sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

8 de JANEIRO de 2010 – SANTOS DO DIA

SANTOS DO DIA DE HOJE
8 DE JANEIRO DE 2010

• Severino, Santo
Janeiro 8 Pregador
Severino, Santo
Severino, Santo
Pregador
Durante o século V o império romano de Ocidente viu-se invadido pouco a pouco pelos visigodos, ostrogodos, vândalos, francos, etc. Na devastação só as autoridades e estruturas cristãs constituíram um ponto firme para a sobrevivência. Este é o contexto histórico eh que se apresenta a figura e a obra de santo Severino, que nasceu de uma nobre família romana no ano 410. Depois de uma estadia no Oriente, em 454 estabeleceu-se perto do Danúbio, onde construiu mosteiros para albergar os habitantes ameaçados e para que, ao mesmo tempo, fossem pontos de irradiação do Evangelho entre as tribos bárbaras.
Inclinado tanto à vida contemplativa e eremítica como à actividade missionária, e favorecido com o carisma da profecia, são Severino fez também previsões sobre o plano humano temporal. Com efeito, compreendeu que o movimento dos jovens povos bárbaros era indestrutível e que a decadente sociedade romana recuperaria seu vigor graças a estas novas forças. 
Mas era necessário que essas mentes fossem iluminadas pelas verdades do Evangelho, e para isso havia que entrar em contacto directo com elas. Com um gesto valente que lhe fez ganhar a admiração dos rudes guetos, chegou até Comagén, já em mão dos inimigos; sua concreta caridade para com os necessitados lhe conquistou definitivamente o coração simples dos “bárbaros”, começando por dois dos chefes. Gibuldo, rei dos alamanos,tinha-lhe “suma reverência e afecto”, como disse seu biógrafo Eugipo, e o escutava com respeito, dócil como um filho; Flaciteo, rei dos rugos, “o consultava nas empresas perigosas como a um oráculo celestial”.
Não faltaram sinais do céu que confirmavam suas palavras. Um dia a nora de Flaciteo, contra o parecer de Severino, o havia convencido de que não desse a liberdade aos prisioneiros; Severino a admoestou energicamente e na mesma noite o sobrinho de Flaciteo caiu prisioneiro de outra tribo bárbara e obteve a liberdade só por intervenção de Severino.
Respeitado e amado pela gente humilde como pelos reis e guerreiros, viveu muito pobremente, sem tirar nenhuma vantagem material para si mesmo: vestia a mesma túnica tanto no inverno como no verão, dormia poucas horas encostado no solo e com cilícios, e se diz que na quaresma só comia uma vez por semana.
Morreu em 8 de Janeiro do ano 482. Suas veneradas relíquias repousam em Frattamaggiore (Nápoles) junto ao mártir Sosso.
Gúdula, Santa
Janeiro 8 Padroeira de Bruxelas
Gúdula, Santa
Gúdula, Santa
Todos os visitantes de Bruxelas conhecem sua catedral, dedicada a esta virgem que é também padroeira da cidade, mas fora de Bélgica é muito pouco conhecida, e a muitos seu nome lhes soará a estranho e bárbaro, como a obscura e longínqua época em que viveu.
Segundo uma biografia da santa, escrita em 1047, Santa Gúdula nasceu no seio de uma aristocrática família franca: seu pai era Witger, duque de Lorena, e sua mãe, Santa Amalberga. A Santa veio ao mundo no ano 650, em Brabante (Pagus Brachatensis), região situada na parte central da actual Bélgica. Sua indecisa silhueta aparece no meio de uma constelação familiar de santos: como temos dito, era filha de santa Amalberga, -  afilhada de santa Gertrudis de Nivelle e irmã de santo Aldeberto e santa Reinalda.
Santa Gúdula se educou no convento de Nivelle sob a tutela de sua santa madrinha. Morta Santa Gertrudis em 659, voltou-se Gúdula para a casa paterna. Segundo uns, viveu recolhida no oratório de São Salvador de Moorsel, a poucas milhas de seu povo natal. Segundo outros, permaneceu em casa de seus pais, levando uma vida extraordinária de piedade e recolhimento.
Conta a lenda que gostava Santa Gúdula de se dirigir todas as manhãs antes da aurora à capelinha de madeira dedicada a São Salvador, em Moorsel, e que um dia o demónio, furioso de vê-la tão devota; lhe apagou a lanterna que levava na mão. Gúdula se pôs em oração, ajoelhada no barro, e a lâmpada voltou a acender-se milagrosamente. Esta lenda deu lugar ao distintivo iconográfico da Santa: uma lanterna, ás vezes representada por um círio, que a Santa leva na mão, enquanto o demónio dá sinais de raiva a seus pés e um anjo lateral acende de novo o círio.
Hubert, o antigo cronista de Lobbes, nos apresenta a Santa Gúdula como uma mulher consagrada em corpo e alma ao socorro do próximo. Voltando um dia da capela de Moorsel, encontrou a uma pobre mulher que levava nos braços um menino de dez anos paralítico de pés e mãos. Gúdula o tomou em suas mãos, o acariciou e rogou fervorosamente a Àquele que disse: "Todo o que pedirdes a meu Pai em meu nome Ele vos concederá" Imediatamente o menino se sentiu curado e começou a dar saltos de alegria. Em outra ocasião veio a seu encontro uma leprosa chamada Emenfreda. A Santa examinou suas chagas, a consolou com doces pensamentos e depois a curou. A notícia de estes prodígios se estendeu rapidamente por toda a região. E uma multidão de desgraçados acudia a ela em busca de socorro.
Após breve enfermidade Gúdula morreu, provavelmente em 8 de Janeiro de 712. Hubert nos descreve a desolação das pobres gentes da comarca que estavam acostumadas a ver nela uma espécie de fada protectora. E nos transmite os grandes louvores que as gentes fizeram da Santa com motivo de sua morte. Foi enterrada em Vilvoorde.
Depois de algum tempo foi trasladado o corpo de Santa Gúdula a Moorsel, onde se estabeleceu um mosteiro de religiosas que durou pouco tempo. Mais tarde seus restos mortais foram confiados a Carlos de França, filho de Luis, duque da Baja Lorena. Provavelmente em 977. Durante uns sessenta anos o corpo de Santa Gúdula repousou na igreja de São Géry de Bruxelas, então simples capela castrense, construída junto à residência condal. Por fim, o conde de Lovaina, Lamberto II, fez trasladar em 1047 o precioso depósito para a igreja de Molemberg, dedicada a São Miguel, que foi provavelmente a primeira paróquia de Bruxelas e que depois mudou seu nome pelo de Santa Gúdula. Ao mesmo tempo o príncipe erigiu ali um capítulo. Uma antiga nota, que se conserva nos Arquivos Gerais do Reino de Bruxelas, relata a história desta fundação.
O martirológio romano celebra a festa de Santa Gúdula em 8 de Janeiro, enquanto que na arquidiocese de Malinas e na diocese de Gante se celebra em 19 do mesmo mês.
• Eurósia Fabris, Beata
Janeiro 8  -  Esposa
Eurosia Fabris, Beata
Eurósia Fabris, Beata

Ela nasceu em Quinto Vicentino, uma pequena aldeia perto da cidade de Vicenza (Itália), em 27 de Setembro de 1866, seus pais eram camponeses.
Em 1870 a família mudou-se para Marola, uma outra cidade na província de Vicenza, onde Eurósia passou a vida inteira. Ele só pôde ir à escola dois anos entre 1872 e 1874, e então teve que ajudar o pai no trabalho agrícola e sua mãe nos afazeres domésticos. Na escola, ela aprendeu pelo menos a ler e escrever. Isso permitiu-lhe ler os textos sagrados da Bíblia e alguns outros de conteúdo religioso, como o Catecismo e História Sagrada.
Ela ajudou sua mãe no comércio como costureira, de que se tornou uma especialista. Dotada de grandes qualidades humanas e de fé, sempre esteve atenta às necessidades de sua família.
Aos doze anos recebeu sua primeira comunhão. Desde aquele dia ela participava em todos os feriados religiosos, pois naquela época não era permitido Comunhão diária. Matriculou-se na associação das Filhas de Maria, na freguesia de Marola. Frequentemente ia a reuniões regulares do grupo e  rapidamente aprendeu os seus estatutos.
Ela cultivou uma fervorosa devoção ao Espírito Santo, Cristo crucificado, a Virgem Maria e as almas do Purgatório. Seu amor por Maria foi favorecida pela sua família, incluindo seus amigos da paróquia, ensinando o catecismo às meninas e adolescentes que vinham a sua casa para aprender a arte da costura.
Aos dezoito anos ela era uma mulher responsável jovem, piedosa e trabalhadora. Estas virtudes e beleza não se perderam, e recebeu várias propostas de casamento, que não teve em conta.
Em 1885, a dolorosa experiência que mudou sua vida: uma vizinho, uma jovem mulher morreu, deixando três filhas muito pequenas, a primeira das quais morreu pouco depois de nascer, a segunda tinha vinte meses, e a terceira, quatro anos. Com Charles, o pai dos órfãos, eles viviam com um tio e avô, doentes crónicos, três homens de diferentes naturezas e muitas vezes em conflito uns com os outros.
Durante seis meses, veio Eurósia todas as manhãs para cuidar dos filhos e limpar a casa. Então, seguindo os conselhos de parentes e do pastor, depois de rezar intensamente, concordou em casar com Charles, mas estava consciente dos sacrifícios que eles teriam de enfrentar. Ela sentiu o casamento como a vontade de Deus, que apelou a uma nova missão. O pastor disse mais tarde: "Foi realmente um acto heróico de caridade para com o próximo."
O casamento teve lugar no dia 5 de Maio de 1886 e foi coroado com nove crianças.
Ela agiu com a maior fidelidade aos deveres de esposa e mãe de profunda comunhão com seu marido, que se tornou o conselheiro e reconfortante, dando terno amor a todos os filhos (seus e do marido) ; intensa vida de oração, o amor de Deus e da devoção à Eucaristia e a Virgem Maria.
Ela entrou na Ordem Terceira Franciscana, agora chamada de Ordem Franciscana Secular, e viveu a sua pobreza de espírito e a alegria de trabalhar e de oração, em louvor a Deus, o Criador, fonte de todo bem e toda a nossa esperança.
Ela fez  de sua família uma verdadeira igreja doméstica, onde aprendeu a criar seus filhos em oração, obediência, temor de Deus, sacrifício, trabalho duro e as outras virtudes cristãs.
Aí se sacrificou dia a dia, como uma lâmpada sobre o altar da caridade.
Morreu em 8 de Janeiro de 1932, e foi beatificada pelo Papa Bento XVI em Novembro 6, 2005.
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Lorenzo Justiniano, Santo
Janeiro 8   -  Patriarca de Veneza
Lorenzo Justiniano, Santo
Lorenzo Justiniano, Santo
Bispo
Martirológio Romano: Na cidade de Veneza (hoje Itália), são Lorenzo Giustiniani, bispo, que ilustrou a esta Igreja com sua doutrina de sabedoria eterna (1456).
São Lorenzo nasceu em Veneza em 1381, e desde menino abrigou o desejo de ser santo. Quando tinha dezanove anos sentiu o chamamento de Deus para se consagrar de maneira especial a seu serviço, e por revelação divina se entregou inteiramente à procura da ciência e o amor de Dios. A força de sua resolução para seguir o tortuoso caminho da cruz ficou demonstrada na rigorosa severidade com que tratava a seu corpo e a constante dedicação de sua mente aos assuntos da religião.
Em 1406, o santo recebeu a ordenação sacerdotal. O fruto de seu espírito de oração e penitência foi o conhecimento profundo das coisas espirituais e os caminhos interiores da virtude, assim como uma grande destreza e uma enorme prudência na direcção das almas. Pouco depois de sua ordenação foi nomeado preboste de São Jorge e, para instruir a seus discípulos, só tratava de lhes inculcar a mais sincera humildade.
Em 1433, o Papa Eugénio IV nomeou São Lorenzo para a sede arcebispal de Castello, uma diocese que incluía parte de Veneza. O mesmo, como religioso e como prelado, foi admirável na sua piedade sincera para com Deus e a grandeza de sua caridade para os pobres.
São Lorenzo deixou alguns escritos ascéticos muito valiosos; tinha setenta e quatro anos quando escreveu seu último trabalho, titulado "Os Graus de Perfeição".
São Lorenzo faleceu em 8 de Janeiro de 1455, mas sua festa se celebra neste dia, em que recebeu sua consagração episcopal. Foi canonizado em 1690.
HTTP://ES.CATHOLIC.NET/SANTORAL
Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por António Fonseca

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

7 de JANEIRO de 2010 – SANTOS DO DIA


SANTOS DO DIA DE HOJE
7 DE JANEIRO DE 2010

Raimundo de Peñafort, Santo
Janeiro 7   -  Presbítero Dominicano
Raimundo de Peñafort, Santo
Raimundo de Peñafort, Santo
Presbítero Dominicano
Martirológio Romano: São Raimundo de Peñafort, presbítero da Ordem de Pregadores, exímio mestre em direito canónico, que escreveu de modo muito acertado sobre o sacramento da penitência. Eleito mestre geral da Ordem, preparou a redacção das novas Constituições e, chegado a idade muito avançada, adormeceu no Senhor na cidade de Barcelona, em Espanha. (1275)
Etimologicamente: Raimundo = Aquele que é protector ou bom conselheiro, é de origem germânica.

Quando Gregório IX, de quem havia sido um precioso colaborador, lhe comunicou sua intenção de nomeá-lo arcebispo de Tarragona, a consternação de Raimundo de Peñafort foi tal que adoeceu. O humilde e douto sacerdote, que havia nascido entre 1175 e 1180, havia sempre recusado honras e prestigio, mas não o havia logrado. Recusando uma vida cómoda e alegre (era filho do nobre castelhano de Peñafort), se havia dedicado desde muito jovem aos estudos filosóficos e jurídicos; aos vinte anos ensinava filosofia em Barcelona, e aos trinta anos, recém graduado, ensinava jurisprudência em Bolonha. O soldo que obtinha por isso o gastava todo em socorrer aos necessitados.
Regressou a Barcelona por convite de seu bispo, que o nomeou canónico. Mas quando os dominicanos chegaram a essa cidade, o convidaram a ingressar em suas filas e Raimundo, abandonando tudo, entrou na Ordem. Dezasseis anos depois, em 1238, foi nomeado Superior Geral, cargo que não pôde recusar. Durante dois anos visitou a pé os conventos da Ordem, depois reuniu o Capítulo geral em Bolonha e apresentou sua renúncia. Assim, aos setenta anos de idade pôde regressar ao ensino e à pastoral.
Nomeado confessor do rei Santiago de Aragão, não duvidou em reprovar sua conduta escandalosa durante a expedição à ilha de Maiorca. Uma lenda conta que o rei havia proibido que as embarcações se dirigissem até Espanha, e então, Raimundo, para manifestar seu desacordo com o soberano, estendeu sua manta sobre a água e sobre ela navegou até Barcelona.
Uma de suas obras apostólicas dignas de recordar são as missões para a conversão dos hebreus e os maometanos que viviam em Espanha. Segundo a tradição, se lhe atribui o mérito de haver convidado a Santo Tomás de Aquino a escrever a Summa contra Gentios, para que seus pregadores tivessem um texto seguro de apologética para as controvérsias com os hereges e infiéis. Ele próprio redigiu importantes obras de teologia moral e de direito, entre elas a Summa casuum para a administração correcta e eficaz do sacramento da penitência. Morreu quase aos cem anos, em 6 de Janeiro de 1275 e foi canonizado em 1601.
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Canuto Lavard, Santo
Janeiro 7   -  Mártir

Canuto Lavard, Santo
Canuto Lavard, Santo
Mártir
Martirológio Romano: Nos bosques próximos a Ringsted, na Dinamarca, são Canuto, apelidado Lavard, mártir, que, feito duque de Schleswig, exerceu o poder de modo justo e prudente, e favoreceu a piedade de seu povo. Morreu assassinado por inimigos que recusavam a sua autoridade (1131).

Canuto Lavard (12 de Março de 1096 - Ringsted, Dinamarca, 7 de Janeiro de 1131). Príncipe danês ou (dinamarquês, na actualidade), duque de Jutlandia Meridional de 1115 a 1131, e rei dos Obodritas de 1129 a 1131.
Canuto Lavard era filho do rei Erik I de Dinamarca e da rainha Bodil Thrugosdatter. Em 1115, seu tio, o sucessor de seu pai, o rei Nicolás I de Dinamarca, concedeu-lhe o título de duque de Jutlandia Meridional.
Enrique, o príncipe cristão dos Obodritas, povo wendo de Vagrie, perto de seu ducado, que havia sido anexado a Dinamarca, morreu em 1129 e a família real foi assassinada. Canuto Lavard se fez nomear rei pelo imperador germânico, com o objectivo de terminar a evangelização dos primeiros pagãos desta região da costa báltica.
Seu primo, Magnus Nilsson, filho de Nicolás I de Dinamarca, foi nomeado rei de Suécia, como sucessor do rei Inge I de Suécia.
Ambos primos, eventuais pretendentes ao reino de Dinamarca, contavam, portanto, com um título real e a animosidade entre eles foi crescendo até que Magnus Nilsson matou a Canuto Lavard em Haraldsted, perto de Ringsted, em Selandia, em 7 de Janeiro de 1131. Desde o momento de sua morte, o jovem príncipe Canuto foi objecto de devoção. Seu assassinato desatou uma guerra civil na Dinamarca.
Canuto Lavard foi declarado Santo pelo Papa Alexandre III el 25 de Junho de 1170, durante o reinado de seu filho Valdemar I de Dinamarca. Sua festividade, o Knutsdagen (Dia de Canuto) se celebrou originalmente o dia de sua morte, 7 de Janeiro, mas posteriormente foi mudada para 13 de Janeiro, como permanece na actualidade.
Casou-se, em 1116 com Ingeborg de Kiev, filha do príncipe Mstislav I de Kiev. Desta união nasceram:
ºMargarita, casada com Stig Tokesen Hvide, morto em 1151
ºCristina, nascida em 1118, casada com o rei Magnus IV de Noruega, foi repudiada.
ºCatalina, casada em 1159 com Pribislav, príncipe dos Wendes
ºValdemar I de Dinamarca, filho póstumo, nasceu em 14 de Janeiro de 1131
Carlos Sezze, Santo
Janeiro 7   -  Religioso franciscano
Carlos Sezze, Santo
Carlos Sezze, Santo
Alguns escritores modernos têm chamado a atenção dos teólogos místicos sobre este leigo franciscano, antes quase desconhecido por causa de ficar ainda inéditos em sua maior parte seus numerosos escritos, que são quarenta entre tratados e cartas; somente seis, e não certamente os mais importantes, mereceram a honra da imprensa.
Nasceu este santo varão em Sezze, formosa vila da província romana, em 22 de Outubro de 1613, de pais muito pobres de bens temporais mas muito ricos de virtudes, os quais lhe procuraram dar unicamente a instrução elementar, que bem cedo teve que interromper para se dedicar à guarda das ovelhas, o que lhe serviu admiravelmente, como a outro Pascual Bailão, para o exercício de oração e a leitura de livrinhos piedosos. Visitava com frequência a igreja dos Frades Menores, não muito longe de sua casa, e ao contemplar nela os toscos quadros dos beatos (hoje canonizados) Salvador de Horta e Pascual Bailão, leigos espanhóis da expressada Ordem, sentia tal entusiasmo que, como escreveu depois, exclamava: «Se eu chego a entrar nesta religião imitarei a estes santos: passarei as noites na igreja e farei asperíssima penitência».
Caiu logo em muito grave enfermidade, a qual foi causa decisiva de sua vocação religiosa, de modo que aos dezassete anos de idade pediu licença para entrar entre os religiosos franciscanos da província de Roma no estado laical, o qual conseguiu depois de longa e dura prova, sendo enviado ao convento de Nazzaro, onde vestiu o pobre saial de São Francisco no dia 18 de Maio de 1635, começando logo o noviciado. Passado o ano de prova entre rigorosos exercícios de penitência e grandes tribulações espirituais, alguns religiosos professos estavam perplexos em lhe permitir ou lhe negar a licença para pronunciar os três votos perpétuos, duvidando que pudesse sustentar o peso da vida regular. Nesta lamentável situação acudiu o devoto jovem à Virgem Santíssima, de quem havia recebido já tantos favores; esta clementíssima Mãe veio sem tardar em seu auxilio, de modo que, desaparecendo aqueles temores, pôde no dia 19 de Maio de 1636 consagrar-se para sempre ao Senhor, mudando o nome de João Carlos pelo de Carlos de Sezze. 
A vida do fervoroso leigo depois de sua profissão foi bastante simples, residindo sucessivamente nos conventos de Morlupo, Ponticelli, Palestrina, Carpineto (pátria do futuro papa León XIII), São Pedro in Montorio de Roma (em grande parte edificado pelos Reis Católicos Fernando e Isabel) e São Francisco a Ripa, que conserva a recordação do quarto de São Francisco e onde Carlos de Sezze faleceu santamente no dia 6 de Janeiro de 1670. Morando em Morlupo teve uma tremenda visão que lhe deu alento no progresso da vida contemplativa; em Ponticelli deu-se inteiramente ao exercício que chamava «a confiança em Deus» ou a pequenez espiritual, à guisa de um menino descansando no regaço de sua mãe e que tanto recomenda o Santo em seus escritos. Bem cedo o cativou outro exercício saudável: rogar todos os dias pela propagação da fé nos países pagãos, desejando além disso derramar neles o sangue por Cristo, e para o efeito pediu e obteve partir como missionário para as Índias de patronato português; mas ao ir para lá lhe sobreveio uma grave enfermidade, pelo que foi trasladado para a enfermaria de São Francisco a Ripa, chorando amargamente porque não podia acompanhar os que saiam destinados àquelas missões.
Naquele tempo a província romana abriu um convento de retiro em Castelgandolfo, onde os religiosos viviam com extraordinária austeridade, muito semelhante à dos antigos anacoretas; ali acudiu nosso Carlos com permissão dos superiores; mas pelo visto o sitio não era muito são, assim é que pouco depois, isto é, em 1643, houve que encerrar aquele convento por causa das doenças contraídas por alguns religiosos; pelo que o servo de Deus foi trasladado a Carpineto, onde pôde dar provas de sua heróica caridade durante a terrível epidemia que devastou aquela região. Viu-se muitas vezes assistindo aos pobres empestados mais perigosos, sem cuidar de sua própria saúde e também carregando sobre suas costas aos mortos para lhes dar cristã sepultura. Deus permitiu que, em vez de prémio por tanta abnegação e sacrifício, recebesse uma pública repreensão e fosse trasladado ao convento romano de São Pedro in Montorio para encarregar-se do oficio de sacristão e, mais tarde, do de questor de esmolas  na mesma capital. Exercitando este último humilde serviço recebeu de Jesús Sacramentado o mais estupendo prodígio de sua vida, que lhe mereceu o título de «Serafim da Eucaristia», pois que entrando uma manhã na igreja de São José «de Capo de Case», situada perto da actual praça de Espanha, e ouvindo ali em companhia de alguns fieis e todo absorto no amor de Jesús o santo sacrifício da missa, ao chegar o acto da elevação um raio luminoso partiu da hóstia sagrada ferindo o costado do Santo até penetrar seu coração – cujo sinal se observa ainda actualmente –, com o qual caiu o extático leigo num admirável delíquo (desmaio) de amor e dor, como ele mesmo refere em sua autobiografia. Desde este momento a vida de frei Carlos foi eminentemente eucarística, de modo que frequentemente, depois da santa comunhão, experimentava largos colóquios e íntimas comunicações com Jesús, a quem tanto recreava o fervor e simplicidade columbina de seu servo.
Este fidelíssimo filho do «Pobrecillo de Assis» foi decorado com o dom de milagres: numerosíssimos enfermos recobraram a saúde mediante as orações que por eles elevava ao Senhor, à Virgem Santíssima e ao então Beato Salvador de Horta, taumaturgo catalão, cuja devoção haviam propagado por Itália os franciscanos de Sardenha, em cuja capital havia falecido em 1567, e neste mesmo tempo trabalhava em Roma para sua canonização o Beato Buenaventura de Barcelona, leigo também falecido igualmente como seu compatriota em terras italianas. O próprio Carlos de Sezze refere difusamente uns vinte milagres obrados por ele mediante uma relíquia do prodigioso franciscano de Horta, que levava sempre consigo. Estes milagres, o mesmo que suas excelsas virtudes e maravilhosas profecias, fizeram popular no Lacio o nome de frei Carlos, de modo que até alguns cardeais e papas o cumularam de obséquios. Predisse a honra do Papado aos purpurados Chigi (Alexandre VII), Rospigliosi (Clemente IX), Alfieri (Clemente X) e Albani (Clemente XI); outros pontífices o convidaram não poucas vezes à sua corte para aproveitar-se de seus sobrenaturais conselhos e espiritual doutrina.
Maravilha causa ver em Carlos de Sezze, que somente havia aprendido a ler e escrever, uma doutrina mística tão sublime, que alguns escritores modernos a comparam à de Santa Teresa ou de São João da Cruz, proclamando-o um dos melhores autores da mesma disciplina no século XVII, dotado certamente de ciência infusa. É verdadeiramente um escritor fecundo. Não se hão conservado todas suas obras, pois sabemos que estando em Carpineto seu confessor o mandou queimar um livro de meditações, o qual executou sem resistência alguma, e outro confessor seu, o padre António de Aquila, o qual nos deu a primeira lista dos mesmos escritos, assegura que havia outros já então perdidos. De todos modos, os que existem actualmente dão direito a proclamar a São Carlos autor espiritual de grande fecundidade e seguro magistério.
Entre suas obras, estudadas recentemente com utilíssimos detalhes pelo douto padre Jaime Heerinckz, descolam por sua importância: Le tre Vie, tratado sobre a via purgativa, iluminativa e unitiva; Cammino interno dell´anima; Discorsi sopra la vita di N. Signor Gesù Cristo; Sacro Settenario, que, segundo diz o mesmo autor, a seráfica madre Santa Teresa de Jesús o ditou textualmente; finalmente a obra mais extensa e de maiores voos: Le grandezze della misericórdia di Dio in un anima diulata dalla grazia divina, que é a sua autobiografia, composta por inspiração divina e por mandato de seu confessor. O Santo trabalhou nesta última obra desde 1661 até 1665, enquanto residia no convento romano de São Pedro in Montorio. Descreve nela sua própria vida e sobretudo as graças que havia recebido do Altíssimo desde sua infância com a idade de cinquenta e dois anos. O livro está dividido em sete partes e em cento doce capítulos, sua matéria está saturada de preciosas ideias e descrições importantes não somente pelo que se refere à vida do autor, mas também e principalmente pela multidão de fenómenos místicos e muito extraordinários, nesta volumosa obra descritos, e que podem ser utilíssimos aos cultivadores da ciência mística. 
A doutrina espiritual deste servo de Deus é sempre sólida e substancial; e apesar de que seu autor não pôde dedicar-se a estudos de alta teologia, trata dela de uma maneira maravilhosa, descrevendo sapientemente os graus mais elevados da mística católica, de modo que neste sujeito verificou-se de novo a verdade da sentença evangélica segundo a qual o Senhor esconde os mistérios divinos aos sábios do mundo e os revela aos parvos de espírito.
Morreu o Santo no convento romano de São Francisco a Ripa na festa dos Reis de 1760, depois de poucos dias de enfermidade, durante a qual recebeu, ajoelhado no solo, o divino Viático, confortado com uma celestial visão do Salvador, da Virgem Santíssima e de muitos anjos. O papa Leão XIII o elevou às primeiras honras dos altares em 1882 e João XXIII o há canonizado neste ano de 1959 juntamente com a barcelonesa Joaquina Vedruna de Más, fundadora das Carmelitas da Caridade. Seu sepulcro se venera na igreja franciscana de São Francisco a Ripa, mas o coração incorrupto, com o sinal da cruz impresso no acto do prodígio eucarístico referido, se conserva na capela do convento chamada de São Francisco.
Luciano de Antioquia, Santo
Janeiro 7  -  Sacerdote Mártir

Luciano de Antioquía, Santo
Luciano de Antioquia, Santo
Sacerdote de Antioquia, professor de exegese bíblica e fundador da Escola de Antioquia, traduz o Antigo Testamento, seu campo próprio; e destaca por sua virtude, sabedoria e oratória.
Durante a perseguição de Valério Maximiano, é martirizado em Nicodemia, em 7 de Janeiro do ano 212, e sepultado em Helenópolis de Bitinia.
Ao fazer seu panegírico São João Crisóstomo, destaca como a devoção eucarística o levou a celebrar a Santa Missa na prisão, a véspera de seu martírio, tendo como altar o próprio peito.
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Lindalva Justo de Oliveira, Beata
Janeiro 7  -  Virgem e Mártir
Lindalva Justo de Oliveira, Beata
Lindalva Justo de Oliveira, Beata
Beata Lindalva Justo de Oliveira (1953 – 1993)
Mártir, Religiosa Filha da Caridade de São Vicente de Paulo
Lindalva Justo de Oliveira nasceu em 20 de Outubro de 1953 em Sitio Malhada da Areia, numa zona muito pobre de Rio Grande do Norte, Brasil. O pai de Lindalva, João Justo da Fé, um granjeiro violo. Seu segundo matrimónio foi com María Lúcia de Oliveira. A pequena Lindalva foi a sexta de 13 meninos nascidos ao casal. Lindalva foi baptizada em 7 de Janeiro de 1954.
Sua família não era pudica, mas era rica na fé cristã. João mudou a sua família para Açu para que seus filhos pudessem ir à escola, e depois de muitos sacrifício ele conseguiu comprar uma casa onde a família reside ainda hoje.
Seguindo o bom exemplo de sua mãe, Lindalva demonstrou uma inclinação natural para os meninos mais pobres e compartilhou muito tempo com eles. 
Com a idade de 12 anos, Lindalva recebeu sua Primeira Comunhão, e durante seus anos escolares ela estava sempre contente de ajudar ao menos afortunado. Depois, em 1979, enquanto vivia com seu irmão Djalma e sua família, em Natal, ela obteve o diploma de ajudante administrativa.
De 1978 a 1988 ela teve vários trabalhos em vendas por miúdo e como caixeira numa estação de gasolina, enviando algo de seu salário para casa para ajudar a sua mãe. Lindalva encontrou tempo para visitar, todos os dias depois do trabalho, o asilo de anciãos da localidade.
Em 1982, enquanto ajudava amorosamente a seu pai nos últimos meses de sua doença terminal, meditou a sério sobre sua vida e decidiu servir aos pobres. Se registou então num curso de enfermeira, mas também desfrutou essas coisas típicas da juventude: fazer amizades, lições de guitarra e estudos culturais.
Em 1986 participou em actividades vocacionais das Filhas de Caridade. Depois de ter recebido o Sacramento de Confirmação em 1987, Lindalva solicitou ser admitida pela dita congregação. Na Festa de Nossa Senhora de Lourdes, 11 de Fevereiro de 1988, ingressou no noviciado sendo sua presença moralmente edificante para seus companheiros por sua alegria e a genuína preocupação pelos pobres.
Seu carácter estava marcado por uma doce disposição mas também pela sinceridade. Numa carta a António, seu irmão alcoólico, escreveu: "Pensa sobre isto e interioriza-o em ti. Eu oro muitíssimo por ti e continuarei orando, e se é necessário farei penitência para que sejas capaz de reivindicar-te como pessoa. Segue a Jesus, que lutou até à morte pelos pecadores, dando até sua própria vida, não como Deus mas sim como homem, para o perdão dos pecados. Devemos buscar refúgio n’Ele; só n’Ele a vida merece a pena". Um ano depois seu irmão deixou de beber.
Em 29 de Janeiro de 1991 Soror Lindalva foi assinalada para atender a 40 pacientes terminais, todos homens, no centro de saúde municipal em Salvador da Baia. Empreendeu as tarefas mais humildes e buscou servir aqueles que mais sofriam tanto espiritual como materialmente animando-os à recepção dos sacramentos. Soror Lindalva cantava e orava com eles, e inclusive passou as provas de condução para os poder levar a passear.
Durante Janeiro de 1993, um tal Augusto da Silva Peixoto, um varão de 46 anos de idade, de um carácter irascível, usando uma recomendação conseguiu ser admitido nas instalações ainda que ele não tivesse nenhum direito para estar ali. Soror Lindalva o tratou com a mesma cortesia e respeito que aos outros pacientes,mas ele se enamorou dela.
Ela se distanciou prudentemente dele e era muito cuidadosa ao ter que o atender. Não obstante, ele expôs explicitamente suas intenções luxuriosas para com ela. Uma simples solução teria sido que Soror Lindalva deixasse o lugar, mas seu amor pelos anciãos a fez declarar, "prefiro verter meu sangue do que deixar este lugar." 
Em 30 de Março os assédios de Augusto se puseram tão insistentes e aterradores que ela procurou a ajuda de um oficial de segurança para travar a este paciente desobediente. Ainda que ele tenha prometido melhorar a sua atitude e conduta, encheu-se de tal ódio e vingança que desenvolveu um plano assassino.
Em 9 de Abril de 1993, Sexta-feira Santa, Soror Lindalva tomou parte da Via Crucis paroquial às 4:30 pela manhã. Perto das 7 da manhã regressou a seu trabalho para preparar e servir o desjejum como o fazia todos os dias. Entretanto ela servia o café, Augusto se acercou e atacou-a com uma faca de peixe sobre o pescoço. Caiu ao chão e chorando repetia várias vezes "Deus me protege". Os pacientes correram buscando protecção.Envolvido na sua fúria demente, Augusto a apunhalou 44 vezes (!!!) e dizia: “Já devia ter feito isto há mais tempo”.Tranquilizando-se então de repente, se sentou num banco, limpou a faca nas suas calças, atirou-o para a mesa e exclamou: “Ela não me quis…” e voltando-se para o médico  disse: , "Pode chamar a polícia, não fugirei; fiz o que tinha a fazer". 
No dia seguinte, Sábado Santo, o Cardeal Lucas Moreira Neves, O.P., Primado de Brasil, celebrou o enterro da Irmã de 39 anos de idade e comentou: "Uns poucos anos foram suficientes para que Soror Lindalva coroasse sua vida Religiosa com o martírio."
Em 2 de Dezembro de 2007 foi beatificada em São Salvador da Baía (no Estádio de Barradão) pelo Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, delegado para este fim por Sua Santidade Bento XVI.
Reproduzido com autorização de Vatican.va
traduzido por Xavier Villalta

María Teresa del Sagrado Corazón, Beata
María Teresa do Sagrado Coração, Beata
Nasceu em 27 de Fevereiro de 1777 em Liege, Bélgica, e foi baptizada com o nome de Juana Haze.
Foi fundadora das Filhas de Santa Cruz de Liege.
Morreu em 7 de Janeiro de 1876 em sua cidade natal.
Em 1991 João Paulo II, confirmou suas heróicas virtudes declarando-a beata.
http://es.catholic.net/santoral
Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por António Fonseca

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

6 de JANEIRO de 2010 – SANTOS DO DIA

 

Festa da Epifania ou Dia de Reis

Os pastores e reis do Oriente visitam a Jesus o Messias, levam-lhe presentes e o adoram com ouro, incenso e mirra.

Epifanía del Señor

Festa da Epifania ou Dia de Reis

Origem da festa:
Em 6 de Janeiro celebrava-se desde tempos imemoriais no Oriente, mas com um sentido pagão: No Egipto e Arábia, durante a noite de 5 para 6 de Janeiro se recordava o nascimento do deus Aion. Criam que ele se manifestava especialmente ao renascer o sol, no solstício de inverno que coincidia com 6 de Janeiro. Nesta mesma data, se celebravam os prodígios do deus Dionísio em favor de seus devotos.
A festa da Epifania substituiu os cultos pagãos de Oriente relacionados com o solstício de inverno, celebrando esse dia a manifestação de Jesus como Filho de Deus aos sábios que vieram de Oriente a adorá-lo. A tradição passou ao Ocidente em meados do século IV, através do que hoje é França.
A história dos Reis Magos se pode encontrar em São Mateus 2, 1-11.
Depois de haver nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do Rei Herodes, uns magos de Oriente se apresentaram em Jerusalém dizendo: ¿onde está o que há nascido, o Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e vimos a adorá-lo.
Ao ouvir isto, o Rei Herodes se pôs muito preocupado; então chamou a uns senhores que se chamavam Pontífices e Escribas (que eram os que conheciam as escrituras) e perguntou-lhes o lugar do nascimento do Messias, do Salvador que o povo judeu esperava fazia muito tempo.
Eles responderam:

Em Belém de Judá, pois assim está escrito pelo Profeta:
E tu, Belém terra de Judá
de nenhum modo é a menor
entre as principais cidades de Judá
porque de ti sairá um chefe
que será o pastor de meu povo Israel


Então Herodes, chamando aparte os magos, enviou-os à cidade de Belém e disse-lhes: Vão e informem-se muito bem sobre esse Menino; e quando o encontrem, avisem-me para que eu também vá a adorá-lo. Os Reis Magos saíram e a estrela que haviam visto no Oriente, ia diante deles até que foi parar sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram uma grande alegria.
Entraram no casebre e viram o Menino com Maria sua mãe. Se ajoelharam e o adoraram. Abriram seus tesouros e lhe ofereceram presentes
: ouro, incenso e mirra. Logo depois, havendo sido avisados em sonhos que não voltassem a Herodes, (pois ele queria encontrar o Menino para o matar), regressaram a seu país por outro caminho.”

Podemos aproveitar esta festa da Igreja para reflectir nos ensinamentos que nos dá este passagem evangélica:
* Os magos representam a todos aqueles que buscam, sem se cansar, a luz de Deus, seguem seus sinais e, quando encontram a Jesus Cristo, luz dos homens, lhe oferecem com alegria tudo o que têm.
* A estrela anunciou a vinda de Jesus a todos os povos. Hoje em dia, o Evangelho é o que anuncia a todos os povos a mensagem de Jesus.
* Os Reis Magos não eram judeus como José e Maria. Vinham de outras terras longínquas (de Oriente: Pérsia e Babilónia), seguindo a estrela que os levaria a encontrar o Salvador do Mundo. Representam a todos os povos da terra que desde o paganismo têm chegado ao conhecimento do Evangelho.
* Os Reis Magos deixaram sua pátria, casa, comodidades, família, para adorar o Menino Deus. Perseveraram apesar das dificuldades que se lhes apresentaram. Era um caminho longo, difícil, incómodo, cansativo. O seguir a Deus implica sacrifício, mas quando se trata de Deus qualquer esforço e trabalho vale a pena.
* Os Reis Magos tiveram fé em Deus. Acreditaram ainda que não o veriam, ainda que não o entendessem. Talvez eles pensassem encontrar a Deus num palácio, cheio de riquezas e não foi assim, mas que o encontraram num presépio e assim o adoraram e lhe entregaram os seus presentes. Nos ensinam a importância de estar sempre pendentes dos sinais de Deus para os reconhecer.
Os Reis Magos foram generosos ao ir ver a Jesus, não chegaram com as mãos vazias.

Levaram-lhe:

· OURO: que se dá aos reis, já que Jesus havia vindo de parte de Deus, como rei do mundo, para trazer a justiça e a paz a todos os povos;

· INCENSO: que se dá a Deus, já que Jesus é o filho de Deus feito homem;

· MIRRA: que se untava aos homens escolhidos, já que adoraram a Jesus como Homem entre os homens.

Isto nos ajuda a reflectir na classe de presentes que nós oferecemos a Deus e a reconhecer que o importante não é o presente em si, mas sim o saber dar-se aos outros. Na vida devemos buscar a Deus sem nos cansarmos e oferece-lhe com alegria tudo o que temos.
* Os Reis Magos sentiram uma grande alegria ao ver o Menino Jesus. Souberam valorizar o grande amor de Deus pelo homem.
* Devemos ser estrela que conduza aos outros até Deus.


Significado da festa:
Antes da chegada do Senhor, os homens viviam em trevas, sem esperança. Mas o Senhor veio, e é como se uma grande luz houvesse amanhecido sobre todos e a alegria e a paz, a felicidade e o amor houvesse iluminado todos os corações. Jesus é a luz que veio a iluminar e transformar a todos os homens.
Com a vinda de Cristo se cumpriram as promessas feitas a Israel. Na Epifania celebramos que Jesús veio a salvar não só a Israel mas a todos os povos.
Epifania quer dizer "manifestação", iluminação. Celebramos a manifestação de Deus a todos os homens do mundo, a todas as regiões da terra. Jesus veio para revelar o amor de Deus a todos os povos e ser luz de todas as nações.
Na Epifania celebramos o amor de Deus que se revela a todos os homens. Deus quer a felicidade do mundo inteiro. Ele ama a cada um dos homens, e veio salvar a todos os homens, sem se importar de sua nacionalidade, sua cor ou sua raça.
É um dia de alegria e agradecimento porque ao ver a luz do Evangelho, saímos ao encontro de Jesus, o encontramos e lhe rendemos nossa adoração como os magos.

Origem da Rosca de Reis

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Depois dos Reis adorarem a Jesus, um anjo os avisou de que não regressassem onde estava Herodes e eles regressaram por outro caminho. Herodes ao inteirar-se que havia nascido o Rei que todos esperavam, teve medo de perder seu posto e mandou matar a todos os meninos menores de dois anos entre os quais se encontraria o dito Rei.
A Sagrada Família fugiu para o Egipto e o Menino Deus se salvou, outras famílias esconderam aos bebés em vasilhas de farinha e assim não foram vistos e salvaram suas vidas. Desde então, os judeus comiam pão ázimo em 6 de Janeiro em que escondiam um boneco de barro recordando este acontecimento.
Os primeiros cristãos tomaram um pouco desta tradição e a misturaram com a história da visita dos Reis Magos para a celebração da Epifania: trocaram o pão ázimo por pão de farinha branca e levedura, cozida em forma de Rosca, adoçando-o com mel e adornando-o com frutos do deserto, como figos, tâmaras e algumas nozes.
Para os cristãos, a forma circular da rosca simboliza o amor eterno de Deus, que não tem princípio nem fim. Os confeitos são as distracções do mundo que nos impedem encontrar a Jesus.
O bonequito escondido dentro da rosca, simboliza ao Menino Jesus que os reis não encontravam porque a estrela desaparecia.
Este costume dos cristãos de Palestina chegou à Europa e posteriormente à América.
No México, o que encontra o bonequito da rosca se converte no centro da festa: se lhe põe uma coroa feita de cartão e coberta de papel dourado e se lhe dá a nomeação de “padrinho do Menino Jesus”.
O padrinho deverá vestir com roupas novas a imagem do Menino Jesus do nascimento e apresentá-lo na Igreja no dia 2 de Fevereiro, dia da Candelária.


Sugestões para viver esta festa

· Reflectir e responder às seguintes perguntas: ¿que presente vou dar a Jesus este ano que começa?; ¿que posso mudar para ser melhor?; que presentes vou a oferecer a Jesus?; ¿me encontro alegre porque Deus me ama?; ¿tenho é em Deus?; ¿sei viver na pobreza?; ¿sou generoso (com meu tempo, com minha pessoa, com os outros)?; ¿sei perseverar na minha vida espiritual apesar das dificuldades que se me apresentam?; ¿obedeço a Deus com prontidão?

· Recomendamos para as crianças, Os Magos de Ángel LLorente M.
Consulta também Os Magos de Oriente nem eram reis nem eram três
A epifania do Senhor: A Cidade Iluminada de Jesús Martí Ballester

 

Reis Magos
Janeiro 6  -  Melchior, Gaspar e Baltasar

Reyes Magos

Magos

Melchior, Gaspar e Baltasar
 

Etimologicamente significa” luz, manifestação”. Vem da língua grega.
Estás perante a festa mais antiga, inclusive antes que o próprio Natal. O inicio de sua celebração data do século III no Oriente e no Ocidente se adoptou no século IV.
Neste dia tem lugar a celebração de três factos memoráveis na história da salvação: adoração dos Reis Magos, o Baptismo de Jesus e o primeiro milagre de Jesus Cristo nas bodas de Canã, graças ao qual os discípulos acreditaram no Mestre.
Os Ocidentais aceitaram a festa no ano 400. Ainda que fale dos Magos, o rei principal é o Menino Jesus. Se diz no inicio da Missa: "Já vem o Senhor do Universo, em suas mãos está a realeza, o poder e o império. O verdadeiro rei a que devemos contemplar é ao pequeno Jesus".
O mistério da Epifania o sublinhava Mateus dizendo que os Magos vieram para destacar as profecias que falavam de seu nascimento, e a oferta de ouro, incenso e mirra é o reconhecimento implícito de sua realeza messiânica.
Os Magos para os orientais são gente douta; em língua persa, mago significa “sacerdote”. Mas a Bíblia, em geral, chama a estes Magos Reis estrangeiros.
É a festa da santa Epifania de nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo o que, de uma forma simples e admirável, se dá a conhecer aos Magos chegados de Oriente. Sua adoração é a chave deste dia.
Deseja a Igreja que a luz de hoje, seja o tema central do crente. Estão bem os presentes que se fazem às crianças e aos mais velhos.
Mas o fundamental não deve deixar-se apartado para dar passagem ao mais festivo, alegre e superficial.
¡Felicidades aos Reis Magos e aos que levem os nomes de Melchior, Gaspar e Baltasar!
O prazer dos banquetes não há que o medir pela quantidade das viandas mas pela reunião de amigos e a conversação” (Cícero).

Rita Amada de Jesús (Rita LOPES de Almeida), Beata
Janeiro 6   -  Fundadora

Rita Amada de Jesús (Rita López de Almeida), Beata

Rita Amada de Jesus (Rita Lopes de Almeida), Beata

Fundadora do
Instituto de Religiosas de Jesus, Maria e José

Rita Amada de Jesus nasceu em 5 de Março de 1848, num pequeno povoado da paróquia de Ribafeita, Diocese de Viseu, Portugal. Poucos dias depois foi baptizada com o nome de Rita Lopes de Almeida.
Cresceu num ambiente familiar de muita piedade, onde nas noites se fazia leitura espiritual. Desde sua meninice demonstrou uma devoção especial a Jesus Sacramentado, à Santíssima Virgem e a São José, assim como muito carinho pelo Santo Padre, que  nesse tempo se encontrava em exílio. 
A Igreja em Portugal continuava a ser perseguida por parte da Maçonaria, que se apoderou dos bens eclesiásticos, encerrou os Seminários, e Casas de Religiosos. Aos Institutos de Religiosas, proibiu a admissão de Noviças. Bispos e sacerdotes provenientes de famílias de alto nível económico foram objecto também de ataques. Devido a isto não podiam dedicar-se ao seu ministério completamente, já que tinham que se defender. Tudo isto debilitou em parte a Igreja. 
Mas esta situação política não apagou a ânsia de uma autêntica vida cristã que a família de Rita experimentava, em especial seus Pais, assim como o desejo de a comunicar aos outros. Neste ambiente familiar Deus suscitou em Rita a vocação missionária, para libertar a juventude do indiferentismo religioso, e fomentar os valores morais, e assim com este apostolado pôde fortalecer a família.
Seu zelo apostólico fez dela uma itinerante. Ia de terra em terra e ensinava a orar. Através do Santo Rosário e outras oracões desejava despertar nos corações de quem a escutavam, a imitação de Nossa Senhora, Mãe de Deus.
Em seu apostolado buscava sempre as pessoas que levavam uma vida imoral, e fazia todo o possível para as resgatar do mal e conduzi-las a Deus. Este estilo radical de apostolado, a fez objecto de ameaças de morte. 
À oração uniu a penitência. Para levar a cabo este objectivo, logrou conseguir alguns “instrumentos de mortificação”, em suas visitas às Irmãs Beneditinas do Convento de Jesus a Viseu.
Neste tempo, com a ajuda de seu Confessor, pôde discernir que Deus a chamava à Vida Consagrada. Nesta Época não era possível entrar em nenhum Instituto, devido a que as leis maçónicas proibiam a entrada de noviças. Portanto, Rita seguiu no “mundo”, entregue ao apostolado e às práticas de mortificação, com a esperança de poder consagrar-se a Deus no futuro. Durante este tempo recusou pretendentes, alguns deles ricos, pois segundo ela já havia feito sua consagração a Deus no íntimo de seu coração.
Sua consagração a Deus a levou à prática frequente da Comunhão Reparadora, que fomentou seu fervor Eucarístico, e à devoção ao Sagrado Coração. Deus fez dela um verdadeiro apóstolo concedendo-lhe uma paixão pela salvação das almas.
Colaborando com o apostolado de Rita, seus pais chegaram a albergar em casa mulheres muito desejosas de conversão.
Como aos 20 anos de idade, seu desejo de se consagrar a Deus aumentou consideravelmente. Compartilhou com seus pais este seu grande desejo. Não obstante a fé e vida exemplar cristã de seus pais, eles não aprovaram a sua decisão. Rita não desistiu, ao contrário, continuou nutrindo a esperança de o realizar. E com a idade de 29 anos logrou entrar numa Congregação.
Esta congregação era a única que existia em Portugal porque era estrangeira, e se dedicava só a ajudar aos pobres. Mas como o carisma deste Instituto era diverso do tipo de zelo apostólico que ardia em seu coração, Rita não se pôde identificar com ele.
O Director Espiritual da Comunidade, em quem Rita confiava plenamente, viu que a Vontade de Deus para ela, era: o receber e educar meninas pobres e abandonadas. Rita saiu deste Instituto, de origem francesa, com a idade de 32 anos.
De acordo com o Rev. P. Francisco Pereira, S.J. buscou os meios para se preparar e realizar sua futura e urgente missão. Rita era dotada de muitos dons e virtudes e de natureza piedosa, e só desejava cumprir a vontade de Deus.
Dócil a seu Director Espiritual, logrou vencer os conflitos político e religiosos e fundar um Colégio-Instituto de Jesus, Maria e José, na Paróquia de Ribafeita, com a espiritualidade da Sagrada Família, em 24 de Setembro, 1880.
Em breve tempo, este tipo de apostolado se estendeu a outras dioceses de Portugal. Nas dioceses de Viseu, Lamego e Guarda, as autoridades civis trataram sempre de o suprimir. Experimentou dificuldades de carácter económico, assim como com uma religiosa de seu Instituto.
Ainda mais, no ano 1910, se desencadeou uma feroz perseguição contra a Igreja. Todos os Institutos foram suprimidos, suas propriedades foram expropriadas incluindo o Instituto de Madre Rita, que conseguiu refugiar-se em sua terra natal. 
É aqui onde pouco a pouco logrou localizar suas religiosas dispersas devido à situação política, e reagrupá-las numa humilde casa de Ribafeita. Desde este lugar, enviou vários grupos delas ao Brasil, que perpetuaram o Carisma da Fundadora. Nesta forma seu Instituto pôde sobreviver.
Madre Rita, faleceu em 6 de Janeiro de 1913, em Casalmendinho (Paróquia de Ribafeita), em odor de santidade. Seu funeral, foi presidido pelo Vigário Geral da Diocese, e foi uma acção de graças a Deus pelo dom desta religiosa para a Igreja e ao mundo.
Foi beatificada em 28 de Maio de 2006.
Reproduzido com autorização de Vatican.va

Julián, Basilisa e companheiros, Santos
Janeiro 6  -  Mártires

Julián, Basilisa y compañeros, Santos

Julián, Basilisa e companheiros, Santos

Mártires

Martirológio Romano: Em Antinoe, da Tebaida (hoje Egipto), santos Julián e Basilisa, mártires (s. IV).

Etimologia: Julián = Aquele que pertence à família Júlia, é de origem latina.
Basilisa = aquela que reina, é de origem grega.


Nasceu são Julián em Antioquia, de pais cristãos, em fins do século terceiro.
Havendo-se desposado com uma honestíssima donzela chamada Basilisa, guardaram os dois, de comum acordo, perfeitíssima continência. Porque no mesmo dia da boda, a que havia concorrido a nobreza da cidade, estando os desposados em seu tálamo, se sentiu no aposento um odor suavíssimo de rosas e açucenas. Ficou maravilhada Basilisa daquela extraordinária fragrância e perguntou a seu esposo, que odor era aquele que sentia e de onde vinha, porque não era tempo de flores. Respondeu Julián: O odor suavíssimo que sentes é de Cristo, amador da castidade, a qual eu de sua parte te prometo, como prometi a Jesus Cristo, se tu consentires comigo e lhe ofereceres também tua virgindade. Respondeu Basilisa que nenhuma coisa lhe era mais agradável que imitar seu exemplo.
Pouco depois levou o Senhor para si aos pais de Julián e Basilisa, deixando-os herdeiros de suas fazendas riquíssimas; e eles começaram logo a gastá-las com larga mão em socorrer aos pobres.
Consagrou-se ele a instruir na religião cristã aos homens e ela às mulheres em diversas casas. Receavam por este tempo as perseguições de Diocleciano e Maximiano, mas Basilisa pôde livrar-se delas, e acabou sua vida santa e preciosa de morte natural.
Seu marido Julián foi quem alcançou a palma de um glorioso martírio.
O bárbaro governador Marciano mandou prender ao santo e arrasar sua casa e a Julián o passearam pela cidade carregado de cadeias, e precedido de um pregoeiro que dizia: Assim se hão-de tratar aos inimigos dos deuses e desprezadores das leis imperiais. Encerraram-no depois em obscuro e hediondo calabouço, a onde foram visitá-lo sete cavaleiros cristãos, que, com um sacerdote chamado António, foram também companheiros de seu martírio. Chegado o dia da execução, enquanto o governador, sentado em público tribunal, interrogava a Julián, acertaram a passar por ali uns gentios, que levavam a enterrar a um defunto.
Em tom de mofa lhe disseram que ressuscitasse ao morto. Então Julián, em nome de Jesus Cristo, o ressuscitou o que encheu a todos de grande espanto, e mais, quando ouviram que aquele homem ressuscitado, publicamente confessava a Jesus Cristo.
Atribuiu o governador tão estupendo sucesso à poderosa magia de Julián, e condenou ao ressuscitado aos mesmos suplícios. Encerraram-nos a todos em umas cubas acesas, mas os condenados saíram delas sem a menor lesão; atiraram-nos depois às feras do anfiteatro, e as feras não ousaram fazer-lhes dano algum. Finalmente, envergonhado o cruel tirano, os fez degolar, e assim entregaram neste dia suas almas puríssimas ao Criador.

Andrés Corsini, San
Janeiro 6   -  Bispo

Andrés Corsini, San

André Corsini, San

Bispo

Martirológio Romano: Em Fiesole, cidade da Toscana (hoje Itália), santo Andrés Corsini, bispo, da Ordem dos Carmelitas, que se distinguiu por sua austeridade e pela assídua meditação da Sagrada Escritura. Regeu sabiamente a Igreja que se lhe havia encomendado, repovoou os conventos vazios pela peste, prestou auxilio aos pobres e reconciliou os dissidentes (1373).
Andrés, da nobre família florentina de Los Corsini, nasceu em 1301. Antes de nascer, sua mãe disse que havia visto em sonhos a seu filho em figura de um lobo que se transformou logo em cordeiro. Parece que em sua juventude Andrés foi arrogante, ocioso e briguento, mas depois sentiu um chamamento irresistível para a mística paz do Carmelo.
Um tio tratou de o fazer voltar a casa com a promessa de um excelente matrimónio. Então respondeu: “¿De que me serviriam esses bens, se não tenho a paz de alma?”. Andrés levava debaixo do hábito um cilicio, que ainda hoje se conserva, e ia de porta em porta pedindo esmola, mesmo nas casas onde antes fazia festa com os amigos. Depois da ordenação sacerdotal foi enviado à universidade de Paris para completar seus estudos.
Regressou de Paris robustecido não só culturalmente, mas também no espírito. Seus biógrafos narram que durante a viagem de regresso fez algumas curas prodigiosas. Quando chegou a Florença, a cidade estava invadida pela epidemia de peste descrita por Boccaccio. Foi eleito superior provincial da Ordem em 1348, e dois anos depois foi eleito bispo de Fiesole, pois o anterior havia morrido de peste. Tratou de recusar o cargo, porque se considerava indigno, e por isso se escondeu num ermo longínquo, mas ali foi descoberto por um menino.
Andrés interpretou esse episódio como um convite à obediência, e aceitou a nomeação. Dirigiu a diocese de Fiesole durante 24 anos, nem sempre com a mansidão do cordeiro, porque seu rigor ascético e sua total entrega ao ministério pastoral nem sempre agradava aos que não tinham excessivo zelo no serviço do Senhor. Teve grande caridade para com os pobres. De sua obra como pacificador se beneficiaram não só os combativos toscanos, mas também a cidade de Bolonha, a onde o Papa Urbano V o enviou a pôr paz entre os cidadãos, que o premiaram com a cadeia. Morreu em 6 de Janeiro de 1373 e foi enterrado na igreja do Carmo de Florença. Foi canonizado em 1629.

Pedro Tomas, Santo
Janeiro 6 -  Bispo

 

Pedro Tomas, Santo

Pedro Tomás, Santo

Etimologicamente significa “ rocha e gémeo”. Vêm da língua hebraica.
Teve um desenvolvimento espiritual estupendo. Graças a ele pôde enfrentar com garantias tudo o que o esperava depois. Sem uma preparação a fundo no religioso, é muito difícil para um crente resolver tudo o que se lhe põe em cima, quando menos o pensa.

¿Que fez este jovem para ser santo?
Nada de particular. Soube viver em contínuo contacto com Deus, o eixo que dá vida a toda a pessoa de fé. Foi um mártir do século XIV. Se o nome de Pedro o criou Jesus para designar a primeira “pedra da Igreja”, desde então este nome é dos mais comuns à largura e ao comprimento das distintas línguas.
Foi um monge que em seu tempo chegou a ser bispo, arcebispo e patriarca. E se por si isto fosse pouco, também se lhe encomendaram altas e difíceis missões diplomáticas.
Veio ao mundo no inicio do século XIII num povo de Perigord. Como jovem de uma densa perseverança, se meteu a carmelita para, desta forma, observar melhor os conselhos evangélicos de celibato, obediência e pobreza.
Dadas suas qualidades, se converteu com os anos no Superior Geral da Ordem Carmelita e num dos membros mais qualificados da então Cúria Pontifícia.
O Papa Inocêncio IV o enviou a Génova como embaixador para que conseguisse que a paz entre a grandiosa cidade de Milão e a República de Veneza se fizessem realidade.
Após este êxito, o Papa o mandou por motivos muito distintos a que trabalhasse pela união entre a igreja ortodoxa e a romana.
Tanto foi seu êxito que, à sua volta, o nomearam legado universal para o Oriente e Patriarca de Constantinopla. Foi o Papa Urbano V.
O próprio rei de Chipre se lançou a levar a cabo uma cruzada contra os turcos. Ele se uniu a ela com a cruz, em lugar de com a espada.
Morreu em Famagusta, Chipre, em 6 de Janeiro de 1366.
¡Felicidades a quem leve este nome!

Juan de Ribera, Santo
Janeiro 6  -   Bispo

 

Juan de Ribera, Santo

Juan de Ribera, Santo

São João nasceu em Sevilha em 27 de Dezembro de 1532.
Seus pais se chamavam Pedro e Teresa, família que se distinguia entre a nobreza por sua generosidade.
Enviaram a Juan a estudar a Salamanca, onde se converteu em discípulo de Vitória e de outros teólogos que brilhavam por sua vez em Trento.
Não tinha ainda 30 anos quando foi nomeado pelo Papa Pio IV Bispo de Badajoz, dedicando-se em pleno à santificação de suas ovelhas, enviando missionários por toda a diocese. 
Com a idade de 36 anos foi transferido para a sede de Valência, onde cedo advertiu as necessidades desta grande arquidiocese.
Ao santo, entre outras coisas, lhe tocou aplicar as reformas de Trento em sua jurisdição, assim como também a catequização dos mouriscos mas com poucos frutos, sendo estes expulsos em 1609 pelo rei Felipe III.
Frente a isto, São João foi nomeado vice-rei de Valência; o santo aceitou este cargo a rogos do rei, e Valência desfrutou longos anos de paz e de melhor administração da justiça.
San Juan percorreu várias vezes a diocese e entre 1570 e 1610 levou a cabo 2.715 visitas pastorais, e celebrou sete sínodos. Fundou o Colégio de Corpus Christi para a formação do clero e honrar solene ao Santíssimo Sacramento.
San Juan de Ribera faleceu em Janeiro de 1611.


Autor: n/a | Fuente: Arquidiocese de Madrid

Tão mal estavam as coisas em sua época que os hereges e os infiéis desfrutavam esperando a pronta dissolução da Igreja. Juan sentiu fervor pelos santos reformadores que o Espírito Santo suscitou, também  nesse tempo, para aliviar as penas de seu povo.
Nasce em Sevilha quando era a porta de entrada e saída para o Novo Mundo e pertence à melhor prosápia. Filho de dom Pedro Afán Enríquez de Ribera e Portocarrero, conde dos Molares, duque de Alcalá, Vice-rei de Nápoles e antes de Catalunha. Sua mãe, dona Teresa de los Pinelos, morreu muito cedo. A família, com seus títulos nobres, é conhecida na cidade por sua generosidade e amor aos pobres.
Estuda na Universidade de Salamanca quando o Claustro salmanticense vive um período áureo entre as lições de Vitória e os teólogos que têm muito que ver com Trento, porque são tempos nos que a infidelidade e a heresia se combatem com as espadas e com a pluma. Ali termina os estudos e tem cátedra.
O papa Pío IV o nomeia bispo de Badajoz, quando ainda não havia cumprido trinta anos; não há que olvidar que é filho do Vice-rei de Nápoles e essas coisas tinham muito peso por aquela altura. Dá começo a suas andanças como prelado enviando seis pregadores com São João de Ávila para preparar as almas à reforma que se postula desde Trento. Por sua parte, não fica quieto: prega com entusiasmo, se põe como um confessor mais no confessionário, visita e atende com os sacramentos aos enfermos e, às vezes, lhe toca dormir sobre sacos de estamenha. E até vende a louça de prata para remediar aos pobres. Escreve normas para a reforma da vida dos bispos, primeiras em Espanha em seu género. Para desgosto dos pacenses, lhes dura pouco este bispo como pastor.
Agora é Valência a que desfrutará de seu governo. O há precedido um santo que pôs as metas muito altas. Foi Santo Tomás de Villanueva, o frade que deu uma volta a Valência que por um século não desfrutou da presença de seus bispos. Lá vai João como Arcebispo, depois de haver deixado em Badajoz, repartidos entre os pobres, seus dinheiros, bens  alfaias. Madruga, reza, estuda, recebe a gente sem entraves nem excessos de respeito; é parco na comida, rompe frequentemente os modeles usuais da época, sendo suficiente em ocasiões os figos secos, uvas, ou frutas do tempo. Vai fazendo cópia de livros como intelectual sem remédio. A Missa lhe dura com frequência duas horas... e com lágrimas, depois de despedir ao acólito para estar a gosto com o Senhor depois da consagração e entrar em diálogo íntimo, pessoal e intenso. Soam as disciplinas e guarda os cilícios em lugar recôndito que sempre descobre seu perspicaz assistente.
A meta marcada no seu trabalho é pôr em marcha a reforma de Trento. Sofre o problema da abundante mourisca a que não conseguiu converter. Celebrou sete sínodos. As contínuas visitas pastorais são o cume de sua pastoral junto com a atenção a seu clero a que doutrina, anima, corrige ou admoesta, sempre dando-lhe exemplo. Burjasot o viu na sua praça explicando o catecismo às crianças. Em seu próprio palácio monta uma escola para os filhos dos nobres porque afirma que é bispo de todos: ali se formam bem os alunos, se educam, passam à universidade, ajudam nos pontificais; aquilo se parece pela piedade e os bons modos a um seminário e, de facto, saem da instituição cardeais, arcebispos e altos eclesiásticos.
Felipe III o faz Vice-rei de Valência e desde então as coisas marcham melhor, sobretudo a recta administração da justiça.
Fundou na cidade o Colégio e Seminário de Corpus Christi. E faleceu em seu amado colégio em  6 de Janeiro de 1611. Em Valência se festeja no dia 14 e em Badajoz em 19, ambos em Janeiro.
Com homens tão íntegros e apostólicos a Igreja superou o obstáculo de hereges e de infiéis. Não fez São João senão o que é próprio de um bispo, mas fazê-lo naquele tempo foi muito mérito.

Andrés (Alfredo) Bessette, Beato
Janeiro 6   -  Religioso

Andrés (Alfredo) Bessette, Beato

Andrew (Alfredo) Bessette, Beato

Foi um religioso canadiense, pertencente à Congregação de Santa Cruz
Nasceu no Quebec, em 29 de Novembro de 1846; morreu em Montreal, 6 de Janeiro de 1937.
Seu nome real foi Alfred Bessette.
Filho de uma família humilde e profundamente religiosa; seu pai era armador de carretas, sua mãe se dedicava a educar a seus dez filhos. Tinha nove anos de idade quando seu pai faleceu num trágico acidente de trabalho. Três anos mais tarde morre sua mãe. Trabalhou de sapateiro, padeiro, lavrador, ferreiro, e aos vinte e um años se foi para os Estados Unidos, onde trabalhou em ranchos e moinhos durante três anos.
Ingressou na Congregação de Santa Cruz em 1863 e fez seus votos religiosos em 1866. Se destacou não só por sua humildade, mas também por ser visionário (apareceu-lhe São José em 1900), místico e taumaturgo (tinha o dom de sarar doentes). Tantos foram seus milagres atribuídos em vida ao Irmão Andrés, que não foi isento de polémicas e de certos mal-entendidos que o afectaram emocionalmente.
Foi porteiro do convento de Montreal, e foi o gestor da construção da Basílica Oratório de São José, em 1904 e em que actualmente descansam seus restos.
Morreu em Montreal, em 6 de Janeiro de 1937, com a idade de 92 anos, e sua reputação de homem milagroso se estendeu universalmente, sendo beatificado pelo Papa João Paulo II em 23 de Maio de 1982.

Rafaela María del Sagrado Coração, Santa
Janeiro 6   -  Co-fundadora

Rafaela María del Sagrado Corazón, Santa

Rafaela Maria do Sagrado Coração, Santa

Co-fundadora da
Escravas do Sagrado Coração de Jesus

Rafaela María del Rosário Francisca Rudencinda Porras e Ayllón nasceu em Pedro Abad, Córdoba, em 1 de Março de 1850.
Era membro de uma família de onze irmãos e duas irmãs. Ao morrer os pais, as irmãs passaram um tempo nas clarissas de Córdoba.
Com a idade de 15 anos havia feito voto de castidade perpétua, e intensificou sua piedade e obras de caridade.
Com a ajuda de Mons. Ceferino González, a santa e sua irmã Dolores fundam o Instituto de Adoradoras do Santíssimo Sacramento e Filhas de Maria Imaculada, mas em pouco tempo muda-se junto com outras 16 religiosas para Madrid, onde se lhes concede a aprovação diocesana em 1877, e 10 anos mais tarde, o Papa Leão XIII aprova a Congregação com o nome de Escravas do Sagrado Coração de Jesus. 
Cedo se multiplicaram as fundações de novas casas: obras de apostolado e adoração reparadora. Na base de tudo estava a altíssima e contínua oração, que a M. Rafaela vivia e infundia em suas filhas, e suas heróicas virtudes, sobretudo a profundíssima humildade, tanto que alguém chamou a Madre "a humildade feita carne".
Sem embargo, surgem cedo as desconfianças, as incompreensões, o longo e absoluto olvido; graves dificuldades que surgiram no governo, a moveram a renunciar a favor de sua irmã Dolores. Durante 30 anos permaneceu em isolamento, realizando duros trabalhos e sofrendo pacientemente terríveis humilhações. 
No Ano Santo 1925, em 6 de Janeiro, faleceu.
Foi beatificada em 18 de Maio de 1952 e em 23 de Janeiro de 1977 o Papa Paulo VI a canonizou.
Em muitos Santorais é recordada em 6 de Janeiro e em outros em 18 de Maio.

 

 

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Recolha, transcrição e tradução (de espanhol para português) de António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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