quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Nº 2213 - (331-14) 1ª PÁGINA - SANTOS DE CADA DIA - 27 de Novembro de 2014 - SÉTIMO ANO

Caros Amigos:






Nº 2213 - (331-14)

1ª PÁGINA

27 de Novembro de 2014

SANTOS DE CADA DIA

7º ANO

miscelania 125 miscelania 008miscelania 125

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Comemorar e lembrar os Santos de Cada Dia
é dever de todo o católico,
assim como procurar seguir os seus exemplos.

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NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS ou
da MEDALHA MILAGROSA







 A APARIÇÃO

No dia 27 de Novembro de 1830, às 5 e meia da tarde, Santa CATARINA LABOURÉ, Irmã da Caridade, estando em oração na Capela do Convento da Rua du Bac, em Paris, França, foi favorecida com uma aparição da Santíssima Virgem, que a Santa descreve nestes termos:

"A Senhora era de mediana estatura, o seu rosto tão belo e formoso, que me é impossível descrever toda a sua beleza. Estava de pé, vestida com um vestido de seda, cor de branco-aurora. Cobria-lhe a cabeça um véu azul, que descia até aos pés... As mãos estenderam-se para a terra, enchendo-se de anéis cobertos de pedras preciosas, mais belas umas que as outras, umas maiores, outras mais pequenas, jorrando feixes de luz em todas as direcções... A Santíssima Virgem disse:

«Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem...», dando-me a entender quanto gostava que A invocassem, como era generosa para com todas as pessoas que A invocavam, quantas graças concede a quem lhas pede e a grande alegria que sente ao concedê-las.
Formou-se, então em volta de Nossa Senhora um quadro oval, em que se liam em letras de ouro estas palavras:
Ó Maria concebida, rogar por nós, que recorremos a Vós.
Nisto voltou-se o quadro e eu vi no reverso a letra M encimada por uma cruz, com um traço na base. Por baixo os Sagrados Corações de Jesus e de Maria também em chamas e atravessado por uma espada, cercado de doze estrelas. Ao mesmo tempo ouvi distintamente a voz da Senhora a dizer-me:

«Manda, manda cunhar uma medalha por este modelo. As pessoas que a trouxerem por devoção hão-de receber grandes graças, sobretudo se a trouxerem ao pescoço. As graças serão mais abundantes para as pessoas que a trouxerem com confiança».


Santa CATARINA LABOURÉ, que foi favorecida com três aparições de Nossa Senhora, passou, humilde e desconhecida, toda a vida ao serviço dos velhinhos, no hospital de Enghien, Paris, onde morreu em odor de santidade, aos 70 anos de idade, a 31 de Dezembro de 1876. Foi beatificada em 28 de Maio de 1933 e canonizada a 27 de Julho de 1947.


APROVAÇÃO E EXPANSÃO

O Arcebispo de Paris, Dom Jacinto Luís de Quélen (1778-1839), aprovou dois anos depois, em 1832, a medalha pedida por Nossa Senhora; em 1836 ordenou um Inquérito canónico e exortou todos os fiéis a usarem a medalha e a repetirem a oração gravada em torno da Santíssima Virgem: Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós»
A 23 de Julho de 1894, a Santa Sé concedeu a todas as dioceses de França a festa na "Manifestação da Virgem Imaculada chamada da Medalha Milagrosa", a celebrar-se todos os anos no dia 27 de Novembro. A 26 de Julho de 1897, o Papa Leão XIII, por meio do seu Legado, o Cardeal Richard, coroou solenemente a Imagem da Medalha Milagrosa.
Com a bênção e aprovação da Igreja, a Medalha da Imaculada Conceição espalhou-se aos milhões pelo mundo inteiro, sendo a sua difusão acompanhada de tão numerosas graças e de tantas conversões extraordinárias, que os fiéis lhe puseram o nome de Medalha Milagrosa.
«Esta piedosa Medalha - disse o papa Pio XII - desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, protecções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo Medalha Milagrosa».

A DEVOÇÃO DA MEDALHA MILAGROSA

Perante os desejos explícitos de Nossa Senhora e as graças que nos promete, que devemos fazer? 

1 - Trazer, com devoção e confiança, a Medalha Milagrosa, depois de a ter recebido, sendo possível, das mãos de um sacerdote que tenha o poder de a impor.
2 - Beijá-la respeitosamente de manhã e à noite, repetindo a invocação «Ó Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a Vós».
3 - Propagar a medalha . É tão fácil dá-la, oferecê-la às crianças, aos doentes, ou por ocasião de um baptizado, de uma festa, de uma prova, de uma doença, de uma graça que se pretende alcançar.
Usar a Medalha Milagrosa é colocar-se sob a protecção de Maria Imaculada na vida e na morte 
(Ver a biografia de Santa CATARINA DE LABOURÉ no dia de amanhã, 28).



FACUNDO e PRIMITIVO, Santos


Mártires - Cea - Galécia hoje Espanha - (séc. IV)

LAVÉRIO, Santo

Mártir - Grumento - Lucânia - Basilicata - Itália - (séc. IV)



VALERIANO, Santo

Bispo - Aquileia - Venécia hoje Friúli - Itália - (388)


TIAGO "INTERCISO", Santo

Mártir - antiga Pérsia - (420)


MÁXIMO, Santo

Abade de Lérins - Riez - Provença - França - (455)


EUSÍCIO, Santo

Eremita - Blois - Gália hoje França - (542)


SIFRIDO, Santo

Bispo - Carpentras - Provença - França - (séc. VI)

ACÁRIO, Santo
Monge e bispo - Noyon - Gália hoje França - (640)


BILILDE, Santa

Virgem - Mogúncia - Renânia da Austrásia hoje Alemanha - (séc. VIII)


FERGUSTO, Santo

Bispo em Pictos - Escócia - (721)

VIRGÍLIO, Santo

Bispo de Salzburgo, nascido na Irlanda - Baviera - Alemanha - (784)



GULSTANO, Santo

Monge - Beauvoir-sur-Mer - França - (1040)


BERNARDINO DE FOSSA (João Amíci), Beato

Presbitero - L'Áquila - Vestinos - hoje Abruzos - Itália - (1503)


BRONISLAU KOSTOWSKI, Beato


Mártir - Dachau - Munique - Alemanha - (1942)



TOMÁS KOTEDA KIUNI e 10 companheiros, Beato
BARTOLOMEU SEKI, 
ANTÓNIO KIMURA,
JOÃO IWANAGA, 
ALEIXO NAKAMURA, 
LEÃO NAKANISHI, 
MIGUEL TAKESHITA, 
MATIAS KOZASA, 
ROMÃO MATSUOKA MIOKA, 
MATIAS NAKANO MIOTA e 
JOÃO MOTOYAMA, Beatos

Mártires em Nagasáqui - Japão - (1619)

 Sant' Apollinare 
Abate di Montecassino 

 Beato Bartolomeo Xeki 

Laico giapponese, martire 


 Santa Bililde 



Duchessa 



San Giovanni Vincenzo 


Vescovo ed eremita 


 San Siffredo di Carpentras 

Vescovo 

 San Teodosio di Turnovo 

Anacoreta 



 Beato Valentino Gil Arribas 



Coadiutore salesiano, martire




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Caros Amigos


Como podem observar, já modifiquei  a redacção -do CABEÇALHO que vem sendo exibido e vou tentar colocar ali de novo a imagem da Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso, que identificou desde o início este Blogue, - para já ainda não o pude fazer, tendo optado por colocar uma mais pessoal e comemorativa do meu aniversário de casamento - mas dentro de dias vou procurar no meu arquivo outra qualquer que eu encontre para a substituir. 

Também tenciono ir procedendo a novas alterações no corpo do blogue e talvez no seu modelo, para não ser sempre a mesma coisa. 
Aliás estas modificações servirão para melhorar um pouco (ou muito) os textos e a formatação que considero já um pouco cansativa. Sempre que for possível, inserirei miniaturas sobre os Santos e Beatos que for publicando, - como fazia inicialmente.

Desculpem-me por favor. Obrigado.  AF


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Local onde se processa este blogue, na cidade do Porto

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Os meus cumprimentos e agradecimentos pela atenção que me dispensarem.

ANTÓNIO FONSECA

In

MARTIROLÓGIO ROMANO

http://es.catholic.net;
 http://santiebeati.it; http://jesuitas.pt; 
http://bibliaonline.com.br/acf
http:// Wikipedia.org.
etc., etc.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Nº 2212 - 2 ª PÁGINA - O ANTIGO TESTAMENTO - LIVRO DO ECLESIÁSTICO - (26) - 26 de Novembro de 2014

O ANTIGO TESTAMENTO 


26 DE NOVEMBRO DE 2014

Nº 2212 - 2 ª PÁGINA
antoniofonseca1940@hotmail.com
ANO 7

Caros Amigos:

Passado o Dia de Festa para mim, em virtude deste Blogue ter entrado no seu sétimo ano de publicação diária (com muitos altos e baixos, mas mesmo assim, continuamente) e, sinto-me Feliz por ainda estar aqui presente e vou continuar a seguir o lema:


«IDE POR TODO O MUNDO E ENSINAI TODOS OS POVOS», 

pelos meios de que disponho. 

Durante esta transcrição tenho aprendido muita coisa que desconhecia e, que de certeza, também era e é desconhecida de muitos milhões de almas por este mundo fora. 
Não chego a todos, evidentemente, mas nem que consiga apenas tocar no coração de um só, sentir-me-ei compensado. 
Até que DEUS o permita vou continuar esta descrição e espero completá-la no pleno uso das minhas faculdades.
Obrigado a todos os que me seguem.

Sigamos, então, em frente:



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Mapa Antigo de ISRAEL - ANTIGO TESTAMENTO

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Em cima mapas após a saída do Egipto e após a independência em 1948





Jerusalém actual

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Caros Amigos:
Terminada em 30-10 a transcrição do livro da SABEDORIA.  no passado dia 31 foi a do livro ECLESIÁSTICO (ou Livros Sapienciais), qual deverá demorar mais ou menos uns 50 dias pelo que devo terminar perto do Natal, mais propriamente na terceira semana de Dezembro próximo, ASSIM DEUS ME AJUDE. 
Apesar de continuar a ser um trabalho cansativo e que requer muita disposição de espírito e muito cuidado na transcrição de todas as palavras que contêm os textos que me propus levar a cabo. Não fora as frequentes e malfadadas avarias que têm causado muitas interrupções no meu computador, possivelmente estaria já um pouco mais adiantado, embora soubesse à partida que iria ser uma tarefa bastante difícil para levar a cabo com os poucos conhecimentos técnicos que possuo, para não falar da idade, que se Deus quiser, daqui a quatro meses será de 75 anos - mas, graças a Deus, tudo isso tem sido ultrapassado com a Sua ajuda e a minha Fé em que poderei terminar esta tarefa – dure o tempo que durar, – pois Deus me tem dado Saúde e Força para a continuar.
Como já tive oportunidade de dizer anteriormente continuo a mencionar  os Livros já publicados e os que faltam, em cada dia.
Assim, pois já foram aqui publicados até agora, os textos dos seguintes livros:

GÉNESIS, ÊXODO, LEVÍTICO, NÚMEROS, DEUTERONÓMIO, constantes do PENTATEUCO, JOSUÉ, JUÍZES, RUTE, 1º e 2º de SAMUEL, 1º Reis e 2º Reis, 1º e 2º dos Paralipómenos ou Crónicas, ESDRAS, NEEMIAS, TOBIAS, JUDITE, ESTER, 1º dos MACABEUS, 2º dos MACABEUS (Livros históricos); JOB, SALMOS, PROVÉRBIOS, ECLESIASTES, CÂNTICO DOS CÂNTICOS, SABEDORIA

Faltando, pois publicar, os seguintes:

ECLESIÁSTICO (Livros Sapienciais ); ISAÍAS, JEREMIAS, JEREMIAS – Lamentações, BARUC, EZEQUIEL, DANIEL, OSEIAS, JOEL, AMÓS, ABDIAS, JONAS, MIQUEIAS, NAUM, HABACUC, SOFONIAS, AGEU, ZACARIAS e MALAQUIAS (Profetas).

Como dizia nas edições anteriores,
Poderei porventura dar conta do recado? 
Se calhar, não! Só Deus o sabe e decerto providenciará o que lhe aprouver! 
Sei, no entanto que se poderá dizer: trata-se de uma  tarefa ciclópica, impossível., etc.., para os minha IDADE, e, SE CALHAR, É… 
Continuo a desconhecer se conseguirei executar esta tarefa e sei os limites que poderão antepor-se-me, mas CREIO EM DEUS TODO-PODEROSO que não me desamparará em ocasião alguma. Com Fé e perseverança tudo se consegue e portanto irei até onde Deus me permitir, rezando todos os dias para que eu possa Evangelizar com os meios que tenho à disposição, durante o tempo que Deus Nosso Senhor Jesus Cristo entender.
Se no entanto, o vier a conseguir, darei muitas Graças a Deus.

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Como afirmei inicialmente, Envolvi-me nesta tarefa, pois considero ser um trabalho interessante, pois servirá para que vivamos mais intensamente a Vida de Jesus Cristo que se encontra sempre presente na nossa existência, mas em que poucos de nós (eu, inclusive) tomam verdadeira consciência da sua existência e apenas nos recordamos quando ouvimos essas palavras na celebração dominical e SOMENTE quando estamos muito atentos, – o que se calhar, é raro, porque não acontecendo assim, não fazemos a mínima ideia do que estamos ali a ouvir e daí, o desconhecimento da maior parte dos cristãos do que se deve fazer para seguir
caminho até Ele.
Como Jesus Cristo disse, aos Apóstolos, no dia da sua Ascensão ao Céu:

IDE POR TODO O MUNDO E
ENSINAI  TODOS OS POVOS”.

É apenas isto realmente, que eu estou tentando fazer. AF.


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Mãos à obra, pois, continuemos:

ANTIGO TESTAMENTO

ECLESIÁSTICO
Reino Asmoneu - Simão
UZ  -  actual IRAQUE terra da naturalidade de JOB


J O B

ECLESIÁSTICO
Livros Sapienciais


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PRIMEIRA PARTE

26


MULHER MÁ E VIRTUOSA

Feliz o homem que tem uma virtuosa mulher, porque será dobrado o número dos seus anos (Prov 13, 4).
A mulher forte é a alegria de seu marido, derramará paz nos anos da sua vida.
Uma mulher virtuosa é uma sorte excelente, é o prémio dos que teme a Deus, será dada ao homem pelas suas boas acções (Prov 18, 22).
Rico ou pobre, o seu coração será feliz, e o seu rosto ver-se-á sempre alegre.
Três coisas teme o meu coração, e uma quarta faz empalidecer de pavor o meu semblante;
A denúncia de uma cidade, a sedição de um povo, a calúnia, coisas estas mais temíveis que a morte;
mas a mulher ciumenta é dor de coração e luto. 
A língua de uma mulher ciumenta é um flagelo para todos os que vivem com ela.
Uma mulher perversa é como o jugo dos bois desajustado;
quem a possuiu é como que possuir um escorpião.
A mulher dada ao vinho é motivo de grande cólera e vergonha, e a sua infâmia  não ficará oculta.
A leviandade de uma mulher revela-se  na desfaçatez do seu olhar e  no pestanejar das pálpebras.
Vigia cuidadosamente a filha que não se retraí dos homens, para que não se perca, se encontrar ocasião.
Vigia sem cessar a ousadia dos seus olhos, e não te admires se ela te desprezar.
Como um viajante sedento abre a boca diante da fonte, e bebe toda a água que encontra, assim se sentará ela em qualquer parte até desfalecer, e abrirá a sua aljava a qualquer seta.
A graça de uma mulher cuidadosa deleita o seu marido, e seu bom proceder revigora-lhe os ossos (Prov 15, 30; 31, 28 s; 1 Cor 1).
É um dom de Deus uma mulher sensata e silenciosa;
nada é comparável a uma mulher bem educada .
A mulher santa e honesta é uma graça inestimável:
A alma casta não tem preço!
Como o sol, que se levanta nas alturas de Deus, assim é a beleza de uma mulher virtuosa, ornamento de sua casa.
Como a lâmpada que brilha no candelabro sagrado, assim é a beleza do rosto numa figura majestosa (Lev 24, 2; Mt 6, 27; Lc 12, 25; 19, 3).
Como colunas de ouro sobre alicerces de prata, assim são, sobre as suas plantas os pés esbeltos da mulher ponderada.
Como fundamentos eternos sobre a pedra firme, assim são os preceitos de Deus no coração da mulher santa.

Três coisas tristes


Duas coisas entristecem meu coração, e uma terceira me irrita:
Um homem de guerra que perece na indigência, um sábio que é desprezado (1 Rs 12, 8), e aquele que passa da justiça ao pecado;
 a este último, Deus reserva a espada.

Perigos do comércio

Duas coisas me parecem difíceis e perigosas;
Dificilmente evitará erros o que negoceia, e o taberneiro não estará isento dos pecados da língua.






Respeitando o Texto do 
Livro do
ECLESIÁSTICO
ou 
Livros Sapienciais

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Local onde se processa este Blogue

miscelania 003

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Este texto deverá ser publicado em
26 de Novembro de 2014

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PELA POSITIVA - Reformados, eméritos, etc. - 26 de Novembro de 2014


Através do e-mail hoje recebido do blogue PELA POSITIVA, do Amigo Rocha Martins, que acho muito interessante e quiçá também actualíssima, transcrevo o texto abaixo, pedindo as maiores desculpas pelo abuso. ANTÓNIO FONSECA


PELA POSITIVA

 
 
25-11-2014
 
 Newsletters
Para: antoniofonseca1940@hotmail.com

PELA POSITIVA


Posted: 24 Nov 2014 03:16 AM PST
Crónica de Anselmo Borges 
no DN de sábado

Em tempos de crise, 
os governos, para a austeridade, 
têm sempre facilmente à mão os reformados, 
com este ou aquele nome

Há muito que me pergunto porque é que uns são reformados, outros jubilados, outros eméritos, outros pensionistas ou aposentados. Pus-me no encalço das palavras, à procura do seu sentido originário. O que aí fica é o resultado, confesso que um pouco apressado, desse exercício.

1. Claro que reformado vem de reforma. A reforma que, em certos contextos, aparece mais imediatamente é a Reforma protestante. Aqui, porém, ela tem que ver com a situação de ir para a reforma e receber uma reforma, que é, em princípio, um quantitativo em dinheiro. Reformado é, pois, o que passou à reforma, por ter atingido uma certa idade e trabalhado um certo número de anos, com os respectivos descontos, ou porque ficou pura e simplesmente incapacitado para o trabalho. De modo estranho, reforma vem do latim reformare, com o significado de voltar à primeira forma, restabelecer, alterar, e reformado é o que torna à sua primeira forma, mas também o desfigurado, modificado.

Quem diria que pensionista tem na sua raiz o verbo latino pensar e (pensar e pesar)? De facto, pensar e, palavra vinculada a pendere, em latim, significa pesar, no sentido de comparar pesos. Daí, pensar significa pesar razões, para entender, julgar e decidir. No caso de pensão, lá está o facto de pesar uma mercadoria e ter de pagá-la e, daí, pensionista como aquele ou aquela que recebe uma pensão.
Entre nós, os bispos, ao chegarem aos 75 anos, tornam-se eméritos, palavra que também se pode aplicar, sobretudo noutros países europeus, aos professores universitários. Emeritusé o particípio do verbo latino emerere, merecer, ter cumprido um serviço, ganhar algo a partir daí. O emérito é merecedor de um determinado status (pense-se, por exemplo, no Papa emérito Bento XVI) ou recompensa por ter terminado ou concluído adequadamente o seu serviço. Na Roma Antiga, emeritus aplicava-se concretamente ao veterano retirado do exército, mas também a outros casos. De qualquer modo, deve-se recompensar o mérito; mas será que ele existe em todos os casos?
O aposentado remete para o verbo latino pausar e, que significa parar para descansar, pousar, repousar. O hóspede "pousa" na casa de um amigo. Quem peregrina pela vida tem direito a pousar, repousar, descansar, fazer pausa, aposentar-se, cessando o trabalho.
Nomeadamente os magistrados e os professores universitários são jubilados. A palavra vem do latim jubilare, que significa lançar gritos de alegria, - originariamente, referia-se aos gritos e silvos dos camponeses para comunicar entre si e chamar o gado -, mas também tem que ver com a palavra hebraica yobel, som da trombeta a anunciar o jubileu, festa judaica que se celebrava cada 50 anos e que trazia a libertação e o repouso inclusivamente às terras. No jubileu cristão, o Papa concede indulgências especiais. A jubilação nasce da conexão entre o retirar-se após o ciclo do trabalho realizado e dos serviços prestados e a consequente satisfação - dizem as más línguas que, por vezes, no caso dos professores, o júbilo é sobretudo dos estudantes, que se vêem libertos de alguém incompetente, porque sabe pouco ou não sabe ensinar.

2. Apesar das diferenças nas categorias, nos títulos e sobretudo no quantitativo, por vezes miserável e escandalosamente diferente, da reforma, todos - pensionistas, eméritos, jubilados, aposentados-são sobretudo isso: reformados.
Claro, a reforma pode trazer alegria e o tal júbilo, porque se deixa de trabalhar com horários e todo o peso institucional e se pode repousar, fazer outras coisas que nunca se tinha podido fazer, ler, reflectir e recordar a vida e dedicar-se mais à família e aos amigos e recolher os frutos de uma vida preenchida. Mas ela pode também trazer o aumento dos achaques, uma solidão amarga e corrosiva, e, de qualquer modo, lembra a todos que se está na última fase da existência e que o futuro neste mundo será cada vez menos pujante. Decisivo é então esforçar- se por manter a actividade física, mental, social, criar a sedução por novos interesses e talvez dar a Deus o lugar que nunca teve. É preciso viver sempre intensamente cada instante do milagre exaltante do mundo e do existir.

3. Mas é preciso reconhecer também que há algo de cínico e sarcástico na palavra jubilação (em Espanha, usa-se para todos) , sobretudo quando se pensa como são tratados os reformados, os tais que a sociedade abandona porque são velhos, e deixaram o trabalho por invalidez e velhice, considerados agora socialmente inúteis, porque não produtivos, e, por isso, colocados em depósitos à espera do fim.
Cá está: em tempos de crise, os governos, para a austeridade, têm sempre facilmente à mão os reformados, com este ou aquele nome, porque pouca ou nenhuma falta fazem - podem até ser considerados um peso para os outros e sobretudo para o erário público -, e, assim, nem protestar podem, muito menos com uma greve, porque ninguém precisa deles. Que júbilo!
Posted: 23 Nov 2014 01:40 AM PST
Crónica de Frei Bento Domingues 

Que rei é este que esvazia 
a solenidade divina 
e exalta a condição humana?


1. A celebração litúrgica de Cristo Rei foi instituída por Pio XI, em 1925, com as monarquias em crise e as repúblicas em conflito com a Igreja Católica.
Tornou-se, depois, a coroa do ano litúrgico que recomeça com o Advento, ritmando o infindável acontecer da graça divina – simbolizado na Liturgia – que atinge todos os tempos e lugares, como fonte de libertação das nossas servidões mentais e afectivas, antigas ou novas, materiais, culturais ou religiosas. Sem um programa libertário, o ciclo litúrgico anual dará a ideia do eterno retorno do mesmo.
Quem, por outro lado, desejar conhecer a história do Santuário Nacional de Cristo Rei, elevado, em Almada, a 113 metros acima do Tejo, pode recorrer às informações do Google. Mas com ou sem esse facilitador, abandone os preconceitos e suba ao miradouro mais abrangente sobre a deslumbrante e inesgotável beleza de Lisboa. Regale os olhos e medite no que o tempo faz às cidades e à nossa vida, entre a ruina e o contínuo renascer. Com passaportes dourados ou não, não deixemos privatizar as cidades de milenares gerações de povos e culturas. Que as mil formas de criatividade as tornem cada vez mais acolhedoras.
A simbólica bíblica de “Cristo Rei” implica a luta contra miragens de grandeza efêmera das dominações imperiais e a redescoberta de uma cidadania de acolhimento e serviço de todos, a começar pelos mais pobres, os sobrantes e descartáveis, na linguagem do Papa Francisco.


2. A escolha dos textos da liturgia deste Domingo é particularmente sugestiva [1] , ao centrar-se no final do cap. 25 do Evangelho de S. Mateus, composto por três parábolas, que podem ser lidas em separado. Eu prefiro juntá-las num quadro de oposições paradoxais.

A primeira, muito vizinha da fábula da cigarra e da formiga – a das virgens loucas e das prudentes – retrata um mundo no qual ninguém dá nada a ninguém e a ocasião perdida é irrecuperável. A solidariedade favorece a imprevidência.
A segunda, a parábola dos talentos, parece consagrar a roda da sorte e das desigualdades na distribuição das oportunidades sociais. Quem muito tem, e esperteza, terá cada vez mais; quem tem pouco e calcula com medo de perder, até o pouco que lhe saiu, na arbitrária roleta da sorte, lhe será tirado. 
Moral da história: este mundo é das grandes empresas e dos bons gestores. Com os pequenos não adianta perder tempo; falta-lhes habilidade para sair da cepa torta.
Estas duas parábolas deixam os actores sociais à sua inteira liberdade e premeiam os mais aptos, como manda a lei da selecção natural. Não se entende como é que S. Mateus as deixou entrar no seu Evangelho. Não rimam nada com a mensagem de Cristo. Ao reagir assim, esquecemos a terceira parábola. Parece uma carta fora do baralho e, no entanto, é a que leva a tribunal as duas anteriores. Nessas combate-se a imprevidência e o desaproveitamento dos recursos e das capacidades de os fazer render. Parecem mais perto do capitalismo selvagem do que do Estado Social. De facto, falam de outra coisa, daquilo que o Papa Francisco não se cansa de lembrar: os sobrantes, os descartáveis. Estes não serão seres humanos? Não serão nossos irmãos?
É precisamente destes que trata a terceira e a mais solene das parábolas: o Senhor da História universal chama a contas o mundo inteiro. O que divide ou separa as pessoas e as julga é a atitude concreta que tiveram ou têm em relação àqueles que nada podem fazer por si mesmos.
A radicalidade religiosa da parábola e o último teste do sentido da vida, presente no desenrolar do mundo, espanta tanto os que procedem bem como os que procedem mal. Na hora da sentença, o juíz desta parábola identifica-se com aqueles que foram socorridos ou esquecidos: tive fome e deste-me de comer (ou não), estive doente e foste visitar-me (ou não) …
Ninguém se apercebeu que, no dia-a-dia, no serviço que prestou ou não, estava a tocar no que há de mais Absoluto, estava a servir ou a trair o próprio Deus. A causa de Deus e a causa do ser humano é a mesma. O segundo mandamento não se distingue do primeiro, um nunca anda sem o outro, haja ou não consciência disso.
Que rei é este que esvazia a solenidade divina e exalta a condição humana?

3. Conhecidos jornalistas alemães [2], do âmbito económico, não encontraram nenhuma alegria na Exortação Apostólica, Evangellii Gaudium,do Papa Francisco. Submeteram-na a fortes críticas e atribuem-lhe uma grande animosidade contra a economia de mercado e o capitalismo. Se Bergoglio quer diálogo é preciso contradizê-lo. O conjunto desses textos tenta arrasar as observações que o Papa faz sobre economia que mata e os remédios que aponta para combater a pobreza.
Pode ser que tenham razão, mas lembrei-me do Evangelho que inspira o novo Papa, mas que não beneficia muito os que o atacam: Ninguém pode servir a dois senhores. Com efeito, ou odiará um e amará outro ou se apegará a um e desprezará a outro. Não podeis servir a Deus e ao Dinheiro. Os fariseus, amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e zombavam dele. (Lc 16, 13-14)



[1] Ez 34, 11-17; Sal 22; 1Cor.15 20-27; Mt.25,31-46

[2] Cf. Friedhelm Hengsbach, El Papa se equivoca - El Papa tiene razón, Selecciones de Teología, 212, 2014, pg 253-260

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...