sexta-feira, 8 de março de 2013

Nº 1583-1 - (67-13) - SANTOS DE CADA DIA - 8 de Março de 2013 - 5º ano

antoniofonseca1940@hotmail.com

Nº 1583

8 de MARÇO de 2013

Bom

ANO D E 2 0 1 3


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Quaresma

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Nº 1583-1 - (67-13)


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I-Am-Posters

E U S O U

AQUELE QUE SOU

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Nº 1583-2 – (67-13)


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JOÃO DE DEUS, Santo

Fundador (1495-1550)

João Cidade, fundador da Ordem dos Irmãos Hospitaleiros, nasceu em Montemor-o-Novo, Portugal, em 1495, e morreu em Granada, Espanha, a 8 de Março de 1550.

Tinha oito anos quando, ao ouvir as descrições dum peregrino, sendo sonhador e ambicioso de novidades, se lançou no desconhecido e penetrou em terras de Espanha; atravessou o Guadiana e chegou por fim à vila de Oropesa, onde, extenuado e quase sem sinais de vida, foi recolhido por um rico proprietário, que o manteve ao seu serviço, primeiro como pastor, depois como maioral e administrador, e ultimamente como homem de plena confiança.

João cresce no campo, suportando o ardor do sol toledano, respirando o ar são das pastagens. Um dia, a filha do seu amo enamorou-se dele, e o pai não só consentiu no casamento, mas procurou-o por todos os meios. João pede tempo para refletir. Uma voz interior dizia-lhe: “Tu não podes prender-te a uma mulher, nem a uma casa rica, nem a um porvir desafogado mas incerto».

Desaparece e alista-se na hoste que o Conde de Oropesa estava a reunir, contra os franceses de Francisco I. Como Inácio de Loyola, toma parte na guerra de Navarra e está presente no cerco de Fuenterrabia. Foi para ele, que ia chegar aos 25 anos, tempo de duras provas. Sem que alguém saiba como, falta um rico depósito que lhe tinha confiado o seu capitão. Isto leva a que João, o responsável, seja condenado à morte. Já estava perto da árvore em que ia ser enforcado, quando chega um oficial superior. Este contenta-se com expulsá-lo do exército.

Volta derrotado e triste a casa do seu antigo amo de Oropesa, e novamente se alista, desta vez nas campanhas contra o Turco no centro da Europa; chega até Viena e, terminada a empresa, vai como peregrino a Santiago de Compostela. Recorda-se lá da terra natal e dos pais. Vai a Montemor, mas na casa ninguém o conhece, pois tinham morrido o pai e a mãe. Mas um parente afastado oferece-lhe hospitalidade, carinho e dinheiro; ele porém não aceita e volta a Espanha, fazendo-se guardador de gado em Sevilha. E transfere-se depois para África, no séquito de um fidalgo português que vai degredado e embarca em Gibraltar.

Em Ceuta é pedreiro nas muralhas, e com os ganhos ajuda enfermos e necessitados. As suas aventuras vão-se todavia orientando pouco a pouco com a luz da vocação divina. Volta à Península; pára em Gibraltar e torna-se vendedor de livros e imagens. Entre o que é piedoso, fornece também livros  de cavalaria; mas tem escrúpulos e frequentemente dissuade os compradores de que os leiam. Como vendedor ambulante percorre, com as mercadorias às costas, as ruas de Gibraltar, de Algeciras e doutras cidades da costa. Assim chega até Granada onde, na idade madura de 42 anos, Deus o espera para finalmente lhe dar a conhecer a sua verdadeira vocação. Instala a sua livraria na rua de Elvira, onde pouco depois nasceria o Doutor Exímio, Francisco Suárez, futuro catedrático da Universidade de Coimbra.

O porquê da vinda para Granada, assim o explica uma velha tradição. Encontrou.-se um dia com um menino andrajoso, que só com dificuldade caminhava, mostrando-se cansado e doente. João compadeceu-se dele, pô-lo às costas e, como outro São Cristovao, transportou-o assim durante muito tempo. Chegados perto duma fonte, João parou dominado por ardente sede. O menino desceu-lhe dos ombros e mostrou-lhe uma granada ou romã aberta, com uma representação da santa cruz por baixo. E referindo-se à cidade espanhola com este nome, disse-lhe: «Granada será a tua cruz». Logo a seguir desapareceu.

A 20 de janeiro de 1537 pregou nesta cidade São João de Ávila. Descreveu com viveza São Sebastião, heroico atleta que, debaixo da clâmide de soldado, usava uma túnica vermelha da caridade de Cristo. Traçou um quadro vigoroso das amarguras do prazer e das alegrias da dor cristã, ponderando as recompensas inefáveis que esperam a virtude. As palavras do pregador atingiram o íntimo de João Cidade, como setas ao corpo de São Sebastião. Sentiu-se tão arrependido dos pecados que, saindo precipitadamente do templo, pôs-se a correr pelas ruas gritando a plenos pulmões: – Misericórdia, Senhor, Misericórdia!.

As pessoas que o viam correr e gritar, tomando-o por doido – as crianças primeiro e depois a população toda – começaram a injuriá-lo , a atirar-lhe pedras e todas as imundícies encontradas. João distribuiu ao pobres tudo quanto possuía e começou vida de tão rigorosa penitência,. que a maior parte da gente tomou-o por louco, chegando ele a ser metido num hospital de alienados. O sistema, que até então se usava com os doidos, baseava-se em rigor e pancada. João comovia-se ao ouvir os queixumes e protestava: “Cureis, perversos, verdugos; tende compaixão desses desgraçados, que estão inocentes. E quereis que esta casa se chame instituição de caridade?” As pancadas choviam então sobre o Santo; mas ele, em vez de se queixar, instigava-os dizendo: “ Castigai, castigai esta carne, que tem a culpa de tudo”.

A loucura de São João de Deus manteve-se até que São João de Ávila a proibiu. assim o nosso Santo imediatamente se tornou cordato e dedicou-se a tratar dos doentes. Tinha encontrado, no termo de tantas curavas, o caminho recto da sua vocação. Reuniu esmolas e construiu um amplo e bem organizado hospital em Granada. Juntaram-se-lhe outras almas generosas e sacrificadas, e nasceu a Ordem dos Irmãos Hospitaleiros.

Desde o primeiro dia teve o hospital 50 camas, com cobertores, esteiras, almofadas , e na cabeceira de cada leito uma cruz. primeiro tratava-se da alma, depois do corpo. “Há muito tempo que não te confessas?” – perguntava aos miseráveis que vinham pedir socorro. A todos admitia e de todos cuidava com o mesmo amor.

Percorria diariamente a cidade, mendigando para os seus pobres. Como antes choviam as pancadas, agora chovem as esmolas. O pastor, o soldado, o pedreiro, o vendedor ambulante. Lida agora com milhares de escudos; a sua mão não passa porém de ser conduta, por onde as águas correm até ao fundo do vale da dor e da miséria, para limpar, curar e vivificar. Recordemo-lo do quadro famoso de Murilo: o Santo volta a casa com o cesto cheio; no caminho, estendido a uma esquina, um mendigo doente e ulcerado. Com grande dificuldade o põe às costas e, coxeando, dirige-se para o hospital. de repente, vem-lhe ao encontro um desconhecido, pega-lhe pelo braço e, ampara-o e guia-o. É o Arcanjo São Rafael.

Granada inteira o admira e ajoelha-se diante dele. São João de Ávila anima-o e dirige-o  no seu zelo caritativo. O Arcebispo auxilia-o e nota que ele usa cada dia um vestuário diferente, cada vez mais roto e despedaçado. Averigua que João não pode ter dois dias seguidos a mesma capa, as mesmas calças nem a mesma camisa, porque, logo que vê um pobre mal vestido que ele, propõe-lhe uma troca, para o necessitado vantajosa.

Um dia o hospital é invadido pelas chamas. João lança-se para o meio do fogo e salva os doentes um por um, sem sofrer absolutamente nada.

Mas depois, caindo em doença grave, ao sentir próxima a morte, levanta-se da cama, veste-se e prostra-se no chão.  Apertando ao peito um crucifixo, exala o último suspiro. Granada inteira desfila diante daquele homem-prodígio de humildade e caridade.

Foi beatificado em 1630 e canonizado em 1690. Clemente IX declarou-o patrono dos hospitais católicos. Leão XIII ordenou que o seu nome fosse mencionado nas Ladainhas dos agonizantes, juntamente com São Camilo de Lélis. E, em 1930, Pio XI, colocou sob a proteção dos dois Santos os enfermeiros católicos e suas associações.

O corpo de São João de Deus – que assim se ficou chamando desde os primeiros contactos com São João de Ávila – venera-se na sua basílica menor em Granada. Desta cidade recebeu Portugal certa compensação, com a vinda dos seus dois filhos – o Doutor Exímio e Frei Luís de Granada – que jazem, respectivamente, em São Roque e em São Domingos, de Lisboa.

Transcrição direta através do livro SANTOS DE CADA DIA, de www.jesuitas.pt

 

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  • Nossa Senhora de Fátima, pediu aos Pastorinhos:
  • “REZEM O TERÇO TODOS OS DIAS”



  • Tero1 - Cpia
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  • NOTA:
  • Como decerto hão-de ter reparado, são visíveis algumas mudanças na apresentação deste blogue (que vão continuar… embora não pretenda eu que seja um modelo a seguir, mas sim apenas a descrição melhorada daquilo que eu for pensando dia a dia para tentar modificar para melhor, este blogue). Não tenho a pretensão de ser um “Fautor de ideias” nem sequer penso ser melhor do que outras pessoas. Mas acho que não fica mal, cada um de nós, dar um pouco de si, todos os dias, para tentar deixar o mundo um pouco melhor do que o encontramos, quando nascemos e começamos depois a tomar consciência do que nos rodeia. No fim de contas, como todos sabemos, esta vida é uma passagem, e se Deus nos entregou o talento para o fazer frutificar e não para o guardar ou desbaratar, a forma que encontrei no “talento” de que usufruo, é tentar fazer o melhor que posso, aliás conforme diz o Evangelho.


    Assim, a principiar pela imagem principal, a partir de hoje, e se possível todos os dias, ela será modificada mediante o que eu for encontrando passível de aproveitamento para isso. A partir de Quarta-feira de Cinzas, acrescentei mais 2 páginas (uma que vigorará só na Quaresma e outra que será diária) – São elas VIVER A QUARESMA e ENCONTRO DIÁRIO COM DEUS e, por conseguinte haverá mais 2 números a incluir que serão o 7 e o 8.
  • (sendo a Pág. 1Vidas de Santos; Pág. 2O Antigo Testamento; e Pág. 3O Papado – 2000 anos de história). Além disso, semanalmente (ao Domingo e alguns dias santificados – quando for caso disso –) a Pág. 4A Religião de Jesus; e a Pág. 5 - Salmos) e, ainda, ao sábado, a Pág. 6In Memorian.
  • Outros assuntos que venham aparecendo emergentes dos acontecimentos que surjam tanto em Portugal, como no estrangeiro; e, ainda, alguns vídeos musicais (ou outros) que vão sendo recolhidos através do Youtube e foram transferidos para o meu canal “antónio0491” que se encontra inserido logo após o Título e sua descrição.

    Registe-se também que através de Blogs Católicos, União de Blogs Católicos, etc., estou inscrito em muitos blogs que se vão publicando em Portugal, Brasil, e outros países, que, por sua vez, também publicarão este blogue. Há ainda mais algumas alterações que já fiz e vou continuando a efetuar na parte lateral do blogue, retirando ou colocando vários complementos.

    Como também já deve ser do conhecimento de muitos, encontro-me inscrito na rede social, Google + Facebook, e outros, individualmente e, também ali poderão encontrar este blogue. O meu correio electrónico foi modificado e será inscrito no início de cada página (pelo menos na primeira, de cada dia).

    Para terminar, gostaria de que os meus leitores se manifestassem, bastando para tal marcar o quadrado que entendam, que segue sempre abaixo de cada publicação, como aliás eu faço, relativamente aos blogues que vou vendo sempre que me é possível, com o que ficaria muito grato
    Desculpem e Obrigado mais uma vez – António Fonseca

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    Localização geográfica da sede deste Blogue, no Porto
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    http://confernciavicentinadesopaulo.blogspot.com
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  • Meus endereços:
  • Nome do blogue: SÃO PAULO (e Vidas de Santos)
  • Endereço de Youtube: antonio0491@youtube.com
  • António Fonseca
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    quinta-feira, 7 de março de 2013

    Nº 1574-3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (72) - 28 de Fevereiro de 2013

    Nº 1574 - (3)

    BOM ANO DE 2013

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    Caros Amigos:

    Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

    segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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    CLEMENTE V

    Clemente V

    Clemente V

    (1305-1314)

    Quase um ano depois da morte de Bento XI, o conclave continuava reunido em Perúsia, sem eleger um sucessor do papa. Finalmente, depois de os Perusianos terem retirado o tecto da sala de reuniões e racionado os alimentos dos cardeais eleitores, elegeram em 5 de Junho de 1305, e por maioria de dois terços, Beltrão de Goth, bispo de Lommiges (1295) e arcebispo de Bordéus (1299), tendo sido depois coroado em Lyon, em 14 de Novembro de 1305, com o nome de Clemente V, na presença do rei de França, Filipe, o Belo.

    O papa decidiu então residir em França por dois motivos; pelos problemas em Itália e porque, ao que se dizia, procurava a reconciliação dos reis de França e de Inglaterra.

    Percorreu várias localidades, voltou a Bordéus, onde tinha sido arcebispo, mas em 1309 passa a residir em Avinhão, onde se fixou até à morte, dando início ao «Cativeiro da Babilónia», que perdurou até 1376.

    Dominado por Filipe, o Belo, nomeou num ano dez cardeais, sendo nove franceses, mas, mesmo assim, com um carácter que pouco se impunha ao rei, conseguiu a revogação da bula Clericis laicos, de Bonifácio VIII, e uma interpretação mais benigna da bula Unam sanctam, em que o rei e o reino de França não ficariam mais sujeitos à santa Sé.

    Filipe, o Belo, em crítica situação financeira, pretende acabar com a Ordem dos Templários, confiscando-lhe todos os bens, que eram muito valiosos. Por maquinações do rei começaram a surgir acusações graves à Ordem. Clemente V resistiu, nomeou bispos e inquiridores para uma justa avaliação das acusações, mas em 13 de Outubro de 1307, uma sexta-feira negra, os esbirros de Filipe, o Belo, que não queria esperar mais, apanharam os Templários nos seus conventos e prenderem-nos todos, ao mesmo tempo que opunham a correr a seu respeito as mais terríveis acusações, nas quais o povo acreditou.

    O papa ainda reagiu. Escreveu uma carta de protesto ao rei, mas o monarca usou contra ele o mesmo processo utilizado contra os Templários. Acusou-o de simonia, de opressor do clero e de favorecer os Templários por suborno.

    Clemente V, desorientado, mal esclarecido e perplexo, não reage e decreta a extinção da Ordem dos Templários no Concilio de Vienne, em Abril de 1312, um concílio onde predominavam os cardeais franceses e que contou até com a presença de Filipe, o Belo.

    Contudo, em 2 de Maio de 1312, num assomo de coragem, Clemente V, pela bula Ad providam, contrariando as ordens de Filipe, o Belo, determina que os bens da Ordem dos Templários passem para a Ordem dos Hospitalários de São João, também conhecida como Ordem de Malta.

    Refira-se que, em Portugal, a pedido do rei D. Dinis, os bens passaram para a Ordem de Cristo, no qual ficaram incorporados, sem qualquer julgamento dos templários portugueses.

    Filipe o Belo, ainda enganou o papa com a ideia duma cruzada para libertação da Terra Santa, que ele chefiaria. Isso permitiu-lhe cobrar um dizimo de todos os benefícios do seu reino, mas a cruzada não se realizou, embolsando ele o dinheiro.

    Papa demasiado fraco perante o rei, acusado até de nepotismo, conta a seu favor o ter fundado as universidades de Perúsia e Orleães e ter acrescentado, como jurista, o sétimo livro ao Corpus iuris canonici.

    Faleceu em Roquemaure, nas margens do Reno, aquando pretendia ingressar à sua terra natal, para aí morrer. Morreu depois de ter comido um prato de esmeraldas moídas, destinadas a curá-lo de um cancro do estômago, ou dos intestinos, de que sofria  há longos anos.

     

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    JOÃO XXII

    Joao XXII

    João XXII

    (1316-1334)

    O Colégio eleitoral, composto por 17 cardeais franceses e gascões e sete italianos, encontrava-se dividido, pois os italianos opunham-se à eleição de um papa francês, até que os sobrinhos de Clemente V assaltaram o local do conclave, aos gritos de «Morte aos cardeais italianos» e estes foram obrigados a fugir, e só se reunindo dois anos depois, em Lyon, onde elegeram, em, 7 de Agosto de 1316, Jacques Duèse, homem de 72 anos, que tomou o nome de João XXII, realizando-se a investidura um mês depois, na mesma cidade, indo o papa residir em Avinhão.

    Dotado de grande capacidade de trabalho e com sólidos conhecimentos de teologia e de direito canónico, deixou milhares de documentos por ele redigidos.

    Procurou estabelecer a paz entre os reinos da Europa e foi um  hábil financeiro, decretando um fisco papal para adquirir fundos para uma nova cruzada, construir um palácio em Avinhão e apoiar as obras culturais do apostolado e beneficência, ação que lhe valeu grande impopularidade. Com uma boa administração destes fundos, deixou na altura da sua morte, uma grande fortuna à Santa Sé.

    Para organizar de modo estável e seguro a administração da Igreja, constituiu a chancelaria romana, um tribunal de doze jurisconsultos, com atividade permanente e por turnos (em latim, rotatim), daí que este tribunal se viesse a chamara a “Sagrada Rota”.

    No campo político, teve grandes problemas com Luís da Baviera, que disputava, em eleições, o trono real, com o duque Frederico, o Belo, da Áustria. Luís derrotou amplamente o seu adversário, mas João XXII não quis reconhecê-lo como rei e isso determinou o desentendimento entre o papado e o Império, a tal ponto que Luís da Baviera declarou o papa deposto e fez eleger o franciscano Pietro Rainalducci, como Nicolau V, um antipapa.

    Poucos meses depois, o rei de Nápoles obriga Luís da Baviera a retirar-se e João XXII fica, de novo, senhor da situação. Chama a Avinhão, o antipapa e este apresenta-se de corda ao pescoço, mostrando o seu arrependimento, pondo fim à aventura.

    João XXII canonizou São Tomás de Aquino, em 1323, e teve grande zelo apostólico, intervindo na Ordem de São Domingos, para  que os Dominicanos evangelizassem o Oriente, especialmente a Arménia, Pérsia, Arabia e Etiópia, escrevendo, ele próprio, cartas aos povos tártaros, exortando-os a abraçar a fé católica. Os Franciscanos dedicar-se-iam à evangelização da Geórgia e do Extremo Oriente.

    No campo da cultura, incrementou os estudos universitários, criando as cátedras de Hebreu, Árabe e Caldeu, nas universidades de Paris, Bolonha, e Oxford. e interveio em assuntos de música sacra, tendo deixado, assinadas por ele, mais de 60 000 cartas.

    É também mérito seu, como defensor da Conceição Imaculada de Maria, o ter estendido a toda a Igreja a devoção do Angelus.

    No que se refere a Portugal, criou a Ordem Militar de Cristo, em 1319, pala bula Ad ea ex quibus, na qual seriam incorporados os templários existentes no reino, por extinção da Ordem do Templo, e concedeu, em 1320, a D. Dinis, a décima de todas as rendas eclesiásticas.

    Morreu com quase 90 anos, sem nunca ter conseguido transferir a sede do papa para Roma.

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    NICOLAU V  -  ANTIPAPA

     

    Nicolau V  -  Antipapa

    (1328-1330)

    Luís IV de Baviera, príncipe alemão, vencedor de Frederico de Áustria, pretendia o título de «rei eleito dos Romanos», ao que o papa João XXII se opôs, alegando violências e injustiças por ele cometidas.

    O imperador reagiu com um manifesto denunciando o papa como herético. O papa excomungou o imperador e este marcha sobre Roma para se fazer coroar. Não consegue e por isso nomeia 13 eleitores eclesiásticos para elegerem um novo papa, o que fizeram em 12 de maio de 1328, escolhendo um pobre padre franciscano, que tomou o nome de Nicolau V, mas apenas os mais fervorosos partidários do imperador lhe prestaram obediência.

    Depois da retirada de Luís de Baviera, João XXII chamou o antipapa a Avinhão, onde este se apresentou em 25 de Agosto de 1330, arrependido e de corda ao pescoço. João XXII aceitou a abjuração, mas obrigou-o a viver no palácio papal sob sua vigilância, onde faleceu.

     

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    Continua:…

    Este Post era para ser colocado em 28-2-2013 – 10H30

    ANTÓNIO FONSECA

    Nº 1572-3 - A VIDA DOS PAPAS DA IGREJA CATÓLICA - (70) - 26 de Fevereiro de 2013

    Nº 1572 - (3)

    BOM ANO DE 2013

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    Caros Amigos:

    Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)

    segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.

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    NICOLAU III

    Nicolau III

    Nicolau III

    (1277-1280)

    Só passados seis meses após a morte de João XXI se encontrou um substituto à altura do pontífice falecido.

    Os cardeais eleitores continuavam divididos entre um papa francês ou italiano e não conseguiam fazer a eleição.

    Os habitantes de Viterbo, onde estavam reunidos, fartos de esperar, recorreram  aos processos de Gregório X e tornaram os cardeais incomunicáveis, até que, em 25 de Novembro de 1277, elegeram o cardeal Giovanni Orsini, que tinha já 60 anos. O novo papa foi sagrado no Vaticano a 26 de Dezembro desse ano e tomou o nome de Nicolau III, começando imediatamente a governar a Igreja com grande autoridade. Comparável a Inocêncio III, como diz Seppelt «profundamente compenetrado da dignidade própria de um  representante de Cristo e sucessor do Príncipe dos Apóstolos», ou representante duma ilustre família romana «possuindo um conceito principesco da própria pessoa que o levaria a praticar um nepotismo sem limites», no dizer de Gregorovius.

    Nicolau III foi um papa voltado para os interesses mundanos e políticos. Nessa linha, e para enfraquecer o poder de Carlos de Anjou, procurou relacionar-se com Roberto de Habsburgo, convidando-o a confirmar os acordos estabelecidos com Gregório X, mediante um documento que indicasse exatamente os territórios da santa Sé. A 11 de Julho de 1278, pela constituição Fundamenta militantis Ecclesial, fica estabelecido que os senadores se sujeitam ao poder papal, salvaguardando o direito eleitoral dos cidadãos romanos, bem como dos cardeais, a quem competia eleger, com plena liberdade, os sucessores de Pedro.

    Foi um papa ambicioso, mais terreno que espiritual, dado a um luxo excessivo: nesse espírito, mandou ampliar o Vaticano, iniciando os seus famosos jardins, reestruturou a basílica lateranense e renovou a Basílica de São Pedro, com uma galeria de todos os papas falecidos.

    Empenhou-se também na reconciliação com a Igreja do Oriente.

    Aprovou a regra da Ordem de São Francisco.

    Um animo antes da sua morte , publicou a constituição Exiit qui seminat, fundamental para interpretar a Regra de São Francisco, aprovando aí a estrita observância da pobreza.

    Faleceu perto de Viterbo,tima de apoplexia, sendo sepultado no Vaticano.

     

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    MARTINHO IV

    Martinho IV

    Martinho IV

    (1281-1285)

    Foi eleito num conclave realizado em Viterbo, muito perturbado por motins iniciados em Roma numa luta entre as  famílias Aníbal e Orsini, para conseguirem eleger senadores.

    Carlos de Anjou, no seu intento de dominar Roma, sequestrou dois cardeais Orsini e, pressionando-os, conseguiu a eleição de um papa francês em 22 de fevereiro de 1281, depois de seis meses de sede vacante.

    O novo papa foi consagrado em Orvieto, um mês depois, a 23 de março de 1281, e escolheu o nome de Martinho IV, quando deveria ter-se chamado Martinho II, mas devido à confusão com o nome dos papas Marinho I e Marinho II, também chamados erradamente Martinho II e Martinho III, preferiu optar por Martinho IV, acabando com as confusões.

    Este papa foi pouco hábil politicamente e deixou-se dominar por Carlos de Anjou, restituindo-lhe o título de imperador de Roma e entregando a franceses a administração dos Estados Pontifícios.

    Na tentativa de Carlos de Anjou de se apoderar do Império do Oriente, apoiou-o contra o imperador Miguel Paleólogo, o que levou ao rompimento da união das Igrejas do Oriente e do Ocidente, conseguida em 1274.

    A maior nódoa do pontificado foram as chamadas «Vésperas Sicilianas» um massacre horrível, ocorrido quando os Sicilianos quiseram libertar-se da tirania de Carlos de Anjou.

    Faleceu em Perúsia o papa que residia em Orvieto, sem nunca ter morado em, Roma.

     

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    NICOLAU IV

    Nicolau IV

    Nicolau IV

    (1288-1292)

    Depois de onze meses de sede vacante, foi eleito, em 22 de Abril de 1288, o cardeal Girolamo Masei de Ascoli, o primeiro papa franciscano, que tomou o nome de Nicolau IV.

    Começou por viver em Roma,. mas a situação tornou-se caótica e teve de se refugiar em Riéti.

    Durante o seu pontificado deu-se a queda de São João de Acre. Nicolau IV consegue que se faça nova cruzada para socorrer os lugares santos, mas a armada cristã, ao chegar, vê a inutilidade da sua intervenção, com os desentendimentos entre as tropas de Pisa e de Génova, e entre os Templários e os Hospitalários, e resolve regressar sem entrar em combate.

    Perdida a Terra Santa, Nicolau IV procura intensificar a ação missionária da Igreja entre os Mongóis. Já Inocêncio IV tinha enviado, em 1245, legados com cartas suas ao rei e povo tártaro, mas isso não originou qualquer movimento de conversão. Agora, inesperadamente, chega a Roma um enviado de Argun, cã da Pérsia, um embaixador recentemente convertido, com uma saudação para o papa. Em resposta, Nicolau IV envia dois legados seus, mas quando chegaram já o cã tinha morrido.

    Nicolau IV enviou a Pequim o franciscano Monte Corvino com cartas para o imperador, para alguns patriarcas e para os reis da Geórgia, Pérsia e Etiópia. Monte Corvino chegou a Pequim em 1293, entregando as cartas ao imperador, mas já Nicolau IV tinha falecido, sendo enterrado em Santa Maria Maior.

    Durante o seu pontificado, além da preocupação com o Oriente, Nicolau IV procurou dar incremento à cultura fundando as universidades de Montepulciano e de Montpellier. Também a Universidade de Lisboa ficou ligada ao seu nome, pois, com data de 12 de Novembro de 1288, vários religiosos portugueses, entre eles o abade de Alcobaça e os priores de Santa Cruz de Coimbra,  de Santa Maria de Guimarães e da Colegiada de Alcáçova, em Santarém, escrevem uma carta ao papa pedindo autorização para utilizarem as rendas dos mosteiros e igrejas no pagamento aos mestres e doutores do Studium que tencionavam criar em Lisboa.

    Nicolau IV, por bula de 9 de Agosto de 1290, não só autoriza, como concede alguns privilégios aos professores e alunos, confirmando o ensino de cânones, leis, medicina e artes e autorizando a concessão de licenciaturas, que seriam conferidas, ou confirmadas, pelo bispo lisbonense.

    Nicolau IV conseguiu, também, pôr fim em Portugal às dissensões entre o poder real e o clero, que já se arrastavam desde o reinado de D. Afonso II e agravadas por D. Afonso III. Com a subida de D. Dinis ao trono, elaborou-se uma concordata que foi aprovada por Nicolau IV, na bula Cum olim, de 7 de Março de 1289Estrela 

    Estrela Curioso, hem! Há precisamente 724 anos… NOTA de António Fonseca

     

     

    Continua:…

    Este Post era para ser colocado em 26-2-2013 – 10H30

    ANTÓNIO FONSECA

    Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

    Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

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