Festa da Epifania ou Dia de Reis
Os pastores e reis do Oriente visitam a Jesus o Messias, levam-lhe presentes e o adoram com ouro, incenso e mirra.
Festa da Epifania ou Dia de Reis
Origem da festa:
Em 6 de Janeiro celebrava-se desde tempos imemoriais no Oriente, mas com um sentido pagão: No Egipto e Arábia, durante a noite de 5 para 6 de Janeiro se recordava o nascimento do deus Aion. Criam que ele se manifestava especialmente ao renascer o sol, no solstício de inverno que coincidia com 6 de Janeiro. Nesta mesma data, se celebravam os prodígios do deus Dionísio em favor de seus devotos.
A festa da Epifania substituiu os cultos pagãos de Oriente relacionados com o solstício de inverno, celebrando esse dia a manifestação de Jesus como Filho de Deus aos sábios que vieram de Oriente a adorá-lo. A tradição passou ao Ocidente em meados do século IV, através do que hoje é França.
A história dos Reis Magos se pode encontrar em São Mateus 2, 1-11.
“Depois de haver nascido Jesus em Belém de Judeia, no tempo do Rei Herodes, uns magos de Oriente se apresentaram em Jerusalém dizendo: ¿onde está o que há nascido, o Rei dos Judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e vimos a adorá-lo.
Ao ouvir isto, o Rei Herodes se pôs muito preocupado; então chamou a uns senhores que se chamavam Pontífices e Escribas (que eram os que conheciam as escrituras) e perguntou-lhes o lugar do nascimento do Messias, do Salvador que o povo judeu esperava fazia muito tempo.
Eles responderam:
Em Belém de Judá, pois assim está escrito pelo Profeta:
E tu, Belém terra de Judá
de nenhum modo é a menor
entre as principais cidades de Judá
porque de ti sairá um chefe
que será o pastor de meu povo Israel
Então Herodes, chamando aparte os magos, enviou-os à cidade de Belém e disse-lhes: Vão e informem-se muito bem sobre esse Menino; e quando o encontrem, avisem-me para que eu também vá a adorá-lo. Os Reis Magos saíram e a estrela que haviam visto no Oriente, ia diante deles até que foi parar sobre o lugar onde estava o Menino. Ao ver a estrela, sentiram uma grande alegria.
Entraram no casebre e viram o Menino com Maria sua mãe. Se ajoelharam e o adoraram. Abriram seus tesouros e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra. Logo depois, havendo sido avisados em sonhos que não voltassem a Herodes, (pois ele queria encontrar o Menino para o matar), regressaram a seu país por outro caminho.”
Podemos aproveitar esta festa da Igreja para reflectir nos ensinamentos que nos dá este passagem evangélica:
* Os magos representam a todos aqueles que buscam, sem se cansar, a luz de Deus, seguem seus sinais e, quando encontram a Jesus Cristo, luz dos homens, lhe oferecem com alegria tudo o que têm.
* A estrela anunciou a vinda de Jesus a todos os povos. Hoje em dia, o Evangelho é o que anuncia a todos os povos a mensagem de Jesus.
* Os Reis Magos não eram judeus como José e Maria. Vinham de outras terras longínquas (de Oriente: Pérsia e Babilónia), seguindo a estrela que os levaria a encontrar o Salvador do Mundo. Representam a todos os povos da terra que desde o paganismo têm chegado ao conhecimento do Evangelho.
* Os Reis Magos deixaram sua pátria, casa, comodidades, família, para adorar o Menino Deus. Perseveraram apesar das dificuldades que se lhes apresentaram. Era um caminho longo, difícil, incómodo, cansativo. O seguir a Deus implica sacrifício, mas quando se trata de Deus qualquer esforço e trabalho vale a pena.
* Os Reis Magos tiveram fé em Deus. Acreditaram ainda que não o veriam, ainda que não o entendessem. Talvez eles pensassem encontrar a Deus num palácio, cheio de riquezas e não foi assim, mas que o encontraram num presépio e assim o adoraram e lhe entregaram os seus presentes. Nos ensinam a importância de estar sempre pendentes dos sinais de Deus para os reconhecer.
Os Reis Magos foram generosos ao ir ver a Jesus, não chegaram com as mãos vazias.
Levaram-lhe:
· OURO: que se dá aos reis, já que Jesus havia vindo de parte de Deus, como rei do mundo, para trazer a justiça e a paz a todos os povos;
· INCENSO: que se dá a Deus, já que Jesus é o filho de Deus feito homem;
· MIRRA: que se untava aos homens escolhidos, já que adoraram a Jesus como Homem entre os homens.
Isto nos ajuda a reflectir na classe de presentes que nós oferecemos a Deus e a reconhecer que o importante não é o presente em si, mas sim o saber dar-se aos outros. Na vida devemos buscar a Deus sem nos cansarmos e oferece-lhe com alegria tudo o que temos.
* Os Reis Magos sentiram uma grande alegria ao ver o Menino Jesus. Souberam valorizar o grande amor de Deus pelo homem.
* Devemos ser estrela que conduza aos outros até Deus.
Significado da festa:
Antes da chegada do Senhor, os homens viviam em trevas, sem esperança. Mas o Senhor veio, e é como se uma grande luz houvesse amanhecido sobre todos e a alegria e a paz, a felicidade e o amor houvesse iluminado todos os corações. Jesus é a luz que veio a iluminar e transformar a todos os homens.
Com a vinda de Cristo se cumpriram as promessas feitas a Israel. Na Epifania celebramos que Jesús veio a salvar não só a Israel mas a todos os povos.
Epifania quer dizer "manifestação", iluminação. Celebramos a manifestação de Deus a todos os homens do mundo, a todas as regiões da terra. Jesus veio para revelar o amor de Deus a todos os povos e ser luz de todas as nações.
Na Epifania celebramos o amor de Deus que se revela a todos os homens. Deus quer a felicidade do mundo inteiro. Ele ama a cada um dos homens, e veio salvar a todos os homens, sem se importar de sua nacionalidade, sua cor ou sua raça.
É um dia de alegria e agradecimento porque ao ver a luz do Evangelho, saímos ao encontro de Jesus, o encontramos e lhe rendemos nossa adoração como os magos.
Origem da Rosca de Reis
Depois dos Reis adorarem a Jesus, um anjo os avisou de que não regressassem onde estava Herodes e eles regressaram por outro caminho. Herodes ao inteirar-se que havia nascido o Rei que todos esperavam, teve medo de perder seu posto e mandou matar a todos os meninos menores de dois anos entre os quais se encontraria o dito Rei.
A Sagrada Família fugiu para o Egipto e o Menino Deus se salvou, outras famílias esconderam aos bebés em vasilhas de farinha e assim não foram vistos e salvaram suas vidas. Desde então, os judeus comiam pão ázimo em 6 de Janeiro em que escondiam um boneco de barro recordando este acontecimento.
Os primeiros cristãos tomaram um pouco desta tradição e a misturaram com a história da visita dos Reis Magos para a celebração da Epifania: trocaram o pão ázimo por pão de farinha branca e levedura, cozida em forma de Rosca, adoçando-o com mel e adornando-o com frutos do deserto, como figos, tâmaras e algumas nozes.
Para os cristãos, a forma circular da rosca simboliza o amor eterno de Deus, que não tem princípio nem fim. Os confeitos são as distracções do mundo que nos impedem encontrar a Jesus.
O bonequito escondido dentro da rosca, simboliza ao Menino Jesus que os reis não encontravam porque a estrela desaparecia.
Este costume dos cristãos de Palestina chegou à Europa e posteriormente à América.
No México, o que encontra o bonequito da rosca se converte no centro da festa: se lhe põe uma coroa feita de cartão e coberta de papel dourado e se lhe dá a nomeação de “padrinho do Menino Jesus”.
O padrinho deverá vestir com roupas novas a imagem do Menino Jesus do nascimento e apresentá-lo na Igreja no dia 2 de Fevereiro, dia da Candelária.
Sugestões para viver esta festa
· Reflectir e responder às seguintes perguntas: ¿que presente vou dar a Jesus este ano que começa?; ¿que posso mudar para ser melhor?; que presentes vou a oferecer a Jesus?; ¿me encontro alegre porque Deus me ama?; ¿tenho é em Deus?; ¿sei viver na pobreza?; ¿sou generoso (com meu tempo, com minha pessoa, com os outros)?; ¿sei perseverar na minha vida espiritual apesar das dificuldades que se me apresentam?; ¿obedeço a Deus com prontidão?
· Recomendamos para as crianças, Os Magos de Ángel LLorente M.
Consulta também Os Magos de Oriente nem eram reis nem eram três
A epifania do Senhor: A Cidade Iluminada de Jesús Martí Ballester
Reis Magos
Janeiro 6 - Melchior, Gaspar e Baltasar
Magos
Melchior, Gaspar e Baltasar
Etimologicamente significa” luz, manifestação”. Vem da língua grega.
Estás perante a festa mais antiga, inclusive antes que o próprio Natal. O inicio de sua celebração data do século III no Oriente e no Ocidente se adoptou no século IV.
Neste dia tem lugar a celebração de três factos memoráveis na história da salvação: adoração dos Reis Magos, o Baptismo de Jesus e o primeiro milagre de Jesus Cristo nas bodas de Canã, graças ao qual os discípulos acreditaram no Mestre.
Os Ocidentais aceitaram a festa no ano 400. Ainda que fale dos Magos, o rei principal é o Menino Jesus. Se diz no inicio da Missa: "Já vem o Senhor do Universo, em suas mãos está a realeza, o poder e o império. O verdadeiro rei a que devemos contemplar é ao pequeno Jesus".
O mistério da Epifania o sublinhava Mateus dizendo que os Magos vieram para destacar as profecias que falavam de seu nascimento, e a oferta de ouro, incenso e mirra é o reconhecimento implícito de sua realeza messiânica.
Os Magos para os orientais são gente douta; em língua persa, mago significa “sacerdote”. Mas a Bíblia, em geral, chama a estes Magos Reis estrangeiros.
É a festa da santa Epifania de nosso Senhor, Deus e Salvador Jesus Cristo o que, de uma forma simples e admirável, se dá a conhecer aos Magos chegados de Oriente. Sua adoração é a chave deste dia.
Deseja a Igreja que a luz de hoje, seja o tema central do crente. Estão bem os presentes que se fazem às crianças e aos mais velhos.
Mas o fundamental não deve deixar-se apartado para dar passagem ao mais festivo, alegre e superficial.
¡Felicidades aos Reis Magos e aos que levem os nomes de Melchior, Gaspar e Baltasar!
“O prazer dos banquetes não há que o medir pela quantidade das viandas mas pela reunião de amigos e a conversação” (Cícero).
Rita Amada de Jesús (Rita LOPES de Almeida), Beata
Janeiro 6 - Fundadora
Rita Amada de Jesus (Rita Lopes de Almeida), Beata
Fundadora do
Instituto de Religiosas de Jesus, Maria e José
Rita Amada de Jesus nasceu em 5 de Março de 1848, num pequeno povoado da paróquia de Ribafeita, Diocese de Viseu, Portugal. Poucos dias depois foi baptizada com o nome de Rita Lopes de Almeida.
Cresceu num ambiente familiar de muita piedade, onde nas noites se fazia leitura espiritual. Desde sua meninice demonstrou uma devoção especial a Jesus Sacramentado, à Santíssima Virgem e a São José, assim como muito carinho pelo Santo Padre, que nesse tempo se encontrava em exílio.
A Igreja em Portugal continuava a ser perseguida por parte da Maçonaria, que se apoderou dos bens eclesiásticos, encerrou os Seminários, e Casas de Religiosos. Aos Institutos de Religiosas, proibiu a admissão de Noviças. Bispos e sacerdotes provenientes de famílias de alto nível económico foram objecto também de ataques. Devido a isto não podiam dedicar-se ao seu ministério completamente, já que tinham que se defender. Tudo isto debilitou em parte a Igreja.
Mas esta situação política não apagou a ânsia de uma autêntica vida cristã que a família de Rita experimentava, em especial seus Pais, assim como o desejo de a comunicar aos outros. Neste ambiente familiar Deus suscitou em Rita a vocação missionária, para libertar a juventude do indiferentismo religioso, e fomentar os valores morais, e assim com este apostolado pôde fortalecer a família.
Seu zelo apostólico fez dela uma itinerante. Ia de terra em terra e ensinava a orar. Através do Santo Rosário e outras oracões desejava despertar nos corações de quem a escutavam, a imitação de Nossa Senhora, Mãe de Deus.
Em seu apostolado buscava sempre as pessoas que levavam uma vida imoral, e fazia todo o possível para as resgatar do mal e conduzi-las a Deus. Este estilo radical de apostolado, a fez objecto de ameaças de morte.
À oração uniu a penitência. Para levar a cabo este objectivo, logrou conseguir alguns “instrumentos de mortificação”, em suas visitas às Irmãs Beneditinas do Convento de Jesus a Viseu.
Neste tempo, com a ajuda de seu Confessor, pôde discernir que Deus a chamava à Vida Consagrada. Nesta Época não era possível entrar em nenhum Instituto, devido a que as leis maçónicas proibiam a entrada de noviças. Portanto, Rita seguiu no “mundo”, entregue ao apostolado e às práticas de mortificação, com a esperança de poder consagrar-se a Deus no futuro. Durante este tempo recusou pretendentes, alguns deles ricos, pois segundo ela já havia feito sua consagração a Deus no íntimo de seu coração.
Sua consagração a Deus a levou à prática frequente da Comunhão Reparadora, que fomentou seu fervor Eucarístico, e à devoção ao Sagrado Coração. Deus fez dela um verdadeiro apóstolo concedendo-lhe uma paixão pela salvação das almas.
Colaborando com o apostolado de Rita, seus pais chegaram a albergar em casa mulheres muito desejosas de conversão.
Como aos 20 anos de idade, seu desejo de se consagrar a Deus aumentou consideravelmente. Compartilhou com seus pais este seu grande desejo. Não obstante a fé e vida exemplar cristã de seus pais, eles não aprovaram a sua decisão. Rita não desistiu, ao contrário, continuou nutrindo a esperança de o realizar. E com a idade de 29 anos logrou entrar numa Congregação.
Esta congregação era a única que existia em Portugal porque era estrangeira, e se dedicava só a ajudar aos pobres. Mas como o carisma deste Instituto era diverso do tipo de zelo apostólico que ardia em seu coração, Rita não se pôde identificar com ele.
O Director Espiritual da Comunidade, em quem Rita confiava plenamente, viu que a Vontade de Deus para ela, era: o receber e educar meninas pobres e abandonadas. Rita saiu deste Instituto, de origem francesa, com a idade de 32 anos.
De acordo com o Rev. P. Francisco Pereira, S.J. buscou os meios para se preparar e realizar sua futura e urgente missão. Rita era dotada de muitos dons e virtudes e de natureza piedosa, e só desejava cumprir a vontade de Deus.
Dócil a seu Director Espiritual, logrou vencer os conflitos político e religiosos e fundar um Colégio-Instituto de Jesus, Maria e José, na Paróquia de Ribafeita, com a espiritualidade da Sagrada Família, em 24 de Setembro, 1880.
Em breve tempo, este tipo de apostolado se estendeu a outras dioceses de Portugal. Nas dioceses de Viseu, Lamego e Guarda, as autoridades civis trataram sempre de o suprimir. Experimentou dificuldades de carácter económico, assim como com uma religiosa de seu Instituto.
Ainda mais, no ano 1910, se desencadeou uma feroz perseguição contra a Igreja. Todos os Institutos foram suprimidos, suas propriedades foram expropriadas incluindo o Instituto de Madre Rita, que conseguiu refugiar-se em sua terra natal.
É aqui onde pouco a pouco logrou localizar suas religiosas dispersas devido à situação política, e reagrupá-las numa humilde casa de Ribafeita. Desde este lugar, enviou vários grupos delas ao Brasil, que perpetuaram o Carisma da Fundadora. Nesta forma seu Instituto pôde sobreviver.
Madre Rita, faleceu em 6 de Janeiro de 1913, em Casalmendinho (Paróquia de Ribafeita), em odor de santidade. Seu funeral, foi presidido pelo Vigário Geral da Diocese, e foi uma acção de graças a Deus pelo dom desta religiosa para a Igreja e ao mundo.
Foi beatificada em 28 de Maio de 2006.
Reproduzido com autorização de Vatican.va
• Julián, Basilisa e companheiros, Santos
Janeiro 6 - Mártires
Julián, Basilisa e companheiros, Santos
Mártires
Martirológio Romano: Em Antinoe, da Tebaida (hoje Egipto), santos Julián e Basilisa, mártires (s. IV).
Etimologia: Julián = Aquele que pertence à família Júlia, é de origem latina.
Basilisa = aquela que reina, é de origem grega.
Nasceu são Julián em Antioquia, de pais cristãos, em fins do século terceiro.
Havendo-se desposado com uma honestíssima donzela chamada Basilisa, guardaram os dois, de comum acordo, perfeitíssima continência. Porque no mesmo dia da boda, a que havia concorrido a nobreza da cidade, estando os desposados em seu tálamo, se sentiu no aposento um odor suavíssimo de rosas e açucenas. Ficou maravilhada Basilisa daquela extraordinária fragrância e perguntou a seu esposo, que odor era aquele que sentia e de onde vinha, porque não era tempo de flores. Respondeu Julián: O odor suavíssimo que sentes é de Cristo, amador da castidade, a qual eu de sua parte te prometo, como prometi a Jesus Cristo, se tu consentires comigo e lhe ofereceres também tua virgindade. Respondeu Basilisa que nenhuma coisa lhe era mais agradável que imitar seu exemplo.
Pouco depois levou o Senhor para si aos pais de Julián e Basilisa, deixando-os herdeiros de suas fazendas riquíssimas; e eles começaram logo a gastá-las com larga mão em socorrer aos pobres.
Consagrou-se ele a instruir na religião cristã aos homens e ela às mulheres em diversas casas. Receavam por este tempo as perseguições de Diocleciano e Maximiano, mas Basilisa pôde livrar-se delas, e acabou sua vida santa e preciosa de morte natural.
Seu marido Julián foi quem alcançou a palma de um glorioso martírio.
O bárbaro governador Marciano mandou prender ao santo e arrasar sua casa e a Julián o passearam pela cidade carregado de cadeias, e precedido de um pregoeiro que dizia: Assim se hão-de tratar aos inimigos dos deuses e desprezadores das leis imperiais. Encerraram-no depois em obscuro e hediondo calabouço, a onde foram visitá-lo sete cavaleiros cristãos, que, com um sacerdote chamado António, foram também companheiros de seu martírio. Chegado o dia da execução, enquanto o governador, sentado em público tribunal, interrogava a Julián, acertaram a passar por ali uns gentios, que levavam a enterrar a um defunto.
Em tom de mofa lhe disseram que ressuscitasse ao morto. Então Julián, em nome de Jesus Cristo, o ressuscitou o que encheu a todos de grande espanto, e mais, quando ouviram que aquele homem ressuscitado, publicamente confessava a Jesus Cristo.
Atribuiu o governador tão estupendo sucesso à poderosa magia de Julián, e condenou ao ressuscitado aos mesmos suplícios. Encerraram-nos a todos em umas cubas acesas, mas os condenados saíram delas sem a menor lesão; atiraram-nos depois às feras do anfiteatro, e as feras não ousaram fazer-lhes dano algum. Finalmente, envergonhado o cruel tirano, os fez degolar, e assim entregaram neste dia suas almas puríssimas ao Criador.
Andrés Corsini, San
Janeiro 6 - Bispo
André Corsini, San
Bispo
Martirológio Romano: Em Fiesole, cidade da Toscana (hoje Itália), santo Andrés Corsini, bispo, da Ordem dos Carmelitas, que se distinguiu por sua austeridade e pela assídua meditação da Sagrada Escritura. Regeu sabiamente a Igreja que se lhe havia encomendado, repovoou os conventos vazios pela peste, prestou auxilio aos pobres e reconciliou os dissidentes (1373).
Andrés, da nobre família florentina de Los Corsini, nasceu em 1301. Antes de nascer, sua mãe disse que havia visto em sonhos a seu filho em figura de um lobo que se transformou logo em cordeiro. Parece que em sua juventude Andrés foi arrogante, ocioso e briguento, mas depois sentiu um chamamento irresistível para a mística paz do Carmelo.
Um tio tratou de o fazer voltar a casa com a promessa de um excelente matrimónio. Então respondeu: “¿De que me serviriam esses bens, se não tenho a paz de alma?”. Andrés levava debaixo do hábito um cilicio, que ainda hoje se conserva, e ia de porta em porta pedindo esmola, mesmo nas casas onde antes fazia festa com os amigos. Depois da ordenação sacerdotal foi enviado à universidade de Paris para completar seus estudos.
Regressou de Paris robustecido não só culturalmente, mas também no espírito. Seus biógrafos narram que durante a viagem de regresso fez algumas curas prodigiosas. Quando chegou a Florença, a cidade estava invadida pela epidemia de peste descrita por Boccaccio. Foi eleito superior provincial da Ordem em 1348, e dois anos depois foi eleito bispo de Fiesole, pois o anterior havia morrido de peste. Tratou de recusar o cargo, porque se considerava indigno, e por isso se escondeu num ermo longínquo, mas ali foi descoberto por um menino.
Andrés interpretou esse episódio como um convite à obediência, e aceitou a nomeação. Dirigiu a diocese de Fiesole durante 24 anos, nem sempre com a mansidão do cordeiro, porque seu rigor ascético e sua total entrega ao ministério pastoral nem sempre agradava aos que não tinham excessivo zelo no serviço do Senhor. Teve grande caridade para com os pobres. De sua obra como pacificador se beneficiaram não só os combativos toscanos, mas também a cidade de Bolonha, a onde o Papa Urbano V o enviou a pôr paz entre os cidadãos, que o premiaram com a cadeia. Morreu em 6 de Janeiro de 1373 e foi enterrado na igreja do Carmo de Florença. Foi canonizado em 1629.
Pedro Tomas, Santo
Janeiro 6 - Bispo
Pedro Tomás, Santo
Etimologicamente significa “ rocha e gémeo”. Vêm da língua hebraica.
Teve um desenvolvimento espiritual estupendo. Graças a ele pôde enfrentar com garantias tudo o que o esperava depois. Sem uma preparação a fundo no religioso, é muito difícil para um crente resolver tudo o que se lhe põe em cima, quando menos o pensa.
¿Que fez este jovem para ser santo?
Nada de particular. Soube viver em contínuo contacto com Deus, o eixo que dá vida a toda a pessoa de fé. Foi um mártir do século XIV. Se o nome de Pedro o criou Jesus para designar a primeira “pedra da Igreja”, desde então este nome é dos mais comuns à largura e ao comprimento das distintas línguas.
Foi um monge que em seu tempo chegou a ser bispo, arcebispo e patriarca. E se por si isto fosse pouco, também se lhe encomendaram altas e difíceis missões diplomáticas.
Veio ao mundo no inicio do século XIII num povo de Perigord. Como jovem de uma densa perseverança, se meteu a carmelita para, desta forma, observar melhor os conselhos evangélicos de celibato, obediência e pobreza.
Dadas suas qualidades, se converteu com os anos no Superior Geral da Ordem Carmelita e num dos membros mais qualificados da então Cúria Pontifícia.
O Papa Inocêncio IV o enviou a Génova como embaixador para que conseguisse que a paz entre a grandiosa cidade de Milão e a República de Veneza se fizessem realidade.
Após este êxito, o Papa o mandou por motivos muito distintos a que trabalhasse pela união entre a igreja ortodoxa e a romana.
Tanto foi seu êxito que, à sua volta, o nomearam legado universal para o Oriente e Patriarca de Constantinopla. Foi o Papa Urbano V.
O próprio rei de Chipre se lançou a levar a cabo uma cruzada contra os turcos. Ele se uniu a ela com a cruz, em lugar de com a espada.
Morreu em Famagusta, Chipre, em 6 de Janeiro de 1366.
¡Felicidades a quem leve este nome!
Juan de Ribera, Santo
Janeiro 6 - Bispo
Juan de Ribera, Santo
São João nasceu em Sevilha em 27 de Dezembro de 1532.
Seus pais se chamavam Pedro e Teresa, família que se distinguia entre a nobreza por sua generosidade.
Enviaram a Juan a estudar a Salamanca, onde se converteu em discípulo de Vitória e de outros teólogos que brilhavam por sua vez em Trento.
Não tinha ainda 30 anos quando foi nomeado pelo Papa Pio IV Bispo de Badajoz, dedicando-se em pleno à santificação de suas ovelhas, enviando missionários por toda a diocese.
Com a idade de 36 anos foi transferido para a sede de Valência, onde cedo advertiu as necessidades desta grande arquidiocese.
Ao santo, entre outras coisas, lhe tocou aplicar as reformas de Trento em sua jurisdição, assim como também a catequização dos mouriscos mas com poucos frutos, sendo estes expulsos em 1609 pelo rei Felipe III.
Frente a isto, São João foi nomeado vice-rei de Valência; o santo aceitou este cargo a rogos do rei, e Valência desfrutou longos anos de paz e de melhor administração da justiça.
San Juan percorreu várias vezes a diocese e entre 1570 e 1610 levou a cabo 2.715 visitas pastorais, e celebrou sete sínodos. Fundou o Colégio de Corpus Christi para a formação do clero e honrar solene ao Santíssimo Sacramento.
San Juan de Ribera faleceu em Janeiro de 1611.
Autor: n/a | Fuente: Arquidiocese de Madrid
Tão mal estavam as coisas em sua época que os hereges e os infiéis desfrutavam esperando a pronta dissolução da Igreja. Juan sentiu fervor pelos santos reformadores que o Espírito Santo suscitou, também nesse tempo, para aliviar as penas de seu povo.
Nasce em Sevilha quando era a porta de entrada e saída para o Novo Mundo e pertence à melhor prosápia. Filho de dom Pedro Afán Enríquez de Ribera e Portocarrero, conde dos Molares, duque de Alcalá, Vice-rei de Nápoles e antes de Catalunha. Sua mãe, dona Teresa de los Pinelos, morreu muito cedo. A família, com seus títulos nobres, é conhecida na cidade por sua generosidade e amor aos pobres.
Estuda na Universidade de Salamanca quando o Claustro salmanticense vive um período áureo entre as lições de Vitória e os teólogos que têm muito que ver com Trento, porque são tempos nos que a infidelidade e a heresia se combatem com as espadas e com a pluma. Ali termina os estudos e tem cátedra.
O papa Pío IV o nomeia bispo de Badajoz, quando ainda não havia cumprido trinta anos; não há que olvidar que é filho do Vice-rei de Nápoles e essas coisas tinham muito peso por aquela altura. Dá começo a suas andanças como prelado enviando seis pregadores com São João de Ávila para preparar as almas à reforma que se postula desde Trento. Por sua parte, não fica quieto: prega com entusiasmo, se põe como um confessor mais no confessionário, visita e atende com os sacramentos aos enfermos e, às vezes, lhe toca dormir sobre sacos de estamenha. E até vende a louça de prata para remediar aos pobres. Escreve normas para a reforma da vida dos bispos, primeiras em Espanha em seu género. Para desgosto dos pacenses, lhes dura pouco este bispo como pastor.
Agora é Valência a que desfrutará de seu governo. O há precedido um santo que pôs as metas muito altas. Foi Santo Tomás de Villanueva, o frade que deu uma volta a Valência que por um século não desfrutou da presença de seus bispos. Lá vai João como Arcebispo, depois de haver deixado em Badajoz, repartidos entre os pobres, seus dinheiros, bens alfaias. Madruga, reza, estuda, recebe a gente sem entraves nem excessos de respeito; é parco na comida, rompe frequentemente os modeles usuais da época, sendo suficiente em ocasiões os figos secos, uvas, ou frutas do tempo. Vai fazendo cópia de livros como intelectual sem remédio. A Missa lhe dura com frequência duas horas... e com lágrimas, depois de despedir ao acólito para estar a gosto com o Senhor depois da consagração e entrar em diálogo íntimo, pessoal e intenso. Soam as disciplinas e guarda os cilícios em lugar recôndito que sempre descobre seu perspicaz assistente.
A meta marcada no seu trabalho é pôr em marcha a reforma de Trento. Sofre o problema da abundante mourisca a que não conseguiu converter. Celebrou sete sínodos. As contínuas visitas pastorais são o cume de sua pastoral junto com a atenção a seu clero a que doutrina, anima, corrige ou admoesta, sempre dando-lhe exemplo. Burjasot o viu na sua praça explicando o catecismo às crianças. Em seu próprio palácio monta uma escola para os filhos dos nobres porque afirma que é bispo de todos: ali se formam bem os alunos, se educam, passam à universidade, ajudam nos pontificais; aquilo se parece pela piedade e os bons modos a um seminário e, de facto, saem da instituição cardeais, arcebispos e altos eclesiásticos.
Felipe III o faz Vice-rei de Valência e desde então as coisas marcham melhor, sobretudo a recta administração da justiça.
Fundou na cidade o Colégio e Seminário de Corpus Christi. E faleceu em seu amado colégio em 6 de Janeiro de 1611. Em Valência se festeja no dia 14 e em Badajoz em 19, ambos em Janeiro.
Com homens tão íntegros e apostólicos a Igreja superou o obstáculo de hereges e de infiéis. Não fez São João senão o que é próprio de um bispo, mas fazê-lo naquele tempo foi muito mérito.
Andrés (Alfredo) Bessette, Beato
Janeiro 6 - Religioso
Andrew (Alfredo) Bessette, Beato
Foi um religioso canadiense, pertencente à Congregação de Santa Cruz
Nasceu no Quebec, em 29 de Novembro de 1846; morreu em Montreal, 6 de Janeiro de 1937.
Seu nome real foi Alfred Bessette.
Filho de uma família humilde e profundamente religiosa; seu pai era armador de carretas, sua mãe se dedicava a educar a seus dez filhos. Tinha nove anos de idade quando seu pai faleceu num trágico acidente de trabalho. Três anos mais tarde morre sua mãe. Trabalhou de sapateiro, padeiro, lavrador, ferreiro, e aos vinte e um años se foi para os Estados Unidos, onde trabalhou em ranchos e moinhos durante três anos.
Ingressou na Congregação de Santa Cruz em 1863 e fez seus votos religiosos em 1866. Se destacou não só por sua humildade, mas também por ser visionário (apareceu-lhe São José em 1900), místico e taumaturgo (tinha o dom de sarar doentes). Tantos foram seus milagres atribuídos em vida ao Irmão Andrés, que não foi isento de polémicas e de certos mal-entendidos que o afectaram emocionalmente.
Foi porteiro do convento de Montreal, e foi o gestor da construção da Basílica Oratório de São José, em 1904 e em que actualmente descansam seus restos.
Morreu em Montreal, em 6 de Janeiro de 1937, com a idade de 92 anos, e sua reputação de homem milagroso se estendeu universalmente, sendo beatificado pelo Papa João Paulo II em 23 de Maio de 1982.
Rafaela María del Sagrado Coração, Santa
Janeiro 6 - Co-fundadora
Rafaela Maria do Sagrado Coração, Santa
Co-fundadora da
Escravas do Sagrado Coração de Jesus
Rafaela María del Rosário Francisca Rudencinda Porras e Ayllón nasceu em Pedro Abad, Córdoba, em 1 de Março de 1850.
Era membro de uma família de onze irmãos e duas irmãs. Ao morrer os pais, as irmãs passaram um tempo nas clarissas de Córdoba.
Com a idade de 15 anos havia feito voto de castidade perpétua, e intensificou sua piedade e obras de caridade.
Com a ajuda de Mons. Ceferino González, a santa e sua irmã Dolores fundam o Instituto de Adoradoras do Santíssimo Sacramento e Filhas de Maria Imaculada, mas em pouco tempo muda-se junto com outras 16 religiosas para Madrid, onde se lhes concede a aprovação diocesana em 1877, e 10 anos mais tarde, o Papa Leão XIII aprova a Congregação com o nome de Escravas do Sagrado Coração de Jesus.
Cedo se multiplicaram as fundações de novas casas: obras de apostolado e adoração reparadora. Na base de tudo estava a altíssima e contínua oração, que a M. Rafaela vivia e infundia em suas filhas, e suas heróicas virtudes, sobretudo a profundíssima humildade, tanto que alguém chamou a Madre "a humildade feita carne".
Sem embargo, surgem cedo as desconfianças, as incompreensões, o longo e absoluto olvido; graves dificuldades que surgiram no governo, a moveram a renunciar a favor de sua irmã Dolores. Durante 30 anos permaneceu em isolamento, realizando duros trabalhos e sofrendo pacientemente terríveis humilhações.
No Ano Santo 1925, em 6 de Janeiro, faleceu.
Foi beatificada em 18 de Maio de 1952 e em 23 de Janeiro de 1977 o Papa Paulo VI a canonizou.
Em muitos Santorais é recordada em 6 de Janeiro e em outros em 18 de Maio.
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Recolha, transcrição e tradução (de espanhol para português) de António Fonseca
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