*********************************************FRANCISCO DE ASSIS, Santo
Deus trouxe-o ao mundo para encarnar a prática da pobreza e simplicidade evangélica, com o desapego de si mesmo e de todas as coisas a ser imagem viva do Crucificado e modelo da altura que pode chegar o homem mortal, com a graça de Deus.
Nasceu em Assis, na Úmbria, Itália, entre1181 e 1182; deram-lhe o nome de JOÃO no baptismo, mas uma circunstância casual - o facto do pai se encontrar bem França quando ele veio á luz - determinou que fosse sempre designado com o nome de FRANCISCO, quer dizer, FRANCÊS..
Foi de estatura um tanto menor que a média e de pele morena. Bem formado o nariz e algum tanto afilado; compridos e delgados os dedos; a testa baixa; direito o corpo; a voz apaixonada, doce e sonora.
Não nasceu santo, pois até aos 25 anos viveu como um de tantos outros jovens; alegre, divertido e amigo de festas, tão esbanjador e pródigo que entre os parentes dizia-se: mais parece um príncipe que o filho de PEDRO BERNARDONE.
Para defender a sua terra contra Perúsia, tomou as armas aos 20 anos e foi aprisionado. Em 1202 alistou-se outra vez, Desta vez nas hostes do papa INOCÊNCIO III. Mas um sonho inesperado desviou-o do caminho da batalha.
"Ouviu que o chamavam pelo nome, lhe davam uma palmada no ombro e o levavam a formoso palácio, em que habitava uma belíssima noiva. Tudo isto devia referir-se a ele aos que o seguissem"
Alentado com o sonho, saiu para a Apúlia e em Espoleto ouviu esta outra voz
«FRANCISCO, a quem é melhor servir, ao amo ou ao criado?»
Ele respondeu que ao amo. «Porque, então transformas o amo em criado?», replicou a voz. A alma abriu-se-lhe à lux e respondeu, como PAULO:
«Que queres que eu faça?» -
«Volta ao lugar do teu nascimento e lá te será dito o que deves fazer».
De Espoleto voltou inteiramente mudado a Assis. Todos o notaram: já não era o jovem divertido de antes. Foi como peregrino a Roma e, para experimentar o que era a pobreza, comprou os farrapos a um mendigo e passou o dia inteiro, à porta de São Pedro, pedindo esmola. Ao vir a noite, voltou a ser o filho do comerciante rico de Assis.
Voltando a Assis com grande amor aos pobres, aconteceu-lhe indo a cavalo, encontrar-se com um leproso que lhe estendeu a mão. Noutro tempo, ter-lhe-ia lançado de longes umas moedas; agora desce, dá-lhe esmola, beija-lhe a mão e abraça-o. Assim ficava abolido o laço com o passado. Começou por cuidar dos leprosos; frequentava-lhes as cabanas e levava-lhes esmolas, beijando sempre essas mãos repelentes.
Fora dos muros, não longe de Assis, havia uma igreja de São Damião, que ameaçava ruína. FRANCISCO entrou para orar e ouviu a um Santo Cristo: «FRANCISCO, vai e repara a minha igreja». Não foi preciso mais para se consagrar com toda a alma à reparação da ermida. Vendeu alguns panos, o cavalo, e começou a pedir esmola; tudo entregou. ao padre de São Damião e ele próprio colocou-se a servi-lo. Reparou-se a Igreja, mas FRANCISCO continuou a mendigar. A rapaziada ria-se dele, atirava-lhe pedras e lodo; o próprio pai, envergonhado e irado, deserdou-o e amaldiçoou-o. FRANCISCO, como única resposta, disse: «Daqui por diante, quero dizer: Pai Nosso que estais nos céus»
Por essa altura um cavalheiro com cancro na boca, que vinha de visitar o sepulcro de São Pedro, beijou as pisadas de FRANCISCO. O santo, envergonhado, beijou-lhe por sua vez o cancro e fê-lo sarar imediatamente.
O pai continuava a amaldiçoar o filho todas as vezes que o encontrava com o vestuário de mendigo. Um dia tomou consigo FRANCISCO um pobre e disse-lhe:
«Vem comigo e, quando ouvires o meu pai a amaldiçoar-me, eu dir-te-ei: "Abençoa-me pai. E tu farás sobre mim o sinal da cruz"».
A um irmão mais novo que, numa manhã de rigoroso Inverno, o vê quase nu e escarnece, pedindo-lhe com ironia que lhe venda uma gota de suor, responde:
«Não, que o vendo mais caro ao meu Senhor».
No campo de Assis havia uma ermida de Nossa Senhora, chamada Porciúncula. Foi o lugar predilecto de FRANCISCO e dos seus companheiros, pois na Primavera do ano de 1200 já não estava só; tinham-se unido a ele alguns valentes que pediam também esmola, trabalhavam no campo, pregavam, visitavam e consolavam os doentes.
A vitória cristã de Navas de Tolosa, no ano de 1212, abriu novos horizontes aos sonhos apostólicos de São FRANCISCO. No Outono, embarcou em Ancona com ideia de passar à Síria e pregar aos Turcos; uma tempestade obrigou-o a voltar à Itália. Em 1123 saiu para Espanha, a caminho de África; mas adoeceu e teve de voltar atrás.
Em 1215, por causa do IV Concilio de Latrão, vemo-lo em Roma. Ouviu falar INOCÊNCIO III sobre a letra TAU, como sinal de penitência e de nova vida:
«TAU é a última letra do alfabeto grego e representa a forma da cruz, antes que se lhe pusesse o INRI (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus). Traz este sinal dos predestinados, na sua fronte, aquele que submete todas as suas acções ao poder da cruz».
Desde então adoptou FRANCISCO o TAU como símbolo da devoção dos seus frades. TAU foi a sua rúbrica; com ela marcava os lugares onde habitava, assinava as cartas e sobretudo autenticava a sua alma.
Em 1217, visitou novamente Roma, a seguir a França, e em Junho de 1219 embarcou para o Oriente: Chipre, São João de Acre, Egipto. Em Damieta, pregou o Evangelho na própria corte do Sultão. Voltou em 1220 a São João de Acre, na costa da Síria, e peregrinou até aos Lugares Santos,
«tendo o coração cheio de ansioso respeito pela terra que tinha pisado o Divino Mestre».
Quando voltou a Itália no Verão de 1220, encontrou a Fraternidade dividida. Parte dos Frades não compreendia a simplicidade do Evangelho. E com a eleição de FREI ELIAS para Vigário geral, o espírito do século foi aumentando. No Capitulo geral de 1219 tinham-se reunido cerca de 5 000 frades; no de 1221, FRANCISCO esforçou-se por impor o genuíno espirito da Fraternidade, tal como ele a concebia; mas era tarde. Os dois anos seguintes foram a sua agonia.
Da viagem do oriente tinha voltado muito quebrantado; agora sentiu a infidelidade e a traição; dores físicas e decaimento moral. À posição de desprezo de alguns respondia:
«Parece-me que não seria eu Frade Menor se não me alegrasse com ser tido por nada e repelido com ignominia».
Em 1223 foi a Roma e obteve a aprovação mais solene da regra, como acto culminante da sua vida.
Em 1224, no retiro do Monte Alverne, chegou á máxima união a Cristo Senhor com a impressão das Cinco Chagas no seu corpo, e trouxeram-no de lá como relíquia viva.
Aproximava-se a morte e quis que o levassem para Assis, aonde chegou cego e onde o receberam os seus conterrâneos como Santo, não como mortal. Em São Damião compôs o Hino do Irmão Sol e a seguir retirou-se para morrer na Porciúncula. As sombras cobriam a planície, mas os cumes estavam iluminados pelo Sol, símbolo da fraqueza corporal de FRANCISCO e da grandeza espiritual.
No dia em que viu a morte próxima, saudou-a cavalheirescamente como Irmã e disse ao médico que, fazendo de arauto, anunciasse a vinda dela, pois «constituía para ele a porta da vida». Na agonia, os Frade deviam colocá-lo no chão e depois «deixar estendido o seu corpo já defunto, tanto tempo quanto necessário para caminhar pausadamente uma milha». Até ao fim esteve jazendo sem hábito no chão nu, enquanto lhe liam, por expresso desejo seu, a Paixão segundo São JOÃO. Terminada a leitura, quis que o pusessem sobre uma serapilheira e o aspergissem com cinza, prenunciando o seu enterro, porque, sempre cortês, queria dar bom acolhimento à Irmã Morte, com todas as suas pompas austeras.
Rodeado pelos Frades, em dolorosa e reverente espera, morreu a 3 de Outubro de 1226. Era a hora a seguir ao pôr do Sol. Fora da cela, tinham-se reunido uma quantidade de calhandras à luz crepuscular e enchia o ar de alegres melodias.
Um dos frades, santo varão, viu naquele momento um resplandecente globo de fogo, levado por uma nuvenzinha, subindo como se atravessasse muitas águas, em direcção ao céu.
Passados dois anos incompletos, a 16 de Julho de 1228, o Pobrezinho de Assis era canonizado por GREGÓRIO IX.
CALISTENA e ADAUCTO, Santos
Diz-se que ADAÚCTO, general do exército romano, era natural de Éfeso e tinha uma filha chamada CALISTENA, requestada pelo imperador Maximino. Proporcionou-lhe o pai refúgio num lugar remoto da Mesopotâmia, e foi morto pelo pretendente desiludido (312). Depois da morte do minerador, CALISTENA voltou para Éfeso, onde terminou santamente a vida no século IV.
PETRÓNiO, Santo
Em Bolonha, hoje Emília-Romanha - Itália, São PETRÓNIO bispo que passou das responsabilidades políticas ao ministério sacerdotal e ilustrou com os seus escritos e o seu exemplo a natureza do ministério episcopal. (450)
QUINTINO, Santo
No território da Gália Turonense, hoje França, São QUINTINO mártir. (séc. VI)
ÁUREA, Santa