Caros Amigos:
Nº 2209 - (327-14)
PÁGINA ESPECIAL
23 de Novembro de 2014
SANTOS DE CADA DIA
7º ANO
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Comemorar e lembrar os Santos de Cada Dia
é dever de todo o católico,
assim como procurar seguir os seus exemplos.
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CRISTO REI DO UNIVERSO
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
(Este texto foi transcrito directamente do III volume da obra SANTOS DE CADA DIA - editada por A. O - www.jesuitas.pt, pelo autor deste blogue António Fonseca, respeitando exactamente a sua descrição, como aliás, o faço sempre.)
Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.
ANTÓNIO FONSECA
In
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO
Cristo Reina.
E Reina pela Cruz.
«Regnavit a ligno Deus».
Ao passo que tronos e tronos, ornados com pedras finas e cobertos de preciosos brocados, se esboroaram, a madeira rugosa da cruz contínua, obstinadamente, a dominar o mundo. Stat Crux dum volvitur orbis. Império estranho. Cristo ordenara aos Apóstolos que lhe conquistassem todo o Universo. Vimos muitos monarcas conduzirem os soldados à vitória. Mas nenhum deles lhes disse: «Quando eu já não existir e não possa dar a palavra de ordem, então começareis a conquistar grandes terras». Que maravilha! Um morto conquistador!
Jesus Cristo ousou predizer essas conquistas mundiais. Foi bem sucedido?
Os Apóstolos ainda não tinham terminado a sua tarefa, quando São Paulo escrevia aos Colossenses: «O Evangelho, que vós ouvistes, é pregado a toda a criatura debaixo do céu» (1, 23). O testemunho de São Justino (Diálogo com Tryph, II-17) garante-nos que. cem anos depois de Jesus Cristo, a religião contava fiéis no seio de todas as nações. Tertuliano, na sua Apologia, dirigida aos Magistrados do Império, dizia: «Somos de ontem e enchemos as vossas cidades, as vossas ilhas, os vossos próprios campos, o palácio, o senado, o foro; somente vos deixamos os templos. Se nos retirássemos, o Império ficaria deserto...
Entre os Partos, os Medos, os Elamitas, entre os habitantes da Mesopotâmia, da Arménia, da Frígia, da Capadócia, do Ponto, da Ásia Menor, do Egipto, de Cirene, entre as diversas raças dos Gétulas e dos Mouros, entre os povos de Espanha, da Gália, da Bretanha e da Germânia, por toda a parte contamos fiéis» (Cap. 38, nº 124).
Um inimigo da religião, Plínio, o Moço, governador da Bitínia, escrevia em 112 ao imperador Trajano: «O contágio da superstição cristã já não se limita às cidades; invadiu as aldeias e os campos, apoderou-se de pessoas de todas as idades e de todas as condições sociais. Os nossos templos estão quase de todo abandonados e as cerimónias desprezadas» (Cartas L. X. I, 097 e Annales de Tácito).
Séneca deixou escapar esta exclamação de despeito: «Esta raça de cristãos mete-se em toda a parte» (Referido por Santo Agostinho, Cidade de Deus, livro 6).
A conclusão tira-a o próprio Renan: «Em cento e cinquenta anos, a profecia de Jesus realizou-se. O grão de mostarda tornara-se uma árvore que começa a cobrir o mundo». A Igreja é Católica, isto é, representada em todo o mundo, já que a catolicidade não é uma questão de número mas de universalidade. Oitocentos milhões de homens dizem-se «cristãos», o que, segundo a própria etimologia, significa que se têm oficialmente como súbditos de Cristo.
Jesus é um Rei que reina e a nova festa de Cristo-Rei por toda a parte se revestiu dum carácter triunfal. Christus Regnat.
O mais notável é que Jesus ousou querer e predizer que o seu Reino seria um Reino de amor. O amor é aquilo que menos se pode impor ao mundo, um sentimento tão livre ninguém o pode conquistar à força. Pode impor-se aos homens a obediência; pode impor-se a estima; pode até impor-se a admiração, à força da virtude, de talento ou de génio. O afecto, porém, não se pode ou o mero facto de o impor teria como resultado paralisá-lo. Não podemos mandar que nos amem. Suplicamo-lo.
Nosso Senhor, sim, exige o amor e faz dele o seu primeiro mandamento. «Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e com todo o teu esforço. Eis o primeiro mandamento» (Mc 12, 30).
Vai mais longe aimnda e quer o amor de todos os homens. Dificilmente, chefgamos a encontrá-lo num amigo, em duas ou três pessoas. O esposo exige por vezes inutilmente o amor da esposa e nem sempre ganhamos a amizade dum irmão, dum filho. Como é raro chegarmos à certeza de termos ganho alguns corações, um só coração integralmente!
Quem jamais sonhou em ser amado por todos? Quem? Jesus. E quanto tempo é necessário amá-lo assim? Jesus contentar-se-á porventura com uma prova brilhante de amor? Com alguns actos heróicos? Com um ano inteiro de dedicação? Não. Quer ser amado sempre, sem nenhum arrependimento.
«Todo aquele que olha para trás, não é apto para o Reino de Deus» Lc 9, 62. E como será necessário amá-l'O? Porque afinal há graus de amor... Deve ser amado acima de tudo que (na estima racional e não na parte emotiva) os homens devem preferi-lo aos pais, às esposas, aos filhos. Esta é a sua vontade intransigente.
Uma exigência assim, não o condenará ao isolamento, ao ridículo? Existe ainda um último ponto que confunde ainda mais a nossa maneira humana de sentir. Quando é que Cristo será amado deste modo? Depois da morte. «Quando for levantado da terra, atrairei a mim todos os homens. Dizia isto para significar de que morte havia de morrer» (Jo 12, 32-22).
Jesus, que foi abandonado em vida, até pelos próprios discípulos, que expirou no meio de insultos, vai ser amado depois da morte? Não sabia o Mestre que a presença é o grande alimento do amor e ignorava aquela tão simples lei da psicologia: «longe da vista, longe do coração»?
Quando morre um homem, os que o conheceram podem ainda amá-lo; mas desaparecem, e com eles, a ternura. Os sucessores poderão admirar, mas já não amam verdadeiramente. O milagre deu-se. Nosso Senhor conseguiu-o: «Condenado à morte, venço». (São Fulgêncio, Sermão 5º da Epifania).
Pascal, num dos papeis soltos em que escrevia pensamentos, deixou-nos estas lacónicas palavras, de cujo desenvolvimento resultaria, sob a sua pena, um belo capítulo: «Jesus Cristo quis ser amado; foi-o; é Deus»
Há milhões de fieis que o amam, não com amor platónico, mas com um amor que se traduz em sacrifícios concretos, em vitórias sobre todas as paixões. «Animador» divino! Houve milhões de mártires e, para dar a própria vida, é preciso amar muito!
Quantos religiosos e religiosas encontrou! Fazem voto de obediência perpétua e é preciso amar muito para sacrificar o que há de mais íntimo em nós, aquilo a que até os pobres renunciam em último lugar: a liberdade! Fazem o voto de castidade perpétua e é preciso amar muito para sacrificar os desejos mais fortes do coração. Fazem o o voto de pobreza perpétua e é preciso amar muito todo o desejo de fortuna. Jesus conta legiões e legiões de homens e de mulheres que espontaneamente, alegremente, lhe oferecem, com voto, todas as riquezas. Estes prodígios de amor que chegam até à imolação, obtêm-nos Jesus, muito depois de nos ter deixado. E sendo verdade que «os mortos passam depressa» e que segundo o poeta : «o verdadeiro vínculo dos mortos é o coração dos vivos». Jesus consegue ainda fazer-Se adorar. Os fariseus chamavam-lhe «sedutor» (Mt 27, 63), e tinham mais razão do que pensavam. Cristo seduz, no verdadeiro sentido da palavra.
Venceu o tempo, o que ninguém mais conseguiu fazer. Na manhã da Ressurreição, fez rolar a pedra do sepulcro. Levantou depois uma pedra tumular, ainda mais pesada; a do esquecimento, a de vinte séculos inteiros.
Jesus de Belém, de Nazaré, de Jerusalém, como sois amado!! Invisível amante desaparecido há dois mil e catorze anos, continuais conquistando os corações. Este milagre moral, este facto único na história, era para Napoleão I, cativo em Santa Helena, matéria de longas meditações. «Apaixonei multidões que morriam por mim; porém era necessária a minha presença, a electricidade do meu olhar, o meu tom de voz, uma palavra minha. Hoje, que estou em Santa Helena, agora que estou só e cravado nesta rocha, onde estão os cortesãos do meu infortúnio? Quem trabalha na Europa para mim?
Que abismos entre a minha profunda miséria e o Reino Eterno de Jesus Cristo pregado, amado, adorado, e vivo em todo o universo? Cristo fala; de hoje em diante as gerações pertencem-lhe por laços mais estreitos, mais íntimos que os de sangue. Acende a chama dum amor, que faz morrer o amor próprio, que prevalece sobre todo o amor. Muitas vezes penso e isso é o que mais admiro e o que me prova absolutanmente a divindade de Cristo».
Este seria o momento de mencionar também a página vibrante de Lacordaire: «Há um homem cujo amor penetra e continua na sepultura...».
Contudo, prefiro citar, não o monge entusiasta, mas o escritor que publicou o livro mais dissimulado contra Nosso Senhor, só para Lhe roubar, com mil respeitos aparentes, a auréola da divindade, o homem que foi duplamente traidor: ao seu país e à sua religião: RENAN.
Depois de contar a morte do Senhor na cruz, exclama: «Descansa agora sobre a tua glória, nobre iniciador!... Para o futuro, fora do alcance da fragilidade, assistirás do alto da paz divina, às consequências infinitas dos teus actos... Por milhares de anos, o mundo vai depender de ti. Bandeira de nossas contradições, serás o sinal em volta do qual se travará a mais ardorosa batalha. Mil vezes mais vivo, mil vezes mais amado depois da morte, do que durante os dias da tua passagem pelo mundo, de tal maneira chegarás a ser pedra angular da humanidade, que arrancar o teu nome deste mundo será abalá-lo até aos seus fundamentos... Plenamente vencedor da morte, toma posse do teu Reino, onde te seguirão, pelo caminho real por ti traçado, séculos de adoradores» (Renan, Vie de Jesus, 3ª ed. página 426).
Seja, dir-se-á. Porém, ao lado dos «séculos de adoradores», não haverá séculos de detractores? Adorado ou aborrecido, Cristo passou entre uma dupla corrente de amor e ódio. Prova-se que ninguém foi tão querido; com a mesma facilidade se provaria também que ninguém foi tão odiado como Ele. É bem verdade e e encontramo-nos diante dum fenómeno: o ódio contra quem menos o mereceu. A sobrevivência dum furor que nunca se aplacaria. Cristo previra-o, como tudo o mais: e, assim como predissera o amor, assim predissera também o ódio implacável. Mas observemos melhor: o ódio é também, a seu modo, uma homenagem; se o amor é uma homenagem à bondade, o ódio é uma homenagem à força. Em geral, o ódio cessa, se o adversário desaparece.
Hoje, já ninguém odeia Nero, Átila, Robespierre. Até quando se trata dos homens mais malfazejos, desde o momento que não resta deles mais do que o pó morto e inanimado, o desprezo sucede ao ódio. Com o tempo, não fica deles mais que o esquecimento desdenhoso. Seria anormal enfurecer-se alguém contra o que desapareceu e rechaçar o inexistente. Ninguém é tentado a lutar com um zero.
Se os ataques contra Jesus Cristo continuam furiosos, temos nisso a melhor prova de que Ele é forte. O ódio supõe um obstáculo, actual, alguém que obstruí o caminho, um adversário vivo.
É o que Renan confessa, talvez sem querer com a frase que vamos citar e cujo sentido é profundo: «Bandeira das nossas contradições, serás o sinal em volta do qual se travará a mais ardente batalha».
Jesus Cristo não deixa o mundo indiferente: por Ele, ou contra Ele, há paixão. O mação insulta-O na loja. A Carmelita adora-O na sua pobre cela.
Uns blasfemam-n'O, outros adoram-n'O; uns desonram-n'O, outros morrem por Ele.
Mas não O esquecem e não conseguem fazer à sua volta a conspiração do silêncio.
Aquele Judeu nascido há vinte séculos, numa aldeia da Palestina, aquele filho de carpinteiro, aquele taumaturgo que teve por discípulos doze pescadores ignorantes (doze, entre os quais se contava um traidor), aquele condenado que expirou no madeiro da infâmia e foi colocado sob uma pedra, esse é hoje o grande Vivo. Em toda a parte o seu nome, em toda a parte os seus missionários. À volta d'Ele gravita o pensamento mais moderno, toda a inquietação religiosa dos nossos séculos XX e XXI.
Quando se ausculta uma grave questão moral, no fundo sempre encontramos a Ele, ao grande Cristo obsediante.
Ele é o Principio e o Fim, a primeira letra do grande livro, bem como a última: «O ALFA e o ÓMEGA» (Apoc. 1, 8)» - (G. Hoornaert, S. JH., A propósito do Evangelho).
(Este texto foi transcrito directamente do III volume da obra SANTOS DE CADA DIA - editada por A. O - www.jesuitas.pt, pelo autor deste blogue António Fonseca, respeitando exactamente a sua descrição, como aliás, o faço sempre.)
Desculpem-me por favor. Obrigado. AF
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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto
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ANTÓNIO FONSECA
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MARTIROLÓGIO ROMANO
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