antoniofonseca1940@hotmail.com
2013_
Mapa antigo de Israel
NOVAS CONQUISTAS
9 - ABIMELEC – Por esse tempo, Abimelec, filho de Jerobaal, foi ter com os irmãos de sua mãe, a Siquém, e falou com eles e com toda a parentela da casa do pai de sua mãe, dizendo: «Proponde a todos os habitantes de Siquém: qual será melhor para vós; serdes dominados por setenta homens, todos filhos de Jerobaal, ou que um só homem seja vosso rei? Lembrai-vos de que eu sou do vosso sangue e da vossa carne». Os irmãos de sua mãe falaram dele aos habitantes de Siquém, referindo-lhes suas palavras, e inclinaram o seu coração para Abimelec, «porque, diziam eles, é nosso irmão». E deram-lhe setenta siclos de prata do templo de Baal-Berit, com os quais assalariou a homens miseráveis e vagabundos que o seguiram. E, passando pela casa de seu pai em Efra, degolou sobre uma mesma pedra os seus setenta irmãos, filhos de Jerobaal. Escapou somente Joatão, filho mais novo de Jerobaal, porque se tinha escondido. Juntaram-se então todos os habitantes de Siquém, todos os de Bet-Melo, e junto do terebinto da estela que havia em Siquém, proclamaram rei a Abimelec.
Apologia de Joatão – Sabendo disto, Joatão subiu ao monte Garizim e lá do alto exclamou: «Habitantes de Siquém, ouvi-me: assim Deus vos ouça! As árvores resolveram um dia eleger um rei sobre si, e disseram à oliveira. Reina sobre nós! Mas ela respondeu: Renunciarei, porventura, ao meu azeite com que sirvo a Deus e aos homens, para me colocar acima das outras árvores (Lv 2; 1 Sam 10)? As árvores responderam à figueira: Vem e reina sobre nós! Mas a figueira disse-lhes: Poderia eu, porventura, renunciar à doçura do meu delicioso fruto, para me colocar acima das outras árvores? E as árvores disseram à videira: Vem tu e reina sobre nós! Mas a videira respondeu: Poderia eu, porventura, renunciar ao meu vinho que é a alegria de Deus e dos homens, para me colocar acima das outras árvores? (Ecli 31, 27-28: Prov 31, 6)? E todas as árvores disseram ao espinheiro: Vem tu e reina sobre nós! Mas o espinheiro respondeu: Se realmente quereis que eu reine sobre vós, vinde e repousai debaixo da minha sombra; mas, se não quereis, então que saia fogo do espinheiro e abrase os cedros do Líbano (1 Rs 4, 33; e Rs 14, 9) - Agora, pois, considerai se foi com lealdade e boa fé que escolhestes Abimelec para vosso rei, se vos portastes bem com Jerobaal e sua casa, correspondendo aos benefícios que ele vos fez, porque meu pai combateu por vós e livrou-vos dos madianitas, arriscando a sua própria vida; vós que agora vos levantastes contra a casa de meu pai, mataste os seus setenta filhos sobre a mesma pedra e proclamastes rei dos habitantes de Siquém a Abimelec, filho de uma escrava, sob pretexto de que ele é vosso irmão; se foi, pois, com lealdade e boa fé que procedestes com Jerobaal e a sua casa, então alegrai-vos hoje com Abimelec e alegre-se Abimelec convosco. Mas, se agistes com perversidade, saia fogo de Abimelec e devore os homens de Siquém e os de Bet-Melo; e saia fogo dos habitantes de Siquém e de Bet-Melo, e devore Abimelec!»
Morte de Abimelec – Ditas estas palavras, Joatão fugiu e foi para Bera, onde habitou, longe de Abimelec, seu irmão. Reinou Abimelec sobre Israel três anos. Mas o Senhor enviou um mau espírito de discórdia entre ele e os habitantes de Siquém, os quais se revoltaram contra Abimelec. Isto aconteceu para que fosse vingado o homicídio dos setenta filhos de Jerobaal, e o seu sangue caísse sobre Abimelec, seu irmão, que os tinha assassinado, e sobre os de Siquém, que tinham sido seus cúmplices. Os homens de Siquém armavam contra ele emboscadas no alto dos montes, e despojavam todos aqueles que passavam por ali, e Abimelec foi informado de tudo.
Gaal, filho de Obed, foi com seus irmãos a Siquém e ganhou a confiança dos homens do lugar. Saíram pelos campos, vindimaram as vinhas, pisaram as uvas e fizeram uma festa. Entraram no templo do seu deus, e enquanto comiam e bebiam, amaldiçoavam a Abimelec. Gaal, filho de Obed, gritou: «Quem é Abimelec e quem é Siquém, para lhes estarmos sujeitos? Não é ele filho de Jerobaal, e não é Zebul o seu lugar-tenente, para servir à família de Emor, pai de Siquém? Por que razão serviremos a Abimelec? Oxalá tivesse eu poder sobre esse povo para expulsar Abimelec. Eu dir-lhe-ia: «Junta o teu exército e sai».
Zebul, governador da cidade, ouvindo as palavras de Gaal, filho de Obed, encolerizou-se, e enviou secretamente mensageiros a Abimelec para lhe dizer:« Gaal, filho de Obed, veio a Siquém com os seus irmãos e está a sublevar a cidade contra ti. Levanta-te de noite, com os homens da tua tropa e põe-te de emboscada no campo: amanhã cedo, ao nascer do sol, lança-te sobre a cidade; quando Gaal e sua tropa saírem contra ti, faz contra ele o que puderes». Abimelec partiu durante a noite com toda a sua gente, e pôs emboscadas em quatro lugares junto de Siquém. Saindo Gaal, filho de Obed, instalou-se diante das tropas da cidade. Então Abimelec saiu da emboscada, com todo o seu exército. Vendo Gaal aquela tropa, disse a Zebul. «Não vês a a multidão que desce das colinas?» Zebul respondeu: «O que tu vês são as sombras das colinas como se fossem homens». Gaal replicou: «Está a descer gente do alto da colina e vem um outro grupo pelo caminho do Carvalho dos Adivinhos». Zebul disse-lhe: «Onde está aquela arrogância que dizias: Quem é Abimelec para que nós o sirvamos? Não é esse o povo que desprezavas? Vai e combate contra ele!» Saiu Gaal à frente dos siquemitas e combateu contra Abimelec. Mas foi derrotado por Abimelec e fugiu: muitos homens, mortalmente feridos, caíram antes de chegarem ao limiar da porta de Siquém. Abimelec deteve-se em Ruma; Zebul, porém, lançou Gaal e seus irmãos fora da cidade de Siquém.
No dia seguinte, o povo saiu para o campo. Avisado, Abimelec tomou a sua tropa, dividiu-a em três batalhões e armou emboscada no campo. Ao ver que o povo saía da cidade, caiu sobre ele e derrotou-o. Depois, com o seu exército, veio tomar posição à entrada da cidade, ao mesmo tempo que os outros dois batalhões perseguiam e massacravam os que estavam no campo. Assaltou e combateu a cidade durante todo aquele dia, passou ao fio da espada todos os seus habitantes, arrasou-a e semeou-a de sal.
Ao ouvirem isto, todos os habitantes da torre de Siquém se retiraram para a fortaleza do templo de El-Berit. Disseram a Abimelec que tosos os habitantes da torre de Siquém se tinham retirado para esse lugar fortificado, Subiu então Abimelec ao monte Selmon, tomou um machado e cortou os ramos duma árvore. Pondo-os sobre os ombros, disse à sua gente: «Vistes o que eu fiz? Apressai-vos a fazer o mesmo».
Cortaram cada um deles os ramos e seguiram Abimelec cercaram com eles a fortaleza e pegaram-lhe fogo, de modo que afortaleza com todos os seus ocupantes foi devorada pelas chamas. Desse modo pereceram todos os que moravam na torre de Siquém, cerca de mil pessoas, entre homens e mulheres. Depois disto, Abimelec marchou contra Tebes, que sitiou e tomou. Havia no meio da cidade uma torre forte, na qual se tinha refugiado todos os habitantes, homens e mulheres. Trancando bem a porta, subiram ao terraço da torre. Abimelec chegando ao pé da torre, aproximou-se da porta para a incendiar. Então, uma mulher, lançando de cima um pedaço de mó, feriu-o na cabeça, fraturando-lhe o crâneo. Abimelec disse ao escudeiro: «Tira a tua espada e dá-me o golpe de misericórdia, para que se não diga que fui morto por uma mulher!» O escudeiro executando a ordem, acabou de o matar (1 Sam 31, 4). Morto Abimelec, tosos os israelitas voltaram para suas casas. Deus fez cair deste modo sobre Abimelec o mal que ele fizera a seu pai, matando os seus setenta irmãos. E Deus fez recair também sobre os siquemitas os seus próprios crimes, caindo sobre eles a maldição de Joatão, filho de Jerobaal.
Os Dez Mandamentos no túmulo de Joás