sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO 4

CAP. IV - RM - 1-31 e reflexão sobre os versículos 4 Abraão, pai dos que têm fé
1E m vista disto, que vantagem podemos dizer que obteve Abraão, pai da nossa raça? 2Se Abraão se tornou justo pelas suas obras, tem algo de que se gloriar, mas não diante de Deus. 3De facto, o que diz a Escritura? «Abraão teve fé em Deus, e isso foi-lhe creditado como justiça». 4Para quem trabalha, o salário não é considerado como gratificação, mas como dívida; 5para quem não trabalha, mas acredita n’Aquele que torna justo o ímpio, a sua fé é-lhe creditada como justiça. 6É desse modo que David proclama feliz o homem a quem Deus credita a justiça, independentemente das obras: 7«Felizes aqueles cujas ofensas foram perdoadas e cujos pecados foram cobertos. 8Feliz o homem a quem o Senhor não leva em conta o pecado». 9Essa felicidade é só para os circuncidados ou é também para os não circuncidados? Nós dizemos que a fé foi creditada a Abraão como justiça. 10Mas, quando é que lhe foi creditada? Quando já era circuncidado, ou quando ainda não era? Certamente não depois da circuncisão, mas antes. 11De facto, ele recebeu o sinal da circuncisão como selo da justiça que vem da fé, que ele já tinha obtido quando ainda não era circuncidado. Assim é que ele se tornou pai de todos os não circuncidados que acreditam, para que a justiça fosse creditada também para estes; 12e tornou-se pai também dos circuncidados, daqueles que não só receberam a circuncisão, mas que também seguem o caminho da fé percorrido por Abraão, nosso pai, antes de ter sido circuncidado. Os herdeiros de Abraão 13Não foi por causa da Lei, mas por causa da justiça da fé que a promessa de receber o mundo em herança foi feita a Abraão ou à sua descendência. 14Se os herdeiros recebem a herança por causa da Lei, a fé não tem sentido e a promessa fica anulada. 15De facto, a Lei provoca a ira; mas, onde não há Lei, também não há transgressão. 16A herança, portanto, vem através da fé, para que seja gratuita e para que a promessa seja garantida a toda a descendência, não só à descendência segundo a Lei, mas também à descendência segundo a fé de Abraão, que é o pai de todos nós. 17De facto, a Escritura diz: «Constituí-te pai de muitas nações». Abraão é o nosso pai perante Aquele em quem acreditou, o Deus que dá vida aos mortos e que chama à existência aquilo que não existe. O que é ter fé 18Esperando contra toda a esperança, Abraão acreditou e tornou-se o pai de muitas nações, conforme lhe foi dito: «Assim será a tua descendência». 19Ele não fraquejou na fé, embora já visse o próprio corpo sem vigor — ele tinha quase cem anos — e o ventre de Sara já estivesse amortecido. 20Diante da promessa divina, não duvidou, mas foi fortalecido pela fé e deu glória a Deus. 21Ele estava plenamente convencido de que Deus podia realizar o que havia prometido. 22Eis o motivo pelo qual isso lhe foi creditado como justiça. 23Ora, não é para um só que está escrito: «Isso foi-lhe creditado»; 24mas também para nós. Será igualmente creditado para nós, pois acreditamos n’Aquele que ressuscitou dos mortos, Jesus nosso Senhor, 25o qual foi entregue à morte pelos nossos pecados e foi ressuscitado para nos tornar justos.
----------------------------------------------reflexão-----------------------------------------4 ,1-12: Abraão, antepassado dos judeus, é o exemplo da gratuidade da fé. Ele foi considerado justo, não por ter realizado obras, mas porque acreditou em Deus, como diz David no Salmo 32. Abraão foi justificado antes de ser circuncidado, e a circuncisão tornou-se um sinal externo da justiça que ele já tinha recebido através da fé. Portanto Abraão é pai de todos os que têm fé, tanto judeus como pagãos. 13-17: Em vista da justiça que vem da fé, Abraão recebeu gratuitamente de Deus a promessa de se tornar herdeiro do mundo. Ora, a promessa feita a Abraão permanece e é transmitida como herança aos seus descendentes. Todavia, os autênticos descendentes e herdeiros são aqueles que Deus justifica através da fé, como fez com Abraão, e não os que se limitam a observar a Lei. 18-25: Ter fé e entregar a própria vida a Deus é esperar contra toda a esperança. Abraão acreditou que ia ser pai quando a sua velhice e a esterilidade de Sara diziam o contrário. A justiça de Abraão é a fé confiante de que Deus pode realizar tudo o que promete. Nós também somos justificados por Deus quando acreditamos que Ele ressuscitou Jesus Cristo dentre os mortos, para nos livrar da morte do pecado e nos dar a vida nova. segue-se CAP 5
António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO II

CAP. II - 1-28
e reflexão sobre os versículos
2 A condição do povo judeu não é melhor
1Homem, tu julgas os outros? Quem quer que tu sejas, não tens desculpa. Pois, se julgas os outros e fazes o mesmo que eles fazem, condenas-te a ti próprio. 2Sabemos, porém, que Deus é justo quando condena os que praticam tais coisas. 3Mas tu, que fazes as mesmas coisas que condenas nos outros, pensas que escaparás ao julgamento de Deus? 4Ou será que desprezas a riqueza da bondade de Deus, da sua paciência e generosidade, desconhecendo que a sua bondade te convida à conversão? 5Pela teimosia e dureza de coração, estás amontoando ira contra ti mesmo para o dia da ira, quando o justo julgamento de Deus se vai revelar, 6retribuindo a cada um conforme as suas próprias acções: 7a vida eterna para aqueles que perseveram na prática do bem, buscando a glória, a honra e a imortalidade; 8pelo contrário, ira e indignação para aqueles que se revoltam e rejeitam a verdade, para obedecerem à injustiça. 9Haverá tribulação e angústia para todo aquele que pratica o mal, primeiro para o judeu, depois para o grego.10Mas haverá glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu, depois para o grego. 11Pois Deus não faz distinção de pessoas. A Lei não melhora a situação — 12Todos os que pecaram sem a Lei, sem a Lei também perecerão. Todos os que pecaram sob o regime da Lei, pela Lei serão julgados. 13Pois não são aqueles que ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas aqueles que praticam o que a Lei manda. 14Os pagãos não têm a Lei. Mas, embora não a tenham, se fazem espontaneamente o que a Lei manda, eles próprios são Lei para si mesmos. 15Assim mostram que os preceitos da Lei estão escritos nos seus corações; a sua consciência também testemunha isso, assim como os julgamentos interiores, que ora os condenam, ora os aprovam. 16É o que vai acontecer no dia em que Deus, segundo o meu Evangelho, vai julgar, por meiode Jesus Cristo, o comportamento secreto dos homens. 17Tu que te dizes judeu, que te apoias sobre a Lei e que colocas o teu orgulho em Deus; 18tu, que conheces a vontade de Deus e que, instruído pela Lei, sabes distinguir o que é melhor; 19tu, que estás convencido de ser o guia dos cegos, a luz daqueles que estão nas trevas, 20o educador dos ignorantes, o mestre das pessoas simples, porque possuis na Lei a própria expressão do conhecimento e da verdade... 21Muito bem! Ensinas aos outros e não ensinas a ti próprio! Pregas que não se deve roubar, e tu mesmo roubas! 22Proíbes o adultério, e tu mesmo o cometes! Odeias os ídolos, mas roubas os objectos dos templos!23Glorias-te da Lei, mas desonras a Deus, transgredindo a Lei! 24Assim diz a Escritura: «Por vossa causa, o Nome de Deus é blasfemado entre os pagãos». Nem a circuncisão pode salvar 25A circuncisão é útil quando praticas a Lei; mas, se desobedeces à Lei, é como se não estivesses circuncidado. 26Se um pagão não circuncidado observa os preceitos da Lei, não será tido como circuncidado, ainda que não o seja? 27E o pagão que cumpre a Lei, embora não circuncidado fisicamente, julgar-te-á a ti que desobedeces à Lei, embora tenhas a Lei escrita e a circuncisão. 28De facto, aquilo que faz o judeu não é o que se vê, nem é a marca 3 ,1-8: Judeus e pagãos estão sob o domínio do pecado. Apesar disso, os judeus são privilegiados em relação aos pagãos, pois são portadores e guardiães da revelação do Deus verdadeiro e participam da aliança com Ele. A sua infidelidade revela mais ainda a fidelidade de visível na carne que faz a circuncisão. 29Pelo contrário, o que faz o judeu é aquilo que está escondido, e circuncisão é a do coração; e isso vem do espírito e não da letra da Lei. Tal homem recebe aprovação, não dos homens, mas de Deus. --------------------------------------------reflexão------------------------------------------- 2 ,1-11: Paulo analisa agora o sistema de vida dos judeus. Ele é mais severo ainda, e mostra que o judeu não tem força moral para julgar o pagão. De facto, os judeus receberam a revelação e conhecem a vontade de Deus. Apesar disso, vivem praticamente como os pagãos. Por isso, o julgamento torna-se para eles ainda mais rigoroso (vv. 1-5). De nada adianta professar a fé com palavras e ideias, porque Deus, ao julgar, leva em conta aquilo que o homem pratica, as suas acções concretas (vv. 6-10), sem fazer diferença entre as pessoas. 12-24: Os judeus orgulhosamente consideram-se superiores aos pagãos, por terem a Lei de Moisés, revelada pelo próprio Deus. No entanto, Paulo mostra que a situação de judeus e pagãos é igual: os judeus serão julgados pela Lei, porque a conhecem; os pagãos serão julgados de acordo com a própria consciência. Não basta conhecer a Lei. O importante é fazer o que a Lei manda. Por isso, diz Paulo, muitos pagãos não conhecem a Lei, mas, na vida prática, fazem o que a Lei exige; por isso, são melhores que os judeus, que conhecem a Lei mas não a praticam. Além do mais, com a sua hipocrisia, os judeus acabam por infamar o próprio Deus (v. 24). 25-29: A circuncisão, uma espécie de operação à fimose, era um sinal externo de pertença ao povo de Deus. Os judeus orgulhavam-se dessa marca física e desprezavam os pagãos, chamando-os «incircuncisos». Paulo mostra que a circuncisão, por si mesma, de nada vale; pois um pagão não circuncidado, que faz o que a Lei manda, é melhor do que o judeu, e até se torna juiz de um circuncidado que não observa a Lei. A circuncisão e a Lei só têm valor quando são de facto sinal de justiça e rectidão. O que importa é o sentido de justiça e de fidelidade a Deus; e isso exprime-se numa prática de vida.
a seguir 3º Capítulo António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO 3

CAP. III - RM - 1-31 e reflexão sobre os versículos
3
Privilégio e responsabilidade dos judeus
1Então, qual é a superioridade do judeu? Qual é a utilidade da circuncisão? 2Muita, sob todos os aspectos. Em primeiro lugar, porque as revelações de Deus foram confiadas aos judeus. 3E daí? Alguns deles negaram a fé. A sua incredulidade não anula a fidelidade de Deus? 4De modo nenhum! Antes, fica confirmado que Deus é verdadeiro, enquanto todo o homem é mentiroso, conforme diz a Escritura: «Para que sejas reconhecido como justo nas tuas palavras e triunfes quando fores julgado». 5Se a nossa injustiça realça a justiça de Deus, o que é que podemos dizer? Que Deus é injusto, quando descarrega sobre nós a sua ira? Falo como os homens costumam falar. 6De maneira alguma! Se assim fosse, como poderia Deus julgar o mundo? 7Mas se através da minha mentira resplandece mais a verdade de Deus para sua glória, então porque sou julgado como pecador? 8Porque não haveríamos de fazer o mal, para que venha o bem? Aliás, alguns caluniadores afirmam que nós ensinamos isso. Essas pessoas merecem condenação. Todos são pecadores 9E então? Nós, judeus, somos porventura superiores? De modo nenhum! Pois acabámos de provar que todos estão debaixo do império do pecado, tanto os judeus como os gregos, 10como diz a Escritura: 11Não há homem justo, não há um sequer. Não há homem sensato, não há quem busque a Deus.12Todos se desviaram, e juntos se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer.13A sua garganta é um túmulo aberto, com a língua armam ciladas; em seus lábios há veneno de cobra. 14A sua boca está cheia de maldições e de amargor. 15Os seus pés são velozes para derramar sangue; 16ruína e desgraça enchem os seus caminhos. 17Não conhecem o caminho da paz, 18e não aprenderam a temer a Deus. 19Sabemos que tudo o que a Lei diz se aplica aos que vivem debaixo da Lei. Isso para que todos calem a boca e o mundo inteiro se reconheça culpado diante de Deus. 20Porque ninguém se tornará justo diante de Deus através da observância da Lei, pois a função da Lei é dar consciência do pecado. A justiça pela fé 21Agora, porém, independente da Lei, manifestou-se a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas. 22A justiça de Deus realiza-se através da fé em Jesus Cristo, para todos aqueles que acreditam. E não há distinção: 23todos pecaram e estão privados da glória de Deus, 24mas tornam-se justos gratuitamente pela sua graça, mediante a libertação realizada por meio de Jesus Cristo. 25Deus destinou-O a ser a vítima que, mediante o seu próprio sangue, nos consegue o perdão, contanto que acreditemos. Assim Deus manifestou a sua justiça, pois antes deixava pecar sem intervir: 26eram os tempos da paciência de Deus. Mas, no tempo presente, Ele manifesta a sua justiça para ser justo e para tornar justo quem tem fé em Jesus. Só a fé nos torna justos 27Então, onde está o motivo de se gloriar? Foi eliminado. Por qual lei? Pela lei das obras? Não, pela lei da fé. 28Pois esta é a nossa tese: o homem torna-se justo através da fé, sem a observância da Lei. 29Então, será que Deus só é Deus dos judeus? Não será também Deus dos pagãos? Sim, Ele é Deus também dos pagãos. 30De facto, há um só Deus que justifica, pela fé, tanto os circuncidados como os não circuncidados. 31Então, pela fé anulamos a Lei? De modo nenhum! Pelo contrário, nós confirmamo-la.
----------------------------------------------reflexão-----------------------------------------Deus (vv. 1-4). Contudo, os judeus são responsáveis pelos próprios pecados, e Deus tem o direito de os julgar (vv. 5-8). 9-20: Apesar de privilegiados, os judeus não podem orgulhar-se em relação aos pagãos, porque segundo a Escritura todos os homens são pecadores (vv. 9--19). Paulo afirma que a observância da Lei não torna ninguém justo, pois a função da Lei é apenas tornar o homem consciente do seu próprio pecado. De facto, as leis aparecem quando há exageros ou desvios; elas apresentam uma norma a ser observada, mas não dão nenhuma força nova para superar a origem dos exageros e desvios (v. 20). 21-26: A força nova para superar a origem dos exageros e desvios é o projecto de Deus, testemunhado pelo Antigo Testamento (Lei e Profetas) e realizado em Jesus Cristo. Pela sua misericórdia e fidelidade, Deus liberta do pecado todos os homens. E isso é dom gratuito, é amnistia geral que, para se concretizar na vida dos homens, espera apenas a resposta da fé.
A SEGUIR CAP. IV António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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