Escutai-O!
Elias e Moisés falavam com Ele, porque a graça do Evangelho recebe testemunho da Lei e dos Profetas: da Lei em Moisés e dos Profetas em Elias, para sermos breves. [...] Pedro quis fazer três tendas: uma para Moisés, outra para Elias e outra para Cristo. Deleitava-o o sossego da montanha, sofria o tédio do tumulto das coisas humanas. Mas por que razão queria três tendas, senão porque ainda desconhecia a unidade da Lei, da Profecia e do Evangelho? Logo foi corrigido pela nuvem: "ainda ele assim falava quando uma nuvem resplandecente os encobriu": vede como a nuvem fez uma única tenda! Por que razão querias três? "E da nuvem ouviu-se uma voz: Este é o Meu Filho Dilecto, no qual pus o meu enlevo; escutai-O!". Fala Elias, mas escutai-O a Ele; fala Moisés, mas escutai-O a Ele; falam os Profetas e fala a Lei, mas escutai-O a Ele, voz da Lei e língua dos Profetas. Foi Ele que por eles falou e Ele próprio falou por si mesmo quando se dignou aparecer: "escutai-O", escutemo-l'O. Considerai que quando o Evangelho se proclamava, era a nuvem. E daí nos veio a voz. Escutemo-l'O: façamos o que Ele diz, esperemos o que nos prometeu. (S. Agostinho, Sermão 79)CAROS AMIGOS. SÃO JANUÁRIO, TRÓFIMO, ELIAS, EUSTOQUIO, SENA, MARIANO, GOERICO, TEODORO, POMPOSA, LAMBERTO, CIRIACO, ARNOLFO, MARIA DE CERVELLÓ, AFONSO DE OROZCO, CARLOS HYON SON-MUN, MARIA GUILHERMINA EMILIA DE RODAT, JACINTO HOYEULOS GONZALEZ, FRANCISCA CUALLADÓ BAIXAULI, MARIA DE JESUS LA ILGLESIA Y DE VAVO, 985,157 VISUALIZAÇÕES. Obrigado. Porto 19 de setembro de 2024. ANTONIO FONSECA
quarta-feira, 4 de março de 2009
Uma Leitura dos textos Bíblicos - II Domingo da Quaresma
Deus não poupou o seu Filho!
I Leitura (Gn 22, 1-2.9a.10-13.15-18): “Abençoar-te-ei e multiplicarei a tua descendência” Este texto pode e deve ser lido a vários níveis. - Recusa dos sacrifícios humanos, prática corrente nos antigos cultos fenícios e cananeus: em analogia com o que se praticava nesses cultos (sacrifício dos primogénitos), Abraão poderá ter pensado que o seu amor a Deus exigiria como prova real o holocausto de Isaac. Mas Deus não quer a morte do homem, mas a vida e, por isso, impede Abraão de imolar o filho e aponta-lhe, como substituto, o sacrifício de um cordeiro. - Releitura teológica sobre a provação da fé de Abraão, a sua obediência e a promessa: a Deus não agradam os sacrifícios humanos, mas não podia deixar de agradar o amor incondicionado que Abraão lhe demonstra com esta disponibilidade a renunciar a tudo - ao seu próprio futuro: sacrifica o seu único herdeiro quando já não tem qualquer esperança de ter mais filhos - para obedecer ao que julgava ser a vontade divina. Entrevemos aqui o drama e a grandeza da fé que transfigura a vida. - Releitura cristológica: "Deus não poupou o seu Filho" - ouviremos na 2.ª leitura. Jesus é o novo Isaac, o "filho único", o "Amado" do Pai. Tal como Isacc carregou com a lenha para o sacrifício e se deixou atar sobre ela para o sacrifício, assim Jesus carrega com a cruz e deixa cravar-se nela, entregando-se livremente e sem reservas nas mãos do Pai que o entrega numa demonstração suprema e insuperável de amor. Evangelho (Mc 9, 2-10): "Este é o meu Filho ... " Com a profissão de fé em Cesareia de Filipe (Mc 8, 27-30), começa no Evangelho segundo São Marcos uma nova fase na vida de Jesus, que se encaminha decididamente para o desenlace da paixão e da morte, perante a incompreensão de Pedro e dos demais discípulos. O relato da transfiguração de Jesus segue o modelo das narrativas de aparições divinas (teofanias) no AT: a voz, a nuvem, o esplendor, as personagens celestes, símbolos da lei e da profecia. Por outro lado, adianta-se às aparições do Ressuscitado, sendo uma proclamação antecipada da glorificação pascal. Importa ainda ter presente que, neste Evangelho, este trecho segue-se ao primeiro anúncio da paixão (8, 31): morte e ressurreição são duas faces de um único mistério. Marcos sublinha a incompreensão dos discípulos na Transfiguração (tal como já vincara a incompreensão de Pedro face ao anúncio da Paixão). Só passando pela morte (anunciada) se pode chegar à ressurreição (antecipada) e, deste modo, aceder à fé pascal. Entretanto, o único meio para "compreender" é a escuta de Cristo (v. 7), reconhecido como Filho de Deus. A esse reconhecimento chegará o centurião ao ver Jesus expirar (cf. 15, 39). II Leitura (Rm 8,31b-34): "Não poupou o seu Filho" Paulo convida-nos a penetrar no coração da Trindade e a contemplar a sua paixão pela humanidade. Com uma série de perguntas retóricas, afirma a certezas basilares. Como é possível que, para benefício de estranhos - e até "inimigos" - Deus chegue ao extremo de sacrificar o que Lhe é mais caro: o seu Unigénito? E, entretanto, foi isso o que realmente aconteceu na Páscoa de Cristo, morto, ressuscitado e sempre vivo a interceder por nós, na presença do Pai. Por isso, nada nem ninguém se pode interpor entre nós e este amor salvífico, cheio de misericórdia e de perdão.
Liturgia - II Domingo da Quaresma - 8-Março-2009
II Domingo da Quaresma – Ano B – 8 de Março de 2009
Leitura do Livro do Génesis Gen 22, 1-2.9a. 10-13, 15-18
Igreja da Comunidade de São Paulo do Viso
Nº 5 801 - SÉRIE DE 2024 - Nº (277) - SANTOS DE CADA DIA - 2 DE OUTUBRO DE 2024
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