sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP XIII - S. PAULO

13
Acima de tudo, o amor
1 Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se não tivesse amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente.
2 Ainda que tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse amor, nada seria.
3 Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.
4 O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.
5 Nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor.
6 Não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade.
7 Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá.
9 Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia.
10 Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado.
11 Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança.
12 Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido.
13 Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor. »»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»» reflexão «««««««««««««««««««««««« 13,1-13: O caminho que ultrapassa a todos os dons e ao qual todos os membros da comunidade devem aspirar é o amor.«Deus é amor» (1Jo 4,8), Jesus é o enviado do amor (Jo 3,16), e o centro do Evangelho é o mandamento do amor (Mc 12,28-34), que sintetiza toda a vontade de Deus (Rm 13,8-10). O amor é a fonte de qualquer comportamento verdadeiramente humano, pois leva a pessoa a discernir as situações e a criar gestos oportunos, capazes de responder adequadamente aos problemas. Os outros dons dependem do amor, não podem substituí-lo e sem ele nada significam. O amor é a força de Deus e também a força da pessoa aliada a Deus. É a fortaleza inexpugnável que sustenta o testemunho cristão, pois «tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta». O amor é eterno e transcende tempo e espaço, porque é a vida do próprio Deus, da qual o cristão já participa. É maior do que a fé e a esperança, que nele estão contidas
A seguir Capítulo XIV
António Fonseca

CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP XII - S. PAULO

12

Jesus é o Senhor
1Sobre os dons do ignorância. 2Sabeis que, quando éreis pagãos, vos sentíeis irresistivelmente arrastados para os ídolos mudos. 3Por isso, eu declaro-vos que ninguém, falando sob a acção do Espírito de Deus, jamais poderá dizer: «Maldito Jesus E ninguém poderá dizer: «Jesus é o Senhor a não ser sob a acção do Espírito Santo.
A Trindade gera a comunidade
4Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; 5diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; 6diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. 7Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos. 8A um, o Espírito dá a palavra de sabedoria; a outro, a palavra de ciência segundo o mesmo Espírito; 9a outro, o mesmo Espírito dá a fé; a outro ainda, o único e mesmo Espírito concede o dom das curas; 10a outro, o poder de fazer milagres; a outro, a profecia; a outro, o discernimento dos espíritos; a outro, o dom de falar em línguas; a outro ainda, o dom de as interpretar. 11Mas é o único e mesmo Espírito quem realiza tudo isto, distribuindo os seus dons a cada um, conforme Ele quer.
A comunidade é o Corpo de Cristo
12De facto, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo. 13Pois todos fomos baptizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito.

14O corpo não é feito de um só membro, mas de muitos. 15Se o pé diz: «Eu não sou mão; logo, não pertenço ao corpo», nem por isso deixa de fazer parte do corpo. 16E se o ouvido diz: «Eu não sou olho; logo, não pertenço ao corpo», nem por isso deixa de fazer parte do corpo. 17Se o corpo inteiro fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo ele fosse ouvido, onde estaria o olfacto? 18Deus é que dispôs cada um dos membros no corpo, segundo a sua vontade. 19Se o conjunto fosse um só membro, onde estaria o corpo? 20Há, portanto, muitos membros, mas um só corpo. 21O olho não pode dizer à mão: «Não preciso de ti»; e a cabeça não pode dizer aos pés: «Não preciso de vós». 22Os membros do Corpo que parecem mais fracos são os mais necessários; 23e aqueles membros do corpo que parecem menos dignos de honra, são os que cercamos de maior honra; e os nossos membros que são menos decentes, nós tratamo-los com maior decência; 24os que são decentes, não precisam desses cuidados. Deus dispôs o corpo de modo a conceder maior honra ao que é menos nobre, 25a fim de que não haja divisão no corpo, mas os membros tenham igual cuidado uns para com os outros. 26Se um membro sofre, todos os membros participam do seu sofrimento; se um membro é honrado, todos os membros participam da sua alegria.

27Ora, vós sois o corpo de Cristo e sois seus membros, cada um no seu lugar. 28Aqueles que Deus estabeleceu na Igreja são, em primeiro lugar, Apóstolos; em segundo lugar, profetas; em terceiro lugar, mestres... A seguir vêm os dons dos milagres, das curas, da assistência, da direcção e o dom de falar em línguas. 29Acaso, são todos Apóstolos? Todos profetas? Todos mestres? Todos realizam milagres?

30Têm todos o dom de curar? Todos falam línguas? Todos as interpretam? 31Aspirai aos dons mais altos.Aliás, vou indicar-vos um caminho que ultrapassa a todos.
»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»» reflexão «««««««««««««««««««««««««««««
12,1-6: Esta experiência talvez seja a base de toda a vida missionária de Paulo. Deve ter acontecido no ano 42, na Síria ou na Cilícia (cf. Act 11,25), cinco anos depois da conversão. Trata-se duma experiência espiritual, em que o Apóstolo contemplou a transcendência divina, que nenhuma palavra humana jamais poderá descrever.
7-10: Não se sabe ao certo ao que Paulo se refere quando fala de «espinho na carne». Trata-se talvez de alguma doença que multiplica as dificuldades da sua vida apostólica. Ele experimenta um paradoxo: é na sua fraqueza que se manifesta a força de Deus.
11-18: As características do verdadeiro apóstolo são: paciência a toda a prova, testemunho dado pela Palavra que se traduz em testemunho prático, acção desinteressada e gratuita, sinceridade e veracidade, dedicação total.
12,19-13,4: As agitações na comunidade agravaram o relaxamento que Paulo já lamentara na primeira carta. Agora está decidido a punir os culpados aplicando as medidas que são comuns em outras Igrejas (cf. Mt 18,16).
António Fonseca
A seguir Capítulo XIII

CARTA AOS CORÍNTIOS - CAP XI - S. PAULO

11
1Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo.
3. Assembleias litúrgicas
O véu das mulheres
2Elogio-vos, porque em todas as ocasiões vos lembrais de mim, e porque conservais as tradições conforme eu vo-las transmiti. 3Todavia, quero que saibais que a cabeça de todo o homem é Cristo, que a cabeça da mulher é o homem, e a cabeça de Cristo é Deus. 4Todo o homem que reza ou profetiza de cabeça coberta, desonra a sua cabeça. 5Mas, toda a mulher que reza ou profetiza de cabeça descoberta, desonra a sua cabeça; é como se estivesse com a cabeça rapada. 6Se a mulher não se cobre com o véu, mande cortar os cabelos. Mas, se é vergonhoso para uma mulher ter os cabelos cortados ou rapados, então cubra a cabeça. 7O homem não deve cobrir a cabeça, porque é a imagem e a glória de Deus; mas a mulher é a glória do homem. 8Pois o homem não foi tirado da mulher, mas a mulher foi tirada do homem. 9E o homem não foi criado para a mulher, mas a mulher foi criada para o homem. 10Sendo assim, a mulher deve trazer sobre a cabeça o sinal da sua dependência, por causa dos anjos. 11Portanto, diante do Senhor, a mulher é inseparável do homem, e o homem da mulher. 12Pois, se a mulher foi tirada do homem, o homem nasce da mulher, e tudo vem de Deus. 13Julgai por vós mesmos: será conveniente que uma mulher reze a Deus sem estar coberta com o véu? 14A própria natureza ensina que é desonroso para o homem ter cabelos compridos; 15no entanto, para a mulher é glória ter longa cabeleira, porque os cabelos lhe foram dados como véu. 16Contudo, se alguém quiser contestar, não temos esse costume, e nem as Igrejas de Deus.
Eucaristia e coerência
17Dito isto, não posso elogiar-vos, porque as vossas assembleias, em vez de vos ajudarem a progredir, prejudicam-vos. 18Antes de tudo, ouço dizer que, quando vos reunis em assembleia, há divisões entre vós. E, em parte, acredito nisso. 19É preciso mesmo que haja divisões entre vós, a fim de que se veja quem dentre vós resiste a essa prova.
20De facto, quando vos reunis, o que fazeis não é comer a Ceia do Senhor, 21porque cada um se apressa a comer a sua própria ceia. E, enquanto um passa fome, outro fica embriagado. 22Será que não tendes as vossas casas para nelas comer e beber? Ou desprezais a Igreja de Deus e que reis envergonhar aqueles que nada têm? Que devo dizer-vos? Devo elogiar-vos? Não! Neste ponto não vos elogio. 23De facto, recebi pessoalmente do Senhor aquilo que vos transmiti: Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão 24e, depois de dar graças, partiu-o e disse: «Isto é o meu corpo que será entregue por vós; fazei isto em memória de Mim». 25Do mesmo modo, depois da Ceia, tomou também o cálice, dizendo: «Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que beberdes dele, fazei-o em memória de Mim». 26Portanto, todas as vezes que comerdes deste pão e beberdes deste cálice, anunciais a morte do Senhor, até que Ele venha.
27Por isso, todo aquele que comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente, será réu do corpo e do sangue do Senhor. 28Portanto, cada um examine-se a si mesmo antes de comer deste pão e beber deste cálice, 29pois aquele que come e bebe sem discernir o Corpo, come e bebe a própria condenação. 30É por isso que entre vós há tantos fracos e enfermos, e muitos morreram. 31Se nos examinássemos a nós mesmos, não seríamos julgados; 32mas o Senhor corrige-nos por meio dos seus julgamentos, para que não sejamos condenados com o mundo. 33Em resumo, irmãos, quando vos reunirdes para a Ceia, esperai uns pelos outros. 34Se alguém tem fome, coma em sua casa. Assim não vos reunireis para a vossa própria condenação. Quanto ao resto, darei instruções quando aí chegar.
«««««««««««««««««««««««««« reflexão »»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»»
11,1-6: Como um pai conduz a filha ao noivo para o casamento, Paulo conduziu a comunidade de Corinto a Cristo. Agora ele teme que essa Igreja se deixe seduzir por falsos apóstolos, que apresentam evangelhos diferentes. A imagem do matrimónio exprime intimidade e pertença. Para o Apóstolo, cada comunidade está profundamente ligada a Jesus, seu Senhor único e exclusivo; e ninguém tem o direito de se apoderar de uma comunidade cristã.
7-15: O auxílio financeiro que Paulo recebe destina-se à evangelização e não a ele próprio. Além disso, frequentemente ele prefere exercer o ministério de maneira gratuita, para que não haja críticas ou objecções ao seu único interesse: servir as comunidades sob a sua coordenação. Em Corinto, provia ao seu sustento fabricando tendas (cf. Act 18,3).
16-33: Paulo não abusa da sua autoridade de Apóstolo para se impor às comunidades. Os títulos que apresenta de si próprio, mais do que diplomas que possam dar prestígio pessoal, são as suas lutas, sofrimentos, preocupações e perseguições, pelas quais passou no incansável trabalho de evangelização. A sua compaixão pelos mais fracos recomenda-o acima de todos os «super-apóstolos» que usam os seus títulos para explorar as comunidades por onde passam.
segue-se Capítulo XII
António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...