quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Contardo Ferrini - Modelos Vicentinos

Em 13 de Abril de 1947 assistia Roma, interessada, à cerimónia da beatificação dum leigo da nossa época, que viveu a mesma vida que nós; e com pasmo via passar a imagem daquele cuja santidade era reconhecida pela Igreja, vestido com o trajo de cerimónia de há uns 50 anos: sobrecasaca, calça cinzenta, colarinho e gravata.
Este homem, cuja virtude soube triunfar das ciladas que, no século, de todos os lados nos espreitam, foi Contardo Ferrini, vicentino dedicadíssimo, o primeiro vicentino a conquistar a honra dos altares. Como Ozanam, professor notável, serviu-lhe a ciência admiravelmente como meio para abraçar a verdade, que em constante apostolado soube comunicar aos outros dando-lhes, com o esplendor da sua inteligência e sabedoria, a bondade inesgotável do seu grande coração, que a fé dilatava e iluminava.
Formado em Direito, na Universidade de Pavia aos 22 anos, foi sucessivamente assistente de História do Direito Romano naquele mesmo estabelecimento e professor efectivo nas Universidades de Messina e de Modena; e desde 1894 até à sua morte, ocorrida em 1902, titular da cadeira de Direito Romano novamente em Paris.
Adquiriu como professor a maior autoridade e conquistou, pelos trabalhos publicados, a admiração do mundo sábio. O grande Mommsen rendeu-lhe homenagem, afirmando que, assim como o século XIX tinha sido o século de Savigny, o século XX seria o de Ferrini: infelizmente foi arrebatado por uma morte prematura logo no limniar do século. O académico Denis Cochin, que o conheceu em Paris, escrevia a S. S. Pio X: "Ferrini, admirável crente, espalhou por toda a parte o perfume das suas virtudes; era outro Ozanam e fazia recordar tudo quanto a história refere dos servos dos séculos idos".
Ele foi efectivamente heróico nas suas virtudes, principalmente na humildade; serviu os pobres toda a vida e a Sociedade de S. Vicente de Paulo contou-o entre os seus mais valiosos irmãos vicentinos.
O Breve Apostólico lido na beatificação exalta a personalidade de Contardo Ferrini e refere com as respectivas provas os dois famosos milagres operados por seu intermédio em dois jovens curados, um do mal de Pott e outro de gravissima fractura do crânio.
Como o vicentino Pedro Jorge Frassati, como S. S. Pio XI, que considerava esse exercicio, quando não temerário, como o mais benéfico para a alma e para o corpo, foi Contardo Ferrini, apaixonado alpinista. Ao entrar no curso superior, já fizera a ascensão do Monte Rosa e durante toda a vida cultivou com paixão este desporto, que o transportava ao alto das montanhas, terrestres, donde, suspensos por uns dias os seus profundos estudos, mais facilmente se elevava até ao alto cume de Deus; e sustentava, com tantos outros, dos quais o Santo de Assis (Francisco) é exemplo máximo, que o sentimento da natureza, dom precioso das almas privilegiadas, deveria tomar uma parte importante na nossa educação, porquanto nesses contactos com a natureza, sentimos a vizinhança de Deus e contemplamos as Suas maravilhas.
E, afirmando modestamente que, se tivesse sido poeta, a inspiração teria surgido nessa hora, descreve-nos ele com encantadora poesia o espectáculo dos cumes nevados, terminando assim: "Eram precisamente esses panoramas, esses pinheiros dos Alpes, esses cumes brancos avermelhados ao sol nascente, era o brando raio da lua a brincar na noite silenciosa e a reflectir-se na superficie frisada do lago, era tudo isso que em mim acordava fortemente o sentimento religioso, a atracção para o ideal, o ódio e o desprezo por todas as fealdades".
Fica assim explicada a paixão de Ferrini pela montanha, a qual longe de contrariar, como se poderia supor, as restantes manifestações da sua vida, antes confirma inteiramente a constante ascensão daquela alma para Deus.
Milhares de vezes tomou o comando de grupos que se confiavam à sua futura experiência; mostrava-se então o mais jovial e entusiasta dos companheiros, revelando as belezas da montanha e dando explicações sobre a geologia, a fauna e a flora, à mistura com citações poéticas, em grego, em latim, em alemão ou italiano. Aconselhava também os camaradas e punha-os em guarda contra o perigo de comer certos frutos ou de beber certas águas; e dava-lhes constante bom exemplo no inflexivel cumprimento dos deveres religiosos: nunca faltou á Missa por causa duma ascensão, nem tão pouco quebrou o jejum ou a abstinência, por cansado ou fraco que se sentisse, com o que sempre edificava a todos.
Nem sempre foi, porém, tão escrupuloso na observância pessoal de cuidados de outra ordem, que aos companheiros solicitamente recomendava; e assim foi que a sua prematura morte, ocorrida em 17 de Outubro de 1902, quando tanto havia a esperar das suas virtudes e do seu talento, foi devida a uma febre tifóide, adquirida em água inquinada, que bebeu numa dessas excursões.
Nele perdeu a ciência do Direito Romano um dos fervorosos cultores e a Sociedade de S. Vicente de Paulo um dos mais ilustres ornamentos; regozija-se esta porém com a valiosa contribuiçao dada pela prática da Caridade, através da Conferência, para a conquista da posição eminente a que soube elevar-se e que lhe valeu a glória de ser proclamado pela Igreja heróico na virtude.
Foi Vice-Presidente duma Conferência de Pavia na qual introduziu o hábito da troca do beijo da paz no começo das sessões e edificou os irmãos vicentinos pela humildade de trato com os pobres aos quais visitava modestamente vestido e sobre cujas dores e virtudes meditava profundamente, para daí tirar ensinamentos para si.
LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA MÃE MARIA SANTÍSSIMA
António Fonseca

O HINO À CARIDADE

Ontem, dia 9 de Dezembro realizou-se a Assembleia da Imaculada Conceição, organizada pelo Conselho Central Feminino do Porto, da Sociedade de S. Vicente de Paulo, ao qual esta Conferência pertence através do Conselho de Zona Porto Poente, e do qual é Secretário este vosso servo. A Assembleia teve lugar na Casa Diocesana de Vilar - Porto e foi enriquecida com uma palestra do Padre Gonçalo Amaro que dissertou sobre o Tema "O HINO À CARIDADE". A seguir transcrevo esse Hino e os temas de reflexão sobre o qual se debruçou:
O HINO À CARIDADE
A Magna Carta de todo o serviço eclesial
1 Cor. 13
(1) Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos,
se não tiver Amor, sou como o bronze que soa
ou um címbalo que retine.
(2) Ainda que eu tenha o dom da profecia
e conheça todos os mistérios e toda a ciência,
ainda que eu tenha tão grande fé que transporte montanhas,
se não tiver Amor, nada sou.
(3) Ainda que eu distribua todos os meus bens
e entregue o meu corpo para ser queimado,
se não tiver Amor, de nada me aproveita
(4) O Amor é paciente,
O Amor é prestável, não é invejoso,
não é arrogante nem orgulhoso,
(5) Nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita nem guarda ressentimento.
(6) Não se alegra com a injustiça,
mas rejubila com a verdade.
(7) Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.
(8) O Amor jamais passará.
As profecias terão o seu fim,
o dom das línguas terminará
e a ciência vai ser inútil
(9) Pois o nosso conhecimento é imperfeito
e também imperfeita é a nossa profecia.
(10) Mas, quando vier o que é perfeito,
o que é imperfeito desaparecerá.
(11) Quando eu era criança,
falava como criança, pensava como criança,
raciocinava como criança.
Mas, quando me torne homem,
deixei o que era próprio de criança.
(12) Agora, vemos como num espelho,
de maneira confusa;
depois, veremos face a face.
Agora, conheço de modo imperfeito;
depois, conhecerei como sou conhecido.
(13) Agora permanecem estas três coisas:
a , a Esperança e o Amor;
mas a maior de todas é o Amor.
(Outros textos paulinos sobre a Caridade)
Rom. 13,8-10:
A Caridade, plenitude da lei
(8) "Não fiqueis a dever nada a ninguém, a não ser isto; amar-vos uns aos outros. Pois quem ama o próximo cumpre plenamente a lei".
(9) "De facto: Não cometerás adultério, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, bem como qualquer outro mandamento, estão resumidos numa só frase: "Amarás o teu próximo como a ti mesmo".
(10) O Amor não faz mal ao próximo. Assim, é no Amor que está o pleno cumprimento da lei".
Gal. 5,6:
A que actua pela Caridade
"Em Cristo Jesus, nem a circuncisão nem a incircuncisão valem alguma coisa, a não ser a "agindo" pela Caridade"
I Tes. 1,3:
O Esforço da Caridade
"Recordamos a actividade da vossa , o esforço da vossa Caridade e a firmeza da vossa Esperança em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Síntese da Reflexão
. "Se não tiver Amor, de nada me aproveita" (I Cor. 13,3)! "A Caridade é sempre algo mais do que mera actividade"! (DCE 34)
. "Se nâo tiver Amor, nada sou" (I Cor. 13,2)! A falta de Caridade esvazia não apenas as nossas acções, mas também a nossa própria existência.
. "O Amor é paciente, o Amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso" (Cor. 13, 4-7). A Caridade não se identifica com as acções que a pessoa realiza, mas é algo anterior a elas, que as suscita e as acompanha. A Caridade parece definir mais a pessoa que actua, do que a acção que realiza.
. "A maior (entre as virtudes teologais) é a Caridade (1 Cor. 13,13). O caminho da maturidade cristã aponta para a Caridade.
. "Pois quem ama o próximo cumpre plenamente a Lei" (cf. Rom. 13,8-10). O homem é imagem de Deus e atingirá a plenitude dessa qualidade quando, na sua vida relacional com Deus e com os outros, atingir a perfeição de comunhão, na gratuitidade da Caridade.
. "A agindo (actuante) pela Caridade" (Gal. 5,6). A Caridade não é um ingrediente acrescentado à , mas o elemento dinâmico da própria .
. "O esforço da vossa Caridade" (I Tes. 1,3). É significativo que ao falar, pela primeira vez, da Caridade, São Paulo a apresente, ao lado da Esperança e da , e a defina como um trabalho pesado, algo de "penoso" (kopos), que requer esforço, sem se confundir com mero sentimentalismo.
. A Caridade não se confunde nem se reduz a uma mera filantropia. A Caridade vem de Deus, é participação no próprio Amor de Jesus Cristo por nós, é obra do Espírito Santo ...
. Porque se trata, na Caridade, de um dom do Espírito Santo, o sujeito da Caridade é tanto a Igreja como cada cristão.
10º. Como expressão pessoal, a Caridade é o sinal, por excelência, da fidelidade do cristão!
11º. "A Igreja não pode descurar om serviço da Caridade, tal como não pode negligenciar os Sacramentos nem, a Palavra" (DCE 22)!
12º. "É muito importante que a actividade caritativa da Igreja mantenha todo o seu explendor e não se dissolva na organização assistencial comum, tornando-se uma simples variante da mesma" (DCE 31).
13º. O Amor de Cristo por todos, que nos impele" (II Cor. 5,14)! Eis o critério inspirador da acção caritativa cristã:
14º. " Tudo passa, só a Caridade é que jamais passará" (I Cor. 13,8). "O Amor - Caritas - será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa. Não há qualquer ordenamento estatal justo que possa tornar supérfluo o serviço do Amor. Quem prescinde do Amor, prepara-se para se desfazer do ser humano enquanto ser humano" (DCE 28).
DCE - Encíclica de Bento XVI "Deus Caritas Est" (Trad. Deus é Amor)
Perguntas para reflexão:
1. Porque é que se designou o Hino à Caridade como "Magna Carta de todo o serviço eclesial? (DCE 34)".
2. Qual o aspecto mais inovador ou surpreendente, a destacar da leitura e meditação do Hino à Caridade?
3. A Caridade organizada, levada à prática pelo vosso grupo, aparece claramente, como expressâo da missão da Igreja, enquanto comunidade de Amor?
4. Qual é o maior risco que enfrenta, neste momento, a Caridade organizada, levada a cabo pelo vosso grupo? Caridade, pelo vosso grupo?
5. E qual o maior desafio?
"LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA MÃE MARiA SANTÍSSIMA"
António Fonseca

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Em Março de 2006, tive acesso ao site de http://jovensredentoristas.no.sapo.pt e de entre as várias coisas importantes que lá encontrei, havia uma carta dirigida a mim, que passo a transcrever com a devida vénia:
António Fonseca, como cristão, és chamado a testemunhar ao mundo que crês em Mim, com os teus gestos, sorrisos e palavras. Mas, olha ... um segredo ... Não estás só ...
Eu também gostava de te dizer o quanto gosto de ti.
Hoje dizes: Creio em Deus Pai, todo Poderoso ...
E Eu digo-te: Creio em ti António Fonseca!
Creio em ti porque te amo.
Sabes o que quer dizer "creio em ti"?
Quer dizer que acredito em ti, confio em ti, tenho a certeza que o teu coração está disponível a acolher-Me e a deixar-se transformar pelo Meu Amor. É tudo isto que Eu te segredo, quando digo "creio em ti, António Fonseca" ...
Creio em ti porque és feliz em Mim e amas-Me como Pai.
Como Pai que sou, não te deixo só no decorrer da tua vida e tu sabes disso;
por isso creio em ti.
Sou Pai todo poderoso que é o mesmo que te dizer que sou Amor, não me imponho no teu dia a dia, mas estou continuamente a propor-me em cada "esquina", em cada "curva" da tua vida e sei que tu Me levas no teu coração; por isso, António Fonseca, creio em ti!
Mas não sou só Eu que te quero falar neste dia. Jesus também te quer falar ...
Olá, António Fonseca ...
Pois é, Eu também te quero falar!
De Mim dizes: Creio em Jesus Cristo ...
Deixa-me ser Eu hoje a dizer-te: Creio em ti António Fonseca!
Creio em ti, tal como o Pai crê.
Creio em ti pois tens gravado no coração o Meu maior mandamento:
"Amai-vos como Eu vos amei".
Sei que tens tentado deixar morrer o teu "eu" para que o meu "Eu" seja louvado,
por isso creio em ti.
Creio em ti pois és um sinal Meu no meio que te rodeia.
Creio em ti pois tomaste consciência que o meu Amor não é um amor que possui,
mas um Amor que glorifica.
António Fonseca, és uma pessoa cheia de sorte.
O Espírito Santo também quer neste dia falar contigo.
Então António Fonseca, bem disposto?
Como não podia deixar de ser Eu também te quero falar.
De mim dizes: Creio no Espírito Santo ...
Tal como o Pai e como Jesus Eu hoje também te quero dizer:
Eu creio em ti, António Fonseca.
Creio em ti pois tenho sentido que me buscas como elo de ligação a Deus Pai.
Creio em ti porque Comigo és capaz de dizer que este mundo pode ser melhor.
Creio em ti pois sabes que, ontem como hoje,
habito em vós e estou pronto para moldar o teu coração.
Creio em ti pois tenho estado a moldar o teu coração para que sejas uma presença
Viva de Cristo no meio dos que te rodeiam.
Como podes ver António Fonseca, dizer Deus é dizer uma família de três pessoas em comunhão de Amor em plenitude.
Eu sou o Pai, Filho e Espírito Santo; cremos em ti como tu crês em nós.
Quando terminas de dizer que crês em Mim, terminas com um "Ámen".
Nem podes sonhar ou imaginar o quanto isso me faz feliz.
Hoje é o dia de te contar o porquê deste "Ámen" me fazer tão feliz.
Quando dizes "Ámen", Eu leio no teu coração estas palavras:
"Meu Pai, deposito toda a minha vida nas Tuas mãos.
Não quero ser um "medricas" que não é capaz de assumir que crê em Ti.
Eis-me disposto a olhar de frente o mundo e gritar bem alto que Jesus está vivo
e nos Ama como ninguém.
Eis-me disposto a ser um espelho do Teu Amor no meio que me rodeia, acarretando com todas as dificuldades que vêm de me assumir um discípulo Teu.
Sei que não me deixas sozinho e que juntos ninguém nos pode parar; por isso abro as portas do meu oração ao Espírito Santo para que ele me transforme e me faça
um instrumento Teu no mundo.
Eis-me disposto a fazer com que a minha vida uma "ponte" que ligue os que ainda não viram em Ti o caminho da felicidade.
Eis-me disposto a "abrir os olhos" daqueles que ainda têm dúvidas de que Tu és o verdadeiro Amor, o Amor que se dá gratuitamente, o Amor que se dá sem nada esperar".
António Fonseca junto com estas palavras envio-te um grande abraço ...
deste Deus que te ama muito
Pai
Filho e
Espírito Santo
Nota: (Tenho a certeza de que esta carta é enviada a todos os homens, todas as mulheres e todas as crianças deste mundo, por isso é que a transcrevi para a relembrar a todos). António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...