sábado, 23 de abril de 2011

Nº 898-2 (111) - 23 DE ABRIL DE 2011 - SANTOS DE CADA DIA - 3º ANO

10 Santos e beatos

Nº 898-2

• Jorge, Santo

Mártir, Padroeiro de Inglaterra

Jorge, Santo

Jorge, Santo

 

As circunstâncias da sua morte devem ter sido espectaculares para os Orientais lhe terem sempre chamado “o grande Mártir” e para que a sua pessoa se tenha tornado tão depressa lendária. Figura entre os 14 Santos Auxiliadores (18 de Agosto). Quanto ao culto, não há outro mais antigo nem mais espalhado. Já no principio do século IV, lhe levantava Constantino uma igreja; o mesmo aconteceu na Síria; no século seguinte, contavam-se nada menos de 40 no Egipto. depois vêm Ravena, Roma, a Alemanha e a Gália merovíngia a erigir-lhe santuários e altares. Em toda a França, puseram-se sob o seu patrocínio cidades e aldeias; o mesmo se pode dizer de Espanha e de Portugal. Na Inglaterra principalmente, o seu culto tornou-se e ainda é o mais popular. Em 1222, o concílio nacional de Oxónia ou Oxford estabeleceu uma festa de preceito em sua honra; nos primeiros anos do século XV, o arcebispo e Cantuária ordenou que tal festa fosse celebrada com tanta solenidade como o Natal; antes disso, já o rei Eduardo III tinha fundado, em 1330, a célebre ordem dos cavaleiros de S. Jorge, conhecidos também pelo nome de cavaleiros da Jarreteira. Numerosos artistas – em particular Rafael, Donatello e Carpaccio – representaram S. Jorge.Entre as lendas que se contam a respeito deste mártir, a mais conhecida é a do dragão. Este animal temível vivia num lago perto de Silena, na Líbia. Exércitos inteiros foram enviados contra ele, mas não conseguiram exterminá-lo. De vez em quando, deixava o lago e, vomitando fogo, aniquilava tudo o que no caminho encontrava. Para o apaziguarem, acabaram por lhe levar todos os dias duas ovelhas para as suas refeições. Quando faltavam as ovelhas, era preciso oferecer-lhe rapariga, que eram tiradas à sorte… ou à desventura. Tinha a desventura caído sobre a filha do rei, quando aconteceu chegar a essa região Jorge, tribuno militar. Movido de compaixão, fez o sinal da cruz, partiu a cavalo em direção ao dragão, que já avançava de boca aberta, e atravessou-o com a lança. Fez a seguir a essa gente idólatra um belo sermão, depois do qual o rei e todos os súbditos se converteram e pediram o baptismo. O príncipe ofereceu grande soma de dinheiro ao salvador da cidade e da filha, mas Jorge distribui-o pelos pobres e continuou o seu caminho, sem nada querer opara si. Alguns hipercríticos que tentaram provar a inexistência de S. Jorge, considera-se que perderam o tempo. Julga-se que foi em Lida (Palestina) , no fim do século III, que ele morreu pela fé. Manter porém a existência não é o mesmo que aceitar todas as lendas que lhe floreiam a vida. Quanto ao desenvolvimento do culto do santo em Portugal, assim nos informa o Padre Miguel de Oliveira: “O auxílio prestado pelo Duque de Lencastre, filho de Eduardo III de Inglaterra, a el-rei D. Fernando na luta contra Castela, trouxe-nos daquele país um incremento da devoção a S. Jorge. O grito de “S. Jorgesubstituiu na guerra, para os portugueses, o de S. Tiago, até então usado em toda a Península. No lugar onde esteve içada a bandeira portuguesa por ocasião da batalha de Aljubarrota, fundou-se em 1388 uma ermida dedicada a S. Jorge. Em 1387, começou a incorporar-se na procissão do Corpo de Deus, por ordem de D. João I, a imagem do mesmo Santo a cavalo”. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic. e www.santiebeati.it. Consulta também São Jorge de Capadócia de Jesús Martí Ballester

 

 

• Maria Gabriela Sagheddu, Beata

Religiosa

María Gabriela Sagheddu, Beata

 

Maria Gabriela Sagheddu, Beata

Ora, como hoje, pelo impulso da graça do Espírito Santo, em muitas partes do mundo pela oração, pela palavra e por obras se fazem muitos esforços para se alcançar aquela plenitude de unidade que Cristo que, este Santo Concílio exorta todos os fiéis católicos a que, reconhecendo os sinais dos tempos, participem com entusiasmo no movimento ecuménico”.  Já muitos anos antes do Concílio Vaticano II formular este voto de união de todos os cristãos, Deus suscitara almas que rezaram e se sacrificaram  por esta intenção. Uma dessas almas foi a irmã Maria Gabriela, que veio ao mundo a 17 de Março de 1914, em Dorgali, na Itália. Seus pais, Marco António e Catarina Cucca, de condição humilde, mas avantajados na vivência da fé, encaminharam a filha pela prática das virtudes cristãs. A menina frequentou a escola primária e deu mostras de bom talento. Contudo notaram-se nela as qualidades e defeitos das jovens da sua região: forte de corpo e alma; ativa e firme; generosa e constante; modesta, engenhosa e prudente. mas isto não impedia que se mostrasse por vezes áspera, irascível, teimosa, insolente, apesar dos esforços diários para se corrigir. Na idade adolescente contentava-se com as práticas religiosas estritamente obrigatórias, recusando fazer qualquer coisa fora do habitual. Preferia divertir-se com os amigos em jogos inocentes do que participar em reuniões da paróquia e, por isso, recusou-se durante largo tempo a filiar-se na Acção Católica. Mas aos 18 anos perdeu a irmã, três anos mais nova, que amava como filha. Foi um golpe que a levou à conversão. Deixa os jogos , entra na Acção Católica, aceita ser catequista, torna-se muito piedosa, assistindo à missa e comungando diariamente, faz visitas mais frequentes e prolongadas ao Santíssimo. Esta vida espiritual leva-a gradualmente a pensar entregar-se totalmente a Deus na vida consagrada. Aos 21 anos sente claramente o chamamento de Deus e, com a aprovação do diretor espiritual, a 30 de Setembro de 1935, ingressa no convento da Trapa em Grottaferrata. O mosteiro foi para ela exercício de «estrita observância» com a severa clausura, ásperas penitências, duro trabalho manual, rígido silêncio e sobretudo oração prolongada de dia e de noite, meios aptos, segundo S. Bento, para alcançar a íntima união com Deus. Expiação, reparação, austeridades eram os principais elementos da espiritualidade daquele tempo, sobretudo da piedade monástica. Na Comunidade Trapense de Grottferrata, além destes louváveis costumes, por conselho do Padre Couturier introduziu-se a prática de “oito dias de súplicas especiais pela unidade dos cristãos”. A ideia de obter a união de todos os cristãos calou bem fundo no espírito da Irmã Maria Gabriela, que, ao ligar-se pelos votos no dia 31 de Outubro de 1937, fez um pacto de amor com o Rei do Universo, pedindo ao Senhor:Consumi-me como uma pequenina hóstia de amor”. Três meses mais tarde, em Janeiro de 1938, ofereceu a própria vida pela união dos cristãos. O Senhor aceitou a oblação, pois, decorridos poucos dias, bateram-lhe à porta terríveis tormentos do corpo e da alma, que ela suportou de boamente. teve que ser internada no hospital de S. João em Roma, de onde escreveu à madre Abadessa: “O Senhor pôs-me sobre a cruz nua e não tenho outra consolação senão saber que sofro para cumprir a vontade divina em espírito de obediência”. Os médicos não a puderam salvar. A generosa vítima pertencia a Deus e para Deus partiu, no dia 23 de Abril de 1939, aos 25 anos de idade. Foi beatificada por João Paulo II, a 25 de Janeiro de 1983.

AAS 58 (1966) 456-8; 73 (1981) 740-44. Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it.

 

• Egídio (ou Gil) de Assis, Beato

Discípulo de São Francisco de Assis

Egidio (o Gil) de Asís, Beato

 

Egídio (ou Gil) de Assis, Beato

Nasceu em Assis por 1190 e faleceu em Monterípido (Úmbria), a 23 de Abril de 1262. Este homem do campo, de Assis, deixou os bois com uns 20 anos para seguir o Pobrezinho; foi o quarto seguidor que encontrou e, como S. Francisco dizia, o melhor dos seus cavaleiros sã távola redonda. Egídio, na nova vida, começou por viajar muito; foi a Tunes, onde os mouros o recambiaram para Itália em vez de lhe dar a coroa do martírio que ele desejava; fez numerosas peregrinações, também a da Terra Santa, ganhando o pão ao longo das estradas como jornaleiro nas quintas ou como coveiro nos cemitérios. Os 30 últimos anos da vida passou-os nos eremitérios franciscanos de Perúsia. O papa Gregório IX e os cardeais davam-se ao trabalho de o vir visitar. Se bem que inteligentíssimo, recusara instruir-se, limitando-se ao estudo do Evangelho, escarnecendo dos teólogos, cujas dissertações eram para ele secreções cerebrais sem importância. “Este iliterato, escreve S. Boaventura, praticou a virtude num grau sublime e mereceu elevar-se até aos cimos da contemplação. Acontecia-lhe tantas vezes ser elevado em êxtase, como o verifiquei eu próprio, que parecia levar na terra vida angélica mais que humana”. As Florinhas recolheram uma centena dos seus ditos, que são de grande originalidade e profundeza, e muitas vezes cheios de humorismo.

Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it.

BEATA HELENA DE UDINE
Laica Agostinha

Elena Valentini de Udine, Beata

 

Elena Valentini de Udine, Beata

Helena Valentini nasceu em Údine, no Friul, Itália, e casou-se aos 15 anos com António Cavalcanti. Com ele viveu durante 27 anos, cuidando também dos numerosos filhos. Enviuvando, resolveu dar-se inteiramente a Deus; tendo vindo pregar a Údine um religioso dos eremitas de Santo Agostinho, ela pediu-lhe ser admitida entre os terceiros da sua ordem. Despojou-se então de todas as riquezas para as dar aos pobres, impôs-se rigorosas penitências e jejuns. Passava a maior parte do dia na igreja dando-se à oração e a leituras piedosas; não quis viver senão de esmolas e impôs-se silêncio perpétuo; exposta ás perseguições do demónio, suportou-as com paciência admirável. E Nosso Senhor recompensou-a com alegrias interiores, que ela manifestava cantando as suas glórias. Durante os três últimos anos de vida viu-se obrigada a estar estendida sobre o leito, que tornou mais duro com as pedras que nele ocultou. Faleceu num sábado ao ouvir ler a paixão. Segundo o seu primeiro biógrafo, morreu a 23 de Abril de 1458.

Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it.

 

• Teresa María de la Cruz (Teresa Manetti), Beata

Fundadora

Teresa María de la Cruz (Teresa Manetti), Beata

 

Teresa María de la Cruz (Teresa Manetti), Beata

Sofrer, sofrer, sempre sofrer. Fazei de mim o que quiserdes. Basta-me que Vos faça salvar mais almas”. Assim rezava Teresa Maria da Cruz ou Teresa Adelaide Manetti, que veio ao mundo a 2 de março de 1846, no lugar de S. Martinho de Campi Bisenzio, na Arquidiocese de Florença, Itália. Muito nova, perdeu o pai, Salvador Manetti. Sua piedosa mãe, Rosa Bigali, educou-a com disciplina na vida cristã, inculcando-lhe amor aos pobres e humildes. A menina entendeu bem os ensinamentos maternos. Aos 19 anos recusou o matrimónio para se consagrar totalmente a Deus. Com duas companheiras, que reuniu a princípio em sua casa, partiu para o oratório de S. Justo, nas margens do rio Bisêncio, por conselho do Padre Ernesto Iacopozzi. A 16 de Julho de 1874, foram admitidas na Terceira Ordem das Carmelitas Descalças, tomando ela o nome de Teresa Maria da Cruz. Naquele humilde lugar, a pequena grei, indo à frente a Serva de Deus, passou os primeiros anos em suma pobreza, orações e penitências, aguardando a manifestação da vontade divina. Entrementes, Teresa Maria, anelando a união com Deus, ardia no fogo da caridade divina que se alimentava no sacramento da Eucaristia. Pouco a pouco, o seu nome passou a ser citado com elogios por toda a região de Bisêncio. Homens e senhoras de qualquer condição social batiam-lhe à porta a pedir conselhos e orações. Em 1877, impelida pela virtude da caridade, abriu o coração e a casada às meninas órfãs e abandonadas, a quem, chamava o seu tesouro. Como o seu número fosse crescendo, viu-se obrigada a alugar e, depois, comprar e ampliar uma casa, confiando unicamente em Deus, que foi ao seu encontro por meio de generosos benfeitores. Juntaram-se-lhe outras jovens piedosas, que ela formou na vida religiosa, encarreirando-as pela senda da disciplina. O pequeno grupo converteu-se numa grande família e a casa, aumentada com outros edifícios, tornou-se um verdadeiro convento, que Teresa Maria, como mãe amantíssima, guiava com palavras e sobretudo com exemplos, inculcando a todas a virtude da caridade. Em 1885 foram agregadas à Ordem dos Carmelitas Descalços e, três anos depois, a 12 de Julho de 1888, vestiram o hábito da família Teresiana e fizeram a profissão. Abriram-se novas casas. Era o grão de mostarda que crescia e se tornava planta frondosa. Com a aprovação do Arcebispo de Florença o novo Instituto, irmãs Oblatas de Santa Teresa, em 1891, mereceu o decreto de louvor e, em 1904, tornou-se de direito pontifício reconhecido por Pio X. Esta aprovação da santa Sé abriu novos rumos à obra da Serva de Deus, satisfazendo o seu antigo desejo, levantou um convento em Florença, onde suas Filhas adorassem dia e noite o santíssimo Sacramento. Ao mesmo tempo, inflamada na ânsia de salvar almas, enviou o primeiro grupo de companheiras para o Líbano e abriu uma casa na Terra Santa, junto do Monte Carmelo, para receber crianças pobres e abandonadas. Ninguém se aproximava da Serva de Deus que não saísse mais cheio de fé e mais disposto a unir-se a Deus. Maria Teresa participou em subido grau no mistério da cruz de Cristo. Não lhe faltaram sofrimentos e até calúnias. teve de superar não poucas dificuldades, coisa comum a todos os fundadores de Institutos religiosos. Nos três últimos anos de vida experimentou a chamada “noite do espírito” e padeceu atrozes dores físicas. Aceitou as provações com paciência, heroica, oferecendo tudo ao Senhor pela Igreja e salvação das almas. Assim preparada, partiu para o Pai no dia 23 de Abril de 1910. Na homilia da missa da beatificação, a 19 de Outubro de 1986, celebrada no estádio Municipal de Florença, formou o santo padre: «Característica particularmente evidente de Teresa Maria era a alegria ()….) Mas a alegria de Teresa Maria não era a alegria ilusória deste mundo. Aquela alegria era fruto de um alto preço, que aliás ela pagava de bom grado, porque movida pelo amor a Cristo e às almas».

AAS (1944) 337-40; 67 (1975) 499-502; L’OSS. ROM. 26.10.1986. Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it.

• Adalberto de Praga, Santo

Bispo e Mártir

Adalberto de Praga, Santo

 

Adalberto de Praga, Santo

Adalberto, chamado no baptismo Woytiech (isto é, “socorro do exército” em eslavo), nasceu na Boémia pelo ano de 956. Confiado ao santo arcebispo de Magdeburgo, Adalberto, tomou em agradecimento nome deste no crisma. Só por morte do benfeitor saiu de Magdeburgo, tendo 19 anos e levando uma rica biblioteca que reunira e sobretudo muitos conhecimentos que sobre ele atraíam admiração. Foi ordenado pelo bispo de Praga, tendo resolvido levar vida de penitência e austeridades. Sendo chamado a suceder na sé de Praga, sentiu muito o peso das responsabilidades, de tal maneira que ninguém o viu rir-se. Entrou na cidade descalço; dividiu os seus réditos em quatro partes; para a conservação da Igreja, para os cónegos, para os pobres e para as despesas da casa. Em honra dos apóstolos, dava de comer todos os dias a 12 necessitados. Quase quotidianamente pregava, visitava os doentes e os presos. Encontrou a diocese em estado deplorável; muitos diocesanos eram ainda pagãos e os já convertidos mantinham, quase todos os hábitos do paganismo. Durante seis anos, 983 a 989, procurou convertê-los sinceramente, muito sofreu e nenhum resultado obteve; era considerado demasiado exigente e demasiado santo. Por fim, pediu a João XV o deixasse renunciar, o que obteve. Tomou o hábito religioso, juntamente com o irmão, Gaudêncio. Passou cinco anos retirado, entregue todo à oração e às austeridades. mas o arcebispo de Mogúncia desolava-se vendo Praga em tão grande abandono; escreveu ao Papa rogando-lhe mandasse para lá de novo Adalberto. Este mostrou-se pronto, embora prevendo que o segundo apostolado não seria mais frutuoso que o primeiro; preveniu-se porém com licença para retirar-se de novo, caso o povo mantivesse a mesma indocilidade. Foi o que sucedeu, e o Arcebispo teve de retomar o caminho do mosteiro. De novo interveio, mas no mesmo sentido, o Arcebispo de Mogúncia. E o papa, já Gregório V, acedeu e Adalberto regressou. Mas, desta vez, os diocesanos, irritados, recusaram-se a recebê-lo; e foram mais longe, atacaram os seus parentes, que residiam na Boémia, pilharam-lhes os bens, queimaram-lhes os castelos e assassinaram-nos. Diante disto, Adalberto julgou inútil ir  mais longe. refugiou-se junto do seu amigo Boleslau, filho do duque da Polónia; e resolveu trabalhar na conversão dos idólatras da Prússia, a qual não tinha visto ainda nenhum missionário. O duque da Polónia deu-lhe um barco, com 30 homens de escolta; desceram o Vístula até Dantzig. Lá Adalberto teve a consolação de batizar bom número de pagãos. Depois entrou no Báltico, chegou á costa de Samland, onde desembarcou renunciando à escolta. Os Prussianos maltrataram-no; um deu-lhe tal pancada com um  remo que o deitou ao chão meio morto. Voltando a si, foi, em companhia de Gaudêncio e do sacerdote Bento, até Tenkiren, que era então campo reservado dos pagãos. Com azagaias e lanças foi assassinado Adalberto, e os seus companheiros tomados em cativeiro. Esta cena deu-se a 23 de Abril de 997. Foi mártir de Jesus Cristo apenas com a idade de 41 anos.

Do livro SANTOS DE CADA DIA, DE www.jesuitas.pt. Ver também www.es.catholic e www.santiebeati.it.

 

• Outros Santos e Beatos

Completando o santoral deste dia

Otros Santos y Beatos

Otros Santos y Beatos

 

Santo Eulógio, bispo

Em Edesa, na Síria, santo Eulógio, bispo, que faleceu, segundo se narra, em Sexta-feira Santa ou Parasceve (387).

São Marolo, bispo

Em Milão, na região da Ligúria, são Marolo, bispo, amigo do papa santo Inocêncio I (s. V).

São Gerardo, bispo

Em Toul, na Lotaringia, são Gerardo, bispo, que durante trinta e um anos legislou sabiamente para a cidade, atendeu aos pobres, intercedeu pelo povo com jejuns e preces em tempo de peste, dedicou a igreja catedral e ajudou aos mosteiros com bens materiais e instruindo aos discípulos (994).

São Jorge, bispo

Em Suelli, na Sardenha, comemoração de são Jorge, bispo (1117).

 

93712 > Santi 48 Martiri Mercedari Francesi 

50550 > Sant' Adalberto di Praga Vescovo e martire  - Memoria Facoltativa MR

90369 > Beato Egidio d’Assisi MR

90153 > Beata Elena Valentini da Udine Religiosa  MR

93951 > Sant' Etelredo Re dei Sassoni Occidentali, martire 

50560 > Sant' Eulogio di Edessa Vescovo MR

50580 > San Gerardo di Toul Vescovo  MR

26850 > San Giorgio Martire di Lydda - Memoria Facoltativa MR

92153 > San Giorgio di Suelli Vescovo  MR

94041 > Santi Giorgio, martire e Adalberto di Praga, Vescovo e martire - Facoltativa

50475 > Beata Maria Gabriella Sagheddu  MR

50570 > San Marolo di Milano Vescovo  MR

20259 > Sabato Santo (celebrazione mobile) - Solennità

94111 > Beato Sebastiano de Riccafont Mercedario 

50625 > Beata Teresa Maria della Croce (Teresa Manetti)  MR

Compilação e tradução de espanhol para português

por António Fonseca

Nº 898-1 - REZAR NA QUARESMA - 23 DE ABRIL DE 2011

898-1

23 DE ABRIL

SÁBADO SANTO

SEMANA SANTA

João 18, 1-19, 42

“…”

*************

Hoje é o dia do silêncio.

O tempo parece suspenso.

Jesus está morto.

Mas não é o tempo do desespero.

Jesus morreu.

Mas a esperança não acabou.

Foi colocada na terra, como semente,

aguardando a Primavera da Ressurreição.

 

»»»»»»»»»

 

Hoje, Senhor,

Só Te consigo rezar com o silêncio.

Pareces calado e ausente.

Mas fico aqui.

Esperando o teu regresso vitorioso

do mundo dos mortos.

00000000000000000

edisal@edisal.salesianos.pt

www.edisal.salesianos.pt

António Fonseca - www.aarfonseca@hotmail

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Nº 897-3 - A RELIGIÃO DE JESUS - SEXTA-FEIRA SANTA - 22 DE ABRIL DE 2011

897-3

Do livro A Religião de Jesus, de José Mª CastilloComentário ao Evangelho do diaCiclo A (2010-2011)Edição de Desclée De BrouwerHenao, 648009 Bilbaowww.edesclee.cominfo@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca

22 de Abril – SEXTA-FEIRA SANTA

PAIXÃO DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Jo 18, 1-19, 42 

Naquele tempo, Jesus saiu com os discípulos para o outro lado da torrente do Cédron onde havia um  horto, no qual Ele entrou com os discípulos. Ora Judas, o que O ia entregar, também conhecia aquele lugar por Jesus Se ter lá reunido muitas vezes com os discípulos. Então Judas, conduzindo a coorte e os guardas fornecidos pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus foi ali ter com lanternas, archotes e armas. Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer, adiantou-se e disse-lhes: «A quem buscais». Responderam-Lhe: «A Jesus, o Nazareno». «Sou Eu», retorquiu Jesus. E Judas, que o ia trair, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu» recuaram e caíram por terra. Perguntou-lhes novamente: «A quem buscais»? E eles disseram: «A Jesus, o Nazareno». Jesus respondeu: «já vos disse que sou Eu. Se é, pois, a Mim que buscais, deixai partir estes». Isto, para que se cumprisse a palavra que havia dito: «Dos que Me deste não perdi nenhum». Então Simão Pedro que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu um servo do Sumo Sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas disse Jesus a Pedro: «Mete a tua espada na bainha; não beberei Eu o cálice que Meu Pai me deu»? Então a coorte, o tribuno e os guardas dos judeus apoderaram-se de Jesus e manietaram-n’O. Conduziram-n’O primeiramente a Anás, por ser sogro de Caifás, que era Sumo Sacerdote, desse ano. Tinha sido Caifás quem dera este conselho aos judeus: «É preferível que morra um só homem pelo povo». Entretanto Simão Pedro, com outro discípulo, seguia a Jesus. Este discípulo era conhecido do Sumo Sacerdote e entrou com Jesus no pátio do Sumo Sacerdote, enquanto Pedro ficava à porta, do lado de fora. Saiu então o outro discípulo, conhecido do Sumo Sacerdote, falou à porteira e levou Pedro para dentro. Então a porteira disse a Pedro: «Não és tu dos discípulos desse homem?» Ele respondeu: «Não sou» Estavam ali presentes os servos e os guardas, que, por estar frio, tinham feito um braseiro e estavam a aquecer-se. Pedro também estava com eles a aquecer-se. Então, o Sumo Sacerdote interrogou Jesus acerca dos Seus discípulos e da Sua doutrina. Jesus, respondeu-lhe: «Falei abertamente ao mundo: sempre ensinei na sinagoga e no Templo, onde todos os judeus se reúnem, e nada disse em segredo. Porque me interrogas? Pergunta aos que ouviram aquilo que lhes ensinei; bem sabem o que Eu disse». Tendo dito isto, um dos guardas, que ali estava, deu uma bofetada a Jesus, dizendo: «É assim que respondes ao Sumo Sacerdote»? Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra onde está o mal; mas, se falei bem, porque Me bates?» Então, Anás mandou-O, manietado, ao Sumo Sacerdote Caifás. Entretanto, Simão Pedro estava ali a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Não és também tu um dos seus discípulos»? Ele negou e disse: «Não sou». E um dos servos do Sumo Sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha, disse: «Não te vi eu no horto com Ele?» Pedro negou outra vez, e nesse momento um galo cantou. Depois levaram Jesus da casa de Caifás ao pretório. Era de manhã cedo e eles não entraram no pretório para não se contaminarem e poderem, assim, celebrar a Páscoa. Pilatos então, saiu cá fora e disse-lhes: «Que acusação apresentais contra este homem?» Disseram-lhe em resposta: «Se Ele não fosse malfeitor, não t’O entregaríamos». Retorquiu-lhes Pilatos: «Levai-O vós e julgai-O segundo a vossa Lei». Disseram-lhe então os judeus: «A nós não nos é lícito matar pessoa alguma». Isto, para que se cumprisse a palavra dita por Jesus, ao indicar de que morte ia morrer. Pilatos tornou a entrar no pretório, chamou Jesus e disse-Lhe: «Tu és o rei dos judeus»? Jesus respondeu-lhe: «É por ti mesmo que dizes isso, ou disseram-to outros de Mim»? Pilatos respondeu: «Porventura sou eu judeu? A Tua nação e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a mim: que fizeste?» Jesus respondeu: «O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, pelejariam, os Meus servos, para que Eu não fosse entregue aos Judeus; mas o Meu Reino não é daqui». Disse-lhe Pilatos: «Logo Tu és Rei?» Jesus retorquiu: «Tu o dizes! Eu Sou Rei! Para isso nasci e para isto vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a Minha voz». Disse-Lhe Pilatos: «Que é a verdade»? Dito isto, tornou a ir ter com os judeus e disse-lhes: «Não acho n’Ele culpa alguma; Vós tendes por costume que eu vos solte alguém pela Páscoa. Quereis que vos solte o rei dos judeus?» Então eles gritaram de novo: «Esse não, mas Barrabás». Barrabás era um salteador. Então Pilatos mandou que levassem Jesus e O açoitassem. E os soldados, depois de tecerem uma coroa com espinhos, puseram-Lha na cabeça e envolveram-n’O com um  manto de púrpura. Depois, avançavam para Ele e diziam: «Salve, ó Rei dos Judeus»! E davam-Lhe bofetadas. Pilatos saiu outra vez fora e disse-lhes: «Aqui vo-Lo trago fora, para que saibais que não acho n’Ele culpa alguma». Saiu, pois, Jesus fora, levando a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse: «Eis aqui o homem"« (Ecce homo) Assim que O viram, os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram: «Crucifica-O! Crucifica-O!» Tornou Pilatos a dizer: «Tomai-O vós e crucificai-O, que eu não encontro n’Ele culpa alguma». responderam-lhe os judeus: «Nós temos uma Lei e, segundo a nossa Lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus!» Quando Pilatos ouviu estas palavras, mais atemorizado ficou. Entrou outra vez no pretório e disse a Jesus: «De onde és Tu?» Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-Lhe então Pilatos: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e poder parra Te crucificar»? Jesus respondeu: «Nenhum poder terias sobre Mim se do Alto te não fosse dado. Por isso, aquele que Me entregou a ti tem maior pecado». A partir de então, Pilatos procurava libertá-Lo; mas os judeus gritavam: «Se O libertardes, não és amigo  de César; todo aquele que se faz rei é contra César». Ouvindo isto, Pilatos levou Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Lajeado, em hebraico “Gabbathá”. Era a Preparação da Páscoa e quase à hora sexta. Pilatos disse aos judeus «Eis aqui o vosso rei»! Mas eles gritaram: «À morte, à morte. Crucifica-O»! Pilatos retorquiu: «Hei-de crucificar o vosso Rei»? Os príncipes dos sacerdotes responderam: «Não temos outro rei senão a César»! Então entregou-Lho para ser crucificado. Levaram, pois, consigo Jesus. E, carregando às costas a cruz, saiu para o lugar chamado Crânio, que em hebraico se diz «Gólgota», onde O crucificaram, e, com Ele, mais dois: Um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um letreiro e pô-lo no cimo da cruz. Nele estava escrito: «JESUS NAZARENO, REI DOS JUDEUS». Muitos dos judeus leram esse letreiro, porque o lugar onde Jesus estava crucificado era próximo da cidade e o letreiro estava escrito em hebraico, grego e latim. Disseram então os príncipes dos sacerdotes a Pilatos: «Não escrevas: «O rei dos judeus, mas que Ele disse: «Eu sou o rei dos judeus». Pilatos respondeu: «O que escrevi, está escrito». Tendo os soldados crucificado Jesus, tomaram as Suas vestes – de que se fizeram quatro partes, uma para cada soldado – e também a túnica. A túnica, toda tecida de alto a baixo, não tinha costura. Disseram uns aos outros: «Não a rasguemos, mas lancemos sortes sobre ela, para ver de quem será». Assim se cumpriu a Escritura: «Repartiram entre si as Minhas vestes e sobre a Minha túnica deitaram sortes». Assim fizeram, pois, os soldados. Junto da cruz de Jesus estavam Sua mãe, a irmã de Sua Mãe, Maria, mulher de Cleófas e Maria de Magdala. Ao ver Sua Mãe e junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse a Sua mãe: «Mulher, eis aí o teu Filho». Depois disse ao discípulo: «Eis aí a tua mãe». E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa. Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede». Estava ali um vaso cheio de vinagre. Embeberam uma esponja no vinagre, fixando-a a um rapo de hissopo, levaram-lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito. Então os judeus, visto ser o dia da Preparação, para os corpos não ficarem na cruz ao sábado – pois era um grande dia aquele sábado –, pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retiras dos. Vieram então os soldados e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao segundo dos que tinham sido crucificados com Ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados perfurou-Lhe o lado com uma lança e logo saiu sangue e água. Aquele que o viu é que o atesta, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. E isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz: «Nem um  só dos Meus ossos se há-de quebrar». E outra vez diz a Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que trespassaram». Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, ainda que em oculto por medo dos judeus, pediu a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. Veio, pois, e tirou o corpo. Veio, também Nicodemos, aquele que, anteriormente, se dirigira, de noite, a Jesus, trazendo uma composição de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-n’O em ligaduras juntamente com os perfumes, segundo a maneira de sepultar usada entre os judeus. No lugar em que Ele tinha sido crucificado, havia um  horto e, no horto, um túmulo novo, no qual ninguém fora ainda depositado. por causa da Preparação dos judeus com o o túmulo estava perto, foi ali que puseram Jesus.

1. O que chama a atenção primeiro que tudo é que o mais significativo, que nos deixou Jesus (o final da sua vida), não nos é apresentado en forma de uma “reflexão teológica”, mas sim com o um “relato histórico”. O decisivo na vida (a de Jesus e nossa) não são as “ideias”, mas sim os “factos”. Há muitos escritores, pregadores, artistas, músicos, que se empregaram a fundo para explicar a morte de Jesus. Mas há muito menos imitadores do exemplo que nos deixou Jesus. O que salva o mundo é explicar a vida de Jesus mediante a própria vida.

2. Este relato da Paixão destaca a solidão de Jesus: o abandonam os apóstolos (Jo 18, 8); o atraiçoa Judas (Jo 18, 3); Pedro renega da sua fé e relação com Jesus (Jo 18, 15-27); a multidão entusiasta não se menciona. Fica Jesus só perante os Sumos Sacerdotes que, em todo o relato, atuam como os que forçam o procurador para a condenação à morte. E morte de cruz, a mais horrenda forma de execução que havia então.

3. Jesus se entrega livremente a uma tropa de polícias a que atira por terra só com a sua Palavra (Jo 18, 6). A duvidosa historicidade deste incidente não lhe tira o significado religioso.

4. Destaca a liberdade de Jesus perante o tribunal religioso. A “audácia” o atrevimento “parresia” de Jesus, que não tinha nada que ocultar (Jo 18, 19-21). É o modelo para o que a Igreja diz e como o diz. E também para o que cala e oculta.

5. O relato se esforça por deixar de lado a responsabilidade da autoridade política. Se bem que o motivo formal da condenação foi o delito  de laesae maiestatis, como consta pelo letreiro que puseram, sobre a cruz. A Jesus se condenou por uma ambição política que jamais teve nem mostrou.

6. Os responsáveis da morte na cruz foram os sacerdotes (Jo 19, 6. 7. 15). Foi a religião que matou Jesus (Jo 19, 7). O “sacerdote” e o “profeta” são incompatíveis.

7. A morte de Jesus não foi um acto religioso, nem um cerimonial sagrado, nem exemplo de devoção,  estética ou beleza. Foi um crime “legal”. E foi, portanto, a execução de um condenado. A salvação que transporta Jesus é laica; não está vinculada nem ao tempo, nem ao sacerdócio, nem ao culto. Está vinculada à liberdade profética e à transparência ética de um homem que existiu para os outros.

 

Compilação por

António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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