domingo, 10 de janeiro de 2010

9 de JANEIRO de 2010

SANTOS DO DIA DE HOJE
9 de JANEIRO de 2010

Júlia de la Rena de Certaldo, Beata
Janeiro 9   -  Reclusa Agostinha
Julia de la Rena de Certaldo, Beata
Rena Júlia de Certaldo, Beata
Reclusa Agostinha
Martirológio Romano: Em Certaldo, lugar da Toscana (hoje Itália), beata Júlia de la Rena, da Terceira Ordem de Santo Agostinho, que permaneceu encerrada numa pequena cela junto à igreja, em que viveu só para Deus (1367).
Etimologia: Júlia = Nascida no sétimo mês. É de origem latina.
Nasce em Toscana (Itália), não distante de Certaldo, em torno ao ano 1320, de pais de nobres vindos a menos. Órfã em sua juventude, passa ao serviço da família Tinolfi, na vizinha cidade de Florença. Após entrar em contacto com os agostinhos e conhecida sua espiritualizar, sem contar vinte anos de idade, solicita e recebe o hábito de agostinha secular.
Sentindo-se chamada a uma forma de vida mais radical e austera, em plena flor de sua existência, decide abandonar a cidade e recolher-se num lugar solitário. Volta a Certaldo se aloja num pequeno local contíguo à igreja agostiniana de São Miguel e Santiago, no qual fez abrir duas minúsculas janelas, uma que dava para a igreja para poder assistir às sagradas funções, e a outra para o exterior, por onde receber o alimento que a piedade popular pudesse proporcionar-lhe. E uma vez colocado sobre a parede um grande crucifixo, com solenidade e em presença de numeroso público entre devoto e incrédulo, desde o exterior um mestre pedreiro tapou a entrada.
Desde este momento nunca sairá de sua pequena reclusão. Como uma emparedada, viverá segregada do mundo por um período de aproximadamente trinta anos, percorrendo até ao fundo o longo caminho da ascética e da mística. Penitência e oração foram suas ocupações quotidianas. De sua manutenção se encarregavam os habitantes de Certaldo e seus arredores. Tradições populares referem que até os meninos, privando-se de alimentos e guloseimas, corriam em sua ajuda levando-lhe algo de comer, e que Júlia, agradecida e sorridente, em troca, até no inverno os obsequiava com flores frescas. Nada mais se sabe desta intrépida mulher, a não ser a grande veneração para com ela de seus concidadãos por semelhante vida de piedade vivida ante seus próprios olhos.
Júlia morre em torno a 1370. Seu culto se iniciou imediatamente depois de sua morte, pois já em 1372 consta a dedicação de um altar na igreja junto à qual havia transcorrido a maior parte de sua vida e onde ao falecer havia sido sepultado seu corpo. Desde 1506 o alcaide concorre com os gastos da festa em honra da beata, a cujo favor várias vezes foi atribuída a libertação de pestes e contágios em toda a comarca.
O culto ab immemorabili foi confirmado por Pio VII em 1819.

Lucrécia de Córdoba, Santa
Janeiro 9  -  Mártir
Lucrecia de Córdoba, Santa
Lucrécia de Córdoba, Santa
Mártir
Martirológio Romano: Na cidade de Córdoba, na região hispânica de Andaluzia, memória de santa Lucrécia, virgem e mártir, baptizada por santo Eulógio, presbítero e mártir (859).
Santa Lucrécia, foi uma donzela cordobesa, filha de pais muçulmanos.
Habitava por então em Córdoba Santo Eulógio, varão famoso por sua sabedoria, seus dotes de prudência, e quando era preciso seu arrojo e valentia. A Lucrécia lhe fascinava a ideia de um Deus entregue inteiramente aos homens por amor, com um amor de benevolência, quer dizer, amor de gratuidade absoluta. Querendo instruir-se no cristianismo, acudiu ao santo.
Mas nunca teve medo em seu coração. Era consciente de que os pais de Lucrécia se opunham a que deixasse a religião muçulmana.
Quando Lucrécia viu que não podia viver com seus pais porque estes lhe faziam a vida impossível, foi para casa de santo Eulógio, que a recebeu com grande caridade, e como tinha muitas ocupações pastorais, a entregou a sua irmã Amilona.
Os pais de Lucrécia começaram a buscar a sua filha, cuja desaparição já haviam denunciado aos juízes. Ao encontrá-la, como ela se negasse a abjurar do cristianismo, lhe deram morte decapitando-a e a atiraram ao rio Guadalquivir. Os cristãos, inteirados de sua execução, recolheram seus restos e os enviaram a Oviedo.

Adrián (Adriano) de Canterbury, Santo
Adrián (Adriano) de Canterbury, Santo
Abade
Martirológio Romano: Na cidade de Canterbury, em Inglaterra, santo Adriano, abade, o qual, nascido em África, chegou a Inglaterra desde a cidade de Nápoles, da Campânia, e muito preparado em ciências eclesiásticas e civis, educou egregiamente a grande número de discípulos (710).
Etimologia: Adrián = Adriano = Aquele que vem do mar, é de origem latino.
Santo Adrián havia nascido em África. Era abade de Nérida, perto de Nápoles, quando o Papa São Vitaliano, à morte de Santo Adeodato, arcebispo de Canterbury, o escolheu por sua ciência e virtude para instruir a nação inglesa, ainda jovem na fé. O humilde servo de Deus tratou de declinar a eleição, recomendando a São Teodoro para o cargo, mas mostrou-se disposto a compartilhar os trabalhos da missão. O Papa acedeu a suas súplicas e o nomeou assistente e conselheiro do novo bispo, no qual Santo Adriano conveio gostosamente.
São Teodoro o nomeou abade do mosteiro de São Pedro e São Paulo de Canterbury, que mais tarde havia de chamar-se Santo Agostinho, onde nosso santo ensinou o grego, o latim, a ciência dos Padres e, sobretudo, a virtude. Sob Adrián e Teodoro, a influência da escola monástica de Canterbury se estendeu enormemente. Santo Aldelmo acudiu a ela desde Wessex, Oftforo desde Whitby, e outros estudantes desde Irlanda. Era uma escola de Direito Romano e de Ciências eclesiásticas. Beda refere que os discípulos de Santo Adrián conheciam bastante bem o grego e falavam o latim como o inglês. Santo Adrián ilustrou o país com sua doutrina e o exemplo de sua vida, durante trinta e nove anos. Morreu em 9 de Janeiro do ano 710.
Goscelino de Canterbury nos deixou uma narração muito interessante da descoberta dos restos de Santo Adrián, que se achavam incorruptos e despediam uma suave fragrância. As recentes escavações confirmam este relato.
O túmulo de Santo Adrián se fez famosa pelos milagres nele operados, segundo nos diz Goscelino, citado por Guillermo de Malmesbury.

Alexia (Alicia) le Clerc (María Teresa de Jesús), Beata
Alexia (Alicia) le Clerc (María Teresa de Jesús), Beata
Co-fundadora da Congregação de Canonesas Regulares de Nossa Senhora
Martirológio Romano: Na cidade de Nancy, em França, beata María Teresa de Jesús (Alexia) Le Clerc, virgem, que, junto com são Pedro Fourier, fundou a Congregação de Canonesas Regulares de Nossa Senhora, sob a Regra de santo Agostinho, para a educação das jovens (1622).
Nasceu em 2 de Fevereiro de 1576 em Remiremont (França), ducado de Lorena.
Sua família ocupava uma posição destacada; mas é pouco o que sabemos da vida de Alexia até aos dezassete anos.
A essa idade era uma jovem alta e formosa, ruiva, de constituição delicada, atractiva e inteligente; numa palavra, como o faz notar Mons. Francis Gonne, Alexia era uma jovem sumamente espiritual.
Ela mesma, num de seus escritos, nos informa que se distinguia na música e na dança, que era muito popular e que tinha muitos admiradores. Alexia deixa entender que se desvanecia de tudo isto.
Aos dezanove anos teve o primeiro dos sonhos que haviam de marcar sua vida. Se viu numa igreja, perto do altar; a seu lado se achava Nossa Senhora, vestida com um hábito religioso desconhecido, falando-lhe: "Vem, filha minha, que eu mesma vou dar-te as boas vindas", lhe dizia. Pouco depois, a família Le Clerc foi a habitar a Hymont.
Aí encontrou Alexia a São Pedro Fourier, que era vigário de uma paróquia de Mattaincourt, nas cercanias.
Um dia que assistia a  missa nessa paróquia, Alexia ouviu um ruído de tambor e viu o demónio que fazia bailar aos jovens "ébrios de alegria". Nesse instante se operou a conversão de Alexia, que nos diz: "Aí mesmo resolvi não me misturar com semelhante companhia".
Na Missa de Natal de 1597, Alexia Le Clerc, Ganthe André, Isabel e Juana de Louvroir se consagraram publicamente a Deus, fundando, sob a Regra de santo Agostinho, a Congregação de Canonesas Regulares de Nossa Senhora.
Em 1621, Alexia obteve permissão de renunciar ao cargo de superiora local de Nancy, e entrou num curto período de extraordinária paz, que foi o prelúdio de sua morte. Estava enferma desde tempo atrás. Os médicos a declararam incurável, diagnóstico que desconsolou a toda a Nancy, desde o duque e a duquesa de Lorena até as colegiais e os mendigos.
São Pedro Fournier acudiu a toda pressa a Nancy, mas não pôde penetrar na clausura, até que o bispo o autorizou a isso. A ouviu em confissão e a preparou para a passagem "da morte à vida". 
A beata se despediu solenemente da comunidade no dia da Epifania, exortando a suas religiosas ao amor e à união. 
O  fim chegou em 9 de Janeiro, depois de uma longa agonia. A beata não havia cumprido ainda os quarenta e seis anos.
O Papa Pio XII a beatificou em 4 de Maio de 1947.

Marcelino de Ancona, Santo
Janeiro 9  -  Bispo
Marcelino de Ancona, Santo
Marcelino de Ancona, Santo
Bispo
Martirológio Romano: Na cidade de Ancona, no Piceno (hoje Itália), são Marcelino, bispo, que, segundo escreveu o papa são Gregório I Magno, por graça de Deus livrou a cidade de um incêndio (s. VI).
Etimologia: Marcelino = Aquele que procede de Marte (Deus romano da guerra).
Nascido na cidade italiana de Ancona, foi consagrado bispo dessa diocese em redor do ano 550. 
Dele escreveu São Gregório Magno referendo que livrou milagrosamente a cidade de Ancona de um grande incêndio.
Quando o santo foi levado na sua cadeira, por não poder caminhar, até onde chegava o fogo, as chamas retrocederam e todo o incêndio se consumiu.
Faleceu pelo ano 566
Outros Santos e Beatos
Janeiro 9   -  Completando o Santoral deste dia
Otros Santos y Beatos
Outros santos e beatos

São Felan, abade
Na Escócia, São Felan, abade do mosteiro de Santo André, notável por sua vida austera e por ter vivido na solidão (c. 710).

Santo Eustratius "Taumaturgo",  Abade

No Monte Olimpo, na Bitínia (actual Turquia), Santo Eustratius, apelidado "Taumaturgo”, abade de Abgar (século IX).

Santo Honoré de Buzançais, secular
Em Thenezay na região de Poitiers, Aquitânia (actual França), Saint Honore de Buzançais, que, como concessionário, dividia seu dinheiro entre os pobres e foi morto por ladrões que repreendeu (1250).

Santo António Fatati, bispo


Em Ancona, na região Piceno (hoje Itália), Santo Anthony Fatati, Bispo, que em todas as missões confiadas ao Romano Pontífice se manteve cauteloso e equilibrado, austero para si próprio e generoso para com os pobres e necessitados (1484) .
 
Santa Ágata e Santa Teresa Yi Kim, mártires


Em Seul, uma cidade da Coreia, santas mártires Agatha, virgem, cujos pais também morreram mártires, e Yi Kim Teresa, viúva, que, enquanto estavam presas, foram agredidas primeiro e depois decapitadas (1840).
 
Beato José Pawlowski e Casimiro Grelewski, presbíteros e mártires

No campo de concentração de Dachau, perto de Munique, Baviera, Alemanha, beato José Pawlowski e Casimiro Grelewski, presbíteros e mártires, por ser invadida a Polónia durante a guerra foram deportados, e consumaram o seu martírio por enforcamento (1942) .

Santo André Corsini, religioso e bispo
André Corsini nasceu em Florença no final do século XIV. Ingressou na ordem carmelita em 1349 e tornou-se bispo de Fiesole. Entregue inteiramente ao serviço da Igreja, morreu em 1629
http://es.catholic.net/santoral

Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português, por António Fonseca

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

8 de JANEIRO de 2010 – SANTOS DO DIA

SANTOS DO DIA DE HOJE
8 DE JANEIRO DE 2010

• Severino, Santo
Janeiro 8 Pregador
Severino, Santo
Severino, Santo
Pregador
Durante o século V o império romano de Ocidente viu-se invadido pouco a pouco pelos visigodos, ostrogodos, vândalos, francos, etc. Na devastação só as autoridades e estruturas cristãs constituíram um ponto firme para a sobrevivência. Este é o contexto histórico eh que se apresenta a figura e a obra de santo Severino, que nasceu de uma nobre família romana no ano 410. Depois de uma estadia no Oriente, em 454 estabeleceu-se perto do Danúbio, onde construiu mosteiros para albergar os habitantes ameaçados e para que, ao mesmo tempo, fossem pontos de irradiação do Evangelho entre as tribos bárbaras.
Inclinado tanto à vida contemplativa e eremítica como à actividade missionária, e favorecido com o carisma da profecia, são Severino fez também previsões sobre o plano humano temporal. Com efeito, compreendeu que o movimento dos jovens povos bárbaros era indestrutível e que a decadente sociedade romana recuperaria seu vigor graças a estas novas forças. 
Mas era necessário que essas mentes fossem iluminadas pelas verdades do Evangelho, e para isso havia que entrar em contacto directo com elas. Com um gesto valente que lhe fez ganhar a admiração dos rudes guetos, chegou até Comagén, já em mão dos inimigos; sua concreta caridade para com os necessitados lhe conquistou definitivamente o coração simples dos “bárbaros”, começando por dois dos chefes. Gibuldo, rei dos alamanos,tinha-lhe “suma reverência e afecto”, como disse seu biógrafo Eugipo, e o escutava com respeito, dócil como um filho; Flaciteo, rei dos rugos, “o consultava nas empresas perigosas como a um oráculo celestial”.
Não faltaram sinais do céu que confirmavam suas palavras. Um dia a nora de Flaciteo, contra o parecer de Severino, o havia convencido de que não desse a liberdade aos prisioneiros; Severino a admoestou energicamente e na mesma noite o sobrinho de Flaciteo caiu prisioneiro de outra tribo bárbara e obteve a liberdade só por intervenção de Severino.
Respeitado e amado pela gente humilde como pelos reis e guerreiros, viveu muito pobremente, sem tirar nenhuma vantagem material para si mesmo: vestia a mesma túnica tanto no inverno como no verão, dormia poucas horas encostado no solo e com cilícios, e se diz que na quaresma só comia uma vez por semana.
Morreu em 8 de Janeiro do ano 482. Suas veneradas relíquias repousam em Frattamaggiore (Nápoles) junto ao mártir Sosso.
Gúdula, Santa
Janeiro 8 Padroeira de Bruxelas
Gúdula, Santa
Gúdula, Santa
Todos os visitantes de Bruxelas conhecem sua catedral, dedicada a esta virgem que é também padroeira da cidade, mas fora de Bélgica é muito pouco conhecida, e a muitos seu nome lhes soará a estranho e bárbaro, como a obscura e longínqua época em que viveu.
Segundo uma biografia da santa, escrita em 1047, Santa Gúdula nasceu no seio de uma aristocrática família franca: seu pai era Witger, duque de Lorena, e sua mãe, Santa Amalberga. A Santa veio ao mundo no ano 650, em Brabante (Pagus Brachatensis), região situada na parte central da actual Bélgica. Sua indecisa silhueta aparece no meio de uma constelação familiar de santos: como temos dito, era filha de santa Amalberga, -  afilhada de santa Gertrudis de Nivelle e irmã de santo Aldeberto e santa Reinalda.
Santa Gúdula se educou no convento de Nivelle sob a tutela de sua santa madrinha. Morta Santa Gertrudis em 659, voltou-se Gúdula para a casa paterna. Segundo uns, viveu recolhida no oratório de São Salvador de Moorsel, a poucas milhas de seu povo natal. Segundo outros, permaneceu em casa de seus pais, levando uma vida extraordinária de piedade e recolhimento.
Conta a lenda que gostava Santa Gúdula de se dirigir todas as manhãs antes da aurora à capelinha de madeira dedicada a São Salvador, em Moorsel, e que um dia o demónio, furioso de vê-la tão devota; lhe apagou a lanterna que levava na mão. Gúdula se pôs em oração, ajoelhada no barro, e a lâmpada voltou a acender-se milagrosamente. Esta lenda deu lugar ao distintivo iconográfico da Santa: uma lanterna, ás vezes representada por um círio, que a Santa leva na mão, enquanto o demónio dá sinais de raiva a seus pés e um anjo lateral acende de novo o círio.
Hubert, o antigo cronista de Lobbes, nos apresenta a Santa Gúdula como uma mulher consagrada em corpo e alma ao socorro do próximo. Voltando um dia da capela de Moorsel, encontrou a uma pobre mulher que levava nos braços um menino de dez anos paralítico de pés e mãos. Gúdula o tomou em suas mãos, o acariciou e rogou fervorosamente a Àquele que disse: "Todo o que pedirdes a meu Pai em meu nome Ele vos concederá" Imediatamente o menino se sentiu curado e começou a dar saltos de alegria. Em outra ocasião veio a seu encontro uma leprosa chamada Emenfreda. A Santa examinou suas chagas, a consolou com doces pensamentos e depois a curou. A notícia de estes prodígios se estendeu rapidamente por toda a região. E uma multidão de desgraçados acudia a ela em busca de socorro.
Após breve enfermidade Gúdula morreu, provavelmente em 8 de Janeiro de 712. Hubert nos descreve a desolação das pobres gentes da comarca que estavam acostumadas a ver nela uma espécie de fada protectora. E nos transmite os grandes louvores que as gentes fizeram da Santa com motivo de sua morte. Foi enterrada em Vilvoorde.
Depois de algum tempo foi trasladado o corpo de Santa Gúdula a Moorsel, onde se estabeleceu um mosteiro de religiosas que durou pouco tempo. Mais tarde seus restos mortais foram confiados a Carlos de França, filho de Luis, duque da Baja Lorena. Provavelmente em 977. Durante uns sessenta anos o corpo de Santa Gúdula repousou na igreja de São Géry de Bruxelas, então simples capela castrense, construída junto à residência condal. Por fim, o conde de Lovaina, Lamberto II, fez trasladar em 1047 o precioso depósito para a igreja de Molemberg, dedicada a São Miguel, que foi provavelmente a primeira paróquia de Bruxelas e que depois mudou seu nome pelo de Santa Gúdula. Ao mesmo tempo o príncipe erigiu ali um capítulo. Uma antiga nota, que se conserva nos Arquivos Gerais do Reino de Bruxelas, relata a história desta fundação.
O martirológio romano celebra a festa de Santa Gúdula em 8 de Janeiro, enquanto que na arquidiocese de Malinas e na diocese de Gante se celebra em 19 do mesmo mês.
• Eurósia Fabris, Beata
Janeiro 8  -  Esposa
Eurosia Fabris, Beata
Eurósia Fabris, Beata

Ela nasceu em Quinto Vicentino, uma pequena aldeia perto da cidade de Vicenza (Itália), em 27 de Setembro de 1866, seus pais eram camponeses.
Em 1870 a família mudou-se para Marola, uma outra cidade na província de Vicenza, onde Eurósia passou a vida inteira. Ele só pôde ir à escola dois anos entre 1872 e 1874, e então teve que ajudar o pai no trabalho agrícola e sua mãe nos afazeres domésticos. Na escola, ela aprendeu pelo menos a ler e escrever. Isso permitiu-lhe ler os textos sagrados da Bíblia e alguns outros de conteúdo religioso, como o Catecismo e História Sagrada.
Ela ajudou sua mãe no comércio como costureira, de que se tornou uma especialista. Dotada de grandes qualidades humanas e de fé, sempre esteve atenta às necessidades de sua família.
Aos doze anos recebeu sua primeira comunhão. Desde aquele dia ela participava em todos os feriados religiosos, pois naquela época não era permitido Comunhão diária. Matriculou-se na associação das Filhas de Maria, na freguesia de Marola. Frequentemente ia a reuniões regulares do grupo e  rapidamente aprendeu os seus estatutos.
Ela cultivou uma fervorosa devoção ao Espírito Santo, Cristo crucificado, a Virgem Maria e as almas do Purgatório. Seu amor por Maria foi favorecida pela sua família, incluindo seus amigos da paróquia, ensinando o catecismo às meninas e adolescentes que vinham a sua casa para aprender a arte da costura.
Aos dezoito anos ela era uma mulher responsável jovem, piedosa e trabalhadora. Estas virtudes e beleza não se perderam, e recebeu várias propostas de casamento, que não teve em conta.
Em 1885, a dolorosa experiência que mudou sua vida: uma vizinho, uma jovem mulher morreu, deixando três filhas muito pequenas, a primeira das quais morreu pouco depois de nascer, a segunda tinha vinte meses, e a terceira, quatro anos. Com Charles, o pai dos órfãos, eles viviam com um tio e avô, doentes crónicos, três homens de diferentes naturezas e muitas vezes em conflito uns com os outros.
Durante seis meses, veio Eurósia todas as manhãs para cuidar dos filhos e limpar a casa. Então, seguindo os conselhos de parentes e do pastor, depois de rezar intensamente, concordou em casar com Charles, mas estava consciente dos sacrifícios que eles teriam de enfrentar. Ela sentiu o casamento como a vontade de Deus, que apelou a uma nova missão. O pastor disse mais tarde: "Foi realmente um acto heróico de caridade para com o próximo."
O casamento teve lugar no dia 5 de Maio de 1886 e foi coroado com nove crianças.
Ela agiu com a maior fidelidade aos deveres de esposa e mãe de profunda comunhão com seu marido, que se tornou o conselheiro e reconfortante, dando terno amor a todos os filhos (seus e do marido) ; intensa vida de oração, o amor de Deus e da devoção à Eucaristia e a Virgem Maria.
Ela entrou na Ordem Terceira Franciscana, agora chamada de Ordem Franciscana Secular, e viveu a sua pobreza de espírito e a alegria de trabalhar e de oração, em louvor a Deus, o Criador, fonte de todo bem e toda a nossa esperança.
Ela fez  de sua família uma verdadeira igreja doméstica, onde aprendeu a criar seus filhos em oração, obediência, temor de Deus, sacrifício, trabalho duro e as outras virtudes cristãs.
Aí se sacrificou dia a dia, como uma lâmpada sobre o altar da caridade.
Morreu em 8 de Janeiro de 1932, e foi beatificada pelo Papa Bento XVI em Novembro 6, 2005.
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Lorenzo Justiniano, Santo
Janeiro 8   -  Patriarca de Veneza
Lorenzo Justiniano, Santo
Lorenzo Justiniano, Santo
Bispo
Martirológio Romano: Na cidade de Veneza (hoje Itália), são Lorenzo Giustiniani, bispo, que ilustrou a esta Igreja com sua doutrina de sabedoria eterna (1456).
São Lorenzo nasceu em Veneza em 1381, e desde menino abrigou o desejo de ser santo. Quando tinha dezanove anos sentiu o chamamento de Deus para se consagrar de maneira especial a seu serviço, e por revelação divina se entregou inteiramente à procura da ciência e o amor de Dios. A força de sua resolução para seguir o tortuoso caminho da cruz ficou demonstrada na rigorosa severidade com que tratava a seu corpo e a constante dedicação de sua mente aos assuntos da religião.
Em 1406, o santo recebeu a ordenação sacerdotal. O fruto de seu espírito de oração e penitência foi o conhecimento profundo das coisas espirituais e os caminhos interiores da virtude, assim como uma grande destreza e uma enorme prudência na direcção das almas. Pouco depois de sua ordenação foi nomeado preboste de São Jorge e, para instruir a seus discípulos, só tratava de lhes inculcar a mais sincera humildade.
Em 1433, o Papa Eugénio IV nomeou São Lorenzo para a sede arcebispal de Castello, uma diocese que incluía parte de Veneza. O mesmo, como religioso e como prelado, foi admirável na sua piedade sincera para com Deus e a grandeza de sua caridade para os pobres.
São Lorenzo deixou alguns escritos ascéticos muito valiosos; tinha setenta e quatro anos quando escreveu seu último trabalho, titulado "Os Graus de Perfeição".
São Lorenzo faleceu em 8 de Janeiro de 1455, mas sua festa se celebra neste dia, em que recebeu sua consagração episcopal. Foi canonizado em 1690.
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Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por António Fonseca

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

7 de JANEIRO de 2010 – SANTOS DO DIA


SANTOS DO DIA DE HOJE
7 DE JANEIRO DE 2010

Raimundo de Peñafort, Santo
Janeiro 7   -  Presbítero Dominicano
Raimundo de Peñafort, Santo
Raimundo de Peñafort, Santo
Presbítero Dominicano
Martirológio Romano: São Raimundo de Peñafort, presbítero da Ordem de Pregadores, exímio mestre em direito canónico, que escreveu de modo muito acertado sobre o sacramento da penitência. Eleito mestre geral da Ordem, preparou a redacção das novas Constituições e, chegado a idade muito avançada, adormeceu no Senhor na cidade de Barcelona, em Espanha. (1275)
Etimologicamente: Raimundo = Aquele que é protector ou bom conselheiro, é de origem germânica.

Quando Gregório IX, de quem havia sido um precioso colaborador, lhe comunicou sua intenção de nomeá-lo arcebispo de Tarragona, a consternação de Raimundo de Peñafort foi tal que adoeceu. O humilde e douto sacerdote, que havia nascido entre 1175 e 1180, havia sempre recusado honras e prestigio, mas não o havia logrado. Recusando uma vida cómoda e alegre (era filho do nobre castelhano de Peñafort), se havia dedicado desde muito jovem aos estudos filosóficos e jurídicos; aos vinte anos ensinava filosofia em Barcelona, e aos trinta anos, recém graduado, ensinava jurisprudência em Bolonha. O soldo que obtinha por isso o gastava todo em socorrer aos necessitados.
Regressou a Barcelona por convite de seu bispo, que o nomeou canónico. Mas quando os dominicanos chegaram a essa cidade, o convidaram a ingressar em suas filas e Raimundo, abandonando tudo, entrou na Ordem. Dezasseis anos depois, em 1238, foi nomeado Superior Geral, cargo que não pôde recusar. Durante dois anos visitou a pé os conventos da Ordem, depois reuniu o Capítulo geral em Bolonha e apresentou sua renúncia. Assim, aos setenta anos de idade pôde regressar ao ensino e à pastoral.
Nomeado confessor do rei Santiago de Aragão, não duvidou em reprovar sua conduta escandalosa durante a expedição à ilha de Maiorca. Uma lenda conta que o rei havia proibido que as embarcações se dirigissem até Espanha, e então, Raimundo, para manifestar seu desacordo com o soberano, estendeu sua manta sobre a água e sobre ela navegou até Barcelona.
Uma de suas obras apostólicas dignas de recordar são as missões para a conversão dos hebreus e os maometanos que viviam em Espanha. Segundo a tradição, se lhe atribui o mérito de haver convidado a Santo Tomás de Aquino a escrever a Summa contra Gentios, para que seus pregadores tivessem um texto seguro de apologética para as controvérsias com os hereges e infiéis. Ele próprio redigiu importantes obras de teologia moral e de direito, entre elas a Summa casuum para a administração correcta e eficaz do sacramento da penitência. Morreu quase aos cem anos, em 6 de Janeiro de 1275 e foi canonizado em 1601.
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Canuto Lavard, Santo
Janeiro 7   -  Mártir

Canuto Lavard, Santo
Canuto Lavard, Santo
Mártir
Martirológio Romano: Nos bosques próximos a Ringsted, na Dinamarca, são Canuto, apelidado Lavard, mártir, que, feito duque de Schleswig, exerceu o poder de modo justo e prudente, e favoreceu a piedade de seu povo. Morreu assassinado por inimigos que recusavam a sua autoridade (1131).

Canuto Lavard (12 de Março de 1096 - Ringsted, Dinamarca, 7 de Janeiro de 1131). Príncipe danês ou (dinamarquês, na actualidade), duque de Jutlandia Meridional de 1115 a 1131, e rei dos Obodritas de 1129 a 1131.
Canuto Lavard era filho do rei Erik I de Dinamarca e da rainha Bodil Thrugosdatter. Em 1115, seu tio, o sucessor de seu pai, o rei Nicolás I de Dinamarca, concedeu-lhe o título de duque de Jutlandia Meridional.
Enrique, o príncipe cristão dos Obodritas, povo wendo de Vagrie, perto de seu ducado, que havia sido anexado a Dinamarca, morreu em 1129 e a família real foi assassinada. Canuto Lavard se fez nomear rei pelo imperador germânico, com o objectivo de terminar a evangelização dos primeiros pagãos desta região da costa báltica.
Seu primo, Magnus Nilsson, filho de Nicolás I de Dinamarca, foi nomeado rei de Suécia, como sucessor do rei Inge I de Suécia.
Ambos primos, eventuais pretendentes ao reino de Dinamarca, contavam, portanto, com um título real e a animosidade entre eles foi crescendo até que Magnus Nilsson matou a Canuto Lavard em Haraldsted, perto de Ringsted, em Selandia, em 7 de Janeiro de 1131. Desde o momento de sua morte, o jovem príncipe Canuto foi objecto de devoção. Seu assassinato desatou uma guerra civil na Dinamarca.
Canuto Lavard foi declarado Santo pelo Papa Alexandre III el 25 de Junho de 1170, durante o reinado de seu filho Valdemar I de Dinamarca. Sua festividade, o Knutsdagen (Dia de Canuto) se celebrou originalmente o dia de sua morte, 7 de Janeiro, mas posteriormente foi mudada para 13 de Janeiro, como permanece na actualidade.
Casou-se, em 1116 com Ingeborg de Kiev, filha do príncipe Mstislav I de Kiev. Desta união nasceram:
ºMargarita, casada com Stig Tokesen Hvide, morto em 1151
ºCristina, nascida em 1118, casada com o rei Magnus IV de Noruega, foi repudiada.
ºCatalina, casada em 1159 com Pribislav, príncipe dos Wendes
ºValdemar I de Dinamarca, filho póstumo, nasceu em 14 de Janeiro de 1131
Carlos Sezze, Santo
Janeiro 7   -  Religioso franciscano
Carlos Sezze, Santo
Carlos Sezze, Santo
Alguns escritores modernos têm chamado a atenção dos teólogos místicos sobre este leigo franciscano, antes quase desconhecido por causa de ficar ainda inéditos em sua maior parte seus numerosos escritos, que são quarenta entre tratados e cartas; somente seis, e não certamente os mais importantes, mereceram a honra da imprensa.
Nasceu este santo varão em Sezze, formosa vila da província romana, em 22 de Outubro de 1613, de pais muito pobres de bens temporais mas muito ricos de virtudes, os quais lhe procuraram dar unicamente a instrução elementar, que bem cedo teve que interromper para se dedicar à guarda das ovelhas, o que lhe serviu admiravelmente, como a outro Pascual Bailão, para o exercício de oração e a leitura de livrinhos piedosos. Visitava com frequência a igreja dos Frades Menores, não muito longe de sua casa, e ao contemplar nela os toscos quadros dos beatos (hoje canonizados) Salvador de Horta e Pascual Bailão, leigos espanhóis da expressada Ordem, sentia tal entusiasmo que, como escreveu depois, exclamava: «Se eu chego a entrar nesta religião imitarei a estes santos: passarei as noites na igreja e farei asperíssima penitência».
Caiu logo em muito grave enfermidade, a qual foi causa decisiva de sua vocação religiosa, de modo que aos dezassete anos de idade pediu licença para entrar entre os religiosos franciscanos da província de Roma no estado laical, o qual conseguiu depois de longa e dura prova, sendo enviado ao convento de Nazzaro, onde vestiu o pobre saial de São Francisco no dia 18 de Maio de 1635, começando logo o noviciado. Passado o ano de prova entre rigorosos exercícios de penitência e grandes tribulações espirituais, alguns religiosos professos estavam perplexos em lhe permitir ou lhe negar a licença para pronunciar os três votos perpétuos, duvidando que pudesse sustentar o peso da vida regular. Nesta lamentável situação acudiu o devoto jovem à Virgem Santíssima, de quem havia recebido já tantos favores; esta clementíssima Mãe veio sem tardar em seu auxilio, de modo que, desaparecendo aqueles temores, pôde no dia 19 de Maio de 1636 consagrar-se para sempre ao Senhor, mudando o nome de João Carlos pelo de Carlos de Sezze. 
A vida do fervoroso leigo depois de sua profissão foi bastante simples, residindo sucessivamente nos conventos de Morlupo, Ponticelli, Palestrina, Carpineto (pátria do futuro papa León XIII), São Pedro in Montorio de Roma (em grande parte edificado pelos Reis Católicos Fernando e Isabel) e São Francisco a Ripa, que conserva a recordação do quarto de São Francisco e onde Carlos de Sezze faleceu santamente no dia 6 de Janeiro de 1670. Morando em Morlupo teve uma tremenda visão que lhe deu alento no progresso da vida contemplativa; em Ponticelli deu-se inteiramente ao exercício que chamava «a confiança em Deus» ou a pequenez espiritual, à guisa de um menino descansando no regaço de sua mãe e que tanto recomenda o Santo em seus escritos. Bem cedo o cativou outro exercício saudável: rogar todos os dias pela propagação da fé nos países pagãos, desejando além disso derramar neles o sangue por Cristo, e para o efeito pediu e obteve partir como missionário para as Índias de patronato português; mas ao ir para lá lhe sobreveio uma grave enfermidade, pelo que foi trasladado para a enfermaria de São Francisco a Ripa, chorando amargamente porque não podia acompanhar os que saiam destinados àquelas missões.
Naquele tempo a província romana abriu um convento de retiro em Castelgandolfo, onde os religiosos viviam com extraordinária austeridade, muito semelhante à dos antigos anacoretas; ali acudiu nosso Carlos com permissão dos superiores; mas pelo visto o sitio não era muito são, assim é que pouco depois, isto é, em 1643, houve que encerrar aquele convento por causa das doenças contraídas por alguns religiosos; pelo que o servo de Deus foi trasladado a Carpineto, onde pôde dar provas de sua heróica caridade durante a terrível epidemia que devastou aquela região. Viu-se muitas vezes assistindo aos pobres empestados mais perigosos, sem cuidar de sua própria saúde e também carregando sobre suas costas aos mortos para lhes dar cristã sepultura. Deus permitiu que, em vez de prémio por tanta abnegação e sacrifício, recebesse uma pública repreensão e fosse trasladado ao convento romano de São Pedro in Montorio para encarregar-se do oficio de sacristão e, mais tarde, do de questor de esmolas  na mesma capital. Exercitando este último humilde serviço recebeu de Jesús Sacramentado o mais estupendo prodígio de sua vida, que lhe mereceu o título de «Serafim da Eucaristia», pois que entrando uma manhã na igreja de São José «de Capo de Case», situada perto da actual praça de Espanha, e ouvindo ali em companhia de alguns fieis e todo absorto no amor de Jesús o santo sacrifício da missa, ao chegar o acto da elevação um raio luminoso partiu da hóstia sagrada ferindo o costado do Santo até penetrar seu coração – cujo sinal se observa ainda actualmente –, com o qual caiu o extático leigo num admirável delíquo (desmaio) de amor e dor, como ele mesmo refere em sua autobiografia. Desde este momento a vida de frei Carlos foi eminentemente eucarística, de modo que frequentemente, depois da santa comunhão, experimentava largos colóquios e íntimas comunicações com Jesús, a quem tanto recreava o fervor e simplicidade columbina de seu servo.
Este fidelíssimo filho do «Pobrecillo de Assis» foi decorado com o dom de milagres: numerosíssimos enfermos recobraram a saúde mediante as orações que por eles elevava ao Senhor, à Virgem Santíssima e ao então Beato Salvador de Horta, taumaturgo catalão, cuja devoção haviam propagado por Itália os franciscanos de Sardenha, em cuja capital havia falecido em 1567, e neste mesmo tempo trabalhava em Roma para sua canonização o Beato Buenaventura de Barcelona, leigo também falecido igualmente como seu compatriota em terras italianas. O próprio Carlos de Sezze refere difusamente uns vinte milagres obrados por ele mediante uma relíquia do prodigioso franciscano de Horta, que levava sempre consigo. Estes milagres, o mesmo que suas excelsas virtudes e maravilhosas profecias, fizeram popular no Lacio o nome de frei Carlos, de modo que até alguns cardeais e papas o cumularam de obséquios. Predisse a honra do Papado aos purpurados Chigi (Alexandre VII), Rospigliosi (Clemente IX), Alfieri (Clemente X) e Albani (Clemente XI); outros pontífices o convidaram não poucas vezes à sua corte para aproveitar-se de seus sobrenaturais conselhos e espiritual doutrina.
Maravilha causa ver em Carlos de Sezze, que somente havia aprendido a ler e escrever, uma doutrina mística tão sublime, que alguns escritores modernos a comparam à de Santa Teresa ou de São João da Cruz, proclamando-o um dos melhores autores da mesma disciplina no século XVII, dotado certamente de ciência infusa. É verdadeiramente um escritor fecundo. Não se hão conservado todas suas obras, pois sabemos que estando em Carpineto seu confessor o mandou queimar um livro de meditações, o qual executou sem resistência alguma, e outro confessor seu, o padre António de Aquila, o qual nos deu a primeira lista dos mesmos escritos, assegura que havia outros já então perdidos. De todos modos, os que existem actualmente dão direito a proclamar a São Carlos autor espiritual de grande fecundidade e seguro magistério.
Entre suas obras, estudadas recentemente com utilíssimos detalhes pelo douto padre Jaime Heerinckz, descolam por sua importância: Le tre Vie, tratado sobre a via purgativa, iluminativa e unitiva; Cammino interno dell´anima; Discorsi sopra la vita di N. Signor Gesù Cristo; Sacro Settenario, que, segundo diz o mesmo autor, a seráfica madre Santa Teresa de Jesús o ditou textualmente; finalmente a obra mais extensa e de maiores voos: Le grandezze della misericórdia di Dio in un anima diulata dalla grazia divina, que é a sua autobiografia, composta por inspiração divina e por mandato de seu confessor. O Santo trabalhou nesta última obra desde 1661 até 1665, enquanto residia no convento romano de São Pedro in Montorio. Descreve nela sua própria vida e sobretudo as graças que havia recebido do Altíssimo desde sua infância com a idade de cinquenta e dois anos. O livro está dividido em sete partes e em cento doce capítulos, sua matéria está saturada de preciosas ideias e descrições importantes não somente pelo que se refere à vida do autor, mas também e principalmente pela multidão de fenómenos místicos e muito extraordinários, nesta volumosa obra descritos, e que podem ser utilíssimos aos cultivadores da ciência mística. 
A doutrina espiritual deste servo de Deus é sempre sólida e substancial; e apesar de que seu autor não pôde dedicar-se a estudos de alta teologia, trata dela de uma maneira maravilhosa, descrevendo sapientemente os graus mais elevados da mística católica, de modo que neste sujeito verificou-se de novo a verdade da sentença evangélica segundo a qual o Senhor esconde os mistérios divinos aos sábios do mundo e os revela aos parvos de espírito.
Morreu o Santo no convento romano de São Francisco a Ripa na festa dos Reis de 1760, depois de poucos dias de enfermidade, durante a qual recebeu, ajoelhado no solo, o divino Viático, confortado com uma celestial visão do Salvador, da Virgem Santíssima e de muitos anjos. O papa Leão XIII o elevou às primeiras honras dos altares em 1882 e João XXIII o há canonizado neste ano de 1959 juntamente com a barcelonesa Joaquina Vedruna de Más, fundadora das Carmelitas da Caridade. Seu sepulcro se venera na igreja franciscana de São Francisco a Ripa, mas o coração incorrupto, com o sinal da cruz impresso no acto do prodígio eucarístico referido, se conserva na capela do convento chamada de São Francisco.
Luciano de Antioquia, Santo
Janeiro 7  -  Sacerdote Mártir

Luciano de Antioquía, Santo
Luciano de Antioquia, Santo
Sacerdote de Antioquia, professor de exegese bíblica e fundador da Escola de Antioquia, traduz o Antigo Testamento, seu campo próprio; e destaca por sua virtude, sabedoria e oratória.
Durante a perseguição de Valério Maximiano, é martirizado em Nicodemia, em 7 de Janeiro do ano 212, e sepultado em Helenópolis de Bitinia.
Ao fazer seu panegírico São João Crisóstomo, destaca como a devoção eucarística o levou a celebrar a Santa Missa na prisão, a véspera de seu martírio, tendo como altar o próprio peito.
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Lindalva Justo de Oliveira, Beata
Janeiro 7  -  Virgem e Mártir
Lindalva Justo de Oliveira, Beata
Lindalva Justo de Oliveira, Beata
Beata Lindalva Justo de Oliveira (1953 – 1993)
Mártir, Religiosa Filha da Caridade de São Vicente de Paulo
Lindalva Justo de Oliveira nasceu em 20 de Outubro de 1953 em Sitio Malhada da Areia, numa zona muito pobre de Rio Grande do Norte, Brasil. O pai de Lindalva, João Justo da Fé, um granjeiro violo. Seu segundo matrimónio foi com María Lúcia de Oliveira. A pequena Lindalva foi a sexta de 13 meninos nascidos ao casal. Lindalva foi baptizada em 7 de Janeiro de 1954.
Sua família não era pudica, mas era rica na fé cristã. João mudou a sua família para Açu para que seus filhos pudessem ir à escola, e depois de muitos sacrifício ele conseguiu comprar uma casa onde a família reside ainda hoje.
Seguindo o bom exemplo de sua mãe, Lindalva demonstrou uma inclinação natural para os meninos mais pobres e compartilhou muito tempo com eles. 
Com a idade de 12 anos, Lindalva recebeu sua Primeira Comunhão, e durante seus anos escolares ela estava sempre contente de ajudar ao menos afortunado. Depois, em 1979, enquanto vivia com seu irmão Djalma e sua família, em Natal, ela obteve o diploma de ajudante administrativa.
De 1978 a 1988 ela teve vários trabalhos em vendas por miúdo e como caixeira numa estação de gasolina, enviando algo de seu salário para casa para ajudar a sua mãe. Lindalva encontrou tempo para visitar, todos os dias depois do trabalho, o asilo de anciãos da localidade.
Em 1982, enquanto ajudava amorosamente a seu pai nos últimos meses de sua doença terminal, meditou a sério sobre sua vida e decidiu servir aos pobres. Se registou então num curso de enfermeira, mas também desfrutou essas coisas típicas da juventude: fazer amizades, lições de guitarra e estudos culturais.
Em 1986 participou em actividades vocacionais das Filhas de Caridade. Depois de ter recebido o Sacramento de Confirmação em 1987, Lindalva solicitou ser admitida pela dita congregação. Na Festa de Nossa Senhora de Lourdes, 11 de Fevereiro de 1988, ingressou no noviciado sendo sua presença moralmente edificante para seus companheiros por sua alegria e a genuína preocupação pelos pobres.
Seu carácter estava marcado por uma doce disposição mas também pela sinceridade. Numa carta a António, seu irmão alcoólico, escreveu: "Pensa sobre isto e interioriza-o em ti. Eu oro muitíssimo por ti e continuarei orando, e se é necessário farei penitência para que sejas capaz de reivindicar-te como pessoa. Segue a Jesus, que lutou até à morte pelos pecadores, dando até sua própria vida, não como Deus mas sim como homem, para o perdão dos pecados. Devemos buscar refúgio n’Ele; só n’Ele a vida merece a pena". Um ano depois seu irmão deixou de beber.
Em 29 de Janeiro de 1991 Soror Lindalva foi assinalada para atender a 40 pacientes terminais, todos homens, no centro de saúde municipal em Salvador da Baia. Empreendeu as tarefas mais humildes e buscou servir aqueles que mais sofriam tanto espiritual como materialmente animando-os à recepção dos sacramentos. Soror Lindalva cantava e orava com eles, e inclusive passou as provas de condução para os poder levar a passear.
Durante Janeiro de 1993, um tal Augusto da Silva Peixoto, um varão de 46 anos de idade, de um carácter irascível, usando uma recomendação conseguiu ser admitido nas instalações ainda que ele não tivesse nenhum direito para estar ali. Soror Lindalva o tratou com a mesma cortesia e respeito que aos outros pacientes,mas ele se enamorou dela.
Ela se distanciou prudentemente dele e era muito cuidadosa ao ter que o atender. Não obstante, ele expôs explicitamente suas intenções luxuriosas para com ela. Uma simples solução teria sido que Soror Lindalva deixasse o lugar, mas seu amor pelos anciãos a fez declarar, "prefiro verter meu sangue do que deixar este lugar." 
Em 30 de Março os assédios de Augusto se puseram tão insistentes e aterradores que ela procurou a ajuda de um oficial de segurança para travar a este paciente desobediente. Ainda que ele tenha prometido melhorar a sua atitude e conduta, encheu-se de tal ódio e vingança que desenvolveu um plano assassino.
Em 9 de Abril de 1993, Sexta-feira Santa, Soror Lindalva tomou parte da Via Crucis paroquial às 4:30 pela manhã. Perto das 7 da manhã regressou a seu trabalho para preparar e servir o desjejum como o fazia todos os dias. Entretanto ela servia o café, Augusto se acercou e atacou-a com uma faca de peixe sobre o pescoço. Caiu ao chão e chorando repetia várias vezes "Deus me protege". Os pacientes correram buscando protecção.Envolvido na sua fúria demente, Augusto a apunhalou 44 vezes (!!!) e dizia: “Já devia ter feito isto há mais tempo”.Tranquilizando-se então de repente, se sentou num banco, limpou a faca nas suas calças, atirou-o para a mesa e exclamou: “Ela não me quis…” e voltando-se para o médico  disse: , "Pode chamar a polícia, não fugirei; fiz o que tinha a fazer". 
No dia seguinte, Sábado Santo, o Cardeal Lucas Moreira Neves, O.P., Primado de Brasil, celebrou o enterro da Irmã de 39 anos de idade e comentou: "Uns poucos anos foram suficientes para que Soror Lindalva coroasse sua vida Religiosa com o martírio."
Em 2 de Dezembro de 2007 foi beatificada em São Salvador da Baía (no Estádio de Barradão) pelo Prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, delegado para este fim por Sua Santidade Bento XVI.
Reproduzido com autorização de Vatican.va
traduzido por Xavier Villalta

María Teresa del Sagrado Corazón, Beata
María Teresa do Sagrado Coração, Beata
Nasceu em 27 de Fevereiro de 1777 em Liege, Bélgica, e foi baptizada com o nome de Juana Haze.
Foi fundadora das Filhas de Santa Cruz de Liege.
Morreu em 7 de Janeiro de 1876 em sua cidade natal.
Em 1991 João Paulo II, confirmou suas heróicas virtudes declarando-a beata.
http://es.catholic.net/santoral
Recolha, transcrição e tradução de espanhol para português por António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...