sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

CARTA AOS ROMANOS - SÃO PAULO

CARTA AOS ROMANOS A SALVAÇÃO VEM PELA FÉ Introdução
Nada sabemos sobre a origem da comunidade cristã de Roma, nem sobre as suas condições na época de Paulo. As únicas informações são as que se podem tirar desta carta. Formada talvez por cristãos vindos da Palestina e da Síria, esta comunidade tornou-se conhecida em todo o mundo. Um édito do imperador Cláudio, no ano 49, expulsou de Roma os judeus e, provavelmente, também os cristãos. Priscila e Áquila, um casal judeo-cristão, vítimas dessa expulsão, foram para Corinto, onde se encontraram com Paulo (Act 18,1-3), que realizava a segunda viagem missionária (50-52 d.C.). É através deles que Paulo fica informado sobre a situação dos cristãos em Roma. A partir dessa época, o Apóstolo começa a fazer planos para os visitar pessoalmente. Por ocasião da terceira viagem (57-58 d.C.), encontra-se novamente em Corinto (Act 20,1-3), e projecta ir até à Espanha. Escreve, então, a fim de preparar os cristãos de Roma para a sua tão desejada visita (Rm 15,14-29).A carta aos Romanos parece ter uma finalidade bem precisa: os temas teológicos tratados e o debate com o judaísmo mostram que Paulo está preocupado em corrigir falsas interpretações a respeito da sua pregação entre os pagãos, provavelmente levadas para Roma por judeus e por cristãos judaizantes (Rm 16,17-18).O Apóstolo expõe de maneira serena, ordenada e aprofundada, a doutrina que já havia exposto de modo polémico na carta aos Gálatas: a gratuidade da salvação pela fé. Ele mostra que só Deus pode salvar e que salva não apenas os judeus mas toda a Humanidade destruída pelo pecado. E Deus salva através de Jesus Cristo. Ora, para que a Humanidade seja salva, Deus dá-lhe uma amnistia geral, com uma condição: que o homem acredite em Jesus Cristo, manifestação suprema do amor de Deus aos homens, e se torne seu discípulo. A seguir, o Espírito age dentro do homem, assim amnistiado, e constrói nele uma vida nova, que destrói o pecado. Solidarizandose com Jesus Cristo, princípio da nova humanidade (novo Adão), a Humanidade pode recomeçar o seu caminho e salvar-se.Paulo quer mostrar aos judeo-cristãos de Roma e a nós que nenhuma lei pode salvar, por melhor que seja, nem mesmo a judaica, pois não consegue destruir o pecado; pelo contrário, ela até alimenta o pecado. Somente a fé que temos em Jesus Cristo é que nos coloca no âmbito da graça e nos possibilita construir, no Espírito, a Humanidade nova.
CAP. I - RM - 1-32 e reflexões sobre os versículos CARTA AOS ROMANOS 1 Endereço e saudação
1Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado a ser Apóstolo e escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, 2que por Deus foi prometido através dos seus profetas nas Santas Escrituras. 3Esse Evangelho refere-se ao Filho de Deus que, como homem, foi descendente de David, 4e, segundo o Espírito Santo, foi constituído Filho de Deus com poder, através da ressurreição dos mortos: Jesus Cristo nosso Senhor. 5Através de Jesus, recebemos a graça de ser Apóstolo, a fim de conduzir dos os povos pagãos à obediência da fé, para a glória do seu Nome. 6Entre eles, estais também vós, chamados por Jesus Cristo. 7Escrevo a todos vós que estais em Roma e que sois amados por Deus e chamados à santidade. Que a graça e a paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo, estejam convosco.
Compartilhar a fé
8Antes de tudo, dou graças ao meu Deus por meio de Jesus Cristo, a respeito de vós, pois a fama da vossa fé espalhou-se pelo mundo inteiro. 9Deus, a quem sirvo no meu espírito anunciando o Evangelho do seu Filho, é testemunha de que sem cessar me lembro de vós, 10e nas minhas orações peço sempre que, por vontade de Deus, eu tenha ocasião de poder visitar-vos. 11De facto, tenho muita vontade de vos ver, a fim de vos comunicar algum dom espiritual para vos fortalecer, 12ou melhor, para ser reconfortado convosco e entre vós,através da fé que eu e vós temos em comum. 13Por outro lado, irmãos, quero que saibais que muitas vezes pensei em visitar-vos, mas até agora fui impedido de ir; esperava recolher algum fruto entre vós, como entre outras nações. 14Estou em dívida com gregos e bárbaros, com sábios e ignorantes. 15Deste modo, naquilo que depende de mim, estou pronto para anunciar o Evangelho também a vós que estais em Roma.
O EVANGELHO É FORÇA DE DEUS QUE SALVA Tema geral
16Não me envergonho do Evangelho, pois é força de Deus para a salvação de todo aquele que acredita, do judeu em primeiro lugar, mas também do grego. 17De facto, no Evangelho a justiça revela-se única e exclusivamente através da fé, conforme diz a Escritura: «o justo vive pela fé». A condição dos pagãos
18A ira de Deus manifesta-se do Céu contra toda a impiedade e injustiça dos homens, que com a injustiça sufocam a verdade. 19Pois aquilo que é possível conhecer de Deus, foi manifestado aos homens; e foi o próprio Deus quem o manifestou. 20De facto, desde a criação do mundo, as perfeições invisíveis de Deus, tais como o seu poder eterno e a sua divindade, podem ser contempladas, através da inteligência, nas obras que Ele realizou. Os homens, portanto, não têm desculpa, 21porque, embora conhecendo a Deus, não O glorificaram como Deus, nem Lhe deram graças. Pelo contrário, perderam-se em raciocínios vazios, e a sua mente ficou obscurecida. 22Pretendendo ser sábios, tornaram-se tolos, 23trocando a glória do Deus imortal por estátuas de homem mortal, de pássaros, animais e répteis.24Foi por isso que Deus os entregou, conforme os desejos do seu coração, à impureza com que desonram os seus próprios corpos. 25Trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram a criatura em lugar do Criador, que é bendito para sempre. Ámen. 26Por isso, Deus entregou os homens a paixões vergonhosas: suas mulheres mudaram a relação natural em relação contra a natureza. 27Os homens fizeram o mesmo: deixaram a relação natural com a mulher e arderam de paixão uns com os outros, cometendo actos torpes entre si, recebendo dessa maneira em si próprios a paga pela sua aberração.28Os homens desprezaram o conhecimento de Deus; por isso, Deus os abandonou ao sabor de uma mente incapaz de julgar. Deste modo, fazem o que não deveriam fazer: 29estão cheios de toda a espécie de injustiça, perversidade, avidez e malícia; cheios de inveja, homicídio, rixas, fraudes e malvadezas; são difamadores, 30caluniadores, inimigos de Deus, insolentes, soberbos, fanfarrões
engenhosos no mal, rebeldes para com os pais, 31insensatos, desleais, gente sem coração e sem misericórdia. 32E apesar de conhecerem o julgamento de Deus, que considera digno de morte quem pratica tais coisas, eles não só as cometem, mas até aprovam quem se comporta assim.

---------------------------------------------------------------------------------Reflexão------------------------------------------------------------------------

1 ,1-7: Paulo ainda não conhece os cristãos de Roma. Por isso, apresenta-se com todos os seus títulos: servo, Apóstolo e escolhido. A sua missão é anunciar o Evangelho, isto é, a Boa Notícia que Deus revela ao mundo, enviando Jesus Cristo para libertar os homens e instaurar o seu Reino. O centro desse Evangelho é, portanto, a pessoa de Jesus na sua vida terrena, morte e ressurreição, que O constituem Senhor do mundo e da História. A originalidade da missão de Paulo é conduzir os pagãos à obediência da fé, ou seja, a uma submissão livre, que os faz viver de acordo com a vontade de Deus, manifestada em Jesus Cristo. 8-15: A intenção de Paulo é ir a Roma para trocar ideias e experiências sobre o Evangelho, compartilhando assim a fé comum.Deseja também «recolher algum fruto», isto é, talvez fazer uma colecta em favor dos cristãos necessitados de Jerusalém (15,26-27).
16-17: Paulo enuncia o tema central da carta, que será desenvolvido até 8,39, e que constitui o resumo de toda a sua pregação: o Evangelho é a força de Deus que salva. Condição única para isso é o homem entregar-se a Deus mediante a fé. Pois o homem não tem outro meio para se libertar da condição de pecador: nem a Lei de Moisés, nem ritos, nem sistemas filosóficos, nem poderes cósmicos ou humanos. A fé, porém, não é atitude passiva; é a certeza firme e contínua de que o projecto de Deus se realizou em Jesus Cristo e continua a realizar-se no meio dos homens. A fé leva o fiel a viver uma nova dinâmica de vida; o homem deixa de ser receptor passivo, e torna-se, juntamente com Deus, agente activo de salvação dentro da História.
18-32: Paulo analisa o sistema de vida dos pagãos. Deus manifesta-Se a todos os homens; estes, porém, tornam-se cegos e surdos, e continuam de acordo com os seus próprios instintos egoístas: «sufocam a verdade com a injustiça» (vv. 18-20). O alicerce de uma sociedade pagã é a idolatria: a absolutização de coisas, pessoas e valores (dinheiro, poder, ideias), colocando-os no lugar do Deus verdadeiro (vv. 21-23.25). A idolatria gera a perversão das relações pessoais (vv. 24.26-27) e sociais (vv. 28-31). Numa sociedade idólatra, a injustiça transforma-se em bem, a mentira ocupa o lugar da verdade, e o erro é louvado como virtude (v. 32).

a seguir trancreverei o 2º capítulo desta carta

António Fonseca

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