Nº 1675-4
Do livro A Religião de Jesus, de José Mª Castillo – Comentário ao Evangelho do dia – Ciclo A (2010-2011) – Edição de Desclée De Brouwer – Henao, 6 – 48009 Bilbao – www.edesclee.com – info@edesclee.com: tradução de espanhol para português, por António Fonseca
O texto dos Evangelhos, que inicialmente estavam a ser transcritos e traduzidos de espanhol para português, diretamente através do livro acima citado, são agora copiados mediante a 12ª edição do Novo Testamento, da Difusora Bíblica dos Missionários Capuchinhos, (de 1982, salvo erro..). No que se refere às Notas de Comentários continuam a ser traduzidas como anteriormente.AF.
7 de Junho de 2013
Sexta-feira - SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS
Lc 15, 3-7
Jesus (…) propôs-lhes então esta parábola:
"Qual é o homem dentre vós que, possuindo cem ovelhas e tendo perdido uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto e vai à procura da que se havia perdido, até a encontrar? Ao encontrá-la, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, convoca os amigos e vizinhos e diz-lhes: Alegrai-vos comigo, porque achei a minha ovelha perdida. Digo-Vos eu: Haverá mais alegrai no Céu por um só pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento».
1 – Jesus pronunciou esta parábola como resposta à acusação, que lhe faziam os fariseus e letrados, de que «acolhia os descrentes e comia com eles» (Lc 15, 2). O puritanismo observador não tolera a convivência com as pessoas de má fama. Este foi um dos motivos que deu Jesus para que o criticassem. Mas é um facto que as pessoas não crentes, se afastam da religião e não querem saber nada de Deus e da Igreja, é porque os representantes e observadores da religião desprezam as más companhias e, como é lógico, ninguém se aproxima para onde se vê desprezado ou de quem o despreza.
2 – Jesus responde a esta acusação com as três parábolas da misericórdia: a ovelha perdida, a moeda perdida, o filho perdido (o pródigo). Jesus não fala de "descrentes" ou "pecados", mas sim de "extraviados" ou "perdidos" e utiliza estas expressões de tal maneira que, na realidade o que vem a dizer é que Deus quer tanto aos "extraviados" ou "descrentes", que não pode passar sem eles, não pode viver sem a ovelha, a moeda ou o filho que se extraviaram. E por isso procura o perdido, com o caso da ovelha ou da moeda. Acolhe-o com uma alegria indizível, como conta a parábola do filho perdido. Deus não é como explicam os teólogos e pregadores, mas sim como se revelou em Jesus, na vida e na conduta de Jesus.
3 – Nesta festividade do Coração de Jesus, o primeiro que se poder destacar é que Deus, que se nos dá a conhecer em Jesus, na sua forma de viver, nos seus costumes, relações e amizades, é um Deus que não deixariam entrar em determinadas igrejas, conventos, seminários, casa de espiritualidade... O Jesus do Evangelho, segundo os critérios dominantes hoje em não poucos ambientes eclesiásticos, não teria vocação, não poderia entrar em mais de um noviciado. Nem poderia pertencer a certos grupos muito estritos e tradicionais. Será que não sabemos ler o Evangelho? Ou não será, pelo contrário, que andamos demasiado longe do Jesus histórico?