16 Santos e Beatos
Nº 943
• Ana de São Bartolomeu, Beata
Carmelita Descalça
Ana de San Bartolomé, Beata
É um satélite que se move por completo na órbita de Santa Teresa de Jesus. Tem com ela um ponto de contacto excecional: a vida de ambas está dominada pelos fenómenos místicos, constituindo válido testemunho da existência do sobrenatural, prova patente da presença de Deus no mundo das almas. Ambas nos descreveram as suas experiências. Teresa como mestra, com a exatidão e riqueza das suas minuciosas descrições; Ana com a simplicidade da sua mente inculta e campestre, mas com sinceridade encantadora. A Autobiografia da Beata está tão cheia de factos extraordinários, que se torna pouco atraente para os espíritos críticos e desconfiados do nosso século; mas o estilo tão directo e a força da convicção não podem deixar de a tornar aceite, pelo menos, como experiência vivida; basta que nos aproximemos dela com critério inclinado para o divino. Nasceu Ana em Almendral, aldeia da provincia de Toledo, em 1 de Outubro de 1549, duma família cristã e campestre, de costumes austeros e profunda piedade, sendo a sexta entre sete irmãos. Um vulgar episódio da sua infância parecer assinalar o destino da sua vida. Ela mesmo o conta na sua Autobiografia. Quando era ainda muito menina e mal se podia ter em pé, deixaram-na um dia sozinha as suas irmãs, para se habituar a andar. Passando por lá sua mãe, disse-lhes: –“ Cuidado, que a menina não vá cair, morreria”. Uma das irmãs replicou: – “Deixa-a, não morrerá: pois se viver poderá ser santa”. Mas a primeira objectou: – “Isto está ainda em dúvida, mas agora não tem perigo, pois chegando aos sete anos é que as crianças pecam”. Assegura-nos a beata que este diálogo, só vagamente compreendido, causou impressão terrível na sua alma. Ganhou horror ao pecado e, levantando os olhos ao céu, pareceu-lhe que se mostrava claramente a majestade divina. É possível que uma elaboração posterior fosse enchendo de conteúdo a primitiva impressão, mas o certo é que a sua vida fica marcada desde os alvores com o sinal do sobrenatural. E quando completou sete anos, encontravam-na com frequência chorando e, perguntada pelo motivo, respondia: «Porque tenho medo de pecar e condenar-me». Quando tinha apenas dez anos, perdeu os pais, e seus irmãos obrigaram-na a guardar o rebanho que a familia possuía. Ana aprendeu, contactando com a natureza, a relacionar-se com Deus, a quem via presente na criação. Gostava de passar as horas mortas com o pensamento no céu, absorta em contemplação, e já desde essa altura se entranhou em contínuos colóquios com Jesus Cristo, que, segundo ela nos assegura, lhe aparecia continuamente em figura de menino que lhe falava. Sentia-O junto de si e tornava-O participante dos seus pensamentos e preocupações. A Beata interpreta estas experiências como se se tratasse duma presença real e corporal de Cristo, mas talvez não passasse de visões imaginárias, produto da sua fantasia infantil excitada pelo pensamento de Cristo, para quem dirigia toda a capacidade sensitiva da sua alma. O certo é que vivia em contínua presença de Deus, nota que foi característica da sua vida toda, sob diversos aspectos, conforme o desenvolvimento da graça na sua alma e o diverso grau de maturidade espiritual.Ao chegar aos 21 anos, os irmãos quiseram casá-la e buscaram-lhe para marido um moço galhardo e de boa posição. A jovem estava decidida a consagrar-se ao Senhor e, com hábil estratagema, apresentou-se diante do suposto noivo tão desastradamente ataviada que não foi aceite. Durante muito tempo continuou a insistência dos seus familiares e foi tanta a guerra que lhe fizeram que faltou muito pouco para que se rendesse: «Se eu encontrasse um homem muito rico, muito agradável, muito santo e que me ajudasse para o serviço de Deus, gostaria de tal companhia». Mas Cristo, que na sua infância se lhe fazia sentir como menino, mostrou-Se-lhe agora com traços juvenis e sussurrou-lhe ao ouvido: «Eu sou quem tu queres e comigo de hás-de desposar»; e desapareceu. Desde então, todos os seus pensamento e desejos se encaminharam para o claustro e, por conselho do confessor, dirigiu-se para o convento de S. José de Ávila, pedindo ser admitida entre as filhas de Santa Teresa. Os seus irmãos tinham-se oposto no princípio. A Beata não sabia ler nem escrever, o que trazia grande inconveniente para ser admitida, não podendo tomar parte no coro. Mas a santa Madre, que nunca tinha querido admitir analfabetas nos seus conventos, fez uma exceção com ela, para não perder uma vocação tão privilegiada, e recebeu-a para ”freira”, como se dizia, sendo a primeira analfabeta entre as descalças. Questão económica não existiu, porque trouxe o dote correspondente. No convento impôs-lhe o Senhor duras provas espirituais, retirando-lhe o suave sentimento da sua presença e apresento-Se-lhe como Cristo doloroso que a convidava a caminhar pela senda da cruz. Numa visão mostrou-Se aflitíssimo e descarregou-lhe no coração a pena que sentia: «Olha para as almas que se Me perdem! Ajuda-Me”. “Mostrou-me a França como se estivesse presente ali, e milhões de almas que se perdiam nas heresias». Deus provou-a com graves doenças, efeito da sua vida de oração, em que passava mesmo as horas da noite, e não era muito robusta. Mas um dia a Madre Teresa, encontrando-se enferma a nossa Beata, ordenou-lhe por obediência que se transformasse em enfermeira das demais e, vencendo ela a sua debilidade, mostrou tal empenho no ofício que se transformou em «Prioresa das noviças», como gentilmente lhe chamava Santa Teresa. Foi a santa quem lhe moldou o espírito com ensinamentos e familiaridade, pois converteu-a em sua confidente, sua enfermeira, sua ajudante na cela e até sua secretária. Ela mesmo confessa: «A Santa estava já tão habituada aos meus pobres e grosseiros serviços, que não se podia ver sem mim». Como a Beata Ana não sabia escrever, lamentava-se Teresa disso, porque desejava que a ajudasse a despachar a sua abundante correspondência. Para dar gosto à Madre, empenhou-se com tal entusiasmo em aprender a escrever, que chegou a isso apenas copiando a letra da Santa,. E conseguiu-o com tal rapidez, que todos o tomaram como verdadeiro milagre. Quando em 1579 foi autorizado de novo a Santa Teresa retomar a visita dos seus conventos e a sua atividade de fundadora – depois do imposto repouso de dois anos em Ávila – quis levar como companheira a Beata Ana de S. Bartolomeu, que andou com ela nas últimas peregrinações, as mais duras e trabalhosas, através de todos os caminhos de Castela. À pena da Beata devemos as vivas descrições destes trabalhos, que são complemento dos que traça Teresa no Livro das Fundações. Ana acompanhou-a em três fundações, e a sua presença tornou-se tão necessária à Santa que esta não sabia pôr-se a caminho sem ter a sua companhia. Na última doença de Santa Teresa, a Beata não se apartou do seu lado, esquecendo-se de comer e dormir; e tal era a consolação que lhe dava ver-se por ela atendida que, ao apartarem-se, reclamava insistentemente a sua presença. Acompanhou-a na agonia e conservou reclinada nas suas mãos a cabeça da santa Madre, até que nelas expirou. Falecida a Santa, converteu-se Ana em oráculo para as descalças, que a ela acudiam na ambição de conhecer pormenores da vida e do ensino de sua Madre, que ela melhor que ninguém conhecia. Quando o Cardeal de Bèrulle veio a Espanha para levar a França um grupo de carmelitas, recordou-se Ana da revelação que, a respeito da França, lhe tinha comunicado o Senhor em tempos passados, e dos desejos de Santa Teresa. Acolheu ela a ida com entusiasmo, formando parte da primeira expedição. Na França, obrigaram-na os Superiores a tomar o véu preto de corista e nomearam-na prioresa, primeiro de Pontoise e depois de Paris. A madre Ana teve de habituar-se ao trato com as damas e as personagens da corte, que entraram na moda de visitar as descalças e sujeitar-se à direção das mesmas. As primeiras vocações francesas para o Carmo pertenciam à nobreza, e foi Ana encarregada da formação delas, transfundindo para as mesmas o espírito teresiano de que o seu transbordava. Grave dificuldade apresentava a permanência em França da descalcez. O cardeal de Bérulle, uma das maiores figuras da espiritualidade francesa, quis amoldar as carmelitas ao seu proprio espírito, embora seguindo a linha de Santa Teresa. As espanholas estavam habituadas à direção dos padres e não podiam habituar-se a viver sem consultar o seu espírito com eles. A Beata Ana aguentou quanto pôde; mas não compreendeu bem o que podia o Carmo da França continuar com os seus próprios meios; aceitou por isso o convite a trasladar-se para a Bélgica, onde lhe seria possível dirigir-se com os descalços, já aí existentes. Chegou à Bélgica aos 63 anos de idade e foram os anos que lá viveu, até à morte, os mais fecundos que teve na vida. A sua recordação anda unida na Bélgica com a fundação de Antuérpia, por ela realizada, fundação que depressa se converteu em potente fogo de irradiação espiritual. Da grade do locutório e através da correspondência, exerceu poderosa influência sobre a sociedade belga, colaborando no desenvolvimento da espiritualidade e vida de oração entre aquelas gentes, que se distinguiram sempre entre as mais dispostas para a vida sobrenatural. Quando Mauricio de Nassau intentou por três vezes tomar por surpresa a fortaleza de Antuérpia, a população atribuiu às orações da Beata e das suas religiosas a libertação, e a infanta e os generais vieram ao locutório agradecer-lhes a intervenção. Morreu a beata Ana de S. Bartolomeu a 7 de Junho de 1626, precisamente no dia da Santíssima Trindade, cuja presença sentiu de maneira especial na alma durante os últimos anos da existência. A memória dela perdura viva no Carmo e na cidade de Antuérpia, que nos dias terríveis da guerra mundial voltou a recomendar-se a ela, atribuindo à sua mediação protetora ter-se visto livre da destruição. Foi beatificada pelo papa Bento XV. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também, www.es.catholic.net/santoral e www.santiebeati.it.
António María Gianelli, Santo
Bispo e Fundador
António María Gianelli, Santo
Bispo, fundador das Filhas de Maria Santíssima do Horto, dos Missionários de Santo Afonso de Ligório e dos Oblatos de Santo Afonso, nasceu em Cereta (Itália), a 12 de Abril de 1789. Seus pais eram agricultores caseiros muito pobres. O pároco da freguesia ensinou à piedosa criança os rudimentos das primeiras letras. Os pais não tinham meios para que o filho continuasse os estudos. Todavia, a Senhora Nicoletta Assereto, dona das terras que eles cultivavam, tomou o jovem à sua conta e assim pôde frequentar como aluno externo as aulas do seminário e depois entrar no mesmo e ordenar-se em 1812. Nomeado vigário de S. Mateus em Génova, inscreveu-se na Congregação dos Missionários Suburbanos, fundada em 1773, para se dedicar às pregações populares. Além disso ensinou, por uma dezena de anos, retórica no colégio de Carcare e depois no seminário de Génova. Em 1826 foi designado pároco de S, João Baptista em Chiavari. Ali foi professor de eloquência no seminário e membro da diretoria da sociedade económica que mantinha o Asilo de Caridade e trabalho para órfãs. O Padre Gianelli convidou um grupo de senhoras para ajudarem no Asilo e assim nasceu o Instituto das Filhas de Maria do Horto, Congregação de direito pontifício, que em 1974 contava 1475 professas e 8 noviças, distribuídas por 160 casas. Fundou mais duas congregações, mas infelizmente extinguiram-se depois da morte de D. António Maria Gianelli, que em 1837 for nomeado Bispo de Bobbio. Desempenhou as suas funções episcopais com muito zelo apostólico, visitando todas as paróquias da diocese, visitas interrompidas havia 19 anos. Convocou dois sínodos e reorganizou o seminário. Morreu em Piacenza, a 7 de Junho de 1846. Foi beatificado por Pio XI em 1925 e canonizado por Pio XII em 1951. AAS 45 (1953) 124-35; DIP i, 709-10; 3, 1634. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Ver também, www.es.catholic.net/santoral e www.santiebeati.it.
Isaac e companheiros, Mártires
Na cidade os mouros estão cansados de matar; os cristãos que convivem ali estão cansados também de aguentar insolências e de sofrer humilhações com perigo. Bastantes vão preferindo a saída e se instalam nos arredores, ocupando as covas da montanha onde vivem como ermitãos. São mais do que se esperava; quase se pode dizer que formaram um cinturão cercando a cidade dos emires. Com frequência recebem a visita de Eulógio que os conforta com a palavra clara, forte e enérgica que deixa em suas almas registos de maior entrega a Deus, misturada com desejos de fidelidade à fé cristã e aos direitos da pátria. Grande parte deles avivam na alma desejos sinceros de perfeição. Passam o dia e a noite repetindo os costumes ascéticos dos antigos anacoretas entre a meditação e o louvor. As numerosas ermidas da montanha formam um grande mosteiro que segue a Regra dos antigos e passados reformadores visigóticos Leandro, Isidoro, Frutuoso e Valério que muito provavelmente recopiaram, adaptando-as, as primeiras regras cenobitas dos orientais recolhidas por Pacómio, Cassiano, Agostinho e Bento. O mais importante é o Tabanense. Estalou a tormenta com o martírio do sacerdote cordobês Perfeito que foi arrastado ao tribunal, condenado e degolado. Há revolta na cidade e protestos e indignação no campo. Há nascido um sentimento por muito tempo tapado; muitos, cheios de ânimo, se lançam em público a maldizer ao Profeta e se mostram desejosos de morrer pela justiça e a verdade. O próprio Eulógio pretendeu serenar os ânimos, mas de todos modos sustenta que «ninguém pode deter aqueles que vão ao martírio inspirados pelo Espírito Santo». Isaac é um jovem sacerdote de Tábanos, filho de família ilustre cordobesa; de boa educação, conhecedor excelente do árabe, hábil nos negócios, servidor na administração de Abderramán e de suas rendas. Mas amargurado em casa de seu amo pela insolência dos dominantes, por sua prepotência altaneira, ou talvez por escrúpulos de consciência, decidiu ir e entrar em Tábanos onde o tratou Eulógio. Agora, indignado pela perseguição dos muçulmanos, toma a decisão de se apresentar ao cádi com a intenção de ridiculizar a injustiça e acabar no martírio. Simula querer ter razões para aceitar a religião do Profeta e as pede com ironia e sarcasmo ao juiz que cai na ratoeira. Tão de plano recusa ante o público reunido a mentira do Profeta, a baixeza da vida do maometano e a falsidade da felicidade prometida que, ressaltando a verdade do Crucificado, a dignidade que pede a seus fieis e a verdade do único Céu prometido, que, fora de si o improvisado e teimoso mestre, esbofeteia a Isaac, contra a lei e os usos. A crónica do sucesso narrada por Eulógio coincide com a versão árabe relatada nas Histórias dos juízes de Córdoba, de Alioxaní, pelo que sabemos até o nome do cádi, Said-ben Soleiman el Gafaquí, que o julgou. Abderramán II mandou aplicar o rigor da lei a seu antigo servidor; e para que os cristãos não pudessem fazer de seu cadáver um estandarte dando-lhe veneração, o manteve dois dias na forca, o fez queimar e espalhar depois suas cinzas pelo rio Guadalquivir. Foi martirizado em 7 de Junho de 851. Isso sucedeu em quarta-feira 3 de Junho. Dois dias mais tarde, o mártir é Sancho, um jovem admirador de Eulógio, nascido perto dos Pirenéus, que era um escravo da guarda do sultão; a este, por ser culpado de alta traição além de ímpio, o estenderam no chão meteram o seu corpo numa comprida estaca, levantaram-no ao alto e assim morreu após longa agonia; essa era a morte dos empalados. Seis homens que vestiam cogula monacal se apresentaram no domingo, dia 7, ante o juiz muçulmano, dizendo-lhe: «Nós repetimos o mesmo que nossos irmãos Isaac e Sancho; muito nos pesa de vossa ignorância, mas devemos dizer-vos que sois uns iludidos, que viveis miseravelmente enganados por um homem malvado e perverso. Dita sentença, imagina tormentos, deita mão de todos teus verdugos para vingar a teu profeta». Eram Pedro, um jovem sacerdote e Walabonso, diácono, nascido em Niebla, ambos do mosteiro de Santa María de Cuteclara; outros dois, Sabiniano e Wistremundo, pertenciam ao mosteiro de Armelata; Jeremias era um ancião cordobés que havia sido rico em seus bons tempos, mas havia sabido adaptar seu corpo aos rigores da penitência no mosteiro de Tábanos que ajudou a construir com sua fortuna pessoal e já só lhe restava esperar o Céu e, outro tabanense mais, Habêncio, morreram decapitados. Em uns dias, oito homens foram mártires de Cristo. Isaac,Sancho, Pedro, Walabonso, Sabiniano, Wistremundo, Jeremias e Habêncio. Curiosamente no passado dia 3 do corrente mês esta biografia foi aqui publicada, mediante transcrição feita através do Livro Santos de Cada Dia, de www.jesuitas.pt
• María Teresa de Soubiran, Santa
Fundadora
María Teresa de Soubiran, Santa
Devido à sua grande extensão, não me foi possível traduzir por completo esta biografia. Desculpem por favor e Obrigado. AF.
A familia Soubiran pertencia à antiga nobreza. Suas origens datam pelo menos do século XIII, e entre seus antecessores indiretos se contam São Luis de França, Santo Eleazar de Sabran e sua esposa a Beata Delfina, Santa Rosalina de Villeneuve, Santa Isabel de Hungría e boa parte das famílias reais de Europa. No segundo quarto do século XIX, o chefe da família Soubiran era José de Soubiran la Louviere, que vivia em Castelnaudary, perto de Carcassone. José se casou com Noemí de Gélis de l´Isle d´Albi. Sofía Teresa Agustina María, segunda filha deste matrimónio, nasceu em 16 de Maio de 1835. Os Soubiran mantinham as tradições religiosas da família, ainda que numa forma que refletia mais a severidade que a alegria do cristianismo. Sofía, dirigida por seu tio, o canónico Luis de Soubiran, se sentiu cedo chamada à vida religiosa. Na congregação mariana sob a direcção do canónico, havia outras jovens que se sentiam também chamadas por Deus. Quando Sofía tinha dezanove anos, Dom Luis determinou fundar uma comunidade de "beguinas", quer dizer, de mulheres que vivessem em comunidade com votos temporais de castidade e obediência. Mas Sofía não acreditava que essa fosse sua vocação, já que as "beguinas" gozavam de muita liberdade e podiam volver ao mundo no momento em que o desejassem. Ela se sentia mais inclinada à austeridade e à vida retirada do Carmelo. Sem embargo, ao cabo de um período de vacilações e de solicitar conselhos, decidiu finalmente juntar-se aos desejos de seu tio. Assim pois, se mudou para Gante para estudar o género de vida das "beguinas" e, à sua volta, foi nomeada superiora da comunidade de Castelnaudary, que então inaugurou seu tio o canónico. Estes acontecimentos tiveram lugar entre 1854 e 1855. En los años siguientes, la nueva fundación prosperó, aunque en una forma bastante diferente a la de los "beguinatos" belgas, ya que Sofía y sus compañeras renunciaron a sus propiedades, establecieron un orfelinato y practicaron, por regla la adoración nocturna al Santísimo Sacramento. A pesar de los progresos, fue aquélla una época tan difícil para la comunidad y su superiora, que la casa en que habitaban recibió el nombre de "el convento del sufrimiento". En 1863, la madre María Teresa, como la llamaremos en adelante, consultó acerca de su vocación a la superiora del convento de Nuestra Señora de la Caridad, en Toulouse y a algunas personas de su confianza, quienes le aconsejaron que hiciese los Ejercicios de San Ignacio. Así lo hizo bajo la dirección del famoso jesuita, P. Pablo Ginhac. Dios le manifestó entonces claramente que debía llevar adelante su propósito de fundar la congregación de María Auxilidaora, tal como lo tenía planeado. El fin de dicha congregación consistía en que sus miembros practicasen la vida religiosa en toda su plenitud y trabajasen por "la empresa más divina y más humana que existe: la salvación de las almas". Ningún trabajo debería parecer demasiado grande ni demasiado pequeño a las religiosas, sobre todo si otras congregaciones no podían o no querían tomarlo entre manos. El canónigo de Soubiran acabó por plegarse a los deseos de su sobrina. El "beguinato" no se disolvió; simplemente, en septiembre de 1864 la madre Maria Teresa y unas cuantas hermanas se mudaron al convento de la Rue des Buchers de Toulouse, que iba a ser la residencia de la nueva congregación. A partir del año siguiente, los escritos de la beata nos permiten seguir de cerca su evolución interior hasta su muerte, ocurrida un cuarto de siglo más tarde. Las nuevas religiosas siguieron dedicándose al cuidado de los huérfanos y a la instrucción de los niños pobres e inauguraron en Toulouse la primera casa de huéspedes para jóvenes trabajadoras a la que se dio el nombre de Maison de famille, porque era un verdadero hogar para las jóvenes que no lo tenían o que vivían lejos del suyo. Las auxiliadoras practicaban diariamente la adoración nocturna, en tanto que las "beguinas" sólo lo hacían una vez al mes. La madre Teresa calcó las constituciones de su congregación sobre las de la Compañía de Jesús. El P. Ginhac, que tomó parte muy activa en la nueva fundación se encargó de revisar las constituciones. En 1867, el arzobispo de Toulouse aprobó a las auxiliadoras y la Santa Sede publicó, en 1868, un breve laudatorio. En 1869, se inauguraron los conventos de Amiens y de Lyon, en los cuales las religiosas siguieron consagrándose al cuidado de las jóvenes trabajadoras. Durante la guerra franco-prusiana, las religiosas de los tres conventos se refugiaron primero en Southwark y después, en Brompton, donde los padres oratorianos las ayudaron mucho. Más tarde, establecieron una "casa de familia" en Kenington. Tal fue la primera fundación inglesa de las auxiliadoras. En 1868, ingresó en la congregación una novicia que tres años después fue elegida por voto casi unánime del capítulo, consejera y asistenta de la madre general. Se trataba de la madre Maria Francisca, una mujer muy hábil e inteligente, cinco años mayor que la madre María Teresa de Soubiran. A la vuelta de Inglaterra, la madre María Francisca presentó un proyecto sobre el desarrollo de la congregación; con "el brillo de sus discursos, la fuerza y claridad de sus argumentos, la precisión de sus juicios, su tacto, su habilidad el manejo de los negocios y su fe ardiente y avasalladora", consiguió que el plan fuese aprobado. La cita anterior procede de los escritos de la beata María Teresa y muestra claramente la influencia que ejercía sobre ella su asistenta. Desgraciadamente, la beata no se dio cuenta durante mucho tiempo de que la madre María Francisca era "dominadora, inestable y ambiciosa", como el tiempo había de probar. El hecho fue que la congregación se desarrolló demasiado rápidamente y se abrieron nuevas casas sin recursos suficientes. A principios de 1874, la madre María Francisca declaró que la situación económica de congregación era desesperada. (Actualmente sabemos que tal juicio era exagerado). Al principio, la madre María Francisca se echó a sí misma la culpa; pero pronto empezó a atacar a la madre María Teresa, acusándola de ser orgullosa, débil, vacilante y de poco espíritu religioso. Al poco tiempo, empezó a correr por todos los conventos de la congregación el rumor de que el mal estado de cosas se debía a la fundadora. La madre María Teresa recordó entonces que m poco antes le había parecido que el Señor le decía: "Tu misión ha terminado dentro de poco, no habrá sitio para ti en tu congregación. Pero mi poder mi bondad estarán contigo." Ella había respondido: "Amén". Desde entona estuvo dispuesta a repetir nuevamente su "amén", pero antes quiso consultar al P. Ginhac. Este quedó un tanto desconcertado e, inmediatamente, mandó llamar a la madre María Francisca, quien le expuso a su modo la situación. Entonces, el siervo de Dios aconsejó a la madre María Teresa que renunciase. Su consejera fue nombrada superiora general. La casa madre de la congregación era entonces la de Bourges. La nueva superiora general no quiso que su predecesora retornase ni residiese en ninguno de los conventos de la congregación. Así pues, la madre María Teresa se retiró al convento de las Hermanas de la Caridad de Clermont, so pretexto de descansar algunas semanas. El descanso se prolongó siete meses -"siete meses de angustia"-, en tanto que la madre María Francisca determinaba su destino. No hay para qué narrar en detalle las desagradables medidas que la madre María Francisca tomó para evitar que la madre María Teresa reconquistase su antigua influencia y su autoridad. Baste con decir que esas medidas culminaron con la expulsión de la fundadora de la congregación. La beata tuvo que abandonar d convento de Clermont y el hábito religioso en septiembre de aquel año. A fines de 1874, la madre María Teresa, fundadora de la Compañía de María Auxiliadora, volvió a ser simplemente Sofía de Soubiran la Louviere. Sofía estuvo veinte años en el convento y tuvo que empezar una nueva vida, una prueba muy dura para las personas que no viven "en el mundo", En vano solicitó ser admitida en la congregación de la Visitación y en la orden del Carmelo, "su primer amor". Entonces, pidió su admisión entre sus antiguas amigas del convento de Nuestra Señora de la Caridad en Toulouse, quienes se dedicaban a rescatar mujeres perdidas. Aquellas religiosas no le cerraron las puertas y comprendieron su deseo de ingresar más bien en el convento de París. Después de ciertas dilaciones debidas a algunas dificultades canónicas y a una enfermedad que casi costó la vida a la beata, ésta hizo finalmente la profesión en 1877, a los cuarenta y dos años de edad. Su diario muestra que entró entonces en un período de gran serenidad espiritual y que el poder y la bondad del Señor estaban con ella. El P. Hamon, su director espiritual, escribió: "La abnegación de la madre de Soubiran era tan extraordinaria, que consiguió olvidar completamente a su antigua familia religiosa, confiándola enteramente en manos de la providencia; en esa forma obligó al Divino Pastor a mirar por sus hijas huérfanas. La generosidad de ese sacrificio rayaba, a mi modo de ver, en el heroísmo." En todo caso, la madre María Francisca no permitía ningún trato, epistolar ni personal, entre sus religiosas y la fundadora de la congregación. Sin embargo, al cabo de ocho años, el contacto se restableció de un modo dramático. La madre María Francisca despidió también de la congregación a la madre María Javier, hermana de la fundadora, pues temía que su presencia conservase vivo el recuerdo de la madre María Teresa. La madre María Javier ingresó también en el convento de Nuestra Señora de la Caridad de París y dio a su hermana noticias muy tristes sobre el estado de la congregación de María Auxiliadora. La madre María Teresa escribió por entonces: "Ahora sí que estoy segura de que esa pequeña compañía que Dios quiere tanto, sobre la cual ha velado tan amorosamente y en la cual había tantas almas fervorosas y verdaderamente virtuosas, estoy segura, digo, de que esa compañía está moralmente muerta, o sea que su fin, su forma y sus métodos han cesado de existir. Acepto amorosamente los planes de Dios, pues soy nada ante su santa e incomprensible voluntad." La Beata María Teresa había contraído la tuberculosis. La larga enfermedad la obligó a pasar en la enfermería los últimos siete meses de su vida. Murió el 7 de junio de 1889, al murmurar estas palabras: "Ven, Señor Jesús". Trató de hacer la señal de la cruz, pero no llegó a signarse. Fue sepultada en el cementerio de Montparnase, en la cripta del convento de Nuestra Señora de la Caridad. Actualmente, sus reliquias se hallan en la casa madre de las auxiliadoras en París. La madre María Teresa de Soubiran fue beatificada en 1946. La síntesis de su espíritu queda expresada en las palabras que escribió en una carta, poco después de su expulsión de la congregación de María Auxiliadora "Como podéis imaginaros, todo ello me ha hecho sufrir enormemente Dios es capaz de medir la intensidad y la profundidad de mi dolor y sabe hasta qué punto esa pena se ha convertido en una fuente de fe, esperanza y caridad. La gran verdad de que Dios es todo y el resto nada se va convirtiendo en la vida de mi alma y, sobre esa verdad me puedo apoyar seguridad, en medio de los incomprensibles misterios de este mundo. Es éste un bien superior a todos los bienes de la tierra, porque en el amor omnipotente podemos confiar durante la vida y por toda la eternidad. No sé si hubiese podido aprender esa gran lección sin pasar por tantas angustias; no lo creo. El tiempo pasa y pasa de prisa; pronto veremos la razón de tantas cosas que sorprenden y desconciertan a nuestra inteligencia débil y miope." La fiesta de la beata se celebra el 20 de octubre. Dado que la fundación forma parte de la vida de un fundador, añadiremos unas palabras sobre la historia de la congregación que fundó la madre Soubiran. La beata había predicho que las cosas iban a cambiar totalmente en la compañía de María Auxiliadora, uno o dos años después de su muerte. Su profecía se verificó. La congregación estaba muy descontenta del gobierno de la madre María Francisca, y varias casas habían sido clausura das. A par 1884, la inestabilidad administrativa se hizo intolerable. Por ejemplo, en menos de cinco años, la sede del noviciado cambió siete veces. La crisis estalló 1889, cuando el capítulo general se negó a ratificar los nuevos cambios que la superiora proyectaba. El 13 de febrero de 1890, exactamente dieciséis después de la expulsión de la fundadora, la madre María Francisca dejó ser superiora y salió de la congregación. El cardenal Richard, arzobispo de París, nombró a la madre Maria Isabel de Luppé superiora general. Bajo su gobierno, se hizo luz acerca de la verdadera historia de la fundadora, la madre María Javier ingresó nuevamente en la congregación y la compañía de María Auxiliadora recobró su forma original y empezó a adquirir las características que le han merecido el sitio tan distinguido que ocupa actualmente en la Iglesia. Este corto artículo basta para probar que la historia de la Beata M Teresa de Soubiran fue realmente extraordinaria(1). Lo mismo puede decirse sobre la vida de la madre María Francisca, por más que no tenga cabida en una vida de santos. Nos limitaremos simplemente a observar que murió en 1921, cuando la causa de beatificación de la madre María Teresa ya estaba introducida. Después de la muerte de María Francisca, se descubrió que era casada y que para entrar en la congregación de María Auxiliadora había abandonado a su esposo. Como su marido vivía aún y ella lo sabía, María Francisca no pudo hacer votos válidos, de suerte que su generalato fue también inválido y, por consiguiente, todos sus actos fueron nulos. Por la misma razón, la madre María Teresa no dejó nunca de pertenecer, canónicamente, a la congregación que había fundado. Nada sabemos acerca de los últimos treinta años de la vida de María Francisca; según parece, poseía una fortuna personal y vivió sola en París.
Roberto de Newminster, Santo
Abade cisterciense
Roberto de Newminster, Santo
Nasceu no distrito de Craven (Yorkshire), provavelmente no povo de Gargrave; morreu em 7 de Junho de 1159. Estudou na Universidade de París, onde se diz que compôs um comentário aos Salmos; se fez cura de Gargrave e logo beneditino em Whitby, desde onde se uniu, com a permissão do abade, aos fundadores do mosteiro cisterciense de Fountains. Em redor de 1138, encabeçou a primeira colónia mandada desde Fountains e estabeleceu a abadia de Newminster, perto do castelo de Ralph de Merlay, em Morpeth (Northumberland). No tempo que foi abade, se mandaram três colónias de monges e se fundaram mosteiros: Pipewell (1143), Roche (1147) e Sawley (1148). A vida de Capgrave nos diz que seus próprios monges o acusaram de má conduta e que viajou ao estrangeiro (1147-48) para defender-se ante são Bernardo; mas se dúvida da veracidade desta história, que pode ter surgido de um desejo de associar pessoalmente ao santo inglês com o máximo dos cistercienses. Sua tumba na igreja de Newminster se converteu em objecto de peregrinação.
56175 > Beata Anna di San Bartolomeo Carmelitana Scalza 7 giugno MR
33150 > Sant' Antonio Maria Gianelli Vescovo 7 giugno MR
56210 > San Coloman (Colman) di Druim Mor Vescovo e abate 7 giugno MR
94306 > Beato Demostene Ranzi Francescano 7 giugno
94514 > San Godescalco Re dei Vendi, martire 7 giugno
56300 > Beato Landolfo da Vareglate Vescovo di Asti 7 giugno
56230 > Beata Maria Teresa de Soubiran La Louvière Fondatrice 7 giugno MR
56220 > Santi Pietro, Valabonso, Sabiniano, Vistremondo, Abenzio e Geremia Martiri a Cordova 7 giugno MR
56350 > San Roberto di Newminster Abate cistercense 7 giugno MR
Compilação efectuada em três sites: www.es.catholic.net/santoral, www.santiebeati.it e www.jesuitas.pt.
por António Fonseca