Nº 1572 - (3)
BOM ANO DE 2013
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Caros Amigos:
Desde o passado dia 11-12-12 que venho a transcrever as Vidas do Papas (e Antipapas)
segundo textos do Livro O PAPADO – 2000 Anos de História.
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NICOLAU III
Nicolau III
(1277-1280)
Só passados seis meses após a morte de João XXI se encontrou um substituto à altura do pontífice falecido.
Os cardeais eleitores continuavam divididos entre um papa francês ou italiano e não conseguiam fazer a eleição.
Os habitantes de Viterbo, onde estavam reunidos, fartos de esperar, recorreram aos processos de Gregório X e tornaram os cardeais incomunicáveis, até que, em 25 de Novembro de 1277, elegeram o cardeal Giovanni Orsini, que tinha já 60 anos. O novo papa foi sagrado no Vaticano a 26 de Dezembro desse ano e tomou o nome de Nicolau III, começando imediatamente a governar a Igreja com grande autoridade. Comparável a Inocêncio III, como diz Seppelt «profundamente compenetrado da dignidade própria de um representante de Cristo e sucessor do Príncipe dos Apóstolos», ou representante duma ilustre família romana «possuindo um conceito principesco da própria pessoa que o levaria a praticar um nepotismo sem limites», no dizer de Gregorovius.
Nicolau III foi um papa voltado para os interesses mundanos e políticos. Nessa linha, e para enfraquecer o poder de Carlos de Anjou, procurou relacionar-se com Roberto de Habsburgo, convidando-o a confirmar os acordos estabelecidos com Gregório X, mediante um documento que indicasse exatamente os territórios da santa Sé. A 11 de Julho de 1278, pela constituição Fundamenta militantis Ecclesial, fica estabelecido que os senadores se sujeitam ao poder papal, salvaguardando o direito eleitoral dos cidadãos romanos, bem como dos cardeais, a quem competia eleger, com plena liberdade, os sucessores de Pedro.
Foi um papa ambicioso, mais terreno que espiritual, dado a um luxo excessivo: nesse espírito, mandou ampliar o Vaticano, iniciando os seus famosos jardins, reestruturou a basílica lateranense e renovou a Basílica de São Pedro, com uma galeria de todos os papas falecidos.
Empenhou-se também na reconciliação com a Igreja do Oriente.
Aprovou a regra da Ordem de São Francisco.
Um animo antes da sua morte , publicou a constituição Exiit qui seminat, fundamental para interpretar a Regra de São Francisco, aprovando aí a estrita observância da pobreza.
Faleceu perto de Viterbo, vítima de apoplexia, sendo sepultado no Vaticano.
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MARTINHO IV
Martinho IV
(1281-1285)
Foi eleito num conclave realizado em Viterbo, muito perturbado por motins iniciados em Roma numa luta entre as famílias Aníbal e Orsini, para conseguirem eleger senadores.
Carlos de Anjou, no seu intento de dominar Roma, sequestrou dois cardeais Orsini e, pressionando-os, conseguiu a eleição de um papa francês em 22 de fevereiro de 1281, depois de seis meses de sede vacante.
O novo papa foi consagrado em Orvieto, um mês depois, a 23 de março de 1281, e escolheu o nome de Martinho IV, quando deveria ter-se chamado Martinho II, mas devido à confusão com o nome dos papas Marinho I e Marinho II, também chamados erradamente Martinho II e Martinho III, preferiu optar por Martinho IV, acabando com as confusões.
Este papa foi pouco hábil politicamente e deixou-se dominar por Carlos de Anjou, restituindo-lhe o título de imperador de Roma e entregando a franceses a administração dos Estados Pontifícios.
Na tentativa de Carlos de Anjou de se apoderar do Império do Oriente, apoiou-o contra o imperador Miguel Paleólogo, o que levou ao rompimento da união das Igrejas do Oriente e do Ocidente, conseguida em 1274.
A maior nódoa do pontificado foram as chamadas «Vésperas Sicilianas» um massacre horrível, ocorrido quando os Sicilianos quiseram libertar-se da tirania de Carlos de Anjou.
Faleceu em Perúsia o papa que residia em Orvieto, sem nunca ter morado em, Roma.
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NICOLAU IV
Nicolau IV
(1288-1292)
Depois de onze meses de sede vacante, foi eleito, em 22 de Abril de 1288, o cardeal Girolamo Masei de Ascoli, o primeiro papa franciscano, que tomou o nome de Nicolau IV.
Começou por viver em Roma,. mas a situação tornou-se caótica e teve de se refugiar em Riéti.
Durante o seu pontificado deu-se a queda de São João de Acre. Nicolau IV consegue que se faça nova cruzada para socorrer os lugares santos, mas a armada cristã, ao chegar, vê a inutilidade da sua intervenção, com os desentendimentos entre as tropas de Pisa e de Génova, e entre os Templários e os Hospitalários, e resolve regressar sem entrar em combate.
Perdida a Terra Santa, Nicolau IV procura intensificar a ação missionária da Igreja entre os Mongóis. Já Inocêncio IV tinha enviado, em 1245, legados com cartas suas ao rei e povo tártaro, mas isso não originou qualquer movimento de conversão. Agora, inesperadamente, chega a Roma um enviado de Argun, cã da Pérsia, um embaixador recentemente convertido, com uma saudação para o papa. Em resposta, Nicolau IV envia dois legados seus, mas quando chegaram já o cã tinha morrido.
Nicolau IV enviou a Pequim o franciscano Monte Corvino com cartas para o imperador, para alguns patriarcas e para os reis da Geórgia, Pérsia e Etiópia. Monte Corvino chegou a Pequim em 1293, entregando as cartas ao imperador, mas já Nicolau IV tinha falecido, sendo enterrado em Santa Maria Maior.
Durante o seu pontificado, além da preocupação com o Oriente, Nicolau IV procurou dar incremento à cultura fundando as universidades de Montepulciano e de Montpellier. Também a Universidade de Lisboa ficou ligada ao seu nome, pois, com data de 12 de Novembro de 1288, vários religiosos portugueses, entre eles o abade de Alcobaça e os priores de Santa Cruz de Coimbra, de Santa Maria de Guimarães e da Colegiada de Alcáçova, em Santarém, escrevem uma carta ao papa pedindo autorização para utilizarem as rendas dos mosteiros e igrejas no pagamento aos mestres e doutores do Studium que tencionavam criar em Lisboa.
Nicolau IV, por bula de 9 de Agosto de 1290, não só autoriza, como concede alguns privilégios aos professores e alunos, confirmando o ensino de cânones, leis, medicina e artes e autorizando a concessão de licenciaturas, que seriam conferidas, ou confirmadas, pelo bispo lisbonense.
Nicolau IV conseguiu, também, pôr fim em Portugal às dissensões entre o poder real e o clero, que já se arrastavam desde o reinado de D. Afonso II e agravadas por D. Afonso III. Com a subida de D. Dinis ao trono, elaborou-se uma concordata que foi aprovada por Nicolau IV, na bula Cum olim, de 7 de Março de 1289
Curioso, hem! Há precisamente 724 anos… NOTA de António Fonseca
Continua:…
Este Post era para ser colocado em 26-2-2013 – 10H30
ANTÓNIO FONSECA
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