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Vilgeforte
Santa Vilgeforte Liberata | |
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Santa Vilgeforte retratada num quadro de 1678, no Museu Municipal de Schwäbisch Gmünd, na Alemanha. | |
Nascimento | c. 119 |
Morte | c. 139 |
Veneração por | Igreja Católica |
Principal templo | Catedral de Siguença[1] |
Festa litúrgica | 20 de julho |
Atribuições | Barba, crucifixo, violinista e um sapato de ouro caído |
Suprimido do catolicismo | 1969 por papa Paulo VI que tornou opcional o culto à santa, no santoral da Igreja Católica.[2] |
Portal dos Santos |
Vilgeforte,[3] também conhecida como Santa Liberata[1] (c. 119 — c. 139), é uma santa lendária de tradição católica, cuja lenda data do século XIV.[4] Retratada como uma mulher barbada, algumas referências indicam que o seu nome provém do alto-alemão antigo heilige Vartez (santa face),[5] uma tradução do italiano Volto Santo, e outras referências indicam que teria se originado do latim virgo fortis (virgem forte).[6]
Na Inglaterra, é conhecida como Uncumber (não oprimida), em holandês como Ontkommer (libertada), e em alemão como Kümmernis (aflita ou ansiosa). Na Itália e Galiza é conhecida por Liberata, em Espanha por Librada (libertada), e na França por Débarras (libertada). Na cidade espanhola de Siguença, é por vezes confundida com a Santa Liberata, uma das irmãs de Santa Marinha de Águas Santas, cuja festa litúrgica também é celebrada a 20 de julho.[7] É considerada a padroeira das mulheres malcasadas.
História
Os historiadores de arte defendem que o culto teria se originado dos retratos de Cristo crucificado, que foram pintados no estilo oriental e, especialmente a Santa Face de Luca (em italiano: Volto Santo di Lucca), uma figura de Cristo crucificado esculpida em madeira no século XI (que foi substituída por uma cópia do século XIII) com o rosto barbado, vestindo uma túnica comprida semelhante a um vestuário feminino, ao invés da tradicional tanga. Na Idade Média era comum representar Cristo na cruz com uma túnica comprida e uma coroa real, mas a partir dos séculos XI e XII, essa prática deixou de ser utilizada.[nota 1]
Tal teoria deve-se ao facto de que quando a composição foi adotada e levada em pequenas cópias ao norte dos Alpes pelos peregrinos e comerciantes cento e cinquenta anos depois, essa imagem desconhecida teria levado os habitantes da Europa Setentrional a criar uma narrativa para explicar o ícone andrógino.[10] Algumas imagens antigas de Cristo crucificado foram reprojetadas para criar Vilgeforte, e as novas imagens destinavam-se a representar claramente a santa criada, com trajes femininos e seios. Alguns investigadores argumentam que algumas imagens de Cristo na cruz já incluíam alusões deliberadas numa figura andrógina por razões teológicas.[11]
Veneração
A popularidade do culto no período final da Idade Média foi associada à Devotio Moderna e às tendências relacionadas com a devoção medieval, onde a meditação intensa e a identificação com os sofrimentos de Cristo foram encorajadas por escritores como Tomás de Kempis, o autor da obra A Imitação de Cristo, que foi publicada no século XV.[12]
De acordo com a narrativa da lenda, que por vezes se passa no antigo território romano da Lusitânia, parte do qual corresponde parcialmente a Portugal, uma infanta chamada Vilgeforte foi oferecida em casamento por seu pai, um rei pagão. Para impedir o casamento indesejável, ela pronunciou um voto de virgindade e rezou para que se tornasse fisicamente repugnante. Em resposta às suas orações, ela acordou com barba, que fez com que o seu noivado fosse terminado. O pai de Vilgeforte ficou furioso com essa decisão e mandou crucificá-la.[13]
A lenda de Santa Vilgeforte ficou conhecida na Europa Setentrional até o final do período gótico, onde há uma escultura de Vilgeforte com barba segurando uma cruz, que foi construída na Capela de Henrique VII da Abadia de Westminster.[14] Ela também é retratada num tríptico pintado por Hans Memling.[15] A lenda foi desacreditada no final do século XVI (após ter sido popular nos séculos XV e XVI), tendo desaparecido da arte erudita. No entanto, a lenda permaneceu popular no século XX, especialmente na Baviera e Áustria,[16] e também no norte da França e Bélgica. Na Igreja de Santo Estêvão em Beauvais, datada do século XII, há uma estátua de Vilgeforte crucificada que foi esculpida em madeira no século XVI. Vilgeforte é retratada com barba, vestindo uma túnica azul comprida. Ela é venerada na Argentina e no Panamá com o nome de Santa Librada.[17]
Vilgeforte é frequentemente mostrada com um pequeno violinista a seus pés e com um sapato caído. Esta retratação deriva de uma lenda, também associada à Santa Face de Luca, de um sapato de ouro ou prata que a estátua calçava, que caiu espontaneamente nos pés de um peregrino pobre. Na versão de Vilgeforte, o pobre devoto torna-se um violinista, possivelmente no século XIII.[18]
Ver também
Notas e referências
Notas
- ↑ A Santa Face é por vezes descrita como um exemplo típico dos crucifixos do período bizantino.[8] Mas nenhuma figura grande fazia parte da arte bizantina, embora existam várias figuras preservadas na Alemanha. Qualquer influência bizantina é considerada muito remota, pois a face e o cabelo são típicos dos crucifixos alemães, e muitos manuscritos otonianos mostram túnicas nas crucificações. Os exemplos bizantinos são extraídos dos ícones, iluminações ou escavações de relevos pequenos.[9]
* Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em inglês, cujo título é «Wilgefortis», especificamente desta versão.
Referências
- ↑ ab Leão 1610, p. 74
- ↑ López, Luis Barrera (24 de março de 2016). «Reviven reliquias de Santa Librada». El Mañana (em espanhol)
- ↑ Mattoso, José. «Santos portugueses de origem desconhecida» (PDF). Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Universidade Nova de Lisboa. Consultado em 22 de julho de 2017
- ↑ Friesen 2001, p. 15
- ↑ Hayes 2016, p. 153
- ↑ Ott, Michael (1913). «Wilgefortis». Enciclopédia Católica (em inglês). Nova Iorque: Robert Appleton Company
- ↑ Friesen 2001, p. 47–8
- ↑ Jordan & Shinners 2003, p. 300-302
- ↑ Schiller & Seligman 1972, p. 327–37, 379–394 e 455–75
- ↑ Hall 1983, p. 172
- ↑ Friesen 2001, p. 27-29
- ↑ Friesen 2001, p. 21-32
- ↑ Anunciação, Paulo (15 de fevereiro de 1999). «Uma santa barbuda e portuguesa». Público
- ↑ «Saint Wilgefortis» (em inglês). Instituto Courtauld. Consultado em 22 de julho de 2017
- ↑ «Triptych of Adriaan Reins (closed)» (em inglês). Web Gallery of Art. Consultado em 22 de julho de 2017
- ↑ Friesen 2001, p. 81-82
- ↑ Althaus-Reid 2000, p. 83-87
- ↑ Friesen 2001, p. capítulo 3
Bibliografia
- Leão, Duarte Nunes de (1610). Descrição do Reino de Portugal, por Duarte Nunes de Leão, desembargador da Casa da Suplicação. Dirigida ao ilustríssimo e muito excelente senhor Dom Diogo da Silva, duque de Francavilla, conde de Salinas e Ribadeo, presidente do conselho da coroa de Portugal. Lisboa: Impresso com licença, por Jorge Rodrigues. Resumo divulgativo – Biblioteca Nacional Digital da Biblioteca Nacional de Portugal
- Schiller, Gertrud; Seligman, Janet (1972). Iconography of Christian Art (em inglês). Londres: Lund Humphries. ISBN 0-85331-324-5
- Hall, James (1983). A History of Ideas and Images in Italian Art (em inglês). Londres: John Murray. ISBN 0-7195-3971-4
- Althaus-Reid, Marcella (2000). Indecent Theology: Theological Perversions in Sex, Gender and Politics (em inglês). Londres: Routledge. OCLC 50875239
- Friesen, Ilse E. (2001). The Female Crucifix: Images of St. Wilgefortis Since the Middle Ages (em inglês). Waterloo: Wilfrid Laurier University Press. ISBN 0-88920-365-2
- Jordan, William Chester; Shinners, John, eds. (2003). «Religion, Popular: Cult of Saints». Dictionary of the Middle Ages: Supplement 1 (em inglês) 1.ª ed. Nova Iorque: Charles Scribner's Sons. ISBN 978-0684806426
- Hayes, Patrick John (2016). Miracles: An Encyclopedia of People, Places, and Supernatural Events from Antiquity to the Present (em inglês). Santa Bárbara: ABC-CLIO. ISBN 9781610695992. Resumo divulgativo – Google Livros
José Barsabás
José Justo, dito Barsabás, aparece brevemente no sorteio realizado entre os quase 120 discípulos reunidos após a ascensão de Jesus para substituir Judas Iscariotes, perfazendo os doze apóstolos novamente. Neste sorteio, Matias foi o escolhido.
História
Segundo os Atos dos Apóstolos:
“ | Apresentaram dois - José, também chamado Barsabás, que tinha por sobrenome Justo, e Matias. E orando, disseram: Tu, Senhor, que conheces os corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para tomar o lugar deste ministério e apostolado, do qual Judas se transviou para ir ao seu próprio lugar. A respeito deles deitaram sortes; caiu a sorte sobre Matias, e foi ele contado com os onze apóstolos. | ” |
— Atos 1:23-26. |
Uma vez que a passagem identifica os candidatos como sendo dentre «dos homens que nos acompanharam todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu entre nós, começando desde o batismo de João até o dia em que dentre nós foi recebido acima, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição» (Atos 1:21-22), pode-se concluir que José era um membro de um grupo maior de discípulos mais próximos de Jesus.
Uma identificação mais profunda desta obscura figura é incerta, embora, na tradição cristã, ele seja listado entre os Setenta Discípulos mencionados em Lucas 10:24, mesmo que nenhum nome apareça diretamente ali. Também não há nenhum "José Justo" nas listas de discípulos que aparecem nos evangelhos sinóticos, a não ser que ele tenha ali sido listado sob um apelido.
Porém, há tanto um José e um Tiago, o Justo, entre os adelphoi de Jesus. José é mencionado Marcos 6:3 e, numa passagem quase idêntica, em Mateus 13:54. Robert Eisenman entende que este "José Justo" é uma consolidação que representaria, numa única figura, todos os Desposyni - rejeitados, de acordo com o autor dos Atos, em favor do até então desconhecido Matias [1].
Justo de Eleuterópolis
Ainda de acordo com a tradição, este Justo acabou se tornando bispo de Eleuterópolis, onde ele teria morrido como um mártir, sendo hoje venerado como "São Justo de Eleuterópolis". A localização nos dá uma pista da idade desta lenda, pois o local onde a cidade de Eleuterópolis estava era apenas uma vila no século I d.C. cujos habitantes foram assassinados ou escravizados por Vespasiano em 68 d.C.[2]. O local foi re-fundado, como Eleuterópolis, em 200 d.C. por Sétimo Severo.
Referências
- ↑ Eisenman, Robert (1997). «xxxvi». James the Brother of Jesus: The Key to Unlocking the Secrets of Early Christianity and the Dead Sea Scrolls (em inglês). [S.l.]: Viking Penguin. 1074 páginas. ISBN 0-670-86932-5. Consultado em 16 de maio de 2011
- ↑ Flávio Josefo, Guerra dos Judeus
ANTÓNIO FONSECA