Nº 1011-1
SÃO MAXIMILIANO MARIA KOLBE
Mártir (1941)
Maximiliano Kolbe, Santo
A 10 de Outubro de 1982, o papa João Paulo II canonizou este seu compatriota, já beatificado por Paulo VI em 1971. Se o nome de Kolbe é bem conhecido, muitos aspectos da sua personalidade e do seu apostolado são ainda ignorados por muitos. Antes de morrer no campo de concentração de Auschwitz, num dom total da sua pessoa aos seus irmãos, o Padre Maximiliano tinha-se manifestado como arauto da Imaculada, ao serviço de quem mobilizara todos os recursos dos meios modernos de comunicação. Mártir da caridade. O Padre Kolbe é conhecido na Europa Ocidental pelas circunstâncias da sua morte. Preso pelos nazis, devido à sua atividade religiosa, a 7 de Fevereiro de 1941, é o primeiro retido em Varsóvia e depois enviado a Auschwitz, o tristemente célebre «campo da morte». Obrigado como os companheiros a trabalhos pesados, sofre com eles a fome e as brutalidades dos «Kapos», esses condenados de direito comum encarregados de baixas missões. É exposto também aos vexames e às pancadas dos soldados alemães SS., cuja animosidade se desencadeia contra ele pela simples razão de ser padre. Mas nem por isso deixou o condenado a sua calma e serenidade, vinda da fé, da oração e da devoção à Imaculada. Anima os seus camaradas de miséria, incita-os a aguentarem os sofrimentos e ensina-lhes a esperar. Mas eis que um dia um dos prisioneiros polacos consegue escapar-se quando estava a trabalhar fora do arame farpado. Os guardas perdem a cabeça. O chefe do campo, o sinistro Fritch, manda que, em represália, dez presos, escolhidos à sorte, sejam condenados a morrer de fome. Um sargento passa entre as fileiras dos forçados reunidos na praça: «Tu… tu… tu…». Um deles, Francisco Gajowniczek, não consegue dominar a dor: «Oh! minha mulher, meus filhinhos! Não os tornarei a ver!». Então, caso nunca visto, sai um homem da fileira, de própria iniciativa. Tão calmo, tão digno que os soldados não se atrevem a intervir. Dirige-se para o oficial, que lhe pergunta: «Que queres tu?» – «Tomar o lugar deste pai de família». De todo estupefacto com esta audácia, Fritch pergunta: «Quem és tu, então?». E Kolbe dá esta simples resposta: «Sou um padre católico». Vencido com os seus homens, o oficial S. S. nem sequer levanta a voz: «Pois bem! Vai… qual é o teu número de matricula?»… Assim foi que, na maior simplicidade, o «16 670» se junta aos seus nove companheiros de suplício. O «bunker» da fome? Um subterrâneo, com teto baixo, sem ar e sem luz. Lá, durante dias e noites, sem pão, sem água, esses homens iam esperar a morte. «Notemos cuidadosamente, dizia em 1971 o então Cardeal Wojtiyla, depois João Paulo II, foi como sacerdote que o Padre Kolbe acompanhou o grupo lamentável dos nove condenados à morte. Não se tratava unicamente de salvar o décimo! Era preciso ajudar a morrer os outros nove. A partir do momento em que a porta fatal se fechou diante dos condenados, ele tomou-os ao seu cuidado, não aqueles somente, mas ainda os outros que morriam de fome nos «bunkers» vizinhos… O que é verdade é que, desde que o Padre Kolbe ficou no meio deles, esses desgraçados sentiram-se dum momento para o outro protegidos e assistidos, e as células, em que esperavam o desfecho inexorável do caso, ressoaram com orações e cânticos. Até os esbirros ficaram transtornados.. O que é verdade também – e todos os sobreviventes de Oswiecim-Auschwitz bem o sabem – é que, a partir da Assunção de 1941, a enxovia ficou sendo menos infernal». O Padre Kolbe morrerá a 14 de Agosto. Sendo único sobrevivente do seu grupo ao cabo de quinze dias, foi-lhe dada a morte com uma injeção de fenol. Tinha 47 anos. Maximiliano Kolbe não sabia o que é o ódio. Na prisão de Varsóvia, entre os arames farpados de Auschwitz, olhava com os mesmos olhos claros e límpidos os algozes e as vítimas, a ponto de os mais sádicos dos guardas desviarem os olhos: «Não olhes para nós assim». O Padre Kolbe foi a testemunha do amor mais alto, aquele que absolve e perdoa. Lição para todos quantos foram vítimas… Gajowniczek pôde assistir em Roma à glorificação daquele a quem deveu sobreviver à concentração de suplícios. Apóstolo pela imprensa – O Padre Kolbe foi, segundo a expressão do cardeal Wojtyla, «precursor, no campo dos meios de comunicação». Entrando na ordem dos franciscanos conventuais, o jovem Kolbe foi mandado para Roma como estudante. Foi lá que, em 1917 (tinha 23 anos), com seis dos seus irmãos e a autorização dos superiores, ele fundou a Milícia da Imaculada, associação dedicada a vasto apostolado católico e mariano. Ordenado sacerdote em 1918, ensinou teologia em Cracóvia. Foi então que, a fim de lançar e desenvolver a devoção à Imaculada, fundou a Revista Azul. Com a tiragem inicial, de 5000 exemplares, destinada às massas de operários e de lavradores, depressa se espalhou na Polónia inteira. Não se pode dizer que tenha contado com o apoio dos religiosos entregues ao apostolado da imprensa. Entretanto, a revista desenvolveu-se. Num terreno extenso, a 40 quilómetros de Varsóvia, o Padre Kolbe estabeleceu uma comunidade e uma tipografia. Em 1930, com a bênção de Pio XI, foi para o Japão onde, perto de Nagasáqui, fundou a segunda cidade da Imaculada com o seu próprio boletim mariano e missionário, impressos em japonês. Outras fundações estavam previstas na China, na Coreia e na Índia. Ficaram porém só em projeto por causa dos acontecimentos. Regressando à Polónia, o Padre Kolbe ficou sendo superior da comunidade de Niepopkalanow, que então contou com, 762 religiosos. As rotativas giram a rendimento pleno: a Revista Azul sai a um milhão de exemplares. Em 1938, o Padre Kolbe põe a funcionar um posto emissor. Pensa mesmo na instalação dum aeroporto junto da Cidade da Imaculada. «A alguns prelados (e é de novo o Cardeal Wojtyla que fala), um tanto escandalizados com “estes projetos de louco”, que lhe perguntavam “Que faria S. Francisco no vosso lugar?», replicava com vivacidade: “Arregaçaria as mangas, Senhor Bispo, e trabalharia connosco”. Na verdade, o seu «Cântico das Criaturas» englobava as rotativas e as linotipias, e os 700 irmãos operários de Niepojkalanow faziam “cantar” as máquinas para a glória de Deus. A prisão do Padre Kolbe pelos Alemães não foi motivada senão pela influência que exercia na Polónia com a revista e as publicações marianas. «Cavaleiro da Imaculada» – O Padre Kolbe figura, ao lado de S. Luis Grignon de Monfort, como um dos maiores devotos de Nossa Senhora e um dos apóstolos mais originais do seu culto. Dedicou todos os instantes da vida à Imaculada. Muitas vezes pronunciava este queixume: «Quão pouco é ainda conhecida a Inmaculada!». repetia sem se cansar: «A Mãe Santíssima, quando Bernadete lhe perguntou qual era o seu nome, respondeu: “Sou a Imaculada Conceição”. Esta é a definição da Imaculada». Este mistério da Imaculada, diz S. Maximiliano, supõe em Maria riquezas inesgotáveis, ainda insuspeitadas. Há nela um abismo de grandeza e de luz que só se pode descobrir pouco a pouco. Inclui ainda um reflexo não só sobre a pessoa mesma de Maria, mas também sobre a sua missão na história da Salvação. Quando insiste na unidade de ação do Espírito Santo e da Virgem Imaculada, o Padre Kolbe coloca em luz plena a mediação universal de Maria. Com todo o seu ardor, rogava que este dogma fosse proclamado. Não chama o Concílio Vaticano II a Maria «advogada, auxiliadora, medianeira» e afirma que «todos devem ter para com Ela verdadeira devoção e confiar a própria vida e apostolado à sua solicitude maternal?». Embora pioneiro dos estudos marianos, o Padre Kolbe mostrou-se teólogo perfeitamente seguro. Nele não houve nenhuma «mariolatria»; sempre soube colocar Maria no seu lugar, lugar de criatura, embora ela seja a mais nobre: Maria, Mãe de Deus e nossa Mãe. «A sua teologia mariana, diz ainda o Cardeal Wojtyla, é de exatidão doutrinal que maravilha os conhecedores deste fecho da abóboda do Vaticano II, que é a constituição sobre a Igreja. Poder-se-ia- dizer que previu até nalgumas formulações o admirável capitulo consagrado à Virgem Maria. A fecundidade espiritual deste humilde religioso que não foi só gigante do rendimento – coisa tão apreciada pelo nosso mundo tecnocrata – mas um dos maiores contemplativos da nossa época, proclama hoje, diante do mundo inteiro, o papel único da Virgem Mãe de Deus na obra da Salvação. Mãe da Cabeça, ela é também Mãe do Corpo, de Cristo “espalhado e comunicado”, portanto, Mãe da Igreja». Toda a razão de ser, de sofrer e de morrer do Padre Kolbe esteve em perscrutar – para dela viver e fazer que se vivesse – a resposta de Maria a Bernadette: «Sou a Imaculada Conceição». Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt - Áudio da RadioVaticana: RadioRai: e da RadioMaria:
SANTA ANASTÁCIA
(século IX)
Anastácia passou toda a vida na ilha de Egina, donde era natural. Era seu desejo, manifestado desde a infância, abraçar o estado religioso, mas os pais opuseram-se a isso e obrigaram-na a aceitar um casamento vantajoso que lhe propuseram. O marido morreu na defesa da ilha de Egina, atacada pelos mouros, vindos de Espanha. Guerras contínuas tinham despovoado essa região e as autoridades tomaram disposições rigorosas contra os celibatários. Anastácia viu-se, por isso, forçada a contrair novas núpcias. O segundo marido era tão rico como o primeiro e não menos generoso do que ela. A sua casa passou a ser abundante celeiro para os infelizes. Os próprios maniqueus, diz um cronista da época, eram objecto das suas liberalidades. As ocupações dos esposos estavam por tal forma reguladas que, excetuadas as horas consagradas à oração, o marido ficava em casa para acolher os indigentes que se apresentavam, enquanto ela percorria os bairros pobres à procura de inválidos e da pobreza envergonhada. Por fim, convenceram-se ambos de que Deus os chamava a estado mais perfeito. Ele fez-se monge, deixando todos os bens do casal à esposa, e esta reuniu primeiro em sua casa algumas companheiras que formou na vida religiosa e, depois, ajudada por um sacerdote, chamado Matias, levou-as para o deserto de Tímia. Foi aí que em, breve se ergueu o grande mosteiro, governado por Anastácia até à morte. A nossa santa manteve sempre relações com a imperatriz Teodora, a quem cabe o mérito de ter posto fim ao conflito das imagens e que encerrou também os seus dias no convento. A ilhe de Egina faz parte da Grécia.Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt
BEATA ISABEL RENZI
Fundadora (1786-1859)
Veio ao mundo em Saludecio (Itália), a 19 de Novembro de 1786, no seio de uma rica família. Foi educada pelos pais e pelas Clarissas de Mondaino. Como decorreu a sua vida, é-nos relatado por João Paulo II no dia da beatificação da bem-aventurada, a 18 de Junho de 1989: «Seguindo o desígnio de Deus, misteriosa e humanamente inexplicável, Isabel Renzi cumpriu a sua vocação como quem “lançou a semente na terra… a semente germina e cresce, sem ela saber como” (Mc 4, 26.27). No borrascoso período da invasão francesa, que seguiu à revolução, Isabel foi quase arrancada do escondimento do mosteiro da Monjas Agostinianas; mas, reinserida no mundo, pôde conhecer melhor as urgentes necessidades da Igreja do seu tempo e dar-se conta de que um novo chamamento do Senhor lhe dizia respeito. Deus mesmo a tinha, por assim dizer, transplantando junto dos problemas da juventude feminina da sua terra. Compreendeu, assim, que erra preciso preparar as jovens do povo para enfrentarem as novas condições de vida que as esperavam numa sociedade secularizada, em contacto com as novas estruturas politicas e administrativas, não raro adversas à fé. Isabel deu-se conta, com intuito profético, de que estava a surgir uma época em que a mulher haveria de assumir novas responsabilidades sociais. Poder-se-ia dizer que Isabel Renzi se tornou fundadora, não tanto por uma opção, quanto porque uma série de circunstâncias a levaram e quase a constrangeram a realizar uma obra orgânica e estável em beneficio das jovens, na sua terra Romanha. Mas teve que enfrentar, para isto, enormes dificuldades, e lutou com discernimento iluminado para vencer obstáculos que a tentação, com frequência, lhe apresentava como insuperáveis. A sua regra de vida foi precisamente a de abandonar-se a Deus, a fim de que Ele dispusesse os passos e os tempos para o desenvolvimento da obra como lhe agradava. (…) Como uma semente lançada a terra, Isabel suportou as suas privações com ativa esperança. Escreveu. “tudo se complicava, quando o presente me era tão doloroso e o futuro me parecia ainda mais escuro, fechava os olhos e abandonava-me, como uma criancinha nos braços do *Pai que está nos céus”». Faleceu santamente em Cotriano, a 14 de Agosto de 1859. L’OSS. ROM. 25.6.1989; DIP 7, 1687-9; 5, 824-6. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt
Ver em HTTP://ES.CATHOLIC.NET/SANTORAL, os seguintes:
Maximiliano Kolbe, Santo
Agosto 14 Presbítero y Mártir
Agosto 14 Presbítero y Mártir
Maximiliano Kolbe, Santo
• Arnulfo de Soissons, Santo
Agosto 14 Obispo
Agosto 14 Obispo
Arnulfo de Soissons, Santo
• Domingo Ibáñez de Erquicia y Francisco Shoyemon, Santos
Agosto 14 Mártires
Agosto 14 Mártires
Domingo Ibáñez de Erquicia y Francisco Shoyemon, Santos
• Sante de Urbino Brancoisini, Beato
Agosto 14 Laico Franciscano, 14 de agosto
Agosto 14 Laico Franciscano, 14 de agosto
Sante de Urbino Brancoisini, Beato
• Antonio Primaldo y casi 800 compañeros, Beatos
Agosto 14 Casi 800 mártires
Agosto 14 Casi 800 mártires
Antonio Primaldo y casi ochocientos compañeros, Beatos (Ver "Compendiosa história de los ochocientos mártires de Otranto”)
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92848 > Sant' Arnolfo di Soissons Vescovo 14 agosto MR
91602 > Beata Elisabetta Renzi Vergine e Fondatrice 14 agosto MR
91373 > Sant’ Eusebio di Roma Prete 14 agosto MR
93459 > Beato Felice Yuste Cava Sacerdote e martire 14 agosto MR
91945 > Beato Lorenzo da Fermo (o da Fabriano o della Verna) 14 agosto
92834 > San Marcello di Apamea Vescovo e martire 14 agosto MR
90300 > Beati Martiri d'Otranto – (800) - 14 agosto MR
90220 > Beato Sante Brancorsini da Urbino Francescano 14 agosto MR
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