viagem foi uma das mais trabalhosas que referem as crónicas da Companhia de Jesus. Arrojado por uma violentíssima tempestade às costas do Brasil, de lá dirigiu novamente o rumo opara a Índia. Cativo dos piratas ingleses, foi levado a Inglaterra onde, durante algum tempo, o detiveram preso num cárcere. posto em liberdade, voltou a Lisboa e novamente embarcou para o Japão, aonde chegou depois de muitos trabalhos, no ano de 1602.
Os sofrimentos da viagem em nada diminuíram, porém, as forças do seu espírito. Vinte anos empregou na evangelização das cristandades japonesas, já como simples missionário, já como Vigário Geral do Bispo do Japão, até que, preso finalmente em 1618, foi lançado nos cárceres de Omura, onde durante quatro anos deu inúmeras provas de invicto sofrimento.
Em 1622 foi levadio a Nagasáqui, para aí ser martirizado em companhia de outros religiosos e de vários cristãos.
O altar destinado ao holocausto dos mártires era uma colina junto à cidade, apelidada ainda hoje a Colina dos Mártires, por terem dado nela a vida em testemunho da fé grande número de cristãos e de missionários.. Chegados ao lugar do suplício, o Padre SPÍNOLA inflamado em zelo à vista do grande número não só de cristãos mas também de gentios que na colina se haviam reunido, levantou a voz e, dirigindo-se ao governador Goroneu, procurou desvanecer o rumor que na corte corria, de que os missionários se dirigiam ao Japão com o intuito de preparar caminho para a conquista daquelas ilhas pelos europeus. Voltando-se depois para os cristãos que lhe iam ser companheiros no martírio, com palavras d cheias de ardor exortou a todos à constância na fé. Entre os mártires encontrava-se ISABEL FERNANDES, viúva dum português, senhora principal que muitas vezes hospedara o Padre SPÍNOLA, e cujo filhinho de 4 anos apenas, o mesmo Padre baptizara. Ao avistar pois ISABEL FERNANDES entre os cristãos que iam ser decapitados, perguntou-lhe onde esta a o menino INÁCIO, ao qual não via por estar oculto pelos feixes de lenha que o rodeavam. Tomando então a mãe o pequenino ricamente vestido e levantando-o nos braços, disse para o Padre SPÍNOLA:
«Ei-lo aqui, meu Padre, gozoso de morrer comigo. Com grande alegria sacrifico a Deus as duas coisas que mais amo neste mundo: a minha vida e o meu filho».
Depois, dirigindo-se ao menino e apontando-lhe para o missionário, disse-lhe:
«Olhe, meu filho, olha aquele Padre que te fez cristão e que te deu uma vida muito mais preciosa que esta que vamos terminar. Encomenda-te a ele e pede-lhe que te abençoe».
Ajoelhou-se o menino e juntou as mãozinhas, obedecendo à mãe. Semelhante espectáculo enterneceu de tal modo a multidão dos espectadores, que prorromperam uníssonos em vivas e demonstrações de simpatia e afecto para com os mártires. Temendo Goroneu alguma sedição, deu ordem aos verdugos que começassem as execuções. Uma das primeiras vítimas foi ISABEL FERNANDES, cuja cabeça veio cair junto do menino INÁCIO. Não se intimidou ele vendo a morte de sua mãe, antes compreendendo que se aproximava a sua vez, desapertou o vestido e intrépido ofereceu o pescoço ao algoz. Decapitados 30 soldados de Cristo, os demais, em número de 22, foram consumidos a fogo lento. O primeiro a sucumbir foi o Padre CARLOS SPÍNOLA; seguiram-no seus 21 companheiros, sendo o último o Beato SEBASTIÃO KIMURA, jesuíta japonês que durante três horas suportou a força do fogo. Assim terminou aquele glorioso certame, no qual a Companhia de jesus obteve dez coroas de glória. Na prisão morreu de doença o Irmão AMBRÓSIO FERNANDES (ver biografia a seguir...) Os 7 para se perfazer o número de 10 jesuítas eram os japoneses recebidos à última hora pelo Padre SPÍNOLA, já na prisão: ANTÓNIO KYÛNI, GONÇALO FUSAI, TOMÁS ABAKOSHI, PEDRO SAMPO, MIGUEL SAITÔ, LUÍS KAWARA e JOÃO YAMAGÚCCHI. todos eles foram beatificados em 1867 pelo Papa PIO IX.
Deste grupo, figuram ainda nesta obra: a 22 de Maio, o Beato Padre JOÃO BAPTISTA MACHADO DE TÁVORA; a 20 de Junho, o Beato Padre FRANCISCO PACHECO; a 7 de Julho, o Beato Padre DIOGO DE CARVALHO; a 25 de Agosto, o Beato Padre MIGUEL DE CARVALHO; a 7 e 28 de Setembro, o Beato Padre VICENTE DE SANTO ANTÓNIO, O. S. A; e a 18 de Novembro, o beato DOMINGOS JORGE (... para o que convido os m/leitores a lerem as respectivas biografias, nas datas referidas...)
AMBRÓSIO FERNANDES, Beato
Texto do livro de SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga::
Em Julho de 1867, beatificou PIO IX duzentas e cinco pessoas, glória das Missões e cristandades das terras do Sol Nascente.
Chegaram lá os primeiros portugueses em 1543, precisamente no ano seguinte ao da chegada de São FRANCISCO XAVIER à Índia. Seis anos depois, entrava por aquelas ilhas a radiosa e quase impetuosa Missão Xaveriana que, em expansão sucessiva, sofreu, ao fim de meio século, o primeiro embate da perseguição que nos legou os primeiro 26 mártires do Japão, a 5 de fevereiro de 1597 (Ver 6 de Fevereiro - S. PAULO MIKI, S. PEDRO BAPTISTA e companheiros MARTINHO DE AGUIRRE, FRANCISCO BLANCO, FRANCISCO DE SÃO MIGUEL, GONÇALO GARCIA e FILIPE DE JESUS, JOÃO DE GOTO, TIAGO KISAI - mais 3 crianças LUÍS, 12 anos, ANTÓNIO e TOMÉ, 15 anos).
Mais ou menos solapada, e sempre instigada e soprada pelos bonzos, estarrecidos com os contínuos progressos do Cristianismo,a perseguição voltou a reacender-se e intensificar-se pelos primeiros anos de 1600, ferindo com os seus golpes mais certeiros os missionários, geralmente não japoneses, e visando ao mais pronto extermínio de suas numerosas e florescentes cristandades. A grande tribulação prolongou-se por bom quarto de século.
No ano de 1622, no mesmo lugar e no mesmo dia, obtiveram a gloriosíssima coroa do martírio, em Nagásaqui, no Japão, 22 religiosos de diversas ordens e 30 cristãos seculares de todas as idades e condições. De tão luzido esquadrão era chefe o Beato CARLOS SPÍNOLA, sacerdote da Companhia de Jesus, italiano de nação, oriundo da família dos marqueses de Tassarolo, uma das mais ilustres da cidade de Génova.
CARLOS SPÍNOLA, nascido em 1564, passou os primeiros anos em companhia de seu tio, o Cardeal FILIPE SPÍNOLA, bispo de Nola. Quando deliberava sobre o estado que devia abraçar, chegou à Europa a notícia do martírio do Beato RODOLFO ACQUAVIVA e seus ditos companheiros, a quem os gentios deram a morte na ilha de Salsete, junto à cidade de Goa. Inflamado CARLOS SPÍNOLA no desejo de obter coroa igual à do glorioso filho dos duques de Átri, determinou entrar na Companhia de Jesus, cujo Instituto em efeito abraçou aos 19 anos de idade.
Desde os primeiros dias de noviciado, levou vida de extraordinário fervor, para desse modo se preparar para o martírio, único objecto de suas santas ambições. Acabados os estudos em Milão, e ordenado sacerdote, alcançou, à força de instantes rogos, a graça de ser enviado às missões do Japão, para as quais se embarcou em Lisboa, a 10 de Abril de 1596. A sua viagem foi uma das mais trabalhosas que referem as crónicas da Companhia de Jesus. Arrojado por uma violentíssima tempestade às costas do Brasil, de lá dirigiu novamente o rumo opara a Índia. Cativo dos piratas ingleses, foi levado a Inglaterra onde, durante algum tempo, o detiveram preso num cárcere. posto em liberdade, voltou a Lisboa e novamente embarcou para o Japão, aonde chegou depois de muitos trabalhos, no ano de 1602.
Os sofrimentos da viagem em nada diminuíram, porém, as forças do seu espírito. Vinte anos empregou na evangelização das cristandades japonesas, já como simples missionário, já como Vigário Geral do Bispo do Japão, até que, preso finalmente em 1618, foi lançado nos cárceres de Omura, onde durante quatro anos deu inúmeras provas de invicto sofrimento.
Em 1622 foi levadio a Nagasáqui, para aí ser martirizado em companhia de outros religiosos e de vários cristãos.
O altar destinado ao holocausto dos mártires era uma colina junto à cidade, apelidada ainda hoje a Colina dos Mártires, por terem dado nela a vida em testemunho da fé grande número de cristãos e de missionários.. Chegados ao lugar do suplício, o Padre SPÍNOLA inflamado em zelo à vista do grande número não só de cristãos mas também de gentios que na colina se haviam reunido, levantou a voz e, dirigindo-se ao governador Goroneu, procurou desvanecer o rumor que na corte corria, de que os missionários se dirigiam ao Japão com o intuito de preparar caminho para a conquista daquelas ilhas pelos europeus. Voltando-se depois para os cristãos que lhe iam ser companheiros no martírio, com palavras d cheias de ardor exortou a todos à constância na fé. Entre os mártires encontrava-se ISABEL FERNANDES, viúva dum português, senhora principal que muitas vezes hospedara o Padre SPÍNOLA, e cujo filhinho de 4 anos apenas, o mesmo Padre baptizara. Ao avistar pois ISABEL FERNANDES entre os cristãos que iam ser decapitados, perguntou-lhe onde esta a o menino INÁCIO, ao qual não via por estar oculto pelos feixes de lenha que o rodeavam. Tomando então a mãe o pequenino ricamente vestido e levantando-o nos braços, disse para o Padre SPÍNOLA:
«Ei-lo aqui, meu Padre, gozoso de morrer comigo. Com grande alegria sacrifico a Deus as duas coisas que mais amo neste mundo: a minha vida e o meu filho».
Depois, dirigindo-se ao menino e apontando-lhe para o missionário, disse-lhe:
«Olhe, meu filho, olha aquele Padre que te fez cristão e que te deu uma vida muito mais preciosa que esta que vamos terminar. Encomenda-te a ele e pede-lhe que te abençoe».
Ajoelhou-se o menino e juntou as mãozinhas, obedecendo à mãe. Semelhante espectáculo enterneceu de tal modo a multidão dos espectadores, que prorromperam uníssonos em vivas e demonstrações de simpatia e afecto para com os mártires. Temendo Goroneu alguma sedição, deu ordem aos verdugos que começassem as execuções. Uma das primeiras vítimas foi ISABEL FERNANDES, cuja cabeça veio cair junto do menino INÁCIO. Não se intimidou ele vendo a morte de sua mãe, antes compreendendo que se aproximava a sua vez, desapertou o vestido e intrépido ofereceu o pescoço ao algoz. Decapitados 30 soldados de Cristo, os demais, em número de 22, foram consumidos a fogo lento. O primeiro a sucumbir foi o Padre CARLOS SPÍNOLA; seguiram-no seus 21 companheiros, sendo o último o Beato SEBASTIÃO KIMURA, jesuíta japonês que durante três horas suportou a força do fogo. Assim terminou aquele glorioso certame, no qual a Companhia de jesus obteve dez coroas de glória. Na prisão morreu de doença o Irmão AMBRÓSIO FERNANDES (ver biografia a seguir...) Os 7 para se perfazer o número de 10 jesuítas eram os japoneses recebidos à última hora pelo Padre SPÍNOLA, já na prisão: ANTÓNIO KYÛNI, GONÇALO FUSAI, TOMÁS ABAKOSHI, PEDRO SAMPO, MIGUEL SAITÔ, LUÍS KAWARA e JOÃO YAMAGÚCCHI. todos eles foram beatificados em 1867 pelo Papa PIO IX.
Deste grupo, figuram ainda nesta obra: a 22 de Maio, o Beato Padre JOÃO BAPTISTA MACHADO DE TÁVORA; a 20 de Junho, o Beato Padre FRANCISCO PACHECO; a 7 de Julho, o Beato Padre DIOGO DE CARVALHO; a 25 de Agosto, o Beato Padre MIGUEL DE CARVALHO; a 7 e 28 de Setembro, o Beato Padre VICENTE DE SANTO ANTÓNIO, O. S. A; e a 18 de Novembro, o beato DOMINGOS JORGE (... para o que convido os m/leitores a lerem as respectivas biografias, nas datas referidas...)
AMBRÓSIO FERNANDES, Beato
Texto do livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O,. de Braga
Nasceu em Xisto - Porto, em 1551. Tendo sido soldado na Índia, dirigiu-se como mercador para o Japão, onde entrou na Companhia de Jesus, após um naufrágio, do qual escapou quase milagrosamente, com toda a mercadoria. Como homem experiente do mundo, desempenhou, na Ordem, alguns cargos de responsabilidade até que, sobrevindo a perseguição, foi preso juntamente com o Beato CARLOS SPÍNOLA (atrás referido na biografia anterior...)
Passavam de 30 os confessores da fé concentrados na prisão de Omura, onde sofreram quatro anos de tormentos os que chegaram ao fim, antes que chegasse o martírio das covas, catanas, cruzes, lanças, fogo ou gelo. Em tão atrozes sofrimentos naquela prisão, o segundo a sucumbir foi o Irmão FERNANDES, com 69 anos de idade e 43 de vida religiosa e missionária.
Assim conta, em resumo, o beato CARLOS SPÍNOLA o trânsito do venerando ancião:
«Com o vento desnevado daquele dia 7 de Janeiro de 1620, o Irmão caiu meio paralítico e sem fala. tendo-se confessado e comungado naquele mesmo dia, perguntei-lhe se morria satisfeito por amor de Cristo. Respondeu apenas que se fizesse, em tudo, a Santíssima vontade de Deus.
Mais lhe disse, se queria armar-se, para o último combate, com a santa unção dos doentes. Respondeu com o seu último sim. Administrada esta já quase de noite, enquanto todos cantavam salmos e ladainhas, com semblante alegre e angélico voou o santo irmão para a companhia dos Anjos e dos Santos.
Por fim, como melhor conclusão, entoamos ainda o salmo «Laudate Dominum», admirando o termo e a coroa da vida tão santa e sacrificada dum irmão missionário, tão amável e amado de todos».
Os mais que continuaram encarcerados, foram levados ao martírio em Nagasáqui, a 10 de Setembro de 1622, sendo uns queimados e outros decapitados (ver Biografia anterior ...)
TIAGO BERTHIEU, Santo
Em Ambiatibes, Madagáscar, São TIAGO BERTHIEU presbitero da Companhia de jesus e mártir quem, tanto na paz como na guerra, trabalhou incansavelmente pelo Evangelho e, apesar de ter sido expulso três vezes das missões, preso por homens armados e repetidamente instado sem êxito à apostasia, foi finalmente assassinando em ódio à fé cristã. (1896)
Texto do Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial A. O. de Braga:
O Beato TIAGO BERTHIEU nasceu de família de lavradores no departamento francês do Cantal, em 1838. Ordenado sacerdote em 1865, foi coadjutor numa paróquia durante nove anos. Admitido na Companhia de Jesus em 1873, chegou a Madagascar como missionário em 1875. Dando-se uma rebelião da tribo dos Malembas, destinada a restabelecer o culto dos ídolos, foi o missionário preso perto de Tananarive e fuzilado a 8 de Junho de 1896.
LEÃO MANGIN e 55 companheiros, entre os quais os seguintes: Padre MODESTO ANDALAUER, Padre REMÍGIO ISORÉ, Padre PAULO DEEN, PEDRO TCHOU-YEU-SINN, ANA e ANDRÉ WANG, MARCOS KI com seu neto FRANCISCO e muitos outros, Santos
Boxers ou Pugilistas foi o nome dado por um jornal inglês da China aos membros da associação revolucionária secreta "Punhos da Justiça e da Concórdia"; chamaram-se deste modo por causa do seu exercício diário de ginástica, reforçadora das almas. (Ver também Biografias de GREGÓRIO GRASSI e 28 companheiros, no dia 8 de Julho).
O anti-estrangeirismo dos Boxers revelou-se desde 1898. Em 1900, subiam a 741 562 os católicos chineses; e LEÃO XIII beatificara 19 mártires do Celeste Império. Dando-se profunda crise política, económica e administrativa, agravada em 1900 com a fome, e aumentando o descontentamento do «povo da cabeleira negra», devido à penetração da influência política e do capital estrangeiro, entraram em acção explosiva os Boxers. A missão jesuítica, mais tarde chamada de Sien-Hsien, foi a primeira a ser atacada pelos Boxers.
Começaram por limitar-se a molestar os cristãos. Mas perante a deslocação de tropas das 8 nações aliadas (europeias e estadunidense) destinada a proteger os seus súbditos e embaixadores, a luta dos Boxers estendeu-se a tudo o que fosse estrangeiro. São saqueados em Pequim os bairros europeus e cristãos. É declarada guerra às sobreditas nações aliadas, que felizmente não se generalizou. Mas no Shansi houve chacina de centenas de católicos. A paz só foi assinada em setembro de 1901.
Entretanto, a Igreja Católica contara em 1900, martirizados pelos Boxers e pela organização feminina paralela, 5 bispos, 29 sacerdotes europeus, 9 irmãs europeias, 3 irmãos auxiliares e 20 000 a 30 000 católicos chineses. O processo informativo na Congregação romana, então chamada dos Ritos, a respeito de 2055 destes heróis da fé, terminou em Agosto de 1930, tendo já PIO XII beatificado, entre eles, 4 padres franceses e 52 fiéis (3 dos quais catecúmenos). As florescentes missões protestantes honram-se, nessa altura, também com grande número de mártires.
Muito brevemente, vamos apresentar alguns dos 56 sobreditos mártires:
Em U-i, na tarde de 19 de Junho de 1900, foram mortos na capela da residência os Padres Jesuítas MODESTO ANDLAUER e REMÍGIO ISORÉ.
Em Tchou-kia-ho, os Boxers e tropas regulares chinesas penetraram na aldeia e depois na Igreja, a 20 de Julho de 1900. Encontraram esta cheia de fiéis presididos por dois Padres da Companhia de Jesus, acompanhados por catequistas. Depois de convites ao povo para que evitasse a morte, saindo do templo, o Padre PAULO DENN entoou a Confissão em chinês, a que todos se associaram. Já tinha havido um disparo geral contra a multidão. Em seguida, foram alvejados os dois Padres que se encontravam em frente do altar. O Padre DENN ainda conseguiu levantar-se e pôs-se de joelhos diante do Superior INÁCIO MANGIN, para lhe pedir uma última absolvição; caiu à segunda descarga. E o Padre MANGIN, estando ajoelhado diante da Cruz e movendo ainda os lábios, foi atingido por um segundo projéctil. os Boxers lançaram depois contra os Cristãos palha a arder, o que motivou um incêndio do tecto da Igreja, enchendo-se tudo de chamas e fumo.
Entre os que puderam escapar-se da Igreja em chamas, contava-se um rapaz de 19 anos, PEDRO TCHOU-YEU-SINN. Um general apertou-lhe paternalmente os pulsos e insistiu muito para que renegasse a fé. Mas o rapaz acabou por dizer: «Grande homem, não podeis renegar o vosso pai nem a vossa mãe. Também eu não posso renegar o meu Deus». Então, o oficial, aborrecido, exclamou: «Vai-te daqui, estúpido, que não és outra coisa». E mandou decapitá-lo.
Em Ma-kia-tchoang, a 21 de Julho, bastava aos cristãos entrar na casa onde estavam os soldados para serem julgados apóstatas da fé cristã. ANA WANG, de 14 anos, insistiu com a mãe e sobretudo com a madrasta para que não se expusessem voluntariamente; mas não conseguiu, nem duma nem doutra, o que tanto desejava. A noite foi de oração para os fiéis perseverantes, oração sempre dirigida, aliás, por ANA; estavam todos virados para Weits-unn, onde estava o sacrário. No dia seguinte foram, com uma multidão de pagãos, para o local onde haviam de ser mortos. «Antes de nos matar, esperai um instante», disse ANA. e cantou, com as companheiras de martírio, algumas orações. Depois veio a execução, também de ANDRÉ WANG, de 9 anos, mantido carinhosamente pela mãe entre os mártires. ANA, a última, foi convidada pelo comandante: «Se apostatares, oferecer-te-ei um rico noivado e viverás feliz». - «O meu noivo já o tenho. Está em Weits-unn». Aludia a Jesus, que habitava lá no tabernáculo da igreja. O Boxer puxou da espada. ANA pôs-se de joelhos e repetiu com um sorriso de felicidade. «A porta do céu está aberta», e acrescentou: «Jesus, Jesus». No instante seguinte, rolava-lhe no chão a cabeça, e a alma subia ao céu.
Quando, sobrevindo em 1901 a paz religiosa, se quis desenterrar os cadáveres das vítimas, os olhares da grande multidão reunida puderam ver, sem que tivessem apodrecido, os membros e as cabeças dos mártires. Os pagãos gritaram «Milagre, milagre!», ao mesmo tempo que os cristãos choravam de alegria.
MARCOS KI, de 60 anos, descendente de antiga família cristã convertida em 1650, médico, administrador da cristandadezinha de Yet-tcheang-t'su, fumava nada menos que ópio, e tinha-se resignado a sofrer a sua escravidão do maldito yinn (tirania do ópio). Resistiu, caiu, voltou a resistir, recaiu muitas vezes, até que o yinn o dominou. O missionário no principio, absolvera-o repetidamente; mas, por último, sendo grave o escândalo, proibiu-lhe receber a Sagrada Comunhão. «Ah! - costumava repetir ele - tenho apenas uma esperança de salvação, o martírio!; sem o martírio, não conseguirei encontrar a porta do paraíso!»
Este comportamento, que se diria paradoxal, durou 30 anos; depois, o Senhor tomou-lhe a palavra. Na manhã de 7 de Julho de 1900, cerca de 200 Boxers entraram pela aldeia. MARCOS e os seus, 13 pessoas, refugiaram-se num cemitério. Mas foram traídos e levados presos. Incitado por amigos a apostatar para defender a vida e os seus, respondeu: «Somos cristãos há dois séculos. O nosso Cristianismo vai tão longe como a dinastia Ming; preferimos a morte à apostasia; não podemos renegar a nossa fé». A resposta da autoridade consistiu numa folha vermelha com a sentença. «Estes pronunciaram palavras de soberba, sejam, portanto levados à porta principal e decapitados».
Num dos carros que os transportavam, o neto de 8 anos, FRANCISCO, pergunta a MARCOS: «Para onde nos levam, avô?» O velho apontou para o céu e respondeu: «Voltamos a casa, meu menino» E pôs-se a entoar as invocações da ladainha mariana, a que todos respondiam: «Rogai por nós».
Chegados ao lugar do suplício, MARCOS disse aos seus: «Meus filhos, não temais! O paraíso está aberto e próximo». Seguindo-se novo convite de apostasia, MARCOS respondeu por todos: «É inútil voltar à nossa decisão: queremos todos subir ao paraíso». Depois pediu, como favor único, ser decapitado em último lugar; queria estar certo de que nenhum tinha faltado ao reencontro no além.
Quando os espectadores viram que até as crianças (desde os 4 anos) estendiam serenamente o pescoço ao fio da espada, disseram entre si: «Com certeza devem ter bebido». Terminada a execução, foram-se embora os Boxers. E abriram-se três fossos: dois para os corpos e um para as cabeças cortadas.
PAULO, que fugiu do cemitério, asseverava que todas as noites, na hora de oração, invocava com todos os seus a intercessão dos seus mártires de família, sobretudo de MARCOS, seu pai e chefe dos Kis cristãos.
O que muito resumidamente dissemos é a prova mais enérgica das palavras do bispo Lécroart: «Quando o mundo conhecer a história dos mártires da "Boxe", ficará pasmado vendo assim renovada a história da Igreja primitiva».
RODOLFO ACQUAVIVA, FRANCISCO ARANHA e companheiros,
Santos
A Península de Salsete está ao Sul de Pangim e tinha nos fins do século XVI uns 90 000 habitantes em 66 aldeias. A Companhia de Jesus começou aí a pregar o Evangelho, encontrando grandes dificuldades, por parte sobretudo dos numerosos brâmanes da região. Ainda assim, por 1570 havia já uns 2 000 cristãos com cinco igrejas, a principal dedicada a Nossa Senhora, junto à fortaleza de Rachol.
Desejando o vice-rei Dom António de Noronha acabar com a idolatria na região, mandou arrasar os pagodes. E, em seguida, o Provincial da Companhia de Jesus enviou cinco religiosos para a implantação mais completa do Evangelho. Eram os Padres: RODOLFO ACQUAVIVA e AFONSO PACHECO, de conhecidas famílias, respectivamente de Itália e de Espanha; PEDRO BERNO, italo-suiço; e os portugueses Padre ANTÓNIO FRANCISCO e Irmão FRANCISCO ARANHA.
Foram recebidos muito hostilmente. RODOLFO foi sujeito a cutiladas numa perna, no pescoço e no ombro, sendo-lhe em seguida o peito atravessado por uma estocada. Ao Irmão FRANCISCO ARANHA feriram-lhe o pescoço e deram-lhe uma lançada; mas foi o último a morrer, tendo sido muito tentado para que adorasse um ídolo. O Padre PEDRO BERNO foi também ferido na cabeça, alanceado e muito afrontado, em paga do que fizera aos ídolos. Mas o Padre PACHECO era quem mais aborreciam, por ter agenciado em Lisboa a proibição do restauro dos pagodes em Salsete. Foi agredido em último lugar o Padre ANTÓNIO FRANCISCO, de 30 anos de idade e 12 de vida religiosa; um gentio partiu-lhe a cabeça e ele recebeu ainda outras feridas.
Todos estes martírios foram infligidos a 13 de Julho de 1583. A semente dos mártires frutificou imediatamente: no mesmo ano converteram-se três aldeias juntas: 1600 almas. Os cinco jesuítas foram beatificados em 1893, por LEÃO XIII.
MAXIMINO, Santo
Em Aix-la-Provence, na Provença, Gália, hoje França, São MAXIMINO a quem se atribuem os inícios da fé cristã nesta cidade. (data incerta)
GILDARDO, Santo
Em Aix-la-Provence, na Provença, Gália, hoje França, São MAXIMINO a quem se atribuem os inícios da fé cristã nesta cidade. (data incerta)
GILDARDO, Santo
Em Ruão, Gália hoje França, São GILDARDO bispo. (511)
MEDARDO, Santo
Em Soissons, Gália, hoje França, São MEDARDO bispo de Saint-Quentin que, depois de ter sido arrasada a sua cidade, transferiu a sede episcopal para Noyon, onde trabalhou com todo o empenho para converter o povo das superstições pagãs à doutrina de Cristo. (561)
FORTUNATO,Santo
Em Fano, no Piceno, hoje nas Marcas, Itália, São FORTUNATO bispo que se dedicou diligentemente à redenção dos cativos. (séc. VI)
CLODOLFO, Santo
Em Metz, na Austrásia, hoje França, São CLODOLFO bispo, filho de Santo ARNOLFO e conselheiro do rei. (660)
JOÃO DAVY, Beato
Em Londres, o Beato JOÃO DAVY diácono da Cartuxa desta cidade e mártir que, no reinado de Henrique VIII por causa da sua fidelidade à Igreja e ao Pontífice Romano, foi duramente torturado no cárcere e aí morreu de fome. (1537)
MARIA TERESA CHIRAMEL MANKIDIYAN, Beata
Em Kuzhikkattussery, no Kérala, Índia, a Beata MARIA TERESA CHIRAMEL MANKIDIYAN virgem, eminente pela sua vida eremítica e austera penitência, que procurou a Cristo nos mais pobres e nos mais abandonados e fundou a Congregação das Irmãs da Sagrada Família. (1926)
NICOLAU DE GÉSTURI (João Medda), Beato
Em Cágliari na Sardenha, Itália, o beato NICOLAU DE GÉSTURI (João Medda) religioso da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos que, sempre pronto para ajudar os indigentes, com o exemplo da sua virtude e da sua bondade estimulou muitos outros à prática da caridade para com os pobres. (1958)
... E AINDA ...
Originario dell'isola di Schouwen nello Zeeland (Paesi Bassi), Armando nacque verso la metà del sec. XV. Entrato nelI'Ordine francescano, attese per lunghi decenni all'insegnamento della Sacra Scrittura, valendosi della sua buona conoscenza della lingua greca, ebraica e caldea. Frutto delle sue lezioni furono alcuni commenti a diversi libri della Bibbia, rirnasti inediti, mentre tre opere furono stampate ad Anversa nel 1534: Chronica compendiosissima ab exordio mundi ad annum 1534;.
Famosissimo commendatore del convento mercedario di San Lazzaro in Saragozza (Spagna), il Beato Giorgio Porta, fu anche redentore di schiavi e con grande misericordia ne liberò molti nella città di Granada. Nel 1481, assieme al commendatore di El Puig, Venerabile Luigi Ruiz, realizzò una redenzione ad Algeri in Africa, riscattando 56 schiavi; imbarcati per far ritorno in patria, furono costretti ad approdare a Maiorca per non morire in mare a causa di una furiosa tempesta, finché ripreso il viaggio giunsero felicemente a Barcellona. Il Beato Giorgio morì santamente nel suo convento di Saragoza
MADALENA DA CONCEIÇÃO, Beata
Soprannominata la Minore, la Beata Maddalena della Concezione, era monaca nel monastero mercedario dell'Assunzione in Siviglia (Spagna). Per tutta la vita manifestò grande carità e devozione verso le anime del purgatorio con un'ammirevole costanza nella preghiera.
Nell'ora della sua morte fu rallegrata dalla Madonna e con tanti meriti raggiunse la felicità eterna.
L'Ordine la festeggia l'8 giugno
PEDRO DE AMER, Santo
Cavaliere laico, San Pietro de Amer, fu eletto Maestro Generale dell'Ordine Mercedario nel 1271, fu il primo legislatore e autore delle prime Costituzioni dell'Ordine e fu uno fra i più importanti Maestri Generali.
Fu anche redentore ed incrementò la fondazione di nuovi conventi in Spagna e Francia che in quel periodo fu notevole, si possono citare: Minorca (Santa Maria de Esteron), Ciudadella (Minorca), Burgos, Valladolid, Medina del Campo, Aurignac (Francia), Sanguesa (Navarra), Groin (Calahorra), Fuendedena, Beja (Portogallo), Soria, Toro, Elche, Oribuela, Almazan e Logrono. Egli governò con ammirevole prudenza e moderazione, quando in quel fine XIII° secolo, i chierici mercedari cominciavano a protestare per cambiare il regime dell'Ordine volendo come Maestro Generale un frate chierico e non più laico. Pieno di meriti morì nel convento di El Puig l'8 giugno 1301.
L'Ordine lo festeggia l'8 giugno
Fu anche redentore ed incrementò la fondazione di nuovi conventi in Spagna e Francia che in quel periodo fu notevole, si possono citare: Minorca (Santa Maria de Esteron), Ciudadella (Minorca), Burgos, Valladolid, Medina del Campo, Aurignac (Francia), Sanguesa (Navarra), Groin (Calahorra), Fuendedena, Beja (Portogallo), Soria, Toro, Elche, Oribuela, Almazan e Logrono. Egli governò con ammirevole prudenza e moderazione, quando in quel fine XIII° secolo, i chierici mercedari cominciavano a protestare per cambiare il regime dell'Ordine volendo come Maestro Generale un frate chierico e non più laico. Pieno di meriti morì nel convento di El Puig l'8 giugno 1301.
L'Ordine lo festeggia l'8 giugno
ESTEVÃO (Istvan) SANDOR, Beato
E’ nato nella terra gloriosa degli Ungari, magiaro egli stesso, con il medesimo nome del duca István cui papa Silvestro verso il 1000 conferì il titolo di re d’Ungheria, dopo che si fu convertito al cristianesimo. Figlio di un popolo fiero, che mai s’è piegato del tutto alle prepotenze degli invasori: né agli ottomani, né agli Asburgo, né ai nazisti e nemmeno ai comunisti di Josif Vissarionovich Dzugasvili, detto Stalin (che significa “uomo d’acciaio”). Ha sempre brigato o lottato apertamente per la propria indipendenza, contro tutto e contro tutti. Sandór aveva il sangue dei suoi avi: visse in anni difficili quando i rivolgimenti, gli attacchi improvvisi dei nemici, i voltafaccia dei governanti, le alleanze sbagliate, le guerre fredde e combattute, gli attentati, i capovolgimenti di fronte erano all’ordine del giorno
VITORINO, Santo
La vita di San Vittorino è strettamente legata a quella del fratello San Severino. Come lui, infatti, per essere perfetto seguì l'invito di Cristo e vendette tutto ciò che possedeva per distribuire il ricavato ai poveri.
Per darsi completamente a Dio ed isolarsi maggiormente dal mondo, lasciò dopo qualche anno il fratello e si rifugiò alle grotte di Sant'Eustachio, dove poi sorgerà un eremo benedettino, quindi sui monti di Pioraco (MC).
Vittima di forti tentazioni, si impose una dura e dolorosa penitenza: fece penzolare il suo corpo ad un albero con le mani strette fra due rami finché il fratello non andò a liberarlo.
Quando morì, nel 538, gli abitanti di Pioraco raccolsero con grande venerazione le sue spoglie, gli dedicarono la loro chiesa e lo elessero a patrono della loro città. La sua immagine che fregiava lo stemma di quel comune, nel 1878 venne sostituita da un gambero rampante.
La sua festa cade l'8 giugno
Per darsi completamente a Dio ed isolarsi maggiormente dal mondo, lasciò dopo qualche anno il fratello e si rifugiò alle grotte di Sant'Eustachio, dove poi sorgerà un eremo benedettino, quindi sui monti di Pioraco (MC).
Vittima di forti tentazioni, si impose una dura e dolorosa penitenza: fece penzolare il suo corpo ad un albero con le mani strette fra due rami finché il fratello non andò a liberarlo.
Quando morì, nel 538, gli abitanti di Pioraco raccolsero con grande venerazione le sue spoglie, gli dedicarono la loro chiesa e lo elessero a patrono della loro città. La sua immagine che fregiava lo stemma di quel comune, nel 1878 venne sostituita da un gambero rampante.
La sua festa cade l'8 giugno
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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
Textos recolhidos
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Textos recolhidos
In
MARTIROLÓGIO ROMANO
Ed. Conferência Episcopal Portuguesa - MMXIII
e através dos sites:
Wikipédia.org; Santiebeati.it; es.catholic.net/santoral,
e do Livro SANTOS DE CADA DIA, da Editorial de Braga, além de outros, eventualmente
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Também no que se refere às imagens que aparecem aqui no fim das mensagens diárias, são recolhidas aleatoriamente ou através de fotos próprias que vou obtendo, ou transferindo-as das redes sociais e que creio, serem livres.
Quanto às de minha autoria, não coloco quaisquer entraves para quem quiser copiá-las
Estádio do Dragão, um dos mais bonitos estádios de futebol.
ANTÓNIO FONSECA