sábado, 17 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO II

CAP. II - 1-28
e reflexão sobre os versículos
2 A condição do povo judeu não é melhor
1Homem, tu julgas os outros? Quem quer que tu sejas, não tens desculpa. Pois, se julgas os outros e fazes o mesmo que eles fazem, condenas-te a ti próprio. 2Sabemos, porém, que Deus é justo quando condena os que praticam tais coisas. 3Mas tu, que fazes as mesmas coisas que condenas nos outros, pensas que escaparás ao julgamento de Deus? 4Ou será que desprezas a riqueza da bondade de Deus, da sua paciência e generosidade, desconhecendo que a sua bondade te convida à conversão? 5Pela teimosia e dureza de coração, estás amontoando ira contra ti mesmo para o dia da ira, quando o justo julgamento de Deus se vai revelar, 6retribuindo a cada um conforme as suas próprias acções: 7a vida eterna para aqueles que perseveram na prática do bem, buscando a glória, a honra e a imortalidade; 8pelo contrário, ira e indignação para aqueles que se revoltam e rejeitam a verdade, para obedecerem à injustiça. 9Haverá tribulação e angústia para todo aquele que pratica o mal, primeiro para o judeu, depois para o grego.10Mas haverá glória, honra e paz para todo aquele que pratica o bem, primeiro para o judeu, depois para o grego. 11Pois Deus não faz distinção de pessoas. A Lei não melhora a situação — 12Todos os que pecaram sem a Lei, sem a Lei também perecerão. Todos os que pecaram sob o regime da Lei, pela Lei serão julgados. 13Pois não são aqueles que ouvem a Lei que são justos diante de Deus, mas aqueles que praticam o que a Lei manda. 14Os pagãos não têm a Lei. Mas, embora não a tenham, se fazem espontaneamente o que a Lei manda, eles próprios são Lei para si mesmos. 15Assim mostram que os preceitos da Lei estão escritos nos seus corações; a sua consciência também testemunha isso, assim como os julgamentos interiores, que ora os condenam, ora os aprovam. 16É o que vai acontecer no dia em que Deus, segundo o meu Evangelho, vai julgar, por meiode Jesus Cristo, o comportamento secreto dos homens. 17Tu que te dizes judeu, que te apoias sobre a Lei e que colocas o teu orgulho em Deus; 18tu, que conheces a vontade de Deus e que, instruído pela Lei, sabes distinguir o que é melhor; 19tu, que estás convencido de ser o guia dos cegos, a luz daqueles que estão nas trevas, 20o educador dos ignorantes, o mestre das pessoas simples, porque possuis na Lei a própria expressão do conhecimento e da verdade... 21Muito bem! Ensinas aos outros e não ensinas a ti próprio! Pregas que não se deve roubar, e tu mesmo roubas! 22Proíbes o adultério, e tu mesmo o cometes! Odeias os ídolos, mas roubas os objectos dos templos!23Glorias-te da Lei, mas desonras a Deus, transgredindo a Lei! 24Assim diz a Escritura: «Por vossa causa, o Nome de Deus é blasfemado entre os pagãos». Nem a circuncisão pode salvar 25A circuncisão é útil quando praticas a Lei; mas, se desobedeces à Lei, é como se não estivesses circuncidado. 26Se um pagão não circuncidado observa os preceitos da Lei, não será tido como circuncidado, ainda que não o seja? 27E o pagão que cumpre a Lei, embora não circuncidado fisicamente, julgar-te-á a ti que desobedeces à Lei, embora tenhas a Lei escrita e a circuncisão. 28De facto, aquilo que faz o judeu não é o que se vê, nem é a marca 3 ,1-8: Judeus e pagãos estão sob o domínio do pecado. Apesar disso, os judeus são privilegiados em relação aos pagãos, pois são portadores e guardiães da revelação do Deus verdadeiro e participam da aliança com Ele. A sua infidelidade revela mais ainda a fidelidade de visível na carne que faz a circuncisão. 29Pelo contrário, o que faz o judeu é aquilo que está escondido, e circuncisão é a do coração; e isso vem do espírito e não da letra da Lei. Tal homem recebe aprovação, não dos homens, mas de Deus. --------------------------------------------reflexão------------------------------------------- 2 ,1-11: Paulo analisa agora o sistema de vida dos judeus. Ele é mais severo ainda, e mostra que o judeu não tem força moral para julgar o pagão. De facto, os judeus receberam a revelação e conhecem a vontade de Deus. Apesar disso, vivem praticamente como os pagãos. Por isso, o julgamento torna-se para eles ainda mais rigoroso (vv. 1-5). De nada adianta professar a fé com palavras e ideias, porque Deus, ao julgar, leva em conta aquilo que o homem pratica, as suas acções concretas (vv. 6-10), sem fazer diferença entre as pessoas. 12-24: Os judeus orgulhosamente consideram-se superiores aos pagãos, por terem a Lei de Moisés, revelada pelo próprio Deus. No entanto, Paulo mostra que a situação de judeus e pagãos é igual: os judeus serão julgados pela Lei, porque a conhecem; os pagãos serão julgados de acordo com a própria consciência. Não basta conhecer a Lei. O importante é fazer o que a Lei manda. Por isso, diz Paulo, muitos pagãos não conhecem a Lei, mas, na vida prática, fazem o que a Lei exige; por isso, são melhores que os judeus, que conhecem a Lei mas não a praticam. Além do mais, com a sua hipocrisia, os judeus acabam por infamar o próprio Deus (v. 24). 25-29: A circuncisão, uma espécie de operação à fimose, era um sinal externo de pertença ao povo de Deus. Os judeus orgulhavam-se dessa marca física e desprezavam os pagãos, chamando-os «incircuncisos». Paulo mostra que a circuncisão, por si mesma, de nada vale; pois um pagão não circuncidado, que faz o que a Lei manda, é melhor do que o judeu, e até se torna juiz de um circuncidado que não observa a Lei. A circuncisão e a Lei só têm valor quando são de facto sinal de justiça e rectidão. O que importa é o sentido de justiça e de fidelidade a Deus; e isso exprime-se numa prática de vida.
a seguir 3º Capítulo António Fonseca

CARTA AOS ROMANOS - CAPÍTULO 3

CAP. III - RM - 1-31 e reflexão sobre os versículos
3
Privilégio e responsabilidade dos judeus
1Então, qual é a superioridade do judeu? Qual é a utilidade da circuncisão? 2Muita, sob todos os aspectos. Em primeiro lugar, porque as revelações de Deus foram confiadas aos judeus. 3E daí? Alguns deles negaram a fé. A sua incredulidade não anula a fidelidade de Deus? 4De modo nenhum! Antes, fica confirmado que Deus é verdadeiro, enquanto todo o homem é mentiroso, conforme diz a Escritura: «Para que sejas reconhecido como justo nas tuas palavras e triunfes quando fores julgado». 5Se a nossa injustiça realça a justiça de Deus, o que é que podemos dizer? Que Deus é injusto, quando descarrega sobre nós a sua ira? Falo como os homens costumam falar. 6De maneira alguma! Se assim fosse, como poderia Deus julgar o mundo? 7Mas se através da minha mentira resplandece mais a verdade de Deus para sua glória, então porque sou julgado como pecador? 8Porque não haveríamos de fazer o mal, para que venha o bem? Aliás, alguns caluniadores afirmam que nós ensinamos isso. Essas pessoas merecem condenação. Todos são pecadores 9E então? Nós, judeus, somos porventura superiores? De modo nenhum! Pois acabámos de provar que todos estão debaixo do império do pecado, tanto os judeus como os gregos, 10como diz a Escritura: 11Não há homem justo, não há um sequer. Não há homem sensato, não há quem busque a Deus.12Todos se desviaram, e juntos se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer.13A sua garganta é um túmulo aberto, com a língua armam ciladas; em seus lábios há veneno de cobra. 14A sua boca está cheia de maldições e de amargor. 15Os seus pés são velozes para derramar sangue; 16ruína e desgraça enchem os seus caminhos. 17Não conhecem o caminho da paz, 18e não aprenderam a temer a Deus. 19Sabemos que tudo o que a Lei diz se aplica aos que vivem debaixo da Lei. Isso para que todos calem a boca e o mundo inteiro se reconheça culpado diante de Deus. 20Porque ninguém se tornará justo diante de Deus através da observância da Lei, pois a função da Lei é dar consciência do pecado. A justiça pela fé 21Agora, porém, independente da Lei, manifestou-se a justiça de Deus, testemunhada pela Lei e pelos Profetas. 22A justiça de Deus realiza-se através da fé em Jesus Cristo, para todos aqueles que acreditam. E não há distinção: 23todos pecaram e estão privados da glória de Deus, 24mas tornam-se justos gratuitamente pela sua graça, mediante a libertação realizada por meio de Jesus Cristo. 25Deus destinou-O a ser a vítima que, mediante o seu próprio sangue, nos consegue o perdão, contanto que acreditemos. Assim Deus manifestou a sua justiça, pois antes deixava pecar sem intervir: 26eram os tempos da paciência de Deus. Mas, no tempo presente, Ele manifesta a sua justiça para ser justo e para tornar justo quem tem fé em Jesus. Só a fé nos torna justos 27Então, onde está o motivo de se gloriar? Foi eliminado. Por qual lei? Pela lei das obras? Não, pela lei da fé. 28Pois esta é a nossa tese: o homem torna-se justo através da fé, sem a observância da Lei. 29Então, será que Deus só é Deus dos judeus? Não será também Deus dos pagãos? Sim, Ele é Deus também dos pagãos. 30De facto, há um só Deus que justifica, pela fé, tanto os circuncidados como os não circuncidados. 31Então, pela fé anulamos a Lei? De modo nenhum! Pelo contrário, nós confirmamo-la.
----------------------------------------------reflexão-----------------------------------------Deus (vv. 1-4). Contudo, os judeus são responsáveis pelos próprios pecados, e Deus tem o direito de os julgar (vv. 5-8). 9-20: Apesar de privilegiados, os judeus não podem orgulhar-se em relação aos pagãos, porque segundo a Escritura todos os homens são pecadores (vv. 9--19). Paulo afirma que a observância da Lei não torna ninguém justo, pois a função da Lei é apenas tornar o homem consciente do seu próprio pecado. De facto, as leis aparecem quando há exageros ou desvios; elas apresentam uma norma a ser observada, mas não dão nenhuma força nova para superar a origem dos exageros e desvios (v. 20). 21-26: A força nova para superar a origem dos exageros e desvios é o projecto de Deus, testemunhado pelo Antigo Testamento (Lei e Profetas) e realizado em Jesus Cristo. Pela sua misericórdia e fidelidade, Deus liberta do pecado todos os homens. E isso é dom gratuito, é amnistia geral que, para se concretizar na vida dos homens, espera apenas a resposta da fé.
A SEGUIR CAP. IV António Fonseca

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - SÃO PAULO

CARTA AOS ROMANOS A SALVAÇÃO VEM PELA FÉ Introdução
Nada sabemos sobre a origem da comunidade cristã de Roma, nem sobre as suas condições na época de Paulo. As únicas informações são as que se podem tirar desta carta. Formada talvez por cristãos vindos da Palestina e da Síria, esta comunidade tornou-se conhecida em todo o mundo. Um édito do imperador Cláudio, no ano 49, expulsou de Roma os judeus e, provavelmente, também os cristãos. Priscila e Áquila, um casal judeo-cristão, vítimas dessa expulsão, foram para Corinto, onde se encontraram com Paulo (Act 18,1-3), que realizava a segunda viagem missionária (50-52 d.C.). É através deles que Paulo fica informado sobre a situação dos cristãos em Roma. A partir dessa época, o Apóstolo começa a fazer planos para os visitar pessoalmente. Por ocasião da terceira viagem (57-58 d.C.), encontra-se novamente em Corinto (Act 20,1-3), e projecta ir até à Espanha. Escreve, então, a fim de preparar os cristãos de Roma para a sua tão desejada visita (Rm 15,14-29).A carta aos Romanos parece ter uma finalidade bem precisa: os temas teológicos tratados e o debate com o judaísmo mostram que Paulo está preocupado em corrigir falsas interpretações a respeito da sua pregação entre os pagãos, provavelmente levadas para Roma por judeus e por cristãos judaizantes (Rm 16,17-18).O Apóstolo expõe de maneira serena, ordenada e aprofundada, a doutrina que já havia exposto de modo polémico na carta aos Gálatas: a gratuidade da salvação pela fé. Ele mostra que só Deus pode salvar e que salva não apenas os judeus mas toda a Humanidade destruída pelo pecado. E Deus salva através de Jesus Cristo. Ora, para que a Humanidade seja salva, Deus dá-lhe uma amnistia geral, com uma condição: que o homem acredite em Jesus Cristo, manifestação suprema do amor de Deus aos homens, e se torne seu discípulo. A seguir, o Espírito age dentro do homem, assim amnistiado, e constrói nele uma vida nova, que destrói o pecado. Solidarizandose com Jesus Cristo, princípio da nova humanidade (novo Adão), a Humanidade pode recomeçar o seu caminho e salvar-se.Paulo quer mostrar aos judeo-cristãos de Roma e a nós que nenhuma lei pode salvar, por melhor que seja, nem mesmo a judaica, pois não consegue destruir o pecado; pelo contrário, ela até alimenta o pecado. Somente a fé que temos em Jesus Cristo é que nos coloca no âmbito da graça e nos possibilita construir, no Espírito, a Humanidade nova.
CAP. I - RM - 1-32 e reflexões sobre os versículos CARTA AOS ROMANOS 1 Endereço e saudação
1Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado a ser Apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, 2que por Deus foi prometido através dos seus profetas nas Santas Escrituras. 3Esse Evangelho refere-se ao Filho de Deus que, como homem, foi descendente de David, 4e, segundo o Espírito Santo, foi constituído Filho de Deus com poder, através da ressurreição dos mortos: Jesus Cristo nosso Senhor. 5Através de Jesus, recebemos a graça de ser Apóstolo, a fim de conduzir dos os povos pagãos à obediência da fé, para a glória do seu Nome. 6Entre eles, estais também vós, chamados por Jesus Cristo. 7Escrevo a todos vós que estais em Roma e que sois amados por Deus e chamados à santidade. Que a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, estejam convosco.
Compartilhar a fé
8Antes de tudo, dou graças ao meu Deus por meio de Jesus Cristo, a respeito de vós, pois a fama da vossa fé espalhou-se pelo mundo inteiro. 9Deus, a quem sirvo no meu espírito anunciando o Evangelho do seu Filho, é testemunha de que sem cessar me lembro de vós, 10e nas minhas orações peço sempre que, por vontade de Deus, eu tenha ocasião de poder visitar-vos. 11De facto, tenho muita vontade de vos ver, a fim de vos comunicar algum dom espiritual para vos fortalecer, 12ou melhor, para ser reconfortado convosco e entre vós,através da fé que eu e vós temos em comum. 13Por outro lado, irmãos, quero que saibais que muitas vezes pensei em visitar-vos, mas até agora fui impedido de ir; esperava recolher algum fruto entre vós, como entre outras nações. 14Estou em dívida com gregos e bárbaros, com sábios e ignorantes. 15Deste modo, naquilo que depende de mim, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma.
O EVANGELHO É FORÇA DE DEUS QUE SALVA Tema geral
16Não me envergonho do Evangelho, pois é força de Deus para a salvação de todo aquele que acredita, do judeu em primeiro lugar, mas também do grego. 17De facto, no Evangelho a justiça revela-se única e exclusivamente através da fé, conforme diz a Escritura: «o justo vive pela fé». A condição dos pagãos
18A ira de Deus manifesta-se do Céu contra toda a impiedade e injustiça dos homens, que com a injustiça sufocam a verdade. 19Pois aquilo que é possível conhecer de Deus, foi manifestado aos homens; e foi o próprio Deus quem o manifestou. 20De facto, desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, tais como o seu poder eterno e a sua divindade, podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que Ele realizou. Os homens, portanto, não têm desculpa, 21porque, embora conhecendo a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em raciocínios vazios, e a sua mente ficou obscurecida. 22Pretendendo ser sábios, tornaram-se tolos, 23trocando a glória do Deus imortal por estátuas de homem mortal, de pássaros, animais e répteis.24Foi por isso que Deus os entregou, conforme os desejos do seu coração, à impureza com que desonram os seus próprios corpos. 25Trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Ámen. 26Por isso, Deus entregou os homens a paixões vergonhosas: suas mulheres mudaram a relação natural em relação contra a natureza. 27Os homens fizeram o mesmo: deixaram a relação natural com a mulher e arderam de paixão uns com os outros, cometendo actos torpes entre si, recebendo dessa maneira em si próprios a paga pela sua aberração.28Os homens desprezaram o conhecimento de Deus; por isso, Deus os abandonou ao sabor de uma mente incapaz de julgar. Deste modo, fazem o que não deveriam fazer: 29estão cheios de toda a espécie de injustiça, perversidade, avidez e malícia; cheios de inveja, homicídio, rixas, fraudes e malvadezas; são difamadores, 30caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, fanfarrões
engenhosos no mal, rebeldes para com os pais, 31insensatos, desleais, gente sem coração e sem misericórdia. 32E apesar de conhecerem o julgamento de Deus, que considera digno de morte quem pratica tais coisas, eles não só as cometem, mas até aprovam quem se comporta assim.

---------------------------------------------------------------------------------Reflexão------------------------------------------------------------------------

1 ,1-7: Paulo ainda não conhece os cristãos de Roma. Por isso, apresenta-se com todos os seus títulos: servo, Apóstolo e escolhido. A sua missão é anunciar o Evangelho, isto é, a Boa Notícia que Deus revela ao mundo, enviando Jesus Cristo para libertar os homens e instaurar o seu Reino. O centro desse Evangelho é, portanto, a pessoa de Jesus na sua vida terrena, morte e ressurreição, que O constituem Senhor do mundo e da História. A originalidade da missão de Paulo é conduzir os pagãos à obediência da fé, ou seja, a uma submissão livre, que os faz viver de acordo com a vontade de Deus, manifestada em Jesus Cristo. 8-15: A intenção de Paulo é ir a Roma para trocar ideias e experiências sobre o Evangelho, compartilhando assim a fé comum.Deseja também «recolher algum fruto», isto é, talvez fazer uma colecta em favor dos cristãos necessitados de Jerusalém (15,26-27).
16-17: Paulo enuncia o tema central da carta, que será desenvolvido até 8,39, e que constitui o resumo de toda a sua pregação: o Evangelho é a força de Deus que salva. Condição única para isso é o homem entregar-se a Deus mediante a fé. Pois o homem não tem outro meio para se libertar da condição de pecador: nem a Lei de Moisés, nem ritos, nem sistemas filosóficos, nem poderes cósmicos ou humanos. A fé, porém, não é atitude passiva; é a certeza firme e contínua de que o projecto de Deus se realizou em Jesus Cristo e continua a realizar-se no meio dos homens. A fé leva o fiel a viver uma nova dinâmica de vida; o homem deixa de ser receptor passivo, e torna-se, juntamente com Deus, agente activo de salvação dentro da História.
18-32: Paulo analisa o sistema de vida dos pagãos. Deus manifesta-Se a todos os homens; estes, porém, tornam-se cegos e surdos, e continuam de acordo com os seus próprios instintos egoístas: «sufocam a verdade com a injustiça» (vv. 18-20). O alicerce de uma sociedade pagã é a idolatria: a absolutização de coisas, pessoas e valores (dinheiro, poder, ideias), colocando-os no lugar do Deus verdadeiro (vv. 21-23.25). A idolatria gera a perversão das relações pessoais (vv. 24.26-27) e sociais (vv. 28-31). Numa sociedade idólatra, a injustiça transforma-se em bem, a mentira ocupa o lugar da verdade, e o erro é louvado como virtude (v. 32).

a seguir trancreverei o 2º capítulo desta carta

António Fonseca

Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso

Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024

   Caros Amigos 17º ano com início na edição  Nº 5 469  OBSERVAÇÃO: Hoje inicia-se nova numeração anual Este é, portanto, o 277º  Número da ...