Nº 2188 - (306-14)
3ª PÁGINA
2 de Novembro de 2014
FIÉIS DEFUNTOS
Comemoração universal
Comemoração universal
6º ANO
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Comemorar e lembrar os Santos de Cada Dia
é dever de todo o católico,
assim como procurar seguir os seus exemplos.
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DIA DOS FIÉIS DEFUNTOS
A Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos, esteve em uso entre os cristãos desde as origens. A crença no Purgatório e na eficácia da oração a fim de apressar a purificação das almas dos defuntos bastam para a explicar; é inútil tentar aproximá-la, tal como a temos, com as outras religiões; tais esforços nada provariam a não ser constituir o respeito pelos mortos um sentimento natural do homem que na diversidade dos tempos e dos lugares apresenta analogias.
Fora dos enterros e dos aniversários individuais, os cristãos rezavam, por todos os defuntos, com a intenção de que aqueles que não tinham deixado na terra nem parentes nem filhos amigos, não ficassem todavia abandonados. Santo Agostinho menciona este uso e louva a bondade da Igreja que é a Mãe de todos os fiéis.
Era normal atribuir um dia particular a estas orações. A Igreja bizantina fixou-o no sábado que precedia o último domingo antes da Páscoa, que marca para ela o princípio da Quaresma; e a Igreja Síriaca, na sexta-feira dessa mesma semana.
No Ocidente o costume de consagrar um dia à oração pelos defuntos era quase geral nos mosteiros do séc. VII, mas os dias variavam e tratava-se primeiro que tudo de orar pelos irmãos. Mesmo certas Igrejas não monásticas tinham costumes análogos.
No século IX contudo, Amalário, tratando dos divinos ofícios, colocava o dos mortos depois do dos santos, considerando que os defuntos que, depois da morte, não eram colocados no número dos santos e tinham necessidade de orações, se encontravam numa linha intermédia entre o céu e a terra. Não se tratava, para Amalário, de colocar a comemoração dos Fiéis Defuntos a 2 de Novembro, pois ele ignorava ainda a festa de Todos os Santos.
Foi o abade de Cluny, Santo ODILLON, quem decidiu que, do mesmo modo que era celebrada em toda a terra nas calendas de Novembro a festa de Todos os Santos, assim houvesse nos mosteiros clunienses a comemoração de Todos os Fiéis Defuntos desde o começo do mundo até ao fim... Os seus biógrafos, JOTSALDO e S. PEDRO DAMIÃO, contam que um peregrino de Aquitânia, voltando da Terra Santa, tinha encontrado um eremita que, ao saber da sua nacionalidade, lhe entregara um recado para ODILLON: o eremita ouvira os demónios queixarem-se de que as almas lhe estavam a ser arrebatadas pelas orações dos Clunienses. Esta notícia, ao que se diz, incitou o abade de Cluny a multiplicar os sufrágios pelos defuntos.
O convento dos dominicanos de Valência, em Espanha, tinha um número de túmulos tão considerável que os religiosos, não podendo satisfazer todos os pedidos de Missas para o dia 2 de Novembro, tomaram o hábito de celebrar cada um, duas ou três vezes. O Ordinário tolerava este costume, que foi sancionado e estendido a toda a Espanha e a Portugal e às suas respectivas colónias por Bento XIV, em 1748. Em 1915, estendeu Bento XV este favor à Igreja Universal, pensando nos mortos da guerra, nas fundações espoliadas e nos pobres que, devido à carestia da vida, não podem encomendar Missas.
Neste mês em que a piedade cristã procura sufragar as almas daqueles que, na graça de Deus, partiram deste mundo, convém reavivar a nossa fé na existência do Purgatório.
A existência do Purgatório consta na Tradição desde tempos imemoriais.
Os Concílios de Lião e Florença definiram: «As almas daqueles que partiram desta vida com verdadeiro arrependimento e no amor de Deus mas antes de terem satisfeito as suas faltas e omissões são purificadas depois da morte com penas purificadoras» (Denz. 464, 693). Contra os protestantes, que afirmavam a doutrina do Purgatório contrária à Escritura, definiu o Concílio de Trento: «há Purgatório e as almas aí detidas podem ser ajudadas pelos sufrágios dos fiéis» (Denz. 983).
O Concílio Vaticano II lembra a mesma Doutrina: «Esta venerável fé dos nossos maiores acerca da nossa união vital com os irmãos que já estão na glória celeste ou que, após a morte, estão ainda em purificação, aceita-a este Sagrado Concílio com muita piedade e de novo propõe os decretos dos sagrados Concílios Niceno II, Florentino e Tridentino» (L. G. 51).
A existência do Purgatório deduz-se da leitura da Sagrada Escritura.
JUDAS MACABEU juntou 2 mil dracmas de prata que enviou para o templo de Jerusalém para aí ser oferecido um sacrifício pelos soldados que tinham morrido no combate. Ele e os crentes daquele tempo estavam persuadidos que os defuntos podem ser livres dos seus pecados pela oração e pelo sacrifício: «Considerava a magnifica recompensa que está reservada àqueles que adormecem piedosamente. Santo e piedoso pensamento ! Por isso mandou oferecer o sacrifício expiatório para que os mortos fossem absolvidos do pecado» (2 Mac 12, 45).
JESUS CRISTO, falando dos pecados contra o Espírito Santo (Mt 12, 32), diz que não serão perdoados nem neste mundo nem no outro. Donde se concluí, que por este modo de falar, que exceptuando este, dos outros pecados, que não sejam graves ou mortais, se pode obter perdão no outro mundo. Ora este perdão, depois da morte já não se pode alcançar pelo mérito do arrependimento, porque a alma já não pode, então, ter méritos nem deméritos nenhuns, mas terá de obter-se por meio da purificação que permita às almas irem depois, sem mancha, à presença de Deus puríssimo e santíssimo.
Na Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios (1 Cor 11, 15) vem uma passagem, que os comentadores, desde Orígenes (séc. III), costumam aplicar ao Purgatório: «As obras de cada um serão, no seu devido tempo, provadas e reveladas pelo fogo. Se elas subsistirem (isto é, se forem boas) o seu autor receberá a paga; se porém, forem queimadas, sofrerá o dano, mas ele será salvo por meio do fogo» (ou passando pelo fogo).
Mesmo que não possamos afirmar que esta passagem de São Paulo fale directamente do Purgatório, contudo, dá-nos implicitamente a substância da doutrina católica sobre ele. Mas que o fogo do Purgatório seja igual ao do Inferno, nunca a Igreja o afirmou: Trata-se duma simples opinião que ninguém está obrigado a seguir. O que apenas está definido é que existe o Purgatório, ou seja, um estado de purificação temporária para aqueles que, embora morrendo na graça de Deus, partiram deste mundo sem terem expiado totalmente as suas faltas (D. 456, 464, 570, 723, 777-779, 840, 983, 998).
A verdade da existência do Purgatório chegou até nós também pela tradição. Os Santos e Grandes Mestres da Igreja, desde os primeiros tempos, testemunham a crença nesta verdade. As inscrições e lápides sobre os sepulcros pedem orações pelos defuntos para que alcancem paz e descanso. Quer dizer, acreditam que há almas que sofrem na outra vida e que podem ser auxiliadas pelos nossos sufrágios.
Isto é: sempre e em toda a parte os católicos fizeram profissão de fé na existência do Purgatório.
Caros Amigos
Como continuo a dizer no Cabeçalho –, este blogue tem sofrido várias modificações que vou implementando dia a dia, sempre que tenho oportunidade, mas por um motivo ou por outro, nunca disponho de tempo ou disposição para efectuar as comunicações atempadas no seu Editorial, pelo que fica um pouco desfasado todo o meu trabalho. Creio que compreenderão estes factos e como de qualquer modo, isto é um "passatempo" para mim, estou certo de que não levarão a mal, as discrepâncias que vão aparecendo.
Desculpem-me por favor. Obrigado. AF
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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto
Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
ANTÓNIO FONSECA
In
Livro dos
SANTOS DE CADA DIA
III
Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro
4ª edição
Editorial A. O. - Braga
SANTOS DE CADA DIA
III
Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro
4ª edição
Editorial A. O. - Braga
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