Nº 994
SANTOS NAZÁRIO e CELSO
Mártires (século I)
Celso significa «alto, elevado». Nazário pode ter tido origem oriental, semítica. Há sobre estes santos uma Paixão em latim e em grego, sem valor. O nosso martirológio, segundo ela, faz de Celso um puer, um rapazinho; mas, em 1777, um cirurgião considerado examinou o corpo de S. Celso e declarou que o mártir devia ter mais de 20 anos. Depois da morte de Teodósio (395), Santo Ambrósio mandou trazer para Milão, para a basílica dos Apóstolos, o corpo de S. Nazário, que estava num jardim fora dos muros da cidade. Pôde-se ver a cabeça do mártir, separada do corpo, bem conservada, e o sangue ainda muito fresco. Segundo o biógrafo de Santo Ambrósio, Paulino, colocou-se o corpo de Nazário num esquife; e os presentes foram seguindo o bispo Ambrósio até ao local do jardim onde repousava Celso. Estava num lugar em que Ambrósio não costumava ir rezar, e Paulino perguntou a si mesmo se o local não lhe foi revelado pelo Céu. Havia todavia, entre os guardas do jardim, uma tradição seguindo a qual se encontravam lá tesouros escondidos – e que mais belos tesouros que estes corpos de mártires? Depois de se transferir o corpo de Nazário para a basílica dos Apóstolos, o Bispo tomou a palavra. Mas um possesso começou a gritar: «Ambrósio tortura-me!». E o prelado voltou-se para ele: «Cala-te demónio. Não é Ambrósio que te tortura, mas a fé dos santos, e a tua inveja, pois vês homens subir ao cume de onde tu caíste». E o desgraçado pôs-se quieto. Santo Ambrósio mandou colocar uma inscrição métrica, por si redigida, no templo: Dizia: «A Nazário, mártir, Ambrósio fundou e consagrou ao Senhor este templo com relíquias que o nome dos Apóstolos honra. Em forma de cruz está o templo, a vitória de Cristo fez este templo. A imagem sagrada e triunfal marca este lugar. Na capela-mor do templo está Nazário que teve uma vida fecunda, e o solo ergue-se debaixo das relíquias do mártir. Onde a cruz eleva a sua cabeça sagrada sobre a dupla curvatura, aí está a capela-mor do templo e da casa de Nazário, que desfruta de eterna paz, vencedor pela sua piedade. A cruz que foi a sua alma, é ainda o seu asilo». A tradução procurou transmitir o que o estilo lapidar de Ambrósio encerra de embaraçado. Caput, que aparece três vezes, significa tanto «cabeça» como «altar-mor». A tradição milanesa coloca a morte dos dois santos em 28 de Julho. O encontro das relíquias festeja-se a 10 de Maio, segundo um calendário milanês do século XI. Sempre se julgou em Milão que não foi levado o corpo de Celso para a basílica dos Apóstolos, mas se encontrava na igreja junto da qual o bispo Landolfo, no século X, fundou um mosteiro. A glória dos velhos santos milaneses ficou um tanto eclipsada pela dos mártires descobertos por santo Ambrósio: Gervásio e Protásio, Nazário e Celso. Conquistaram celebridade muito para além da Itália; as relíquias deles, sobretudo as do primeiro grupo, foram muito solicitadas. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. - Áudio da RadioRai:
SÃO VÍTOR I
Papa (199)
Terá nascido na África. O pai ter-se-á chamado Félix. O Líber Pontificalis, nossa principal fonte, com a História Eclesiástica de Eusébio e o De viris de S. Jerónimo, nota ter ele tido um pontificado de dez anos, dois meses e dez dias. Sucedeu ao papa Eleutério, pelo ano de 189, no tempo do imperador Cómodo. Morreu provavelmente durante o império de Septímio Severo, por volta de 199. O Líber diz que foi mártir, mas nenhum texto e nenhum documento confirmam esta asserção, seguida por alguns. Vítor, com um sínodo romano, excomungou Teódoto, curtidor de Bizâncio, que via em Cristo, só um homem e não um Deus. A heresia montanista, monopolizando as efusões do Espírito e o reinado do Paráclito propagava-se em Roma. Iria ser condenada pelo papa Zeferino, cerca do ano 200. O Líber informa que Vítor fixou a celebração da Páscoa no domingo; era o uso romano bem antes de Vítor! O que é verdade é que o bispo de Roma promoveu a reunião de sínodos provinciais contra as igrejas da Ásia, chamadas catorzimais, por fixarem a Páscoa no dia 14 do Nisã judaico, ao passo que em Roma e noutros sítios era no domingo seguinte. As respostas deram razão a Vítor, mas os Asiáticos estavam bem apegados à sua tradição. O bispo de Éfeso, Polícrates, escreveu ao Bispo de Roma em nome dos seus colegas: «Não me deixo intimidar… Antes obedecer a Deus que aos homens». Muito impressionado, Vítor pensou em excomungar os cristãos da Ásia. Mas Ireneu de Lião conseguiu detê-lo; uma vez que a fé era a mesma, não devia haver ruptura devido a um ponto de observância. No seu De viris, S. Jerónimo escreveu que S. Vítor foi o primeiro dos escritores cristãos a utilizar o latim. Na verdade, bem parece que ele se mostrou campeão vigoroso do espírito latino,romano, ocidental. O seu duelo com o venerável Polícrates é, a este propósito , bem, significativo. O Bispo de Roma apresenta-se como chefe e atua como tal. O Líber Pontificalis atribui-lhe a criação de clérigos supranumerários (sequentes). Terá promovido doze bispos em diversos lugares. Foi enterrado num 28 de Julho, cerca do ano 200, no Vaticano, ao lado do bem-aventurado apóstolo Pedro. Florus, e os martirológios que dele derivam, colocaram S. Vítor, em 20 de Abril. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. - Áudio da RadioVaticana:
SANTO INOCÊNCIO I
Papa (417)
Nascido em Albano, estava-lhe reservado um pontificado atormentado mas que marcaria uma época decisiva na história da Igreja – a hegemonia pontifícia que substituiu o Império romano decadente. Atestam-no, de modo eloquente, as decretais empenhadas em estabelecer entre as Igrejas de Itália, Gália e Espanha uma uniformidade de normas morais, canónicas e litúrgicas. No campo dogmático, afirma dever ser conservado por todos o que fora transmitido por Pedro, príncipe dos Apóstolos, à Igreja Romana, ao mesmo tempo que, no campo jurisdicional , se pode apelar para ela, mesmo das determinações dos concílios provinciais. A Igreja do início do século V estava destinada uma dolorosa provação. Os bárbaros do norte, os Visigodos, provenientes da Escandinávia e Alemanha, depois de algumas tentativas de invasão mal sucedidas, conseguem entrar pelo norte de Itália, comandados por Alarico, no ano 410. Roma seria devastada por um impiedoso saque que deixa a cristandade desorientada e estarrecidas. Como era possível – perguntavam.-se os cristãos – que concluída a cristianização oficial do império romano, Deus permitisse que tudo se afundasse na mais horrenda catástrofe? Para levantar os ânimos, escreve Santo Agostinho, bispo de Hipona, no norte de África, os dez primeiros livros da sua obra imorredoira: A Cidade de Deus – grandiosa concepção filosófica e teológica da História, através da luta entre a cidade de Deus, (cidade celeste de perfeição ideal , inatingível neste mundo) e a cidade terrena, cúmulo de imperfeições e misérias. Um discípulo seu, o historiador e teólogo Paulo Orósio, nascido em Braga pelo ano 385 (dois anos antes da conversão do grande doutor da Igreja), fugindo à perseguição dos Suevos, refugia-se em Hipona, atraído pela fama de Santo Agostinho, e escreve, na mesma linha e com a mesma finalidade, um tratado sobre a destruição de Roma – reflexo do grande pavor e desconcerto que se abatera sobre a cristandade. Deus, no entanto, velava sobre o seu povo e aconteceu o que parecia impossível: Alarico morre e o seu sucessor, Ataulfo, casando-se com uma irmã do imperador Honório, entra em acordo com ele, comprometendo-se a reconquistar as Gálias e a Espanha, fugidas ao império romano. Chegados a Espanha, e apesar de arianos até meados do século V, os visigodos respeitam a jerarquia e instituições do catolicismo já estabelecido, talvez porque, apesar de dominadores, se sentiam em minoria, o que permite à Igreja hispânica refazer-se das devastação anterior dos Vândalos. Mas, em Roma, aliviada do pesadelo dos bárbaros, a Igreja via-se acometida pela heresia pelagiana. Originário da Grã-Bretanha, Pelágio surge com fama de asceta, a pregar uma doutrina aliciante. A graça ficava reduzida ao simples exemplo de Cristo, que atuava apenas como estimulante, e a redenção, esvaziada de sentido, não passava de um chamamento a uma vida mais perfeita, a conquistar com as próprias forças. O homem poderia, sem qualquer auxílio sobrenatural, praticar obras sobrenaturalmente boas e alcançar a visão beatifica. Contra semelhante doutrina, ao mesmo tempo absurda e aliciante, erguer-se-ia S. Jerónimo no seu refúgio de Belém, secundado por Paulo Orósio que, a conselho de Santo Agostinho, se dirigira a Belém para consultar o exímio escriturista. Mas o principal paladino antipelagiano seria santo Agostinho, que enfrenta a heresia com tal denodo que levaria os concílios milivitano e cartaginês a condená-la sem hesitação, no ano 416 – condenação que Inocêncio I, a pedido do grande doutor da Igreja, confirmaria com excomunhão contra os principais responsáveis. Foi nessa altura, ao receber a resposta do Papa, que Santo Agostinho proferiu a célebre frase: Roma Locut est, causa finita est – «Roma falou, está encerrada a questão». seria o último ato oficial de Inocêncio I, que faleceu a 12 de Março de 417. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
SÃO PEDRO POVEDA CASTROVERDE
Fundador (1874-1936)
Nasceu em Linares (Jaen, Espanha), a 3 de Dezembro de 1874. A sua vida decorre num período particularmente complexo e dramático para a Espanha e para a Europa. Desde muito pequeno sentiu vocação para o sacerdócio. É ordenado em Guadix (Granada), onde trabalha com os «coveiros», que viviam em covas escavadas na montanha. Funda escolas e planifica uma verdadeira elevação espiritual e cultural daquelas pessoas. O seu itinerário está vinculado a vários outros lugares da geografia espanhola: Linares, Jaen, Covadonga (Astúrias), Madrid, cidade onde exerce uma ação incisiva e completa. Em Covadonga amadurece Poveda a convicção na força transformadora da educação, colocando a pessoa humana no centro de toda a educação educativa. Pensando no momento histórico e na secularização que se ia impondo na Espanha, vislumbra na força integradora de fé e ciência o futuro de uma presença cristã, comprometida nas mediações educativas e culturais. Dentro destas perspectiva vê claramente a importância de formar pessoas que comunguem neste ideal, o que há-de ter como fruto a Instituição Teresiana, fundada por ele em 1911.Assim oferecia à Igreja um novo modelo de santidade laical: cristãos que combinam, um forte compromisso evangélico com uma presença social ativa, nas várias atividades em que a sua vida se desenrola. Em Linares e Jaen, aonde regressa depois da estadia em Covadonga, começa a germinar a semente em pequenos grupos educativos – as Academias de Santa Teresa – , especialmente concebidas para a educação académica da mulher. estas Academias hão-de espalhar-se por toda a Espanha. Pedro Poveda é nomeado capelão real e parte para Madrid, o que lhe permite estender a sua ação a toda a Espanha. Imediatamente cria em Madrid várias atividades, todas elas destinadas à formação universitária de mulheres. A vida de Poveda é alimentada por um forte sentido de Igreja, revelando uma grande disponibilidade para os ministérios que lhe eram pedidos, mesmo que tivesse que deixar outras tarefas já começadas. A sua espiritualidade é de encarnação, profundamente cristocêntrica, e ancorada no momento que lhe é dado viver. Homem atento ao presente, comprometido com ele, faz da sua existência um diálogo carregado de humanismo, mas também impregnado de coerência evangélica. Poveda vive na Eucaristia diária a sua entrega ao Senhor e o seu mistério de ressurreição e vida, faz-se com Ele pão partido e sangue derramado para a vida do mundo. Com efeito, Pedro, em 1936, há-de entregar a sua vida pela fé. Em 1993, o Papa João Paulo II declara-o modelo de santidade para a Igreja e beatifica-o. O mesmo Papa virá a canonizá-lo a 4 de Maio de 2003. Numerosos Centros têm o seu nome e mais de 4000 homens e mulheres realizam a sua missão, de acordo com o carisma teresiano, em 4 continentes. Do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt.
Alfonsa de la Inmaculada Concepción (Ana) Muttathupadathu, Santa
Primera Santa de la India, 28 de julio
Primera Santa de la India, 28 de julio
92516 > Sant' Acacio (Acazio) di Mileto Martire 28 luglio MR
64625 > Sant' Alfonsa dell'Immacolata Concezione (Anna Muttathupadathu) Clarissa dell’India 28 luglio MR
92913 > Beati Giuseppe Caselles Moncho e Giuseppe Castell Camps Sacerdoti salesiani e martiri 28 luglio MR
93420 > San Melchiorre Garcia Sanpedro Vescovo e martire 28 luglio MR
91716 > San Sansone Abate e vescovo di Dol 28 luglio MR
sites utilizados: www.es.catholic.net/santoral e www.santiebeati.it, e, ainda os textos do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt. Compilação de
António Fonseca