quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Pedro Jorge Frassati - Modelos Vicentinos

Mais uma vida bem curta, mas em linha recta para Deus, e incomparável como apaixonante modelo para rapazes, aos quais aconselhamos vivamente a leitura da sua bela biografia (1), da qual vamos dar aqui ligeiríssimo apontamento. Nascido em Turim, em 1901, filho do Director do jornal "La Stampa", que também foi embaixador de Roma em Berlim, e duma mãe admirável, que nele soube incutir o incondicional culto da verdade e formar-lhe a vontade numa educação viril, de montanhês de Bielle - nem doces, nem mimos; vinho só em dias de festas - realizou o mais completo tipo de autêntica virilidade, aquela que o mundo é incapaz de conceber: a virilidade que domina as paixões da adolescência e sabe sujeitar a vida de uma vontade forte. Não se deixou viver; venceu a vida. Não havia nela sombra de respeito humano, assim como era incapaz de trair a palavra dada, ou de faltar à verdade no mais insignificante ponto. Duma alegria "que nunca foi vista ofuscar-se", cheio de bom humor e de exuberância, gozou da máxima popularidade entre os companheiros, aos quais arrastava com o seu vozeirão estentórico. Quantos deles não foram influenciados pela lição do seu comportamento de cristão íntegro! Era dotado, diz um seu íntimo, duma "caridade tão vivida e sentida, que o tornava o elemento de união, a pessoa por todos amada, sem excepção. E valendo-se deste privilégio para aliciar todos ao bem, tinha a mais rara habilidade de não o fazer notar". Conseguia assim fazer notáveis conquistas, precisamente porque dele e apesar do seu desassombro, se pode dizer que o seu grande mérito consistiu em realizar todo o oposto do tipo clássico do beato. Outra razão do seu prestigio entre rapazes residiu na superioridade da sua adaptação a todos os desportos, nos quais facilmente triunfou, fosse a bola, a natação, o remo, a bicicleta, a equitação, o automobilismo e, mais que tudo, o alpinismo, que foi a sua grande paixão e no qual quis iniciar tantos companheiros de estudos, aos quais solicitamente amparava nas suas primeiras excursões às montanhas. Que alegria e que encanto não sabia ele imprimir-lhes! Como auxiliava e animava os seus colegas fatigados! E também como vigiava que não deixassem de cumprir os seus deveres religiosos! Foi também sempre dedicadissimo e atencioso ao máximo com os humildes, aos quais igualmente cativava. Enquanto os outros rapazes discutiam, complicados sistemas filosóficos, Pedro Jorge, seguro na simplicidade do seu pensar, não inventava crises nem dores; sabia donde vinha e para onde ia. Mas é preciso que percorramos, embora de fugida, a actividade vicentina, que tanto o absorveu, porque conforme afirmava, ela fazia mais bem aos seus amigos vicentinos do que aos pobres. A um tipógrafo amigo, que se lhe queixava do desânimo de certos operários modernos, angustiados por grandes misérias morais, observava-lhe: "Olha, para se curarem, seria bom que fizessem a visita aos pobres. Se esses que assim se degradam tanto, vissem com os próprios olhos a miséria material, como nós a vemos todas as semanas, experimentariam desgosto da sua miséria moral, fruto da baixeza e vulgaridade que não raro fazem descer o seu procedimento". Foi aos 17 anos que Pedro Jorge entrou para a Conferência dos Padres Jesuítas no Instituto Social e dali passou, aos 21, para a do Círculo Universitário. Generoso nas dádivas, não regateava tão pouco o seu tempo, prestando-se a substituir os vicentinos impedidos: assim, visitava correntemente quatro e cinco famílias e assim também era dos mais assíduos à sessão da Conferência, de que foi Vice-Presidente e onde muitas vezes substituía o Secretário. Era não só benfeitor, mas o amigo e irmão dos pobres que visitava, os quais acompanharam o seu funeral com verdadeira veneração, tocando o esquife e fazendo o sinal da cruz. Fez entre os seus companheiros da Universidade a mais intensa campanha para propaganda da obra das Conferências; à qual deveu muito da sua formação e que não sacrificava , mesmo nas épocas de mais violento trabalho escolar: "morrer a tudo, excepto à Conferência de S. Vicente de Paulo", dizia ele! E era tão grande a sua dedicação pelos pobres, que evitava sair de Turim para a aldeia no Verão, a fim de não faltarem de todo os visitadores! Era também ele o único vicentino que não se preocupava com o estado da caixa: queria sempre atender a todas as misérias. São inúmeros e edificantes os traços que até nós chegaram da sua zelozíssima vida vicentina, apesar do recato e modéstia da sua actuação. Lembremos apenas a narrativa simples, por ele feita, sobre a mudança de casa de um pobre: fora preciso procurar outra casa, esta apareceu e a mudança fez-se ... Simplesmente faltou dizer como se fez: foi ele próprio, empurrando um carro de mão através das ruas de Turim, onde tão conhecido era. No carrinho, os desmantelados trastes, e pela mão, os cinco andrajosos filhinhos do pobre! Já agonizante, na véspera da morte, a sessão da Conferência decorria sob o peso de tristeza; o Presidente perguntou pelos pobres de Pedro Jorge. Um vicentino apresentou então um bilhete do próprio punho deste, em que eram dadas as indicações precisas. A letra era quase ilegível, pois o corpo já estava invadido pela paralisia que iria acabar de o vitimar dentro de horas; mas atestava bem, como o seu pensamento acompanhava a Conferência e os pobres até à morte. Esse bilhete, conservado como relíquia, ficou servindo de marcador no livros das actas da Conferência. A doença atacara subitamente aquele organismo de ferro: fora em 30 de Junho de 1925, ao regressar do rio, onde fora remar, que sentira uma dor nos rins. Pedro Jorge gracejou, dizendo estar a precisar de se retemperar com o ar das montanhas; tinha, de facto, marcada uma ascensão a dois picos dos Alpes, para o dia 4 de Julho (2). Nesse mesmo dia fazia a maior ascensão : subia ao Céu, onde piedosamente cremos que está a tomar parte na Conferência de que fala Ozanam, após tão bela vida e tão resignada agonia, com aceitação plenamente consciente do sofrimento e sacrifício da vida. "Pedro Jorge, como a tua alma está bela"! "Jesus quer-te tanto!" - dizia o sacerdote que acabava de lhe ministrar os últimos sacramentos, e acrescentava: "Tinha um ar celeste". Se foi grande o bem que dele irradiou em vida, maior se tornou ainda a sua influência nos meios juvenis para além da morte: foi preciso que o grão morresse para germinar. "Pedro Jorge teria feito assim", pensam ainda hoje os rapazes, contagiados pelo seu luminoso exemplo. E assim, como diz o seu biógrafo, "eterno no Céu, imortal também na terra, com a graça do seu auxílio e da sua intercessão". http://ssvp-portugal.pt/ Escrito por Gilberto Custódio

"LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA MÃE MARIA SANTISSIMA"

António Fonseca

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

A Caridade jamais acaba - 34ª leitura de "Um ano a caminhar com S. Paulo"

34 “A CARIDADE JAMAIS ACABA” Uma das palavras com mais peso no NT é, em grego, agápê e seus derivados. Mas também é das mais difíceis de traduzir. As habituais traduções amor ou caridade estão há muito viciadas. Amar é confundido com gostar. E, neste caso, relaciona-me com o outro, na medida em que ele satisfaz os meus gostos. Para isso, o termo grego mais adequado seria eros, desconhecido do NT. Caridade, por sua vez, está quase reduzida ao bem prestado aos outros,. E também ele, tantas vezes, feito ao sabor de quem o pratica. Ainda assim, talvez seja a tradução preferível. Sobretudo, tendo em conta eu na raiz de Caridade está provavelmente o grego kharis que significa graça. Que a gratuitidade é parte integrante de agápê, pode ver-se no elogio que Paulo lhe tece em 1 Cor 13. Situado entre os cap. 12-14, onde, contra uma preferência exclusivista pela glossololalia, defende a necessidade de todos os carismas, mais usados ao serviço da comunidade. Para isso, há que trilhar um caminho que ultrapassa todos os outros (12, 31): o da caridade. 1 Cor 13 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou com um bronze que soa ou um címbalo que retine. Ainda que eu tenha o dom da profecia e conheça todos os mistérios e toda a ciência e ainda eu que tenha toda a fé, de tal modo que remova montanhas, se não tiver caridade, nada sou. Ainda que eu distribua todos os meus bens e ainda que eu entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada me aproveita. A caridade é paciente, bondosa é a caridade, não ferve de inveja, não se ostenta, não se orgulha, nada faz de inconveniente, não procura o seu interesse, não se irrita, não guarda ressentimento, não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade, tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo aguenta. A caridade jamais acaba. As profecias serão abolidas, as línguas cessarão e a ciência será abolida. Pois o nosso conhecimento é fragmentário e fragmentária é também a nossa profecia. Mas, quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito será abolido. Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Mas, quando me tornei homem,, deixei o que era próprio de criança. Agora vemos como um espelho, de maneira enigmática; depois veremos face a face; agora conheço de modo fragmentário depois reconhecerei como fui reconhecido. Agora permanecem a fé, a esperança, a caridade, estas três; mas a maior delas é a caridade. Percorramos então o caminho da Caridade, até chegarmos à plenitude da vida,
na terceira etapa: 1. Sem a Caridade, nada sou (vv. 1-3). , Posso realizar as coisas mais admiráveis. Falar as línguas dos anjos e dos homens. A glossolalia, atribuída a seres celestes, manifesta-se em estados de êxtase que deles se aproximam. Mas que proveito tem, se ninguém entende o que se diz (14, 1-25)? Posso, porém, ter outros dons mais valiosos: a profecia (12, 28: 14, 1-25) e o conhecimento de mistérios e toda a ciência (12, 8) que me dão acesso a Deus e aos seus planos; ou, então, o de uma fé que consegue o que é humanamente impossível (Mt 17, 20). Mais ainda: posso distribuir todos os meus bens e até entregar o meu corpo para ser queimado, sacrificando a minha vida pelos outros e por Deus, através do martírio ... Se, porém, não tiver Caridade, de nada me aproveita. Mas como, se são acções tão admiráveis ? Exactamente por isso: porque no fundo, é a admiração que eu procuro. Veja-se como tudo está formulado na primeira pessoa do singular. Enquanto me não me libertar do egocentrismo, não é o bem dos outros que realmente me interessa. Na prática, eles são usados para meu proveito. E a minha vida continua encerrada no reduto da minha individualidade. Que devo fazer então? – O que só pela Caridade é possível: 2. A Caridade é paciente, bondosa é a Caridade... (vv. 4-7). O sujeito de todas as 15 frases é agora a Caridade, como se duma pessoa se tratasse. E não será? Vejamos o que ela faz. No original grego , todos os verbos são activos, porque a Caridade existe, na medida em que se pratica. Que vale dizer a uma pessoa que a amo e lhe quero bem, se não lhe faço o bem que lhe quero e evito todo o mal que a prejudique? A lista começa e termina pelo que de bem se faz. Quem age, levado pela paciência e a bondade (v. 4), é quem tudo suporta, tudo crê, tudo espera, tudo aguenta (v. 7). Um tudo que, pelo meio, exige que se evite todos os males, desde a inveja ao alegrar-se com injustiça, a que se opõe a alegria com a verdade do que faz e diz a pessoa que amo, (vv. 4-6). Ela é tudo para mim. Tanto, que por ela até faço mais do que posso, transcendo as minhas capacidade humanas.
Como assim? Antes de mais, porque a vida que tenho, se partilhada e aceite pelos outros, alarga-se à vida deles, que passam, por sua vez, a viver também para mim e para outros, numa torrente de vida que não tem fim. A Caridade gera sempre mais Caridade ... e mais vida. Mas, para isto, e dadas as nossas limitações, precisamos de um outro que, Ele sim, é por natureza capaz de tudo transcender, na sua Caridade. Muitas das virtudes referidas são, na Bíblia, atributos de Deus. Logo as primeiras: O Senhor é misericordioso e compassivo, paciente e cheio de bondade (Sl 102, 8). E porque a todos tanto ama, deu-lhes o próprio Filho (Rm 5, 8; 8, 32, Jo 3, 16) que se humilhou a si mesmo (Fl 2, 6-8) e por todos deu a vida (Gl 2, 20; 2 Cor 5, 14). Só em Deus a Caridade atinge a sua verdadeira dimensão. 3. A Caridade jamais acaba (vv. 8-12). Se acabar, deixa de o ser. A eternidade está inscrita na sua natureza. Quando sou amado, desejo sê-lo para sempre ... e de nada mais preciso. Tudo o resto é fragmentário: as profecias, as línguas, a ciência. Esta condição fragmentária já aponta para algo que seja perfeito, de tal modo que,
quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito será abolido.
É como entre a vida de criança e a de adulto: quando era criança, desejo ser adulto; e, uma vez adulto, para o ser, deixo de fazer o que é próprio da criança. Aplicando isto à relação com Deus e à Caridade que dele já experimentamos: agora vemos (a Deus) como num espelho, de maneira enigmática; depois veremos face a face (Nm 12, 6-8); agora conheço (a Deus) de modo fragmentário; depois o reconhecerei como fui reconhecido por Ele, quando pelo Baptismo, me adoptou como filho. A Caridade de que já vivo desde então, será completa quando dela gozar para sempre. Para isso, tenho de acolher como um, apelo as últimas palavras de Paulo (v. 13). Porque a fé e a esperança terminam com a visão beatifica na eternidade, por isso a Caridade é a maior. Mas nesta vida preciso das três. Porque sem fé e esperança estou privado do Deus, sem o qual não terei Caridade ... nem a indescritível felicidade que ela me proporciona, já nesta vida. Boa noite, Irmãos em Cristo.
António Fonseca

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Zeferino Gimenez Malla - Modelos Vicentinos

"Primeiro cigano a subir aos altares"
Filho de pais ciganos espanhois, Zeferino Giménez Malla, conhecido familiarmente pelo "El Pele" nasceu em Fraga (província de Huesca), provavelmente em 26 de Agosto de 1861, festa de S. Zeferino - Papa, de quem tomou o nome, e foi baptizado no mesmo dia.
Como toda a sua família, ele também foi um cigano que viveu sempre como tal, seguindo a lei cigana, tanto na sua formação como nas suas actividades.
Em pequeno percorria os caminhos montanhosos da região fazendo a venda ambulante de cestos, que ele mesmo fabricava com as suas mãos.
Ainda muito jovem casou-e à moda cigana com Teresa Giménez Castro, uma cigana de Lérida, de forte personalidade e estabeleceu-se em Barbastro.
Em 1912 regularizou a sua união com a "Sua Teresa" celebrando o matrimónio na Igreja Católica. Começou desde então frequentar a Igreja até se converter a um cristianismo modelar.
Não teve filhos, no entanto adoptou de berço, uma sobrinha de sua mulher, chamada Pepita,
cujos filhos ainda são vivos.
"El Pele" dedicou os melhores anos da sua vida à profissão de compra e venda de cavalos, pelas feiras da região. Chegou a ter uma boa posição social e económica que esteve sempre ao serviço dos mais necessitados.
Acusado injustamente uma vez de roubo, foi preso, tendo sido declarado inocente.
O advogado que o defendia disse:
"El Pepe" não é um ladrão, é o São Zeferino, padroeiro dos ciganos".
Muito honrado, nunca nos seus negócios enganou alguém. Pela sua reconhecida prudência e sabedoria, era solicitado pelos camponeses e pelos ciganos para solucionar os conflitos que por vezes surgiam entre eles.
Piedoso e caritativo, socorria a todos com as suas esmolas. Foi um exemplo a sua religiosidade: missa diária, comunhão frequente, reza quotidiana do Santo Rosário.
Embora não tivesse sabido ler e escrever, era amigo de pessoas cultas e foi admitido como membro de diversas associações religiosas: Juventude Eucaristica, Adoração Nocturna, Conferências de S. Vicente de Paulo (onde de alma e coração sempre se dedicou a socorrer de forma muito caritativa todos os carenciados que podia) e Ordem Terceira de S. Francisco. Gostava muito de se dedicar à catequese dos meninos, aos quais contava passagens da Bíblia e ainda ensinava orações e o respeito que se deve ter pela natureza.
No início da guerra civil espanhola, nos últimos dias de Junho de 1936, foi preso por ter saído em defesa de um Sacerdote que arrastavam pelas ruas de Barbastro para o levarem para o cárcere e por levar um Rosário no bolso. Ofereceram-lhe a liberdade se deixasse de rezar o Rosário. Preferiu permanecer na prisão e afrontar o martírio. Na madrugada de 8 de Agosto de 1936 fuzilaram-no junto ao cemitério de Barbastro. Morreu com o Rosário na mâo e gritando a sua : "Viva Cristo Rei".
Zeferino Giménez Malla, o 1º Mártir da guerra civil espanhola (1936/39)
foi Beatificado por Sua Santidade o Papa João Paulo II
no dia 4 de Maio de 1997.
É o primeiro cigano a subir aos altares.
Homem de vida cristã exemplar, dentro e fora da sua raça, numa entrega aos outros na prática da Caridade, usando de uma grande generosidade muito próxima da prodigalidade.
Sua mulher chegava muitas vezes a queixar-se da sua generosidade e repreendia-o; assim, quando dava algo, olhava em volta a ver se sua mulher não via e dizia: "é para evitar problemas com a minha mulher, se posso, evito".
De um seu biógrafo pode ler-se a seguinte passagem.
" -Também pelos camponeses "o Pele" alcançou uma notável importância. As vilas da região nunca conheceram um homem mais honesto, mais cavalheiro, mais leal e mais cristão. Em público e em privado mostrava-se respeitador, humilde, alegre, pacífico, serviçal e generoso. Para todos tinha uma saudação, um sorriso, disponibilidade para uma conversa amena, para diferentes ouvintes. Nas indagações efectuadas para compor este pequeno esboço histórico, nada ouvi de deplorável. Ele tratava os outros ciganos com muita cordialidade (dirigindo-se a eles). Habitualmente, se não eram superiores a ele, tratava-os com o apelido de "tato", palavra de afecto com a qual se tratam os ciganos".
E num escrito de José Cortês Gabarre:
"Vi em várias ocasiões que na casa dele acolhia mendigos, dava-lhes roupa sempre em bom estado e dinheiro, e tudo isto fazia-o tratando-os com muito carinho".
Referindo-se a Zeferino Giménez Malla, João Paulo II defendeu que:
"A sua vida mostra como Cristo está presente nos diversos povos e raças e que todos são chamados à santidade que se alcança observando os seus mandamentos e permanecendo no seu amor. O Pele foi generoso e acolhedor para com os pobres, embora fosse também ele pobre; honesto na sua actividade; fiel ao seu povo e à sua raça cigana; dotado de uma inteligência natural extraordinária e do dom do conselho, foi, sobretudo, um homem de profundas crenças religiosas".
"Nos dias de hoje, "Pele" intercede por todos junto do Pai com e a Igreja propõe-no como modelo a seguir e testemunha significativa da vocação universal à santidade, especialmente para os ciganos que com ele têm estreitos vínculos culturais e étnicos".
Pensamentos de Zeferino Malla
"Senhor de imensa bondade, se me tirares o cabelo será para mim um bem. Faça-se a Sua vontade".
"Não vos esqueceis nunca, queridos meninos, que vós sois os preferidos de Deus".
"O que é que Deus te deu?" - dizia um blasfemo. "Deu-me a vida. Diante de mim nâo quero ouvir falar mal de Deus nem dos seus Sacerdotes".
"Dorme e descansa que se algo se passar que te faça dano, o Anjo da Guarda te protegerá".
"No momento da tribulação basta dizer com voz calma "Deus o quis assim. Bendito seja o Senhor".
"Tudo tem de ser feito com Amor. Há que derramar Amor por todo o lado".
www.ssvp-portugal.pt Escrito por Gilberto Custódio Transcrito por António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...