Nº 1577-6 - IN MEMORIAN do Padre Mário Salgueirinho - 2 de Março de 2013

Nº 1577-6

(Post para publicação em 2 de MARÇO de 2013 – 10,30 h).

(Pde Mário Salgueirinho Barbosa)

Padre Mário Salgueirinho foi para todos nós um ser humano exemplar, uma pessoa marcante e ficam definitivamente as nossas vidas mais pobres sem o seu carácter, bondade e sabedoria.

Que descanse em paz com as honras do Senhor.

18\06\1927 - 29\10\2011

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Do livro “Caminhos da Felicidade”

ACTUALIZAR A AGENDA

Há uma tarefa amarga que executo - e naturalmente quase toda a gente o faz: nos últimos ou nos primeiros dias do ano fazemos a actualização da nossa agenda: dos endereços e dos números telefónicos e de telemóvel.

Que meditação extraordinária nos proporciona esta actualização!

Como o tempo fez erosão no nosso mundo familiar, ou de amizade, ou de vizinhança, ou de trabalho...

Quantos a morte levou lenta ou inesperadamente. E uma névoa de saudade nos turva os olhos...

Quantos telefones emudecidos. Quantos números e endereços que a mão implacável da morte riscou.

Entretanto, um halço primaveril de esperança nos confortas. Surgiram conhecimentos novos. Amigos novos. Gente simpática e generosa apareceu no nosso caminho. Gente benfazeja a quem agradecer.

E novos endereços, novos telefones e telemóveis foram entrando nas entrelinhas. Porta fechada para uns... Janela aberta para outros...

É assim a vida. Uma sucessão rítmica e misteriosa de estações: primavera, verão, outono e inverno de hibernação fecundante...

Deus, não obstante o pessimismo de cientistas e não cientistas, nunca falta com a primavera: o renascer, o reflorir, o recriar e embelezar o mundo do homem...

Louvado seja Deus por esta reflexão profícua que, como Pai, nos oferece amorosamenter, no fim ou no início de cada ano...

 

Porto, Dezembro de 1998

Mário Salgueirinho

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Do livro “Dar é receber”

OS MIL SINOS

Nestes tempos em que a Natureza se apresenta verdejante e florida,é oportuna a mensagem desta lenda oriental.

Havia uma ilha com um templo grandioso com mil sinos de todos os tamanmhos e timbres, obra dos melhores artistas daquele tempo. Quando o vento soprava, todos os sinos repicavam numa sinfonia maravilhosa.

Mas um terramoto intenso fez que a ilha ficasse submersa com o seu templo dos mil sinos.

Surgiu então uma lenda que dizia que os sinos continuavam a repicar continuamente debaixo da água e que quem escutasse atentamente podia ouvi-los.

Um jovem, quando tomou conhecimento dessa tradição, percorreu muitos quilómetros para poder ouvir o toque misterioso desses sinos submersos. Sentou-se junto ao mar longas horas, mas não conseguiu ouvir mais que o marulhar incessante das ondas.

Ali esteve várias semanas, até que desanimou. Mas os sábios daquela aldeia disseram-lhe que várias pessoas conseguiram ouvir o repique dos sinos. O jovem tentou novamente. Estendeu-se na areia olhando os céus e ouvindo o ruído do mar. Fechou os olhos e pôs-se mais atento ao marulhar das ondas.

E notou que afinal aquele som era agradável. Absorto naquele som, começou a sentir um silêncio profundo. E naquele silêncio ouviu primeiro um toque de um sininho, depois outro, depois doutro, e finalmente o repicar harmonioso de todos os sinos invisíveis e submersos. E a sua alegria foi imensa...

É muito bela a mensagem desta lenda. E oportuna nestes tempos de materialismo. Se queremos ver Deus, temos de contemplar atentamente a Criação: a maravilha das flores, do firmamento, dos animais, dos seres humanos...

Contemplar atentamente a Natureza que nos aponta o Divino Criador.

Porto, Dezembro/2003

Mário Salgueirinho

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A publicar em:

2-Março-2013 - 10,30 horas

António Fonseca