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Nº 1786 - (269 - 13) – 1ª Página
18 de Outubro de 2013
Nº 1786 - (269-13) – 1ª Página
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E U S O U
AQUELE QUE SOU
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LUCAS, Santo
Apóstolo – Evangelista
São Lucas é uma das figuras mais simpáticas do Cristianismo primitivo. Homem de posição e qualidades, de formação literária, de profundo sentido artístico e divino, entrega-se plenamente ao Cristianismo logo que toma conhecimento dele na sua cidade, Antioquia, a grande metrópole romana do Oriente; subjuga-o a grandeza de São Paulo e converte-se no mais fiel e incondicional dos seus discípulos. Toda a sua ciência médica e literária põe-na à disposição do grande Apóstolo, entrega-lhe a sua pessoa e segue-o para toda a parte, como a sombra ao sol. Humilde e devoto, pode dizer-se dele que foi um desses homens admiráveis que brilham como estrelas de segunda ordem, ou melhor, que renunciam a brilhar por si mesmos para se entregarem a outros de mais altura, oferecendo assim o mérito da modéstia e uma acção mais fecunda, ainda que menos pessoal.
Assim é São Lucas. Teve a sorte invejável de encontrar-se no caminho da sua vida com um mestre espiritual incomparável. Entregou-se a ele sem reservas e com fé cega, na prosperidade e na adversidade. São Lucas deixou-nos como escritor duas obras divinas: o terceiro Evangelho canónico e a história dos primeiros dias cristãos e das missões de São Paulo. Em ambos os livros se mostra São Lucas o discípulo e admirador incondicional de São Paulo. Olha para Cristo com os olhos de São Paulo, «o seu iluminador», como lhe chama Tertuliano. A história primeira do Cristianismo centra-o na figura de São Paulo. São Lucas identificou-se com a alma do seu mestre. Por isso o seu Evangelho pode chamar-se «o Evangelho de São Paulo».
A mensagem divina de Jesus, vê-a São Lucas através do prisma de São Paulo, que lhe dá a inteligência profunda do mistério de Cristo. A filantropia (amizade para com os homens) de Deus resplandece de maneira extraordinária em São Lucas: a bondade misericordiosa, a benignidade que se inclina sobre todas as misérias. Jesus é o Salvador de todos os homem, de todos os povos, de todas as raças. A parábola da ovelha perdida, do filho pródigo, do bom samaritano, realçam em formas concreta o espírito universalista e misericordioso do Evangelho, que profundamente sentiu São Paulo. São Lucas é o «escritor da mansidão de Cristo».
Notou-se com razão o papel importante que desempenham as mulheres no Evangelho de São Lucas. O paganismo tinha rebaixado a nobre condição delas como companheiras do homem. São Paulo fez sobressair a igualdade de todos em Cristo, onde não já judeu nem grego, escravo nem, livre, homem ou mulher. São Lucas, recolhe, da vida e ensinamento de Jesus, tudo o que pode realçar o valor e estima que teve pela mulher. Como médico, São Lucas tinha coração compassivo, conhecedor das misérias da humanidade, e estava preparadíssimo para assimilar o espírito filantrópico e essencialmente humano do Evangelho.
Onde nasceu São Lucas? A opinião mais provável diz-nos que foi natural de Antioquia da Síria. De origem pagã, deve lá ter conhecido muito cedo o Cristianismo e deve tê-lo abraçado com todas as veras do seu coração, como homem recto, bem disposto e desapaixonado. A tradição diz-nos que desde a juventude guardou perfeita castidade. Foi como açucena a brotar entre águas corrompidas. Cumpriu-se nele a máxima de Jesus: «Bem-aventurados os puros do coração, porque verão a Deus». São Lucas viu e sentiu profundamente a formosura do Cristianismo. Num mundo que desconhecia, odiava ou punha em ridículo o nome de cristão, ele sentiu-lhe a formosura e diz-nos, cheio do santo orgulho que foi a sua cidade, Antioquia, primeira terra onde se começaram a distinguir os discípulos de Jesus com o nome glorioso de «cristãos».
Pelo ano de 50, durante a segunda missão de São Paulo, aparece pela primeira vez ao lado do Apóstolo. Acompanha-o pela Macedónia e a seguir aparta-se dele, em Filipos até à terceira missão, pelo espaço de quase seis anos. Por 58 sobe com Paulo a Jerusalém onde conheceu muitos discípulos imediatos de Jesus e se informou minuciosamente de tudo o que se referia à infância do Senhor, ao seu ministério público e à sua Paixão e Morte. Assim recolheu, com carinho de enamorado, os dados da Anunciação, Encarnação, Nascimento e crescimento de Jesus.
Que cenas tão cheias de colorido, de luz, de paz e de gozo espiritual!
Quanto temos de agradecer, nós cristãos, à diligente e adorável pena de São Lucas!
Uma tradição – que recolheu no século XIV Nicéforo Calisto, inspirado numa frase de Teodoro, escritor do século VI – diz-nos que São Lucas foi pintor e fala-nos duma imagem de Nossa Senhora saída do seu pincel. Santo Agostinho, no século IV, diz-nos pela sua parte que não conhecemos o retrato de Maria: e Santo Ambrósio, com sentido espiritual, diz-nos que era figura de bondade. Este é o retrato que nos transmitiu São Lucas da Virgem Maria; o seu retrato moral, a bondade da sua alma. O Evangelho de boa parte das Missas de Maria Santíssima é tomado de São Lucas, porque foi ele quem mais longamente nos contou a sua vida e nos descobriu o seu Coração.
Duas vezes esteve preso São Paulo em Roma e nos dois cativeiros teve consigo São Lucas, «médico queridíssimo». Ajudava-o no seu apostolado, consolava-o nos seus trabalhos e atendia-o e curava-o com solicitude nos seus padecimentos corporais. No segundo cativeiro, do ano 67, pouco antes do martírio, escreve a Timóteo que «Lucas é o único companheiro» na sua prisão. Os outros tinham-no abandonado.
Não podemos explicitar onde esteve São Lucas no intervalo que separa os dois cativeiros de São Paulo, dos anos 64 a 67. Neste período, consta-nos que veio São Paulo à Hispânia; não se pode excluir a hipótese, para os peninsulares tão honrosa, de também, São Lucas nos ter visitado.
Com a morte de São Paulo, eclipsa-se na história de São Lucas. Um escrito do século III diz-nos que morreu virgem na Bitínia, na idade de 74 anos, cheio do Espírito Santo, Santo Epifânio, no século IV, acrescenta que pregou o Evangelho na Itália, França, Dalmácia e Macedónia.
Sobre a sua morte não temos dado concretos nenhuns, mas uma tradição autorizada, que vem do século IV, assegura-nos que derramou o sangue por Cristo. Assim rubricou a verdade que tinha escrito para toda a Igreja e para o mundo inteiro, com a carta magna do Evangelho e com a história dos actos apostólicos. Podemos repetir a sentença de Pascal, falando de todos os Evangelistas: «Creio firmemente na história dos que se deixam matar para dar testemunho da verdade do que escreveram». São Lucas é médico bondoso e serviçal, é literato, mas sobretudo é santo e mártir, que morreu pela fé que pregou de palavra e exarou nos seus livros.
É considerado o Padroeiro dos médicos, por também ele ter exercido esse ofício, conforme diz São Paulo aos Colossenses (4, 14): «Saúda-vos Lucas, nosso querido médio».
MONON, Santo
Eremita
É um dos santos mais venerados pelos povos das Ardenas, França. Diz-se que, tendo partido da Escócia, sua terra natal, a fim de se dirigir a Roma, encontrou, ao atravessar a Bélgica, São João, o Cordeiro, bispo de Maastricht, a quem se ligou por grande amizade. Terminada a peregrinação, fixou-se na floresta das Ardenas, como o bispo lhe aconselhara,e viveu como eremita nos bosques de Saint-Huber. Cerca do ano 630 foi assassinado por bandidos.
Do livro SANTOS DE CADA DIA de www.jesuitas.pt
Pedro de Alcántara, Santo
Penitente
Penitente
Martirologio Romano: En la villa de Arenas, en la región española de Castilla, san Pedro de Alcántara, presbítero de la Orden de los Hermanos Menores, que adornado con el don de consejo y de vida penitente y austera, reformó la disciplina regular en los conventos de la Orden en España, siendo consejero de santa Teresa de Jesús en su obra reformadora de la Orden de los Carmelitas (1562).
Era el año del Señor de 1494 [o más bien: 1499] cuando en la Extremadura Alta, en la villa de Alcántara, nacía del gobernador don Pedro Garabito y de la noble señora doña María Villela de Sanabria un varón cuya vida había de ser un continuo milagro y un mensaje espiritual de Dios a los hombres, porque no iba a ser otra cosa sino una potente encarnación del espíritu en cuanto ello lo sufre la humana naturaleza. Ocurrió cuando España entera vibraba hasta la entraña por la fuerza del movimiento contrarreformista. Era el tiempo de los grandes reyes, de los grandes teólogos, de los grandes santos. En el cielo de la Iglesia española y universal fulgían con luz propia Ignacio, Teresa, Francisco de Borja, Juan de la Cruz, Francisco Solano, Javier... Entre ellos el Santo de Alcántara había de brillar con potentísima e indiscutible luz.
Había de ser santo franciscano. La liturgia de los franciscanos, en su fiesta, nos dice que, si bien «el Seráfico Padre estaba ya muerto, parecía como si en realidad estuviese vivo, por cuanto nos dejó copia de sí en Pedro, al cual constituyó defensor de su casa y caminó por todas las vías de su padre, sin declinar a la derecha ni hacia la izquierda». Todo el que haya sentido alguna vez curiosidad por la historia de la Orden de San Francisco, se encontrará con un fenómeno digno de ponderación, que apenas halla par en la historia de la Iglesia: iluminado por Dios, se apoderó el Santo de Asís del espíritu del Evangelio y lo plasmó en una altísima regla de vida que, en consecuencia, se convierte en heroísmo. Este evangelio puro, a la letra, es la cumbre de la espiritualidad cristiana y hace de los hombres otros tantos Cristos, otros tantos estigmatizados interiores; pero choca también con la realidad de la concupiscencia y pone al hombre en un constante estado de tensión, donde las tendencias hacia el amor que se crucifica y hacia la carne que reclama su imperio luchan en toda su desnuda crudeza. Por eso ya en la vida de San Francisco se observa que su ideal, de extraordinaria potencia de atracción de almas sedientas de santidad, choca con las debilidades humanas de quienes lo abrazan. Y las almas, a veces, ceden en puntos de perfección, masivamente, en grandes grupos, y parece, sin embargo, como si el espíritu del fundador hubiese dejado en ellas una simiente de perpetuo descontento, una tremenda ansia de superación, y constantemente, apenas la llama del espíritu ha comenzado a flaquear, se levanta el espíritu hecho llama en otro hombre y comienza un movimiento de reforma. Nuestro Santo fue, de todos esos hombres, el más audaz, el más potente y el más avanzado. Su significación es, por tanto, doble: es reformador de la Orden y, a través de ella, de la Iglesia universal.
San Francisco entendió la santidad como una identificación perfecta con Cristo crucificado y trazó un camino para ir a Él. El itinerario comienza por una intuición del Verbo encarnado que muere en cruz por amor nuestro, moviendo al hombre a penitencia de sus culpas y arrastrándole a una estrecha imitación. Así introduce al alma en una total pobreza y renuncia de este mundo, en el que vivirá sin apego a criatura alguna, como extranjera y peregrina; de aquí la llevará a desear el oprobio y menosprecio de los hombres, será humilde; de aquí, despojada ya de todo obstáculo, a una entrega total al prójimo, en purísima caridad fraterna. Ya en este punto el hombre encuentra realizada una triple muerte a sí mismo: en el deseo de la posesión y del goce, en la propia estima, en el propio amor. Entonces ha logrado la perfecta identificación con el Cristo de la cruz. Esto, en San Francisco, floreció en llagas, impresas por divinas manos en el monte de la Verna. Y, cuando el hombre se ha configurado así con el Redentor, su vida adquiere una plenitud insospechada de carácter redentivo, completando en sí los padecimientos de Cristo por su Iglesia; se hace alma víctima y corredentora por su perfecta inmolación. Cuando el alma se ha unido así con Cristo ha encontrado la paz interior consumada en el amor y sus ojos purificados contemplan la hermosura de Dios en lo creado; queda internamente edificada en sencilla simplicidad; vive una perpetua y perfecta alegría, que es sonrisa de cruz. Es franciscana.
Por estos caminos, sin declinar, iba a correr nuestro Santo de Alcántara. Nos encontramos frente a una destacadísima personalidad religiosa, en la que no sabemos si admirar más los valores humanos fundamentales o los sobrenaturales añadidos por la gracia. San Pedro fue hombre de mediana estatura, bien parecido y proporcionado en todos sus miembros, varonilmente gracioso en el rostro, afable y cortés en la conversación, nunca demasiada; de exquisito trato social. Su memoria fue extraordinaria, llegando a dominar toda la Biblia; ingenio agudo; inteligencia despejadísima y una voluntad férrea ante la cual no existían los imposibles y que hermanaba perfectamente con una extrema sensibilidad y ternura hacia los dolores del prójimo. Es de considerar cómo, a pesar de su extrema dureza, atraía de manera irresistible a las almas y las empujaba por donde quería, sin que nadie pudiese escapar a su influencia. Cuando la penitencia le hubo consumido hasta secarle las carnes, en forma de parecer –según testimonio de quienes le trataron– un esqueleto recién salido del sepulcro; cuando la mortificación le impedía mirar a nadie cara a cara, emanaba de él, no obstante, una dulzura, una fuerza interior tal, que inmediatamente se imponía a quien le trataba, subyugándole y conduciéndole a placer.
Sus padres cuidaron esmeradamente de su formación intelectual. Estudió gramática en Alcántara y debía de tener once o doce años cuando marchó a Salamanca. Allí cursó la filosofía y comenzó el derecho. A los quince años había ya hecho el primero de leyes. Tornó a su villa natal en vacaciones, y entonces coincidieron las dudas sobre la elección de estado con un período de tentaciones intensas. Un día el joven vio pasar ante su puerta unos franciscanos descalzos y marchó tras ellos, escapándose de casa apenas si cumplidos los dieciséis años y tomando el hábito en el convento de los Majarretes, junto a Valencia de Alcántara, en la raya portuguesa, año de 1515.
Fray Juan de Guadalupe había fundado en 1494 una reforma de la Orden conocida comúnmente con el nombre de la de los descalzos. Esta reforma pasó tiempos angustiosos, combatida por todas partes, autorizada y suprimida varias veces por los Papas, hasta que logró estabilizarse en 1515 con el nombre de Custodia de Extremadura y más tarde provincia descalza de San Gabriel. Exactamente el año en que San Pedro tomó el santo hábito.
La vida franciscana de éste fue precedida por larga preparación. Desde luego que nos enfrentamos con un individuo extraordinario. De él puede decirse con exactitud que Dios le poseyó desde el principio de sus vías. A los siete años de edad era ya su oración continua y extática; su modestia, sin par. En Salamanca daba su comida de limosna, servía a los enfermos, y era tal la modestia de su continente que, cuando los estudiantes resbalaban en conversaciones no limpias y le veían llegar, se decían: «El de Alcántara viene, mudemos de plática».
Claro está que solamente la entrada en religión, y precisamente en los descalzos, podía permitir que la acción del espíritu se explayase en su alma. Cuando San Pedro, después de haber pasado milagrosamente el río Tiétar, llamó a la puerta del convento de los Majarretes, encontró allí hombres verdaderamente santos, probados en mil tribulaciones por la observancia de su ideal altísimo, pero pronto les superó a todos. En él estaba manifiestamente el dedo de Dios.
Apenas entrado en el noviciado se entregó absolutamente a la acción de la divina gracia. Fue nuestro Santo ardiente amador y su vida se polarizó en torno a Dios, con exclusión de cualquier cosa que pudiese estorbarlo. El misterio de la Santísima Trinidad, donde Dios se revela viviente y fecundo; la encarnación del Verbo y la pasión de Cristo; la Virgen concebida sin mancha de pecado original, eran misterios que atraían con fuerza irresistible sus impulsos interiores. Ya desde el principio más bien pareció ángel que hombre, pues vivía en continua oración. Dios le arrebataba de tal forma que muchas veces durante toda su vida se le vio elevarse en el aire sobre los más altos árboles, permanecer sin sentido, atravesar los ríos andando sin darse cuenta por encima de sus aguas, absorto en el ininterrumpido coloquio interior. Como consecuencia que parece natural, ya desde el principio se manifestó hombre totalmente muerto al mundo y al uso de los sentidos. Nunca miró a nadie a la cara. Sólo conocía a los que le trataban por la voz; ignoraba los techos de las casas donde vivía, la situación de las habitaciones, los árboles del huerto. A veces caminaba muchas horas con los ojos completamente cerrados y tomaba a tientas la pobre refacción.
Gustaba tener huertecillos en los conventos donde poder salir en las noches a contemplar el cielo estrellado, y la contemplación de las criaturas fue siempre para su alma escala conductora a Dios.
Como es lógico, esta invasión divina respondía a la generosidad con que San Pedro se abrazara a la pobreza real y a la cruz de una increíble mortificación. Esta fue tanta que ha pasado a calificarle como portento, y de los más raros, en la Iglesia de Cristo. Ciertamente parece de carácter milagroso y no se explica sin una especial intervención divina.
Si en la mortificación de la vista había llegado, cual declaró a Santa Teresa, al extremo de que igual le diera ver que no ver, tener los ojos cerrados que abiertos, es casi increíble el que durante cuarenta años sólo durmiera hora y media cada día, y eso sentado en el suelo, acurrucado en la pequeña celda donde no cabía estirado ni de pie, y apoyada la cabeza en un madero. Comía, de tres en tres días solamente, pan negro y duro, hierbas amargas y rara vez legumbres nauseabundas, de rodillas; en ocasiones pasaba seis u ocho días sin probar alimento, sin que nadie pudiese evitarlo, pues, si querían regalarle de forma que no lo pudiese huir, eran luego sus penitencias tan duras que preferían no dar ocasión a ellas y le dejaban en paz.
Llevó muchísimos años un cilicio de hoja de lata a modo de armadura con puntas vueltas hacia la carne. El aspecto de su cuerpo, para quienes le vieron desnudo, era fantástico: tenía piel y huesos solamente; el cilicio descubría en algunas partes el hueso y lo restante de la piel era azotado sin piedad dos veces por día, hasta sangrar y supurar en úlceras horrendas que no había modo de curar, cayéndole muchas veces la sangre hasta los pies. Se cubría con el sayal más remendado que encontraba; llevaba unos paños menores que, con el sayal, constituían asperísimo cilicio. El hábito era estrecho y en invierno le acompañaba un manto que no llegaba a cubrir las rodillas. Como solamente tenía uno, veíase obligado a desnudarse para lavarlo, a escondidas, y tornaba a ponérselo, muchas veces helado, apenas lo terminaba de lavar y se había escurrido un tanto. Cuando no podía estar en la celda por el rigor del frío solía calentarse poniéndose desnudo en la corriente helada que iba de la puerta a la ventana abiertas; luego las cerraba poco a poco, y, finalmente, se ponía el hábito y amonestaba al hermano asno para que no se quejase con tanto regalo y no le impidiese la oración.
Su aspecto exterior era impresionante, de forma que predicaba solamente con él: la cara esquelética; los ojos de fulgor intensísimo, capaces de descubrir los secretos más íntimos del corazón, siempre bajos y cerrados; la cabeza quemada por el sol y el hielo, llena de ampollas y de golpes que se daba por no mirar cuando pasaba por puertas bajas, de forma que a menudo le iba escurriendo la sangre por la faz; los pies siempre descalzos, partidos y llagados por no ver dónde los asentaba y no cuidarse de las zarzas y piedras de los caminos.
San Pedro era víctima del amor de Dios más ardiente y su cuerpo no había florecido en cinco llagas como San Francisco, sino que se había convertido en una sola, pura, inmensa. Su vida entera fue una continua crucifixión, llenando en esta inmolación de amor por las almas las exigencias más entrañables del ideal franciscano.
No es de extrañar, claro está, que su vista no repeliese. Juntaba al durísimo aspecto externo una suavidad tal, un profundo sentido de humana ternura y comprensión hacia el prójimo, una afabilidad, cortesía de modales y un tal ardor de caridad fraterna, que atraía irresistiblemente a los demás, de cualquier clase y condición que fuesen. Es que el Santo era todo fuerza de amor y potencia de espíritu. Aborrecía los cumplimientos, pero era cuidadoso de las formas sociales y cultivaba intensamente la amistad. Tuvo íntima relación con los grandes santos de su época: San Francisco de Borja, quien llamaba «su paraíso» al convento de El Pedroso donde el Santo comenzó su reforma; el beato Juan de Ribera, Santa Teresa de Jesús, a quien ayudó eficazmente en la reforma carmelitana y a cuyo espíritu dio aprobación definitiva. Acudieron a él reyes, obispos y grandes. Carlos V y su hija Juana le solicitaron como confesor, negándose a ello por humildad y por desagradarle el género de vida consiguiente. Los reyes de Portugal fueron muy devotos suyos y le ayudaron muchas veces en sus trabajos. A todos imponía su espíritu noble y ardiente, su conocimiento del mundo y de las almas, su caridad no fingida.
Secuela de todo esto fue la eficacia de su intenso apostolado. San Pedro de Alcántara es un auténtico santo franciscano y su vida lo menos parecido posible a la de un cenobita. Como vivía para Dios completamente no le hacía el menor daño el contacto con el mundo. A pesar de ello le asaltaron con frecuencia graves tentaciones de impureza, que remediaba en forma simple y eficaz: azotarse hasta derramar sangre, sumergirse en estanques de agua helada, revolcarse entre zarzas y espinas. Desde los veinticinco años, en que por obediencia le hacen superior, estuvo constantemente en viajes apostólicos. Su predicación era sencilla, evangélica, más de ejemplo que de palabra. En el confesonario pasaba horas incontables y poseía el don de mover los corazones más empedernidos. Fue extraordinario como director espiritual, ya que penetraba el interior de las almas con seguro tino y prudencia exquisita: así fue solicitado en consejo por toda clase de hombres y mujeres, lo mismo gente sencilla de pueblo que nobles y reyes; igual teólogos y predicadores que monjas simples y vulgo ignorante. Amó a los niños y era amado por ellos, llegando a instalar en El Pedroso una escuelita donde enseñarles. Predicó constantemente la paz y la procuró eficazmente entre los hombres.
Dios confirmó todo esto con abundancia de milagros: innúmeras veces pasó los ríos a pie enjuto; dio de comer prodigiosamente a los religiosos necesitados; curó enfermos; profetizó; plantó su báculo en tierra y se desarrolló en una higuera que aún hoy se conserva; atravesó tempestades sin que la lluvia calara sus vestidos, y en una de nieve ésta le respetó hasta el punto de formar a su alrededor una especie de tienda blanca. Y sobre todas estas cosas el auténtico milagro de su penitencia.
Aún, sin embargo, nos falta conocer el aspecto más original del Santo: su espíritu reformador. No solamente ayuda mucho a Santa Teresa para implantar la reforma carmelitana; no se contenta con ayudar a un religioso a la fundación de una provincia franciscana reformada en Portugal, sino que él mismo funda con licencia pontificia la provincia de San José, que produjo a la Iglesia mártires, beatos y santos de primera talla. Si bien él mismo había tomado el hábito en una provincia franciscana austerísima, la de San Gabriel, quiso elevar la pobreza y austeridad a una mayor perfección, mediante leyes a propósito y, sobre todo, deseó extender por todo el mundo el genuino espíritu franciscano que llevaba en las venas, cosa que, por azares históricos, estaba prohibido a la dicha provincia de San Gabriel, que sólo podía mantener un limitado número de conventos. Con muchas contradicciones dio comienzo a su obra en 1556, en el convento de El Pedroso, y pronto la vio extendida a Galicia, Castilla, Valencia; más tarde China, Filipinas, América. Los alcantarinos eran proverbio de santidad entre el pueblo y los doctos por su vida maravillosamente penitentes. Dice un biógrafo que vivían en sus conventos –diminutos, desprovistos de toda comodidad– una vida que más bien tenía visos de muerte. Cocinaban una vez por semana, y aquel potaje se hacía insufrible al mejor estómago. Sus celdas parecían sepulcros. La oración era sin límites, igual que las penitencias corporales. Y si bien es cierto que las constituciones dadas por el Santo son muy moderadas en cuanto a esto, sin exigir mucho más allá que las demás reformas franciscanas conocidas, no se puede dudar que su poderosísimo espíritu dejó en sus seguidores una imborrable huella y un deseo extremo de imitación. Y es sorprendente el genuino espíritu franciscano que les comunicó, ya que tal penitencia no les distanciaba del pueblo, antes los unía más a él. Construían los conventos junto a pueblos y ciudades, mezclándose con la gente a través del desempeño del ministerio sacerdotal, en la ayuda a los párrocos, enseñanza a los niños; siempre afables y corteses, penitentes y profundamente humanos.
El 18 de octubre de 1562 murió en el convento de Arenas.
La Santa de Avila vio volar su alma al cielo y la oyó gozarse de la gloria ganada con su excelsa penitencia. El Santo moría en paz. Dejaba una obra hecha: una escuela de santos, un colegio de almas intercesoras y víctimas por las culpas del mundo. Sus penitencias llegaron a parecer a algunos «locuras y temeridades de hombre desesperado»; las gentes le tuvieron muchas veces por loco al ver los extremos a que le llevaba su vida de contemplación. Sólo que, como muy gentilmente aclaró a sus monjas Santa Teresa, aquellas locuras del bendito fray Pedro eran precisamente locuras de amor. Cuando Cristo ama intensamente a un alma no descansa hasta clavarla consigo en la cruz. Cuando un alma ama a Cristo no desea sino compartir con Él los mismos dolores, oprobios y menosprecios. La vocación franciscana es, recordémoslo, una vocación de amor crucificado y San Pedro supo vivirla con plenitud. Su penitencia venía condicionada por su papel corredentivo en la Iglesia de Dios y, si no a todos es dado imitarla materialmente, sí es exigido amar como él amó y desprenderse por amor, y al menos en espíritu, de las cosas temporales, abrazándose a la cruz.
Pedro de Tsetinia, Santo
Obispo
Pedro de Tsetinia, Santo
Etimológicamente significa “roca”. Viene de la lengua hebrea.
Hay personas que marcan toda una época y estilo de vida, incluso cuando son reyes de un pueblo.
Sienten la necesidad de estar llenos de Dios y vacíos de muchas tontadas que se nos acumulan en la vida. Balduino, rey de Bélgica, dijo un día estas palabras:"El Señor nos ha concedido una gracia al hacernos sentir un vacío ante todo lo que no es él".
Este joven era originario de Niegouch, Montenegro. Debió ser un chico muy bien dotado en los valores que dan consistencia a la persona.
A los 12 años entró ya de monje. Tenía firmemente arraigada la fe. Y como consecuente con ella, dedicó toda su vida a defender a su pueblo para que nunca la perdiera.
Supo llevar muy bien tanto el gobierno de su pequeño reino del que era el soberano, como la pastoral y la dirección espiritual del mismo, ya que era el metropolita.
En su tiempo había luchas entre clanes rivales. Con sus dotes de gobierno y la santidad de su propia vida logró que todos se entendieran e hiciesen las paces.
Cuando el peligro provenía del exterior, también tuvo arranque y valor para combatir – como soberano – contra los ejércitos del mismo Napoleón I.
Consiguió dominarlo en la batalla de Boka. Esto contribuyó a que su fama corriera por Europa como la espuma.
En el trato con los otros demostraba su recia personalidad, su bondad e indulgencia para con los demás, pero era muy exigente consigo mismo.
Aunque fue el príncipe y obispo de Montenegro, llevó una vida personal parecida más bien a la de asceta o monje.
¡Felicidades a quien lleve este nombre!
Justo de Auxerre, Santo
Mártir
Mártir
Etimológicamente significa “ prudente, recto”. Viene de la lengua latina.
Jesús dijo:”No son los sanos los que tienen necesidad de médico sino los enfermos; no he venido a llamar a los justos, sino a los pecadores”.
Nació este mártir de la Iglesia en la ciudad de Auxerre, en la Borgoña.
Sus padres eran profundamente cristianos. Aunque era todavía un niño, sin embargo, gracia a su educación, parecía más maduro de lo que aparentaba.
A los ocho años sostenía controversias contra los paganos, que invadían la región, sobre temas religiosos.
Tenía una inteligencia poco común. No llegó a conocer a su hermano Justiniano.
Se lo robaron a sus padres para venderlo a unos mercaderes de Beauvais.
Dios le reveló a Justo en dónde estaba. Llegados a la casa del comerciante, éste reunió a los doce esclavos. Le devolvió a su hijo con la única condición de que salieran en seguida de la ciudad.
Pero el gobernador mandó que los cogieran. Quería vengarse de su condición cristiana. No podía, influido por los paganos pudientes, ver a un seguidor de Jesucristo.
Una vez que tuvo ante su presencial al bueno de Justo, lo envió a una hoguera. No se sabe qué hizo con su padre y su madre.
Su cabeza se venera hoy en Beauvais.
Era el año 306.
¡Felicidades a quien lleve este nombre!
74370 > Sant' Amabile di Rium MR
74360 > Sant' Asclepiade Vescovo MR
94755 > Beato Domenico da Perpignano Mercedario
91954 > San Giusto Martire
92991 > Sant' Isacco Jogues Sacerdote e martire MR
21800 > San Luca Evangelista - Festa MR
94532 > Beata Margherita Tornielli Clarissa
74380 > San Monone Eremita MR
74425 > San Pietro d'Alcantara MR
91924 > Santi Procolo, Eutiche e Acuzio Martiri di Pozzuoli MR
94752 > Beato Teobaldo da Narbona Martire mercedario
94551 > Santa Zlata di Muglen Vergine e martire (Chiese Orientali)
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Nossa Senhora de Fátima, pediu aos Pastorinhos
“REZEM O TERÇO
TODOS OS DIAS”
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ATENÇÃO:
Como os meus prezados leitores (poucos, mas bons) devem ter reparado, a edição de hoje já tem mais algumas alterações que eu venho fazendo dia a dia, desde o passado mês de Setembro, e, agora novamente estou utilizando o Windows Writer.
O meu computador continua a sofrer algumas interrupções (ou melhor, a Internet…) não está a trabalhar como eu desejaria, mas mesmo assim, vou conseguindo fazer esta tarefa. Espero que a todo o tempo isto se venha regularizando, a fim de poder entrar na NORMALIDADE.
Prevenindo novas suspensões que possam vir a acontecer, vou continuar a agendar as publicações diárias desta 1ª rubrica SANTOS DE CADA DIA, e também da 2ª - O ANTIGO TESTAMENTO
Quanto às restantes rubricas, com excepção dos SALMOS - que me parecem não serem lidos, - pois que quando são publicados, são-no no próprio dia e, portanto, não servirão de facto, de guia para alguém, pelo que estará suspensa a sua publicação até ver…
BENDITO SEJA DEUS.
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