sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO XIII

CAP. XIII - RM - 1-14 e reflexão sobre os versículos 13 A comunidade e a autoridade política
1Submetei-vos todos às autoridades constituídas, pois não há autoridade que não venha de Deus, e as que existem foram instituídas por Deus. 2Quem se opõe à autoridade, opõe-se à ordem estabelecida por Deus. Aqueles que se opõem, atraem sobre si a condenação. 3Na verdade, os que governam não devem ser temidos quando se faz o bem, mas quando se faz o mal. Se não queres ter medo da autoridade, faz o bem, e ela te elogiará. 4A autoridade é o instrumento de Deus para teu bem, mas, se praticas o mal, teme, pois não é à toa que a autoridade usa a espada: quando castiga, ela está ao serviço de Deus, para manifestar a sua ira contra o malfeitor. 5Por isso, é preciso submeterse, não só por medo do castigo, mas também por dever de consciência. 6É também por isso que pagais impostos, pois os que têm esse encargo são funcionários de Deus. 7Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto e a taxa, a quem deveis imposto e taxa; o temor, a quem deveis temor; a honra, a quem deveis honra.
O amor é o pleno cumprimento da Lei
8Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser o amor mútuo. Pois, quem ama o próximo cumpriu plenamente a Lei. 9De facto, os mandamentos: não cometerás adultério, não matarás, não roubarás, não cobiçarás, e todos os outros, resumem-se nesta sentença: «Amarás o teu próximo como a ti mesmo». 10O amor não pratica o mal contra o próximo, pois o amor é o pleno cumprimento da Lei.
A madrugada de um tempo novo 11Comportai- vos desta maneira, principalmente porque conheceis o tempo, e já é hora de acordardes: a nossa salvação está agora mais próxima do que quando começámos a acreditar. 12A noite vai avançada e o dia está próximo. Deixemos, portanto, as obras das trevas e vistamos as armas da luz. 13Vivamos honestamente, como em pleno dia: não em orgias e bebedeiras, prostituição e libertinagem, brigas e ciúmes. 14Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não sigais os desejos dos instintos egoístas.
-------------------------------------------reflexão--------------------------------------------
13,1-7: Paulo escreve a uma comunidade perseguida pelo poder político, tentada por isso a negar radicalmente a função da autoridade política. O que Paulo diz não deve ser tomado como legitimação de qualquer autoridade política ou forma de sociedade; ele apenas mostra o fundamento, a função e, ao mesmo tempo, o limite de uma autoridade política. A autoridade, por direito, só pertence à natureza de Deus. Só Ele é Senhor e juiz absoluto sobre os homens. A autoridade política encontra o seu fundamento numa participação funcional na autoridade de Deus, em vista do bem comum. A sua função é servir o povo, promovendo a justiça, zelando pelo direito e impedindo os abusos. Os seus limites dependem do seu próprio fundamento e função: a autoridade não pode usurpar o lugar de Deus, pretendendo-se absoluta ou divina; nem pode servir-se a si mesma, oprimindo e explorando o povo. 8-10: Na vida cristã a única tarefa que não tem limites é o amor, espírito com que tudo deve ser feito. Como nos evangelhos, Paulo também vê o amor como a expressão perfeita de toda a Lei. 11-14: Liberto do egoísmo que corrompe a pessoa e a sociedade, o cristão já vive a madrugada de um tempo novo. A vinda de Jesus Cristo dissipa a longa noite da injustiça e do pecado. O cristão deve acordar, preparado para viver e testemunhar o dia da libertação inaugurado por Jesus
SEGUE-SE CAPÍTULO XIV
António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO XII

CAP. XII - RM - 1-21 e reflexão sobre os versículos A VIDA CRISTÃ 12 O culto autêntico
1Irmãos, pela misericórdia de Deus, peço que ofereçais os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Este é o vosso culto autêntico. 2Não vos amoldeis às estruturas deste mundo, mas transformai-vos pela renovação da mente, a fim de distinguir qual é a vontade de Deus: o que é bom, o que Lhe é agradável, o que é perfeito.
A comunidade é um corpo vivo 3Em nome da graça que me foi concedida, eu digo a cada um de vós: não tenhais de vós mesmos conceito maior do que convém, mas um conceito justo, de acordo com a fé, na medida que Deus concedeu a cada um. 4Num só corpo há muitos membros, e esses membros não têm todos a mesma função. 5O mesmo acontece connosco: embora sendo muitos, formamos um só corpo em Cristo, e, cada um por sua vez, é membro dos outros. 6Mas temos dons diferentes, conforme a graça concedida a cada um de nós. Quem tem o dom da profecia, deve exercê-lo de acordo com a fé; 7se tem o dom do serviço, que o exerça servindo; se do ensino, que ensine; 8se é de aconselhar, aconselhe; se é de distribuir donativos, faça-o com simplicidade; se é de presidir à comunidade, faça-o com zelo; se é de exercer misericórdia, faça-o com alegria.
As relações dentro e fora da comunidade 9Que o vosso amor seja sem hipocrisia: detestai o mal e apegai-vos ao bem; 10no amor fraterno, sede carinhosos uns com os outros, rivalizando na mútua estima. 11Quanto ao zelo, não sejais preguiçosos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor. 12Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e perseverantes na oração. 13Sede solidários com os cristãos nas suas necessidades e aperfeiçoai-vos na prática da hospitalidade. 14Abençoai os que vos perseguem; abençoai e não amaldiçoeis. 15Alegrai-vos com os que se alegram e chorai com os que choram. 16Vivei em harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pela mania de grandeza, mas afeiçoai-vos às coisas modestas. Não vos considereis sábios. 17Não pagueis a ninguém o mal com o mal; a vossa preocupação seja fazer o bem a todos os homens. 18Se for possível, no que depende de vós, vivei em paz com todos. 19Amados, não façais justiça por própria conta, mas deixai a ira de Deus agir, pois o Senhor diz na Escritura: «A Mim pertence a vingança; Eu mesmo vou retribuir». 20Mas, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; desse modo, farás o outro corar de vergonha. 21Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.
-------------------------------------------reflexão----------------------------------------
12,1-2: A vida cristã é resposta à misericórdia de Deus e abrange toda a existência concreta do homem, representada pelo corpo como centro de vida e acção e de relação com Deus, com os homens e com o mundo. Cada cristão oferece-se a si mesmo, sendo ele próprio o sacerdote e o sacrifício vivo. Tal sacerdócio é exercido de modo prático através do não-conformismo, que critica as estruturas corrompidas pela injustiça, e através de um discernimento novo que sabe distinguir a vontade de Deus que leva à justiça e à vida. 3-8: A vida na comunidade cristã tem como exigência básica o abandono da pretensão de ser o maior ou o mais importante, para se colocar com simplicidade ao serviço dos outros. Todos precisam de cada um, e cada um precisa de todos. A graça que Deus concede a cada um é o próprio modo de ser de cada pessoa. E esse modo de ser, que é iluminado pela fé, coloca-se à disposição das necessidades dos cada um (cf. nota em 1Cor 12,12-31).
9-21: Paulo expõe as linhas mestras do comportamento cristão, principalmente no que se refere à vida comunitária. A vida cristã deve ser inteiramente penetrada de sincero amor fraterno que, sem fraquezas ou simulações, enfrente todas as situações, sem excluir ninguém, nem os inimigos. Os vv. 9-13.15-16 referem-se ao amor entre os irmãos da comunidade; os vv. 14.17-21 falam do amor para com os que não pertencem à comunidade. 13,1-7: Paulo escreve a uma comunidade perseguida pelo poder político, tentada por isso a negar radicalmente a função da autoridade política. O que Paulo diz não deve ser tomado como legitimação de qualquer autoridade política ou forma de sociedade; ele apenas mostra o fundamento, a função e, ao mesmo tempo, o limite de uma autoridade política. A autoridade, por direito, só pertence à natureza de Deus. Só Ele é Senhor e juiz absoluto sobre os homens. A autoridade política encontra o seu fundamento numa participação funcional na autoridade de Deus, em vista do bem comum. A sua função é servir o povo, promovendo a justiça, zelando pelo direito e impedindo os abusos. Os seus limites dependem do seu próprio fundamento e função: a autoridade não pode usurpar o lugar de Deus, pretendendo-se absoluta ou divina; nem pode servir-se a si mesma, oprimindo e explorando o povo. 8-10: Na vida cristã a única tarefa que não tem limites é o amor, espírito com que tudo deve ser feito. Como nos evangelhos, Paulo também vê o amor como a expressão perfeita de toda a Lei.
------------------------------------------------------------------------------------------- ver em seguida CAPÍTULO XIII António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO XI

CAP. XI - RM - 1-36 e reflexão sobre os versículos 11 Deus não rejeitou Israel
1Pergunto então: Será que Deus rejeitou o seu povo? De modo nenhum! Eu também sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. 2Deus não rejeitou o seu povo, que Ele conheceu desde o princípio. Ou não sabeis o que a Escritura diz na passagem em que Elias acusa Israel diante de Deus? 3«Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares; fiquei apenas eu, e ainda procuram tirar-me a vida». 4O que é que a voz divina lhe respondeu? «Reservei para Mim sete mil homens que não dobraram o joelho diante de Baal». 5É o que continua a acontecer hoje: sobrou um resto, conforme a livre escolha da graça. 6E isso acontece pela graça, e não pelas obras; de contrário, a graça já não seria graça. 7Que dizer então? Israel não conseguiu aquilo que procurava, mas os escolhidos conseguiram. Os demais ficaram endurecidos, 8como diz a Escritura: «Deus deu-lhes um espírito de torpor, olhos para não verem e ouvidos para não ouvirem, até ao dia de hoje». 9E David diz: «Que a mesa deles se transforme em cilada, em armadilha, em motivo de tropeço e justo castigo. 10Que os seus olhos fiquem escuros para não verem, e faz com que as suas costas fiquem sempre encurvadas».
Israel e a salvação dos pagãos 11Agora pergunto: Será que tropeçaram para ficarem caídos? De modo nenhum! Mas assim aconteceu para que a queda de Israel tornasse possível a salvação para os pagãos, e para que Israel ficasse com ciúme. 12Ora, se a queda de Israel se tornou riqueza para o mundo e se a sua decadência se tornou riqueza para os pagãos, o que não será a total participação de Israel na salvação! 13Portanto, digo-vos a vós, pagãos: como Apóstolo dos pagãos, honro o meu ministério, 14para ver se provoco o ciúme dos que pertencem à minha raça e se consigo salvar alguns deles. 15Pois se o facto de serem rejeitados trouxe a reconciliação do mundo, o efeito da sua reintegração será a ressurreição dos mortos.
A raiz sustenta a árvore 16Se os primeiros frutos são santos, toda a massa também será santa; se a raiz é santa, os ramos também serão santos. 17Se alguns ramos foram cortados, e tu, oliveira bravia, foste enxertada no lugar deles e agora recebes a seiva das raízes, 18não te envaideças nem desprezes os ramos. Se te orgulhas, deves saber que não és tu que sustentas a raiz, mas é a raiz que te sustenta. 19Poderás dizer: «Os ramos foram cortados para eu ser enxertada». 20Certamente! Mas eles foram cortados por causa da sua falta de fé, enquanto tu permaneces firme pela fé. Não fiques cheia de soberba, mas de temor, 21porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará a ti. 22Considera, portanto, a bondade e severidade de Deus: severidade para com aqueles que caíram, mas bondade de Deus para contigo, com a condição, porém, de que sejas fiel a essa bondade. De outro modo, também serás cortada. 23Quanto a eles, se não permanecerem na falta de fé, serão enxertados, pois Deus é capaz de os enxertar de novo. 24Pois, se tu foste cortada de uma oliveira bravia e contra a natureza foste enxertada numa oliveira boa, tanto mais eles poderão ser enxertados na própria oliveira boa à qual pertencem.Deus não volta atrás 25Irmãos, não quero que ignoreis este mistério, para que não vos torneis convencidos: o endurecimento de uma parte de Israel vai durar até que chegue a plenitude das nações. 26Então, todo o Israel será salvo, como diz a Escritura: «De Sião sairá o Libertador, Ele vai tirar as impiedades de Jacob; 27essa será a minha aliança com eles, quando Eu perdoar os seus pecados». 28Quanto ao Evangelho, eles são inimigos, para vossa vantagem; mas, quanto à eleição, eles são amados, por causa dos patriarcas, 29porque os dons e o chamamento de Deus são irrevogáveis. 30Vós fostes desobedientes a Deus, e agora, pela desobediência deles, conseguistes misericórdia. 31Do mesmo modo, também eles agora desobedeceram, a fim de que, pela misericórdia feita a vós, eles também obtenham misericórdia para eles. 32Deus encerrou todos na desobediência, para ser misericordioso com todos.As decisões de Deus são insondáveis 33Como é profunda a riqueza, a sabedoria e a ciência de Deus! Como são insondáveis as suas decisões, e como são impenetráveis os seus caminhos! 34Quem poderá compreender o pensamento do Senhor? Quem foi o seu conselheiro? 35Quem Lhe emprestou alguma coisa, para que Ele tenha algo a devolver? 36Porque todas as coisas vêm d’Ele, por meio d’Ele e vão para Ele. A Ele pertence a glória para sempre. Ámen.
---------------------------------------------reflexão------------------------------------------ 11,1-10: Ao contrário do que se poderia crer, Deus não rejeitou Israel. Assim como um «resto» permaneceu fiel no tempo de Elias, agora também há israelitas que acreditam no Evangelho, garantindo deste modo a continuidade do projecto de Deus na História. 11-15: Mal acolhido por grande parte de Israel, o Evangelho pode ser anunciado aos pagãos, e assim a Igreja liberta-se do regime judaico. Este facto deveria provocar o ciúme de Israel e chamar a sua atenção para Cristo. Paulo espera e entrevê a conversão de Israel como uma ressurreição. 16-24: Os pagãos convertidos seriam tentados a desprezar os judeus. Paulo, então, lembra que o cristianismo nasceu do povo judaico e que os pagãos convertidos são como que um enxerto no povo de Deus. E ainda mostra, pela mesma comparação, que os judeus podem aderir ao Evangelho e produzir frutos com maior facilidade, pois pertencem à raiz original. Por outro lado, também os pagãos convertidos correm o perigo de perder a fé e ser cortados do tronco em que foram enxertados. 25-32: O povo de Israel não foi rejeitado para sempre, porque Deus não volta atrás na sua escolha. O futuro da salvação permanece aberto ao povo da promessa. Através de uma História misteriosa, o Senhor continua a guiá-lo, para mostrar a todos que Ele salva porque ama, pois a sua misericórdia é dirigida a todos. 33-36: Contemplando o final da História, quando a Humanidade toda se reúne, salva por Deus, Paulo tem exclamações de admiração e de adoração. 12,1-2: A vida cristã é resposta à misericórdia de Deus e abrange toda a existência concreta do homem, representada pelo corpo como centro de vida e acção e de relação com Deus, com os homens e com o mundo. Cada cristão oferece-se a si mesmo, sendo ele próprio o sacerdote e o sacrifício vivo. Tal sacerdócio é exercido de modo prático através do não-conformismo, que critica as estruturas corrompidas pela injustiça, e através de um discernimento novo que sabe distinguir a vontade de Deus que leva à justiça e à vida.

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...