terça-feira, 8 de junho de 2010

Nº 1030 (…) – 8 de Junho de 2010

 

 

NOTA PRÉVIA

Caros Amigos:

Hoje dia 8 de Junho de 2010, coloco 4 “postagens”.

A primeira é como habitualmente a descrição de biografias de vários Santos que se comemoram neste dia, conforme vêm discriminados nos sites http://es.catholic.net/santoral e www.jesuitas.pt (ou melhor) transcritas do livro SANTOS DE CADA DIA editado pelos Jesuítas…e incluí ainda parte dos nomes de milhares de mártires na Ásia (China, Japão, etc,)

A segunda é exclusivamente centrada na biografia publicada no livro acima indicado, sobre BEATA MARIA DO DIVINO CORAÇÃO, a qual decidi publicar na íntegra…porque a achei interessante (não no termo de «engraçada…» mas sim no de SANTIDADE…), evidentemente…

A terceira (também proveniente do mesmo livro) é dedicada à biografia das 9 Irmãs gémeas SANTA MARINHA, SANTA VITÓRIA, SANTA GENEBRA, SANTA LIBERATA ou VILGEFORTE, SANTA EUFÉMIA, SANTA MARCIANA ou MAREJANA, SANTA BASÍLICA, SANTA GERMANA E SANTA QUITÉRIA… . Principalmente no que concerne aos nº 1 e 2 da referida biografia, que muito me apaixonaram, apesar de bastante longas…

Finalmente esta NOTA PRÉVIA,,, que curiosamente será a última ser colocada e não a primeira!!!

Desculpem-me “qualquer coisinha” por favor. Obrigado. António Fonseca

Nº 1030 - (2) – 8 DE JUNHO DE 2010 – SANTOS DO DIA

 

NOVE IRMÃS GÉMEAS (*)

SANTA MARINHA, SANTA GENEBRA, SANTA VITÓRIA, SANTA EUFÉMIA,

SANTA MAREJANA (ou marciana), SANTA GERMANA, SANTA BASÍLIA, SANTA QUITÉRIA e

SANTA LIBERATA (ou VILGEFORTE)

Celebrando-se hoje na arquidiocese de Braga a memória facultativa de Santa Quitéria, transferimos para este dia a «notícia» geral que traz sobre as nove irmãs gémeas o “Ano Cristão” do Padre Croiset (tradução do Padre Matos Soares), no dia 18 de Julho, sob o título: «Santa Marinha, Virgem e Mártir». Damos,  tirando-a da mesma obra, a «notícia» sobre santa Quitéria, que pertence a 8 de Junho.  O mesmo «Ano Cristão», no dia 16 de Agosto, acrescenta que as relíquias de Santa Eufémia, uma das nove irmãs, se encontram na cidade de Orense desde meados do século XII; e diz ainda, a 20 de Julho, que neste dia se comemorava Santa Liberata ou Vilgeforte.

1) SANTA MARINHA, Virgem e Mártir (mais oito irmãs)

Nenhum documento existe com valor histórico sobre a vida desta santa. O Martirológio Romano faz comemoração dela neste dia, dizendo que foi martirizada na Galiza. Os Bolandistas dizem que foi martirizada junto de Orense. Não queremos privar os leitores duma das mais interessantes criações da imaginação popular sobre hagiografia. Refere-se ela ao nascimento e vida de nove irmãs, uma das quais era Marinha. Reproduzimos o que em 1722 publicou o monge beneditino de Pombeiro, Frei Bento de Ascensão.

«Pelos anos da era de Cristo, 120, nasceu Santa Quitéria na cidade de Braga. Seu pai, Lúcio Caio Atílio Severo, era Régulo duma das muitas províncias, em que nesse tempo estava dividido o Império Romano, a qual se compunha de parte da antiga Lusitânia e de parte da Galiza. Residia este na cidade de Braga. Era casado com D. Cálcia Lúcia, ambos de famílias muito ilustres, porém idólatras e gentias. O Altíssimo, por um milagre da sua Providência, permitiu que Cálcia, depois de ser estéril por muitos anos, concebesse e trouxesse reclusas em seu ventre, nove meninas contra a ordem comum dos partos. Completos os nove meses, Cálcia (na ocasião em que seu marido estava ausente, fazendo corte ao Imperador Adriano, que andava viajando pela península) deu à luz as nove meninas, que nasceram tão perfeitas como esposas que haviam de ser do Cordeiro Imaculado. Vendo-se Cálcia mãe de nove filhas, dadas à luz dum só parto, dominada pela superstição, ou pelos prejuízos terríveis daqueles tempos, concebeu um projecto que só as fúrias infernais a quem adorava lho podiam inspirar; por isso, que causa horror até às mesmas feras. Para se subtrair às sátiras do mundo e à indignação de seu marido, Cálcia concebe a infernal resolução de mandar afogar as meninas, sem exceptuar nenhuma. Comunica o seu execrando projecto à única pessoa que lhe tinha assistido o parto, a Cita, devota donzela e cristã oculta, e, depois de a obrigar a guardar o mais rigoroso segredo, ordena-lhe que faça primeiro divulgar a notícia de que ela tivera infeliz sucesso no parto, e que, depois de a família estar recolhida, aproveitando-se do escuro da noite, saísse do paço e fosse mergulhar as nove meninas em um dos poços do rio Este, que corre nos subúrbios de Braga. Querendo, pois, e determinando a desumana mãe que morressem as inocentes filhas, o misericordioso Deus, que pela sua grande clemência costuma, muitas vezes, de grandes males tirar grandes bens, inspirou no coroação da virtuosa Cita o desejo de salvar a vida do corpo, e dar a vida às almas de tão belas e formosas meninas, e tendo oportunidade para pôr em execução o seu piedoso intento, ajudada da Divina Providência, foi levar as meninas a santo Ovídio, arcebispo de Braga, (ver 3 de Junho), o qual, administrando-lhes o sacramento do Baptismo, lhes pôs os nomes seguintes: Genebra, Vitória, Eufémia, Marinha, Marejana, Germana, Basília, Quitéria e Liberata ou Vilgeforte, como outros lhe chamam. Depois que as santas meninas foram regeneradas na sagrada fonte do baptismo, a compassiva Cita procurou nos arrabaldes de Braga amas cristãs para as criarem e educarem na lei e religião de Cristo, incumbindo-se o santo Arcebispo de satisfazer toda a despesa. Cada uma destas amas procurava em religiosa emulação cumprir com os seus deveres, tanto pelo que respeitava ao alimento do corpo, como ao desenvolvimento do espírito. A religiosa educação, que as nove meninas receberam na sua infância, produziu um tão grande domínio em seus corações que, em todo o decurso da vida e até ao fim dela, sempre puseram em prática as santas virtudes, e calcaram aos pés as grandezas e vaidades do mundo, só com o fim de lucrarem a Jesus  Cristo. A sua vida virtuosa e quase angélica era admirada nos subúrbios de Braga, e por todos os arredores se falava das raras virtudes e singular perfeição das nove meninas. Chegando ao conhecimento destas angélicas meninas o perigo a que tinham, estado expostas, quem eram, e qual fora o seu admirável nascimento e a bárbara determinação de sua ímpia mãe, de entregá-las à morte em tempo que apenas entravam na vida, e do modo como Deus, pela sua Divina Providência, as livrara da morte, não só do corpo mas também da alma, por meio do sagrado Baptismo; em agradecimento de tão grandes benefícios, resolveram estas gloriosas virgens, estas santas irmãs, deixar de todo o mundo e habitar juntas na mesma casa, como em clausura, para assim melhor servirem e agradarem a Deus, resistirem com maior fortaleza aos seus inimigos, e crescerem, mais na virtude e na castidade com o exemplo umas das outras. Obtida a aprovação e consentimento do Santo Arcebispo Ovídio, a quem respeitavam e obedeciam, como seu mestre, director e pai, viveram alguns anos, estas amantes esposas de Jesus Cristo, nos arrabaldes da cidade de Braga, recolhidas na sua casa, como em um convento, entregando-se ao exercício de todas as virtudes, sendo a vida de cada uma um raro espelho de santidade, para todos os cristãos daquela terra, não se falando, por todos aqueles arredores, em outra coisa, senão na sua santa vida, que aquelas tenras e delicadas donzelas passavam naquele retiro. Todos se admiravam de que – entre tanta formosura e outros dons da natureza – houvesse tanta virtude, tanto recolhimento, resguardo e cautela. Abrasadas estas santas meninas no fogo do amor divino, cada qual de per si, e umas na presença das outras, fizeram todas voto de castidade, consagrando a sua virginal pureza àquele soberano Senhor que as fizera nascer dum tão milagroso parto, e depois de nascidas as livrara da morte, que sua mãe lhes mandara dar, criando-as e sustentando-as até ali, com providência tão particular. Fechando pois os olhos ao mundo, e empregando-se só em seu Divino Esposo, Lhe sacrificaram as suas almas e juntamente com elas os seus corpos, vivendo, naquele tenra idade, estas esposas de Jesus Cristo, santas nos costumes, puras nos corpos, e abrasadas nas almas com as chamadas da caridade e com o fogo do Amor Divino.

Esta foi a criação e a virtuosa vida destas nove irmãs, nos arrabaldes de Braga, onde viveram nove ou dez anos, e com tanta perfeição, como se já estivessem no céu, imitando os anjos na pureza, os querubins no fervor e os serafins no amor, e finalmente todas cheias de fervorosos desejos de passarem a gozar da presença do seu Divino Esposo, por meio da ilustre palma do martírio, e para o conseguirem  dirigiam ao céu fervorosas súplicas. Estas foram atendidas e os seus desejos satisfeitos. Foi por esta ocasião que se levantou uma cruel e terrível perseguição, renovando-se o cruel édito já principiado por Nero, cujo fim era extinguir totalmente do mundo o adorável Nome de Jesus Cristo. Em Braga e mais terras sujeitas ao Império Romano, se publicou solenemente, mandando-se nele com pena de morte, que se adorassem os ídolos e extinguisse o Cristianismo. Logo que este decreto chegou ás mãos do Régulo de Braga, mandou-o publicar em todas as cidades do seu domínio, enviando ministros para diferentes terras, com ordens terminantes para obrigarem os fieis a adorarem os falsos ídolos,  e quando eles não quisessem, fossem conduzidos à sua presença, para lhes serem aplicados os castigos. Espalhando-se os infernais ministros da justiça pelos arrabaldes e becos de Braga, dirigiam-se à casa onde viviam as nove irmãs, e encontrando esta santa comunidade de virgens, certificados de que elas eram cristãs, levaram-nas presas à presença do Régulo Bracarense que então estava na antiga cidade de Tide, situada na margem esquerda do Rio Minho, a pequena distância da praça de Valença. Com muita alegria caminhavam as santas meninas ansiosas por serem apresentadas no tribunal, para serem julgadas e sentenciadas pelo Régulo, seu pai. Este, apesar de ainda as não reconhecer por suas filhas, ficou logo muito impressionado com a modéstia, humildade e rara formosura das nove donzelas, e tratando-as com brandura e afabilidade lhes fez diferentes perguntas relativas à sua pátria, pais e religião que professavam, e se estavam resolvidas a dar cumprimento ao que mandavam os imperadores, adorando os deuses imortais, conservadores do seu império. Santa genebra tomou a palavra e respondeu em nome de todas: «A nossa pátria, senhor, é a cidade de Braga; se desejais saber de onde descendemos, podereis acreditar que em nossas veias circula o sangue da principal nobreza desta província; pois que todas somos tuas filhas e de Cálcia, tua consorte… Enquanto à religião que professamos, sabe que todas adoramos Jesus Cristo, Filho de Deus vivo, com  quem nos desposamos pelo Baptismo; e que todas estamos resolvidas e prontas a dar o sangue das próprias veias pela confissão do seu Santo Nome, ainda que à custa dos maiores tormentos». Contou-lhe em seguida as circunstâncias do seu nascimento, e o modo porque escaparam à morte, a que a mãe as condenara. Fê-lo ciente da sua criação, dos seus propósitos e de resolução em que todas perseveravam firmes, e concluiu dizendo: «Aqui estamos na tua presença; dispõe de nós como melhor te parecer”. E tanto ela como as irmãs ficaram com uma aprazível e celeste serenidade. Não há termos com que se possa explicar a impressão que esta notícia produziu no coração do Régulo bracarense. Recorda-se de algumas coisas passadas, que o movem a acreditar o que ouvira… Atílio muda de cor por diferentes vezes… Não pôde encobrir a inquietação que sente dentro do peito… Suspende logo o acto judicial, e manda retirar os ministros, ficando só com  as meninas e com Cita, que as acompanhava. Tira-lhes dos pulsos as algemas e conduzindo-as ao interior do palácio, chama Cálcia, sua mulher, e conta-lhe tudo o que ouvira a Genebra. Cálcia fica cheia de confusão e medo, e ainda mais, quando ouve da boca de Cita, o modo como conservara a vida do corpo, e dera vida ás almas daquelas inocentes… Cálcia não se atreve a negar, antes confessa como tudo tinha sucedido. Logo que foram reconhecidas por filhas, tanto o pai como a mãe soltaram as rédeas aos afectos naturais… Abraçam, uma por uma, as ternas meninas, cobrem-nas de beijos, empregam toda a autoridade e arte para as persuadir que, abjurando o Cristianismo, adorassem os ídolos… Ponderou-lhes a alta qualidade dos seus ascendentes, a abundância das riquezas, o amor e desvelo com que procurariam, para cada uma, dignos esposos, com quem pudessem gozar, contentes, das prosperidades e bens do mundo. Porém, as nove meninas, com uma firmeza e constância inabalável, desprezaram todas as promessas, e permaneceram firmes na sua resolução. Vendo o Régulo frustrados todos os esforços que o amor de pai e a fé de idólatra lhe subministraram a fim de apartar as filhas da religião cristã, que tinham bebido com o leite, encheu-se de indignação, e parecendo-lhe que acabariam com ameaças, o que não podiam as carícias paternais, começou a prometer martírios, jurando pelos seus deuses que lhes tiraria a vida, à força dos tormentos mais esquisitos, se desprezassem as suas determinações, e se não se resolvessem de pronto a oferecer sacrifícios aos deuses do império. Serenou Cálcia estas furiosas iras de Atílio, e conseguiu dele, a poder de rogos, que se lhes desse algum tempo para considerarem aquilo que deviam escolher, esperando que, como meninas, tomariam outra resolução, depois de serem reconhecidas por suas filhas e destinadas para esposas dalguns mancebos nobres, formosos e ricos, e de comum acordo as deixaram sós, encerradas em um dos salões do seu palácio.

Depois que seus pais se retiraram, as nove meninas, prostradas ante a presença do Altíssimo, Lhe suplicaram com toda a candura das suas almas angélicas, que lhes inspirasse o modo como haviam de dirigir os seus passos no caminho da vida, e lhes desse constância e fortaleza, para nunca anuírem a tão detestáveis proposições; nem temerem a morte, que por instantes as esperava. As suas preces foram prontamente ouvidas e as fervorosas súplicas favoravelmente despachadas. Lá por entre a escuridão da noite, uma brilhante claridade vem iluminar aquela prisão; desce um Anjo do Senhor, que vem confortar as suas fieis esposas naquela tribulação, e, depois de lhes fazer conhecer o perigo, em que estão, de apostatar da religião santa, lhes intima da parte de Deus a ordem de fugirem, quanto antes, daquela casa, e de seguir cada uma a direcção que o Senhor lhe inspirar. O mesmo anjo, que lhes intimou a ordem do céu, lhes facilitou a saída do palácio, sem que alguém desse fé da ausência delas. Caminharam, todas juntas por algum tempo, por entre as trevas e silêncio da noite, até que assentaram entre si apartarem-se umas das outras, e antes de darem mutuamente o abraço de despedidas, santa Liberata, levantando as mãos e os olhos ao céu, proferiu a seguinte súplica: «Senhor meu, Jesus Cristo, que permitistes nascêssemos todas em um dia, e, livrando-nos do trânsito da morte, nos destes nova vida da graça, pedimo-Vos, Senhor, pela vossa divina misericórdia, e pelo eterno e incomparável amor com que nos amastes, sejais, meu Deus, servido levar-nos todas ao descanso eterno, e não consintais, meu bom Jesus, que se apartem do caminho da glória aquelas que tão unidas foram enquanto viveram na terra». Todas com o mesmo espírito e com a mesma fé responderam: Ámen.Deram os últimos abraços umas às outras, em sinal de recíproco amor, e como quem se despedia para se não tornar a ver na vida mortal, se despediram as angélicas meninas, dirigindo-se cada uma para onde o divino Esposo as encaminhou, e apesar dos esforços empregados pelo pai e pelos domésticos e vizinhos, que foram logo em procura delas, apenas puderam apanhar Santa Quitéria, com  algumas pessoas que a acompanhavam: todas as mais conseguiram evadir-se para diferentes terras.

SANTA MARINHA: – Foi encaminhada pelo Divino Espírito para a Galiza. Aí, depois de ter servido a uma lavradeira, perto da cidade de Orense, foi depois perseguida por ser cristã. Primeiramente a açoutaram até lhe dilacerarem as carnes. Em seguida foi descarnada com pentes de ferro. depois encarcerada em uma escura masmorra, sendo aí visitada e curada por um anjo. Queimaram-lhe depois as costas e os peitos com  ferros em brasa, e prendendo-a de pés e mãos a lançaram num tanque de água donde, saindo milagrosamente livre, foi metida em uma fornalha embravecida com chamas, as quais, separando-se para os lados, nem sequer a tocarem levemente. Foi por isso degolada em  Águas Santas, perto da cidade de Orense, na Galiza, onde El-rei D. Afonso, o Magno, mandou edificar uma Igreja dedicada ao seu culto.

SANTA GENEBRA: – Esta santa padeceu pelo Divino Redentor e foi martirizada no ano 130. Diz-se que o seu martírio fora na antiquíssima cidade de Tide e que esta extinta cidade existiu perto de Valença do Minho e fora a capital dentre Lima e Minho. Nada se sabe do seu martírio.

SANTA LIBERATA: – Esta santa retirou-se para o deserto e padeceu o martírio da cruz, uns dizem que em Miragaia, no Porto, outros que em Castelo Branco, e o padre Cardoso, no seu Dicionário Geográfico, diz que fora em Águas Santas, uma légua para o norte da cidade do Porto (e que actualmente pertence ao concelho da Maia…), no sítio onde rebentou uma fonte chamada santa, pelos efeitos milagrosos com que eram beneficiados os doentes que a ela concorriam.

SANTA EUFÉMIA: – Retirou-se para as serras do Gerês, onde viveu dois anos. depois, sendo perseguida por causa de Cristo, foi presa, açoutada e em seguida encerrada em um cárcere e aí milagrosamente curada por um anjo. Depois, pendurada pelos cabelos numa figueira. Em seguida, precipitada duma alta penedia na mesma serra, e por fim degolada. As suas preciosas relíquias conservam-se na Sé de Orense.

SANTA MARCIANA (ou MAREJANA): Diz-se que esta santa padecera o martírio na cidade de Toledo – Espanha, no ano de 155.

SANTA BASÍLICA: – São três as opiniões dos autores sobre o lugar do martírio desta santa. Uns afirmam  que padecera em Sirmo, antiga cidade de Betisa; outros, que fora martirizada na Síria; e Cerqueira Pinto é de opinião que esta santa padecera o martírio com algumas das irmãs em Águas Santas, junto ao Porto.

SANTA GERMANA: Uns dizem que esta santa fora martirizada na África, e outros, em Águas Santas. Nada se sabe a tal respeito.

SANTA QUITÉRIA: – Foi martirizada no monte Pombeiro, junto de Margaride (Felgueiras).

2) Santa Quitéria, Virgem e Mártir

«Santa Quitéria nasceu em Braga. seu pai era pagão; por isso empregava todos os esforços para a afastar da religião cristã. Umas vezes eram carícias, outras ameaças. Tudo, porém, foi baldado. A jovem Quitéria, não podendo suportar por mais tempo os maus tratos de seu crudelíssimo pai, fugiu de casa, em direcção a uma montanha próxima, onde por muito tempo levou uma vida toda angélica, entregando-se à contemplação. Mereceu de Deus a graça de andar sempre visivelmente acompanhada do seu Anjo Custódio, com  quem frequentemente falava. Além disso, tinha colóquios não menos frequentes com outros Anjos. Nesta feliz vida lhe ia decorrendo a existência, até que, finalmente, um Anjo lhe anunciou a aproximação do tempo suspirado em que emigraria para o Esposo. Exultando com a mensagem, Quitéria abandonou a montanha, asilo abençoado onde escapou ás tempestades do século, e, voltando à casa paterna, encontrou dois nobilíssimos jovens que pretendiam a sua mão. A santa menina, que tinha já consagrado a sua virgindade ao Esposo celeste, Jesus, recusou-se a tal. Por isso, mandada carregar de cadeias por seu cruel pai, foi empurrada para uma enxovia. Mas eis que um Anjo desce a confortá-la e, enquanto mutuamente se recreiam em suavíssimos colóquios, uma luz celeste e penetrante banha o cárcere. Era a Virgem-Mãe que, cortejada por níveos coros de virgens e radiante multidão de espíritos angélicos, trazia um vaso de aromáticos perfumes, derramando-os abundantemente sobre Quitéria. Ofereceu-lhe, além disso, uma cruz e um anel, significando aquela a vitória que dentro em breve ganharia sobre os inimigos, este os desposórios espirituais com Jesus. E Nossa Senhora desapareceu. Então o anjo manda-a sair do cárcere e oferece-se simultaneamente para a acompanhar ao monte columbário, lugar que o Senhor destinara para teatro do seu martírio. Saiu Quitéria e dirigiu-se para o Monte Pombeiro em (Margaride – Felgueiras) já atrás citado. No cume do mesmo havia uma capelinha dedicada ao Príncipe dos Apóstolos. Aí Quitéria, juntamente com outras virgens, entregou-se à oração e aos jejuns, dispondo-se desta forma para receber a coroa do martírio. Mas Atílio, seu pai, e Germano, um dos jovens pretendentes à sua mão, vendo-se iludidos pela fuga da virgem, enviaram servos a procurá-la, com  ordens para, caso a encontrassem, lhe aconselharem o regresso à casa paterna e o casamento. Após muitas pesquisas, Quitéria foi encontrada. Seu pai, ardendo de ira, mandou-a decapitar por um tal Dumas, apóstata. O renegado trespassou com inúmeros golpes o corpo virginal de Quitéria. O seu corpo sagrado foi sepultado pelos cristãos na capela de S. Pedro».

www.jesuitas.pt

Recolha efectuada ao longo de dois dias, (num total de cerca de 4 horas para escrever e compor o texto – incluindo também a biografia da IRMÃ MARIA DO DIVINO CORAÇÂO) por António Fonseca

Nº 1030 - (1) - BEATA MARIA DO DIVINO CORAÇÃO - 8 DE JUNHO DE 2010

 

BEATA MARIA DO DIVINO CORAÇÃO

Religiosa

María del Divino Corazón de Jesús (Droste zu Vischering), Beata

María do Divino Coração de Jesus (Droste zu Vischering), Beata

Religiosa

 

No dia 1 de Novembro de 1975, o papa Paulo VI inscreveu mais um nome no Catálogo dos bem-aventurados: o de Maria Droste Zu Vischering, que em religião se chamou Irmã Maria do Divino Coração. As canonizações e beatificações dos homens e mulheres que viveram heroicamente a sua fé e irradiaram no seio da Igreja o amor de Deus na extraordinária vivência dos carismas do Espírito, próprios de cada um deles, têm-se multiplicado nos últimos tempos, a ponto de algumas delas nos passarem talvez despercebidas. Esta multiplicidade é na Igreja vivo testemunho da infalível assistência de Cristo, que nestes dias tão conturbados pelo ódio e as paixões humanas, desperta nelas almas tão ardentes e puras na prática heróica de todas as virtudes cristãs. Mas a beatificação da Irmã Maria do Divino Coração, lídima glória da tão benemérita Congregação de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor, alemã por nascimento e portuguesa pelo coração, tem para Portugal especial significado. A Portugal dedicou ela, por chamamento divino, o melhor da sua curta vida. Viveu palpitantemente as alegrias e angústias da Igreja na nossa terra, num período bem agitado da sua história, nos últimos anos do século passado (ou melhor dizendo, do século XIX… e princípios do século XX, pois já estamos no século XXI…). Toda a sua espiritualidade, máscula e terna, altamente mística e profundamente humana ao mesmo tempo, hauriu-a ela no Coração de Jesus.

A Devoção ao Coração de Jesus

Coração designa o que há de mais íntimo e profundo no ser humano, a essência do mesmo ser. Quando o Senhor se nos mostra ostentando no peito o Coração abrasado em chamas, quer fazer-nos sentir ao vivo a palavra de S. João «Deus é Amor» (1 Jo 4, 16), e Jesus é a encarnação sensível desse amor; quer fazer-nos entrar pelos sentidos que toda a vitalidade, todo o dinamismo do seu ser humano radica no seu Coração todo amor; tudo n’Ele foi inspirado pelo amor infinito para com o Pai e para com os homens, seus irmãos. Quer mostrar-nos também que as nossas relações e toda a nossa actividade humana só podem ter valor aos seus olhos se irromperem dum Coração que ame.  A Beata Maria Droste bebeu esta devoção com o leite materno. Já seus pais, profundamente cristãos, a viviam intensamente, e souberam-na comunicar aos seus filhos e familiares. Foi numa vida de felicidade, de pureza e austeridade que ela se preparou para a mais íntima e mística união esponsal com o Coração de Jesus. Numa manhã, festa do Coração de Jesus, na capela do solar de Darfeld, diante da estátua que lhe era tão querida, depois de comungar, ouviu distintamente «aquela voz interior que eu não conhecia ainda, mas que hoje me é tão familiar:Tu serás a esposa do meu Coração”. Não posso dizer o que senti naquele momento. senti-me consternada, aniquilada, confundida, e ao mesmo tempo inundada nas ondas do seu amor. Que felizes momentos! Esposa do seu coração!… eu tão pobre e miserável!… A partir desse momento eu já não podia pensar senão no Coração de Jesus como meu esposo… Que intimidade entre nós! Vivia com  Ele, dizia-lhe tudo, e Ele era sempre cheio de misericórdia e de bondade para comigo».

Consagração

A perfeita Caridade traduz-se pela entrega total da pessoa ao Coração de Jesus a consagração. Fomos consagrados pelo Baptismo, mas aquilo que nos foi dado ontologicamente no Baptismo tem de se ir desenvolvendo, com o avivar da consciência e o esforço pessoal pela vida fora. A consagração ao Sagrado Coração é precisamente esta tomada de consciência da realidade cristã no ponto central da nossa pertença pessoal, por amor, a Jesus. A devoção ao seu Coração divino faz-nos descobrir as raízes mesmas do culto cristão, faz-nos cair na conta do que é a própria essência do Cristianismo. A consagração é exigência primária desta devoção, é a expressão do amor pessoal de que se reveste o carisma que o Espírito Santo dá a cada um. Em Francisco de Assis converte-o no jogral enamorado de Deus, cantando os divinos louvores nos braços da Pobreza, sua Dama. A Inácio de Loyola transformou-o no soldado fiel, apaixonado da Maior Glória de Deus. Em Maria do Divino Coração, a consagração reveste o carácter esponsal da reparação amorosa: «Serás a esposa do meu Coração», do Coração que se lhe apresenta profundamente magoado pelos espinhos da ingratidão humana.

Reparação

Consagração e reparação são a exigência primária da devoção ao Coração de Jesus. Vivem-se em unidade – consagração reparadora: uma vida que se entrega para ser vivida com Cristo e em Cristo, numa mesma obra redentora e santificadora. Mas esta obra realizou-a Cristo pela cruz. E por isso toda a colaboração na obra redentora do Coração de Jesus tem de estar vinculada com a cruz. Uma tarde, passeando meditativamente pelas alamedas do jardim do seu solar «senti vivamente, escreveu ela, que o Senhor me dizia que teria de sofrer muito por Ele»… «Jesus falou-me dos sofrimentos porque passava, vendo-Se abandonado de todos , e pediu-me Lhe fizesse companhia. Disse-me que O aflige sobretudo mo abandono de muitos sacerdotes…» Como estes, encontramos inúmeros desabafos íntimos nas páginas da sua autobiografia, escritas em obediência ao seu ConfessorTeotónio Vieira de Castro, que foi mais tarde patriarca de Goa. Há momentos na história das almas que marcam uma vida toda; momentos em que a graça do Espírito irrompe sobre elas em avalanche, operando nelas uma nova conversão, de bem para melhor. Um desses golpes extraordinários do amor do Coração de Jesus, parece ter-se dado na Irmã Maria do Divino Coração ao passar por Manresa, a caminho de Portugal. Ia ela de viagem para o novo destino a que deus a chamara, com o coração angustiado de saudades, na incerteza do desconhecido em que ia entrar, mas na decisão firme de se dar toda à realização dos desígnios misteriosos aonde Ele a levava. A 12 de Fevereiro de 1894, passa pela santa cueva de Manresa. A figura do grande penitente de ManresaSanto Inácio – encantava-a e subjugava-a. Foi no ardor desta oblação para o sacrifício que ela entrou em Portugal. Ela amou-o porque era a terra aonde o Coração de Jesus a conduzira, era o altar aonde ela ia imolar-se por Deus e pelas almas. Voltando mais tarde a Munster, escrevia: «A viagem segue o curso normal, tranquilo. Mas no fundo do coração sinto saudades do nosso pobre Portugal, e especialmente da minha cela junto da querida capela. Nada no mundo pode substituir para mim aquele lugar». O sacrifício só tem valor se for revestido de carácter reparador. Só é Redentor se for levado por amor, em união com o sacrifício de Cristo. Vida reparadora é a vida do Redentor que tem de ser baptizado com um baptismo de sangue, e suspira por ele, embora em sua natureza humana sinta repugnâncias da morte. Vida do redentor que Se dá às almas pecadoras, e Se identifica de tal modo com elas que faz seus os pecados delas, por elas faz penitência, sofre e morre. Maria Droste vem a Portugal para sofrer, porque, consciente da sua vocação de Irmã do Bom Pastor, vem salvar as almas, colaborar com Cristo crucificado na salvação das almas que, em Lisboa e no Porto, Ele lhe quis confiar. E por isso a cama vai ser a sua cruz redentora, na maior parte do tempo passado na nossa terra, vai ser o altar do seu sacrifício. Perguntando ela ao Senhor porque é que prolongava os seus sofrimentos e a sua doença, ouviu esta resposta: «Resgatei o género humano pela cruz, e é pela cruz que santifico as almas. Quanto mais Eu ligo umas alma à cruz, e quanto mais semelhante Eu a torno a Mim, tanto mais estreitamente Me uno com ela. Os sofrimentos dos meus eleitos completam a obra da minha redenção». A cruz é pois o altar dos eleitos do Coração de Jesus. Mas este altar é para Maria Droste não só imolação duma vítima a consumir-se por amor, mas pregação viva, exercício activo de apostolado a conquistar as almas. Por três longos anos, imóvel e afogada em dores, fazia-se transportar na sua cama portátil à sala de visitas, onde diariamente passava horas e horas a atender pessoas de todas as classes, que procuravam a “santinha Alemã” para receber dela consolação e alento. Dessa cama dirigia ainda toda a actividade e negócios da casa dumas 175 internadas, como uma energia e prudência extraordinárias. Sofrimento,  oração, apostolado e actividade doméstica, eis a vivência real da consagração de Maria Droste ao Divino Coração.

Consagração do mundo ao Sagrado Coração

Mas não chegara ainda a hora para aquele corpo diáfano, e como que espiritualizado, pronunciar o seu consummatum est. Ainda não estava completada a sua missão. O Coração de Jesus queria, no dealbar do século XX, afogar o mundo numa avalanche de graça e de misericórdia. E para isso queria que o Papa, seu Vigário na terra, com os Bispos e todos os católicos, membros conscientes e responsáveis de toda a família humana, lhe fizessem solenemente a consagração do mundo inteiro. E é a Irmã Maria do Divino Coração a eleita de Deus para ser a apóstola desta consagração. É ela que tem de se dirigir ao Papa com uma missão divina para toda a Igreja, como outrora Santa Catarina de Sena. Mas o sinal de autenticidade da sua missão divina é precisamente o recrudescer dos seus padecimentos. E quando pela terceira vez o Coração divino se dirige à Irmã Maria a pedir a intervenção dela junto de Leão XIII, pergunta-lhe ainda «se estava disposta a suportar toda a espécie de sofrimentos, humilhações e desprezos». «Em verdade, em verdade vos digo, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, ficará só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-à; e quem neste mundo aborrece a sua vida, conservá-la-á para a vida eterna. se alguém quer servir-Me que Me siga: e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo» (Jo 12, 24-26).

De Munster até ao Porto

Para os leitores que desconheçam ainda a sua admirável figura, apresentamos a sua vida em traços muito esquemáticos: Filha dos condes Droste Zu Vischering, nasceu em Munster, na Vestefália (Alemanha), a 8 de Setembro de 1863. Passou a infância no castelo de Darfeld, não longe daquela cidade, no seio duma família profundamente cristã. «Desde a mais tenra idade, escreve ela, senti a dita de ser filha da Santa Igreja». No Natal de 1883 consagra-se a Deus pelo voto de castidade perpétua. E Ele apodera-Se dela e marca-lhe a consagração com o sinal da cruz, fazendo-a passar por dilatada e penosa doença. Com o espírito embalado por longo tempo em sonhos de heroísmo missionário, no dia 1 de Julho de 1888, esperando na Igreja paroquial a vez de se confessar, ouve subitamente a voz do Senhor: «Tens de entrar no convento do Bom Pastor». Com a vocação irrompe na sua alma inocente a ânsia de salvar a juventude extraviada, ânsia tão intensa quanto era intenso o horror por toda a impureza. A obra da regeneração ou da preservação da mulher em perigo, é com efeito, o campo especifico de apostolado da Congregação do Bom Pastor. A 10 de Janeiro de 1889 toma o hábito religioso no convento de Munster, no mesmo dia em que, no Carmelo de Lisieux, Teresa do Menino Jesus recebeu o dela. Professou a 19 de Janeiro de 1891. Após três anos de total dedicação ao apostolado das penitentes, próprio do seu Instituto, é enviada a Portugal em 1894. Tinha 31 anos de idade. Depois de três meses passados em Lisboa, chega ao Porto como Superiora do Recolhimento do Bom Pastor na Rua Vale Formoso (Paranhos), a 17 de Maio de 1894. De lá escreve ela pouco depois: «Vivemos numa situação angustiosa. A casa está em ruínas, devorada por dívidas que nos sufocam. vejo, porém, e sinto que deus está comigo, e assim cresce, cada dia mais, a minha coragem, embora por vezes isto seja difícil de suportar… Só temos em caixa cinco ou seis marcos, e temos de alimentar 120 pessoas… Sinto-me tão portuguesa, que não me importo com tanto desconforto, tanto frio e tanta humildade…». E a sua tenacidade, aliada a uma absoluta confiança no Coração de Jesus, realiza o milagre de transformar aquela casa e comunidade em ruínas num florescente jardim de Deus. A 21 de Maio de 1896 cai da cama, esgotada de trabalho, para nunca mais se levantar: uma ostiomielite que a paralisa com dores atrozes constantes. É nesta longa, heróica crucifixão, que a Irmã Maria se imola pelos pecadores, pelos sacerdotes, pela Igreja, por Portugal. «Muitas vezes na minha doença, quando sentia ardentes desejos de morrer, Nosso Senhor, duma imagem dos Passos, me dizia: «Então queres que Eu leve sozinho a cruz de Portugal?» (Carta de 20.XI.1896). Às 3 horas da tarde do dia 8 de Junho de 1899, ao hino das primeiras vésperas da festa do Coração de Jesus, quando por todo o mundo católico se fazia o tríduo solene de preparação para a consagração ao mesmo divino Coração, a vítima de Paranhos consumava o seu sacrifício. No dia 11, o papa Leão XIII realiza aquilo que ele mesmo declarou ser o «acto mais grandioso do seu Pontificado» – a consagração do mundo inteiro ao Sagrado Coração de Jesus. Este acto foi-lhe pedido por Cristo. A mensageira transmissora da mensagem de Cristo foi a irmã Maria do Divino Coração.

Ermesinde

Repousam as suas venerandas relíquias em Ermesinde, na Igreja do Coração de Jesus, erecta pelas suas filhas em cumprimento do desejo ardente da Bem-aventurada, expresso por solene promessa. Na primeira sexta-feira de Julho (ou Agosto) de 1897, recebeu ela ordem do Senhor: «Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças. depois disse-me que queria que esta Igreja fosse sobretudo um lugar de reparação pelos sacrilégios, e para atrair graças e bênçãos sobre o clero». A construção deste templo foi uma duas suas últimas preocupações. Ela mesma, no seu leito de dor, mal podendo segurar um lápis entre os dedos, traçou as linhas arquitectónicas. Não quis o Senhor dar-lhe em ida a alegria de ver realizado o seu sonho. Realizaram-no as suas filhas em Ermesinde. Este templo começaram a erguê-lo em Paranhos, junto à casa da rua de Vale Formoso, onde a Bem-aventurada falecera. A revolução de 1910 veio interromper a construção. Mas a premente recomendação da Irmã Maria não se apagou no coração das Irmãs do Bom Pastor: «No caso de morrer antes de ter edificado a Igreja, peço às minhas muito amadas Irmãs e Filhas espirituais… dêem cumprimento à promessa que hoje faço para assim corresponder aos desejos de Nosso Senhor, e consolar o seu divino Coração». E cumpriram. Em Ermesinde ergue-se majestosa a Igreja do Coração de Jesus. Sob as suas abóbadas repousam agora as relíquias da Bem-aventurada. Ali, diante da Hóstia consagrada em constante exposição, ajoelham perpetuamente almas em adoração reparadora. Ao vê-las sente-se ainda o palpitar ardente da irmã Maria do Divino Coração. «Deves erigir-Me aqui um lugar de reparação, e Eu erigirei nele um lugar de graças». O lugar de reparação está erecto. A palavra do Senhor não falhará!

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Recolha e transcrição directa através do texto do livro SANTOS DE CADA DIA, editado por www.jesuitas.pt, por António Fonseca

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Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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