segunda-feira, 24 de agosto de 2009

CREDO

 

A CONFIANÇA DOS CRISTÃOS:
A PROFISSÃO DE FÉ APOSTÓLICA

1. Creio em Deus, Pai Todo-Poderoso

"Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura" (Mc 16,15). "Ide, pois, e ensinai todas as gentes, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a observar tudo o que vos mandei" (Mt 28,19-20). Eis a missão que Jesus confiou aos seus apóstolos. A mesma que os apóstolos transmitiram aos seus seguidores: a missão da Igreja, hoje. A Igreja testemunha e anuncia para que todos possam crer e esperar, viver e amar como Jesus acreditou e esperou, viveu e amou. Ela guarda a tradição sagrada e protege-a da falsificação e do erro.

A profissão de fé nasceu na Igreja como recapitulação válida da mensagem transmitida pelos apóstolos. Todos aqueles que, por ocasião do seu Baptismo, são interrogados sobre a sua fé, confessam com as mesmas palavras a sua pertença a Deus Pai, a Jesus Cristo, seu Filho e ao Espírito Santo.

A profissão de fé (Credo) de todos os cristãos começa pela palavra "Eu". Porque no seio da comunidade, cada pessoa tem a sua própria história com Deus. Ninguém pode dizer "eu" pelo outro.

Quem diz "sim" a Deus deve saber a que se compromete. Por isso, é importante que cada cristão aprenda a conhecer e a compreender o texto fundamental da sua fé.

2. Creio em Deus...,
Criador do Céu e da Terra

Os homens perguntam admirados: donde vem o mundo? Donde procede esta diversidade da vida? Quem decidiu sobre o curso dos astros que determinam o tempo do Verão e do Inverno, as sementeiras e as colheitas, o dia e a noite? Quem proporcionou a ordem às plantas e aos animais e concedeu a fertilidade à terra? Quem faz brotar a vida no seio das mães? O que é que existiu no princípio e qual será o fim?

Os homens que sofrem, queixam-se: Quem faz estremecer a terra e provoca as inundações? Quem retém as águas para secar a terra? Donde vem a desgraça, a doença, a morte? Donde vem o mal e quem lhe dá o poder de encher o coração humano? Acabará o mal por vencer o bem? Será a morte mais forte que a vida?

Em todo o mundo se ouvem as mesmas interrogações que angustiam os homens. Os mais sábios de entre todos os povos buscam uma resposta. Falam do mistério dos começos, das obras da divindade e da sua história com a humanidade: são os relatos das origens.

Os sacerdotes de Israel, iluminados pelo Espírito de Deus, formulam a sua fé em Deus, "criador do céu e da terra". Esta confissão de fé é tão importante que eles a situam no princípio da Bíblia.

Relatos das origens: Fala-se, por vezes, do "relato da criação" no princípio da Bíblia correndo o risco de interpretar o capítulo inicial do primeiro livro bíblico como a descrição mais ou menos exacta dos acontecimentos relatados nesse primeiro capítulo. Quando se diz, por exemplo, que Deus criou o mundo em seis "dias" (fala-se dos seis dias de "trabalho" divino), a palavra "dia" não significa as vinte e quatro horas do dia. A imagem pretende sublinhar que com a criação de Deus, o tempo começa o seu percurso, e também que as diferentes criaturas ficam ligadas umas às outras. O texto que a Bíblia nos transmite não nos diz como é que o universo começou, mas quem é que o fez. O povo de Israel professa neste hino a sua fé em Deus, o qual existia antes do começo e que permanece fiel à sua criação até à sua consumação

3. E em Jesus Cristo, seu único Filho, Nosso Senhor

Quando Jesus atingiu a idade de trinta anos, saiu de Nazaré, a sua aldeia, e foi ao encontro de João Baptista, nas margens do Jordão. Depois, levou uma vida de pregador itinerante nas aldeias e vilas dos arredores do lago de Tiberíades. Começou ali a pregar a Boa-Nova de Deus, dizendo: "Completou-se o tempo e está próximo o Reino de Deus. Convertei-vos e acreditai no Evangelho" (Mc 1,14-15). As pessoas que o contactam percebem logo que Ele não é como os outros. Juntam-se à sua volta, querem estar perto. Escutar o que Ele diz e ver o que Ele faz. Admiram-n'O porque Ele fala sobre Deus e a natureza humana de modo distinto dos mestres das sinagogas.

  • Aos que a Ele vêm, Jesus diz: Deus deseja o vosso bem, quer facilitar-vos a vida. Ele não despreza os pobres e quer perdoar o pecado dos que fizeram o mal.
  • Jesus diz: Não temais a Deus; amai-O. Ele deseja uma só coisa: que acrediteis na mensagem que vos trago.

Jesus disse:
O Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido.

EVANGELHO SEGUNDO SÃO LUCAS 19,10

João Baptista: Filho do sacerdote Zacarias e de sua esposa Isabel que haviam envelhecido sem terem filhos. O anjo Gabriel anuncia a Zacarias, no templo de Jerusalém, o nascimento de um filho que se chamará João - que significa "Deus é clemente". João Baptista é um eleito. Vive no deserto. Aos que a ele vêm, diz: "O Reino dos Céus está próximo, arrependei-vos". Ele baptiza no Jordão em arrependimento dos pecados. É o último profeta de Israel, o precursor de Jesus.

Sinagoga: É a casa de oração dos judeus. Naquele tempo os sacrifícios eram oferecidos unicamente no templo de Jerusalém. Mas, em todas as aldeias e vilas, havia lugares de oração: as sinagogas.

4. Concebido pelo poder do Espírito Santo, Nasceu da Virgem Maria

Nós acreditamos e confessamos que Jesus de Nazaré é o messias, Filho de Deus. Desde todos os tempos Ele vive na glória do Pai. Veio ao mundo, tornando-Se semelhante a nós, manifestação do amor do Pai feita carne. Um amor que ultrapassa tudo o que os homens podem imaginar e dizer.

Os teólogos e os discípulos de Jesus têm, cada um, a sua própria maneira de falar do mistério da encarnação. São João começa o seu Evangelho por um hino a Cristo: "E o Verbo fez-se carne (quer dizer "homem") e habitou entre nós, e nós contemplámos a sua glória." (cf. Jo 1,1-18).

Na epístola aos Filipenses, São Paulo cita um hino baptismal que descreve a encarnação do Filho de Deus, Jesus Cristo, como um movimento do "céu" em direcção à "terra" (de Deus para os homens) que volta para o "céu": "Ele, de condição divina... Tornou-Se semelhante aos homens... Humilhou-Se e foi obediente até à morte, e morte de cruz! Por isso Deus O exaltou... Para que todos, no céu, na terra e nos abismos, proclamem que Jesus Cristo é o Senhor." (Fil 2,6-11).

Na sua epístola aos Gálatas, São Paulo descreve a "vida de Jesus" numa só frase: "Quando veio a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob o domínio da Lei... A fim de nos conferir a adopção filial." (Gal 4,4-5).

São João dirige-se à sua comunidade de maneira ainda mais directa: "Deus enviou o seu Filho único ao mundo, para que vivamos por Ele... E nós contemplamos e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo" (1Jo 4,9.14).

Dois dos evangelistas, São Mateus e São Lucas, escolheram uma forma familiar às comunidades para as quais escrevem o seu Evangelho. Contam como Jesus veio ao mundo e o que significa esta vinda para os homens que, segundo a vontade de Deus, desempenham um papel na história do seu Filho. Começam o seu livro pelo "Evangelho da infância" (Mt 1-2, Lc 1-2).

5. Padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado

  • Jesus diz:
    Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da lei. Estes condená-l'O-ão à morte e entregá-l'O-ão aos pagãos. Vão escarnece-l'O, cuspir n'Ele, vão torturá-l'O e matá-l'O. E depois de três dias Ele ressuscitará.

    EVANGELHO SEGUNDO SÃO MARCOS 10,33-34

  • São Pedro declara na sua pregação de Pentecostes:
    Jesus de Nazaré foi um homem que Deus confirmou entre vós, realizando por meio d'Ele os milagres, prodígios e sinais que bem conheceis. E Deus, com a sua vontade e presciência, permitiu que Jesus vos fosse entregue, e vós, através de ímpios, mataste-l'O, pregando-O numa cruz.

6. Desceu à mansão dos mortos; Ressuscitou ao terceiro dia

Deus criou o homem - Adão e Eva - à sua imagem: criou-os homem e mulher. E abençoa-os. Ama-os: a eles e a todos os seus filhos e aos filhos dos seus filhos, a quem confiou a terra. O seu amor abarca não só os que Lhe são fiéis e respeitam os seus mandamentos, mas também todos os que nunca ouviram falar d'Ele e que, por isso, não O procuram, não O encontram e ignoram como viver para Lhe agradar. Deus quer partilhar a sua vida com todos.

O tempo passa. Os homens morrem. Morrem os que vivem sem Deus ou contra Ele, mas também todos os que O amam: Adão e Eva, Abraão e Moisés, Sara, Rebeca e Miriam, David e Salomão, Elias e Amós, Zacarias e Isabel, Simeão e Ana, João Baptista e toda a multidão de pessoas das quais só Deus conhece o nome e o amor.

Terão eles esperado em vão? Esquece Deus a sua fidelidade? Nós acreditamos que Deus não levou a Boa Nova só aos vivos. Acreditamos que Jesus desceu à mansão dos mortos e que ali proclamou também: Completou-se o tempo. O Reino de Deus está a chegar. Estais resgatados. Deus é misericordioso com todos os que O amam. Isto quer dizer que a morte perdeu o seu poder: não pode reter os que amam a Deus. Jesus Cristo, o Senhor, morreu por todos. Todos pertencem à comunidade dos vivos fundada por Ele.

Celebrando agora, Senhor,
o memorial da nossa redenção,
recordamos a morte de Cristo
e a sua descida à mansão dos mortos,
proclamamos a sua ressurreição e ascensão aos céus,
e, esperando a sua vinda gloriosa,
nós Vos oferecemos o seu Corpo e Sangue,
o sacrifício do vosso agrado
e de salvação para todo o mundo.

EXTRACTO DA ORAÇÃO EUCARÍSTICA IV

Mansão dos mortos: Mundo inferior, império da morte. As histórias da Bíblia transmitem-nos a "palavra de Deus expressa em línguas humanas". Isto significa que os homens que testemunham a sua experiência de Deus, o fazem com as representações e as imagens do seu tempo. Imaginam a terra como um disco. Sobre ela, encontra-se a abóbada celeste, o "domínio" onde Deus reina sobre os viventes. Em baixo o mundo subterrâneo (sheol), a região onde reina a morte sobre os defuntos. Por isso se diz: Jesus "desceu" à mansão dos mortos.

7. Subiu aos Céus; está sentado à direita de Deus Pai Todo-Poderoso

Os discípulos de Jesus viveram a experiência da Sexta-Feira Santa: Jesus, indefeso e abandonado, pendia da cruz. A sua vida extinguiu-se na morte. Depositaram seu corpo num túmulo e fecharam a entrada com uma grande pedra: sinal de que, no fim, a morte tem poder sobre a vida. No encontro com o Senhor ressuscitado, vivem a experiência que acaba com tudo o que julgavam saber sobre a vida e a morte. Jesus vem ao seu encontro. Eles reconhecem-n'O - sim, é Ele, o Crucificado. É-lhes familiar e, ao mesmo tempo, estranho. Entra, mesmo com as portas fechadas. Está presente e desaparece. Não podemos detê-l'O. Entre o medo e a dúvida, os discípulos começam a pensar e a acreditar no que está para além da morte: Deus ressuscitou o seu Filho dos mortos e recebeu-O na glória com a sua condição humana. Os discípulos afirmam: Jesus subiu ao céu e Deus deu-Lhe o lugar de honra, à sua direita.

8. De onde há-de vir a julgar os vivos e os mortos

Jesus está junto do Pai. Os homens e as mulheres que põem n'Ele a sua confiança permanecem no meio da fragilidade da vida e da imperfeição do mundo. No entanto, a luz que Jesus veio acender no mundo não está apagada. A esperança que as suas palavras e acções suscitaram no coração dos homens, não está morta.

9. Creio no Espírito Santo

O Espírito Santo de Deus: não O podemos ver, reter nem mostrar. Não podemos dispor d'Ele. Mas podemos sentir a sua existência e a sua acção, por exemplo: quando um homem ou uma mulher fala de Deus, de tal modo que outros abraçam a fé; quando duas pessoas põem fim a uma discórdia e se reconciliam; quando alguém que agiu mal repara as suas faltas; quando uma pessoa amargurada pelo ódio começa a amar; quando alguém, que só pensava em si, abre os olhos para o sofrimento dos outros; quando uma pessoa sai em defesa das plantas e dos animais, da água e do ar - da vida posta em perigo pelo homem.

10. A Santa Igreja Católica

A Igreja do nosso tempo é uma comunidade com dimensões mundiais. Comunica a fé aos que a ela se incorporam pelo Baptismo e ensina-os a viver como cristãos. Cumpre assim a missão que lhe foi conferida por Jesus Cristo, até que Ele volte na sua glória.

11. A comunhão dos santos

Acreditar na "santa igreja católica" e na "comunhão dos santos" está intimamente ligado. A Igreja é a pátria daqueles que, por meio de Jesus Cristo, participam do que é santo: do sacramento do Corpo e do Sangue de Cristo, do perdão dos pecados, do amor de Deus pelos homens.

A Igreja comunica a fé; com o pleno poder de Jesus administra os sacramentos e funda assim a "comunhão dos santos".

12. A remissão dos pecados

Nós, os cristãos, confessamos a nossa fé no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos e na remissão dos pecados. Estas verdades estão intimamente ligadas entre si; cada uma delas faz referência às restantes e todas elas têm a ver com o encargo que o Senhor ressuscitado confiou aos seus apóstolos quando os enviou em missão: "Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Todo aquele que acreditar e for baptizado, será salvo; aquele que não acreditar, será condenado" (Mc 16,15-16).

Aquele que sela a sua fé em Jesus Cristo pelo Baptismo, está reconciliado com Deus pela morte de Jesus: os pecados são-lhe perdoados. Por isso o Baptismo é o primeiro sacramento e o mais importante para o perdão dos pecados.

13. A ressurreição dos mortos e a vida eterna

Há pessoas que morrem em idade avançada depois de uma vida bem preenchida. Mas há também crianças e jovens que morrem de doença, de fome e de frio, de acidentes ou catástrofes. Só Deus sabe quantos morrem devido à indiferença dos que os rodeiam, que não querem partilhar o pão, os medicamentos, as terras e a casa. Ou ainda por causa da violência dos poderosos que preferem fazer a guerra a manter a paz.

  • Quando os cristãos dizem que crêem na ressurreição dos mortos e na vida eterna, não significa que eles pretendam escapar à morte e ao sofrimento.
  • Não pretendem consolar os seus semelhantes desfavorecidos e marginalizados, com a esperança duma vida melhor.
  • Quando os cristãos dizem que crêem na ressurreição dos mortos e na vida eterna, querem dizer: acreditamos que nós - os seres humanos -, a terra e tudo o que nela cresce, tem um futuro melhor. Cremos com fé, que esse futuro será bom. Melhor do que tudo o que podemos imaginar e sonhar. Pois é Deus quem no-lo concederá.

Nós cremos firmemente, e assim o esperamos, que, tal como Cristo ressuscitou dentre os mortos e que vive para sempre, assim também os justos, depois da morte, viverão para sempre com Cristo Ressuscitado, e que Ele os ressuscitará no último dia. (Catecismo da Igreja Católica 989).

14. Amen - Sim, assim seja

A profissão de fé apostólica (Credo) é um dos textos fundamentais da fé cristã. Nasceu nos primeiros séculos da Igreja, quando se quis conservar por escrito o essencial da fé dos cristãos.

Cada frase, cada enunciado, foram formulados de tal modo - muitas vezes depois de longos debates - que os cristãos podem encontrar neles a diferença entre a fé e a heresia.

O Credo ou Símbolo dos Apóstolos é válido para toda a Igreja. Quem é baptizado na Igreja de Jesus Cristo, tem que aderir a ele. Durante a Vigília Pascal, a assembleia dos fiéis renova as promessas do seu Baptismo.

Esta profissão de fé de toda a Igreja deve pronunciá-la e repeti-la cada um conjuntamente e para si mesmo. Não é em vão que ela começa pelas palavras "Eu creio" e termina por "Amen".

Quem diz "Amen" confirma a sua decisão. Amen - sim, assim seja, eu adiro, aceito. Este Evangelho é válido para mim. Agradeço ao Senhor por isto.

Alegrai-vos, porque Jesus morreu na cruz!
Amen.
Alegrai-vos, porque Ele ressuscitou dos mortos!
Amen. Alegrai-vos, porque no Baptismo, Ele lavou-nos dos nossos pecados!
Amen.
Alegrai-vos, porque Jesus veio libertar-nos!
Amen.
E alegrai-vos, porque Ele é o Senhor da nossa vida!
Amen.
Aleluia!

Porque achei de muito interesse este texto, resolvi transcrevê-lo para o meu blogue (com a devida vénia) do site www.paroquias.org.

António Fonseca

Tragédia de Albufeira

Igreja solidária com famílias das vítimas da tragédia de Albufeira

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) expressa “profunda solidariedade” para com as famílias das vítimas da derrocada desta Sexta-feira numa praia de Albufeira.

O voto foi expresso à Renascença por D. Jorge Ortiga, que interrompeu as suas férias no Algarve para apresentar condolências às famílias.

“Deixo aos familiares daqueles que faleceram as condolências e os sentimentos, e uma palavra de muita coragem para os familiares que, de um momento para o outro, perderam os seus entes queridos”, afirma o Arcebispo de Braga.

D. Jorge Ortiga, que foi ao local da tragédia expressar a solidariedade da Igreja, diz que este é um momento de “darmos as mãos” para tentar evitar incidentes como o ocorrido na praia Maria Luísa, em Albufeira.

www.ecclesia.pt

O ENTARDECER

 

O entardecer da vida

Fuente: Catholic.net
Autor: Catholic.net

http://es.catholic.netVÁRIAS-29-10-08 075


O sol se despedia do Império Tré. O vassalo caminhava junto à anciã do moinho amarelo. Iam conversando sobre a vida.
- ¿Que coisa é o que mais gosta da vida, anciã? 
A velhinha do moinho amarelo se entretinha em lançar os olhos até ao ocaso.
- Os entardeceres –respondeu. 
O vassalo perguntou, confuso:
- ¿Não gosta mais dos amanheceres? Repare que não vi coisa mais formosa que o nascimento do sol além, detrás das verdes colinas de Tré. 
E reafirmando, exclamou:
- ¿Sabes? Eu prefiro os amanheceres. 
A anciã deixou sobre o chão a canastra de espigas que as suas enrugadas mãos levavam. Dirigindo-se para o vassalo, com tom de voz doce e conciliador, disse:
- Os amanheceres são belos, sim. Mas os pores de sol me dizem mais. São momentos em que gosto de reflectir e pensar muito. São momentos que me dizem coisas de mim mesma.
- ¿Coisas? ¿De ti mesma...? – inquiriu o vassalo. Não sabia a que se refería a velhinha com aquela frase.
Antes de fechar a porta do moinho amarelo, a anciã acrescentou:
- Claro. A vida é como um amanhecer para os jovens como tu. Para os anciãos, como eu, é um belo entardecer. O que ao início é precioso, ao final chega a ser plenamente formoso. Por isso prefiro os entardeceres... - “Olha para ele.”
A anciã apontou com sua mão para o horizonte. O sol se ocultou e uma cálida cor rosada se estendeu por todo o céu do Império Tré. O vassalo guardou silêncio.

Ficou absorto ante tanta beleza.

A vida é um instante que passa e não volta.

Começa com um fresco amanhecer; e com um entardecer sereno se vai.

De nós depende que o sol de nossa vida, quando se despeça do céu chamado “história”, nos pinte com formosas cores sua despedida.

Cores que sejam as recordações bonitas que guardem de nós, as pessoas que viveram a nosso lado.

Recolha, transcrição e tradução de António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...