quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Renato Masini - Modelos Vicentinos

RENATO MASINI
(1901 - 1931)
Ao zelo comovido e saudoso do Presidente do Conselho Particular de Lucca devemos os apontamentos desta vida bem curta, mas em constante elevação para Deus, o que em grande parte se fez no quadro vicentino.
Nascido em Spezia, veio, criança ainda, com a família para Lucca, onde estudou e desenvolveu a sua benfazeja actividade.
A piedosa educação recebida de sua mãe de tal maneira o convenceu da importância fundamental da religião, que nela colocou inteiramente o objectivo da sua vida.
Muito inteligente e culto, doutorou-se em Medicina na Universidade de Pisa em 1925; não chegou porém a exercer a profissão, fosse por ter sido nessa ocasião atingido por uma doença nervosa, que muito o fez sofrer, fosse por começar a sentir em si a vocação sacerdotal, para a qual se preparou cm o estudo sério da filosofia escolástica; mas no momento em que ia a apresentar-se ao exame que decidiria da sua admissão ao Seminário, sentiu os primeiros sintomas da tuberculose, que em poucos anos o vitimaria e que o obrigou a renunciar ao seu ideal.
Sob a direcção do seu confessor, esforçou-se por atingir a perfeição cristã, pela oração, meditação,comunhão diária e também pela luta de cada instante contra os defeitozinhos do seu génio.
A SUA PUREZA ANGÉLICA LEVOU-O A PEDIR E A OBTER DO SEU CONFESSOR LICENÇA PARA FAZER VOTO DE CASTIDADE, PRIMEIRAMENTE TEMPORÁRIO, E DEPOIS PERPÉTUO.
TRABALHOU ENQUANTO A SAÚDE LHO PERMITIU, NAS FILEIRAS DA ACÇÃO CATÓLICA, AO SERVIÇO DA QUAL DESENVOLVEU FERVOROSO APOSTOLADO ENTRE A GENTE MOÇA. MAS A FORMA DE ACTIVIDADE QUE MAIS ATRACÇÃO SOBRE ELE EXERCIA ERA A DAS CONFERÊNCIAS DE S. VICENTE DE PAULO, QUE TÃO BEM SE QUADRAVA COM O SEU IDEAL DE CARIDADE. COM VERDADEIRO ENTUSIASMO COLABOROU NO RENASCIMENTO DESSA ACTIVIDADE EM LUCCA, ONDE HÁ MUITO SE ARRASTAVA ADORMECIDA.
FOI SECRETÁRIO DO CONSELHO PARTICULAR,
ANIMADOR DE VÁRIAS CONFERÊNCIAS,
FUNDADOR E PRESIDENTE DA SUA PARÓQUIA,
POSTA SOB A INVOCAÇÃO DE S. MARTINHO, QUE DIRIGIU COM PRUDÊNCIA E TACTO, DISTINGUINDO-SE PELA ADMIRÁVEL CARIDADE PARA COM POBRES E IRMÃOS VICENTINOS.
PODE-SE SEGURAMENTE AFIRMAR QUE SE CONTAGIOU DA DOENÇA QUE VEIO A DAR-LHE A MORTE AO VISITAR E TRATAR UM RAPAZ DOENTE QUE, APESAR DE CONSCIENTE DO RISCO QUE CORRIA, TOMOU À SUA CONTA, NO INTUITO DE O RECONCILIAR COM NOSSO SENHOR, O QUE CONSEGUIU, MAS À CUSTA DA PRÓPRIA VIDA QUE, COM TAL FIM, QUIS OFERECER A DEUS.
APESAR DOS MÚLTIPLOS CUIDADOS, AOS QUAIS SE SUBMETEU DOCILMENTE POR AMOR DOS SEUS, MAS CUJA INANIDADE PREVIA, MORREU, INTEIRAMENTE SUBMISSO À VONTADE DE DEUS, AOS 5 DE MAIO DE 1931, CONTANDO APENAS TRINTA ANOS.
OS ÚLTIMOS TRINTA MESES DA SUA VIDA, PASSOU-OS EM DOLOROSA AGONIA, AFASTADO DE TODOS, VOLUNTARIAMENTE ALHEADO DO MUNDO, EM SUA CASA, PARA MELHOR PODER PENSAR EM DEUS E NA SUA ALMA, APARENTEMENTE CALMO E ALEGRE, MAS CUSTOSAMENTE EXPERIMENTADO, NÃO SÓ POR SOFRIMENTOS FÍSICOS, MAS AINDA POR TENTAÇÕES E TRIBULAÇÕES DE ORDEM ESPIRITUAL. APESAR DISSO , DESEJAVA SEMPRE MAIS SOFRIMENTOS, A FIM DE PODER OFERECÊ-LOS A DEUS, PELA CONVERSÃO DOS PECADORES, E SOBRETUDO PELO RETORNO À FÉ DO POVO RUSSO, DO QUAL AMBICIONAVA SER O SALVADOR, SE TAL FOSSE A VONTADE DE DEUS.
MUITAS GRAÇAS OBTIDAS APÓS A SUA MORTE, FORAM ATRIBUÍDAS À SUA INTERCESSÃO, DE TAL MANEIRA QUE O ARCEBISPO DE LUCCA, ATENDENDO AO PEDIDO DAS CONFERÊNCIAS, ORDENOU A INTRODUÇÃO DO PROCESSO CANÓNICO DE INFORMAÇÃO SOBRE AS VIRTUDES E MILAGRES DESTE PIEDOSO SERVO DE DEUS.

HTTP://SSVP-PORTUGAL.PT

Escrito por Gilberto Custódio

Transcrito por António Fonseca

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pedro Jorge Frassati - Modelos Vicentinos

Mais uma vida bem curta, mas em linha recta para Deus, e incomparável como apaixonante modelo para rapazes, aos quais aconselhamos vivamente a leitura da sua bela biografia (1), da qual vamos dar aqui ligeiríssimo apontamento. Nascido em Turim, em 1901, filho do Director do jornal "La Stampa", que também foi embaixador de Roma em Berlim, e duma mãe admirável, que nele soube incutir o incondicional culto da verdade e formar-lhe a vontade numa educação viril, de montanhês de Bielle - nem doces, nem mimos; vinho só em dias de festas - realizou o mais completo tipo de autêntica virilidade, aquela que o mundo é incapaz de conceber: a virilidade que domina as paixões da adolescência e sabe sujeitar a vida de uma vontade forte. Não se deixou viver; venceu a vida. Não havia nela sombra de respeito humano, assim como era incapaz de trair a palavra dada, ou de faltar à verdade no mais insignificante ponto. Duma alegria "que nunca foi vista ofuscar-se", cheio de bom humor e de exuberância, gozou da máxima popularidade entre os companheiros, aos quais arrastava com o seu vozeirão estentórico. Quantos deles não foram influenciados pela lição do seu comportamento de cristão íntegro! Era dotado, diz um seu íntimo, duma "caridade tão vivida e sentida, que o tornava o elemento de união, a pessoa por todos amada, sem excepção. E valendo-se deste privilégio para aliciar todos ao bem, tinha a mais rara habilidade de não o fazer notar". Conseguia assim fazer notáveis conquistas, precisamente porque dele e apesar do seu desassombro, se pode dizer que o seu grande mérito consistiu em realizar todo o oposto do tipo clássico do beato. Outra razão do seu prestigio entre rapazes residiu na superioridade da sua adaptação a todos os desportos, nos quais facilmente triunfou, fosse a bola, a natação, o remo, a bicicleta, a equitação, o automobilismo e, mais que tudo, o alpinismo, que foi a sua grande paixão e no qual quis iniciar tantos companheiros de estudos, aos quais solicitamente amparava nas suas primeiras excursões às montanhas. Que alegria e que encanto não sabia ele imprimir-lhes! Como auxiliava e animava os seus colegas fatigados! E também como vigiava que não deixassem de cumprir os seus deveres religiosos! Foi também sempre dedicadissimo e atencioso ao máximo com os humildes, aos quais igualmente cativava. Enquanto os outros rapazes discutiam, complicados sistemas filosóficos, Pedro Jorge, seguro na simplicidade do seu pensar, não inventava crises nem dores; sabia donde vinha e para onde ia. Mas é preciso que percorramos, embora de fugida, a actividade vicentina, que tanto o absorveu, porque conforme afirmava, ela fazia mais bem aos seus amigos vicentinos do que aos pobres. A um tipógrafo amigo, que se lhe queixava do desânimo de certos operários modernos, angustiados por grandes misérias morais, observava-lhe: "Olha, para se curarem, seria bom que fizessem a visita aos pobres. Se esses que assim se degradam tanto, vissem com os próprios olhos a miséria material, como nós a vemos todas as semanas, experimentariam desgosto da sua miséria moral, fruto da baixeza e vulgaridade que não raro fazem descer o seu procedimento". Foi aos 17 anos que Pedro Jorge entrou para a Conferência dos Padres Jesuítas no Instituto Social e dali passou, aos 21, para a do Círculo Universitário. Generoso nas dádivas, não regateava tão pouco o seu tempo, prestando-se a substituir os vicentinos impedidos: assim, visitava correntemente quatro e cinco famílias e assim também era dos mais assíduos à sessão da Conferência, de que foi Vice-Presidente e onde muitas vezes substituía o Secretário. Era não só benfeitor, mas o amigo e irmão dos pobres que visitava, os quais acompanharam o seu funeral com verdadeira veneração, tocando o esquife e fazendo o sinal da cruz. Fez entre os seus companheiros da Universidade a mais intensa campanha para propaganda da obra das Conferências; à qual deveu muito da sua formação e que não sacrificava , mesmo nas épocas de mais violento trabalho escolar: "morrer a tudo, excepto à Conferência de S. Vicente de Paulo", dizia ele! E era tão grande a sua dedicação pelos pobres, que evitava sair de Turim para a aldeia no Verão, a fim de não faltarem de todo os visitadores! Era também ele o único vicentino que não se preocupava com o estado da caixa: queria sempre atender a todas as misérias. São inúmeros e edificantes os traços que até nós chegaram da sua zelozíssima vida vicentina, apesar do recato e modéstia da sua actuação. Lembremos apenas a narrativa simples, por ele feita, sobre a mudança de casa de um pobre: fora preciso procurar outra casa, esta apareceu e a mudança fez-se ... Simplesmente faltou dizer como se fez: foi ele próprio, empurrando um carro de mão através das ruas de Turim, onde tão conhecido era. No carrinho, os desmantelados trastes, e pela mão, os cinco andrajosos filhinhos do pobre! Já agonizante, na véspera da morte, a sessão da Conferência decorria sob o peso de tristeza; o Presidente perguntou pelos pobres de Pedro Jorge. Um vicentino apresentou então um bilhete do próprio punho deste, em que eram dadas as indicações precisas. A letra era quase ilegível, pois o corpo já estava invadido pela paralisia que iria acabar de o vitimar dentro de horas; mas atestava bem, como o seu pensamento acompanhava a Conferência e os pobres até à morte. Esse bilhete, conservado como relíquia, ficou servindo de marcador no livros das actas da Conferência. A doença atacara subitamente aquele organismo de ferro: fora em 30 de Junho de 1925, ao regressar do rio, onde fora remar, que sentira uma dor nos rins. Pedro Jorge gracejou, dizendo estar a precisar de se retemperar com o ar das montanhas; tinha, de facto, marcada uma ascensão a dois picos dos Alpes, para o dia 4 de Julho (2). Nesse mesmo dia fazia a maior ascensão : subia ao Céu, onde piedosamente cremos que está a tomar parte na Conferência de que fala Ozanam, após tão bela vida e tão resignada agonia, com aceitação plenamente consciente do sofrimento e sacrifício da vida. "Pedro Jorge, como a tua alma está bela"! "Jesus quer-te tanto!" - dizia o sacerdote que acabava de lhe ministrar os últimos sacramentos, e acrescentava: "Tinha um ar celeste". Se foi grande o bem que dele irradiou em vida, maior se tornou ainda a sua influência nos meios juvenis para além da morte: foi preciso que o grão morresse para germinar. "Pedro Jorge teria feito assim", pensam ainda hoje os rapazes, contagiados pelo seu luminoso exemplo. E assim, como diz o seu biógrafo, "eterno no Céu, imortal também na terra, com a graça do seu auxílio e da sua intercessão". http://ssvp-portugal.pt/ Escrito por Gilberto Custódio

"LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA MÃE MARIA SANTISSIMA"

António Fonseca

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Caridade jamais acaba - 34ª leitura de "Um ano a caminhar com S. Paulo"

34 “A CARIDADE JAMAIS ACABA” Uma das palavras com mais peso no NT é, em grego, agápê e seus derivados. Mas também é das mais difíceis de traduzir. As habituais traduções amor ou caridade estão há muito viciadas. Amar é confundido com gostar. E, neste caso, relaciona-me com o outro, na medida em que ele satisfaz os meus gostos. Para isso, o termo grego mais adequado seria eros, desconhecido do NT. Caridade, por sua vez, está quase reduzida ao bem prestado aos outros,. E também ele, tantas vezes, feito ao sabor de quem o pratica. Ainda assim, talvez seja a tradução preferível. Sobretudo, tendo em conta eu na raiz de Caridade está provavelmente o grego kharis que significa graça. Que a gratuitidade é parte integrante de agápê, pode ver-se no elogio que Paulo lhe tece em 1 Cor 13. Situado entre os cap. 12-14, onde, contra uma preferência exclusivista pela glossololalia, defende a necessidade de todos os carismas, mais usados ao serviço da comunidade. Para isso, há que trilhar um caminho que ultrapassa todos os outros (12, 31): o da caridade. 1 Cor 13 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou com um bronze que soa ou um címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência e ainda eu que tenha toda a fé, de tal modo que remova montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens e ainda que eu entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita. A caridade é paciente, bondosa é a caridade, não ferve de inveja, não se ostenta, não se orgulha, nada faz de inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade, tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo aguenta. A caridade jamais acaba. As profecias serão abolidas, as línguas cessarão e a ciência será abolida. Pois o nosso conhecimento é fragmentário e fragmentária é também a nossa profecia. Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito será abolido. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem,, deixei o que era próprio de criança. Agora vemos como um espelho, de maneira enigmática; depois veremos face a face; agora conheço de modo fragmentário depois reconhecerei como fui reconhecido. Agora permanecem a fé, a esperança, a caridade, estas três; mas a maior delas é a caridade. Percorramos então o caminho da Caridade, até chegarmos à plenitude da vida,
na terceira etapa: 1. Sem a Caridade, nada sou (vv. 1-3). , Posso realizar as coisas mais admiráveis. Falar as línguas dos anjos e dos homens. A glossolalia, atribuída a seres celestes, manifesta-se em estados de êxtase que deles se aproximam. Mas que proveito tem, se ninguém entende o que se diz (14, 1-25)? Posso, porém, ter outros dons mais valiosos: a profecia (12, 28: 14, 1-25) e o conhecimento de mistérios e toda a ciência (12, 8) que me dão acesso a Deus e aos seus planos; ou, então, o de uma fé que consegue o que é humanamente impossível (Mt 17, 20). Mais ainda: posso distribuir todos os meus bens e até entregar o meu corpo para ser queimado, sacrificando a minha vida pelos outros e por Deus, através do martírio ... Se, porém, não tiver Caridade, de nada me aproveita. Mas como, se são acções tão admiráveis ? Exactamente por isso: porque no fundo, é a admiração que eu procuro. Veja-se como tudo está formulado na primeira pessoa do singular. Enquanto me não me libertar do egocentrismo, não é o bem dos outros que realmente me interessa. Na prática, eles são usados para meu proveito. E a minha vida continua encerrada no reduto da minha individualidade. Que devo fazer então? – O que só pela Caridade é possível: 2. A Caridade é paciente, bondosa é a Caridade... (vv. 4-7). O sujeito de todas as 15 frases é agora a Caridade, como se duma pessoa se tratasse. E não será? Vejamos o que ela faz. No original grego , todos os verbos são activos, porque a Caridade existe, na medida em que se pratica. Que vale dizer a uma pessoa que a amo e lhe quero bem, se não lhe faço o bem que lhe quero e evito todo o mal que a prejudique? A lista começa e termina pelo que de bem se faz. Quem age, levado pela paciência e a bondade (v. 4), é quem tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo aguenta (v. 7). Um tudo que, pelo meio, exige que se evite todos os males, desde a inveja ao alegrar-se com injustiça, a que se opõe a alegria com a verdade do que faz e diz a pessoa que amo, (vv. 4-6). Ela é tudo para mim. Tanto, que por ela até faço mais do que posso, transcendo as minhas capacidade humanas.
Como assim? Antes de mais, porque a vida que tenho, se partilhada e aceite pelos outros, alarga-se à vida deles, que passam, por sua vez, a viver também para mim e para outros, numa torrente de vida que não tem fim. A Caridade gera sempre mais Caridade ... e mais vida. Mas, para isto, e dadas as nossas limitações, precisamos de um outro que, Ele sim, é por natureza capaz de tudo transcender, na sua Caridade. Muitas das virtudes referidas são, na Bíblia, atributos de Deus. Logo as primeiras: O Senhor é misericordioso e compassivo, paciente e cheio de bondade (Sl 102, 8). E porque a todos tanto ama, deu-lhes o próprio Filho (Rm 5, 8; 8, 32, Jo 3, 16) que se humilhou a si mesmo (Fl 2, 6-8) e por todos deu a vida (Gl 2, 20; 2 Cor 5, 14). Só em Deus a Caridade atinge a sua verdadeira dimensão. 3. A Caridade jamais acaba (vv. 8-12). Se acabar, deixa de o ser. A eternidade está inscrita na sua natureza. Quando sou amado, desejo sê-lo para sempre ... e de nada mais preciso. Tudo o resto é fragmentário: as profecias, as línguas, a ciência. Esta condição fragmentária já aponta para algo que seja perfeito, de tal modo que,
quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito será abolido.
É como entre a vida de criança e a de adulto: quando era criança, desejo ser adulto; e, uma vez adulto, para o ser, deixo de fazer o que é próprio da criança. Aplicando isto à relação com Deus e à Caridade que dele já experimentamos: agora vemos (a Deus) como num espelho, de maneira enigmática; depois veremos face a face (Nm 12, 6-8); agora conheço (a Deus) de modo fragmentário; depois o reconhecerei como fui reconhecido por Ele, quando pelo Baptismo, me adoptou como filho. A Caridade de que já vivo desde então, será completa quando dela gozar para sempre. Para isso, tenho de acolher como um, apelo as últimas palavras de Paulo (v. 13). Porque a fé e a esperança terminam com a visão beatifica na eternidade, por isso a Caridade é a maior. Mas nesta vida preciso das três. Porque sem fé e esperança estou privado do Deus, sem o qual não terei Caridade ... nem a indescritível felicidade que ela me proporciona, já nesta vida. Boa noite, Irmãos em Cristo.
António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...